A importância da História Local como ferramenta no ensino e aprendizado da História:


Cristiano Gomes Lopes
Prof. Esp. Paulo Rubens B. Lima


RESUMO

Este Artigo tem a finalidade de refletir sobre as dificuldades e fragilidades no ensino e na aprendizagem da História Local do Município de São Domingos do Araguaia ? Pará, analisando as possíveis causas dessa fragilidade da História Local e mostrar também a importância do conhecimento e entendimento como ferramenta no processo de ensino ? aprendizagem da História Regional, Nacional e Universal. Essa reflexão se dará através da analises de pontos como a formação e pratica docente dos professores do ensino fundamental do munícipio; a abordagem da História Local nos livros didáticos adotados pelo município no ensino fundamental; o currículo; disponibilidade de fontes históricas e a analise de dados estatísticos da Secretaria Municipal de Educação de São Domingos do Araguaia e por ultimo algumas indagações feitas a professoras com formação no magistério a cerca de seu trabalho docente, onde essa investigação apontará falhas ou acertos a cerca de como o munícipio de são Domingos do Araguaia ? PA trabalha a temática da História Local e do Cotidiano e como esse trabalho influencia na aprendizagem e na construção do conhecimento histórico dos alunos no ensino fundamental e na sua formação de sujeito ativo e transformador da realidade e do processo histórico ao qual eles são pertencentes. A investigação começará com a analise da importância da Historia Local para a formação cidadã dos alunos uma vez que a mesma resgata e valoriza as raízes históricas colocando os discentes dentro do processo histórico dando mais significado e motivação na construção do conhecimento histórico; depois será feito uma pesquisa de como é a formação docente dos professores que atuam no ensino fundamental, identificando quantos são licenciados em História; será observado também se os livros didáticos e o currículo unificado adotado pelo munícipio contemplam a temática da História Local e do Cotidiano analisando ainda as indagações feitas a dez (10) professoras com formação no magistério nível médio e por último a conclusão da investigação com constatações das causas da fragilidade do conhecimento da História Local e sua ligação os fatores estudados e as possíveis soluções que amenizem a situação.


PALAVRAS CHAVE: História Local. Processo histórico. Valorização. Identidade. Aprendizagem.

INTRODUÇÃO

Em um número alarmante de escolas e professores de História se deparam com uma realidade não muito plausível de que grande parte dos alunos e também professores não conheçam a história de sua comunidade de seu município ou seu estado, prendendo-se apenas a História Nacional desvinculada da sua realidade local e de seu contexto histórico local. Esse problema surge desde as primeiras séries do ensino fundamental e permeiam quase toda vida escolar dos alunos, causando o desinteresse dos discentes pela História e por outras disciplinas que eles não consideram importantes justamente pelo fato dos estudantes não se sentirem inseridos nessa História ou no processo histórico a qual essa História se constrói.
No pequeno município de São Domingos do Araguaia no Sudeste do Pará essa realidade é ainda mais complicada, uma vez que boa parte da população desse município é oriunda de outras regiões do Brasil, onde a migração também é constante entre cidades vizinhas. Isso se reflete em sala de aula onde a maioria dos alunos desconhece, ignora e desrespeita suas origens e as origens da região que hoje habitam.
Boa parte dos profissionais docentes também desconhece a História Local ou não conseguem inseri-la nas aulas de História ou em outras disciplinas através da interdisciplinaridade onde diversos fatores acabam deixando de lado essa temática, tendo como resultado um ensino de História sem nexos com o cotidiano e o local, onde a não interpretação das fontes históricas locais, seja por falta de conhecimento dos professores ou por desinteresse dos alunos, acabam norteando o ensino de História apenas pelos livros didáticos e currículos pré-elaborados sem qualquer ligação com o contesto local e regional dos alunos e professores.
O resultado dessa realidade é um ensino de História desprovido da participação e do engajamento dos alunos que se sentem desmotivados e marginalizados do contexto e processo de construção do conhecimento histórico.
Diante dessa realidade inquietante para quem atua na docência de História, este trabalho tem por objetivos buscar e identificar a origem das dificuldades e fragilidades do ensino e da aprendizagem da História Local do munícipio citado anteriormente, analisando alguns pontos relevantes da estrutura do ensino fundamental no município e seus reflexos no decorrer da vida escolar dos alunos, onde se investigará ate que ponto a formação e a pratica docente, o currículo e o livro didático podem influenciar em um bom ensino da História Local bem como a identificação de outros fatores que podem dificultar e fragilizar não só o entendimento da História Local como também a aprendizagem da História Nacional.
O capitulo 1. Tratará da importância da História Local como ferramenta de aprendizagem no ensino de História, mostrando como essa temática pode auxiliar na motivação e busca de significados aos conteúdos históricos mostrando também uma breve História do município. No capitulo 2. Será abordado dados e informação obtidas na Secretaria de Municipal de Educação de São Domingos do Araguaia a cerca de como é a formação e a pratica docente no município bem como os livros didáticos trabalhados nas escolas e a elaboração do currículo escolar, levando em consideração como esses pontos culminam com o ensino da História Local no município, onde ainda será feita indagações a um grupo de dez professoras do ensino fundamental com formação no magistério e por ultimo as considerações finais que será feita depois de analisados todos os possíveis fatores que dificultam e fragilizam o ensino da História Local em São Domingos do Araguaia.



CAPÍTULO 1


1.0 A importância da historia local como ferramenta de aprendizagem da História Nacional e Universal.


Conhecer, entender, respeitar e preservar as raízes e a origem de um povo, comunidade ou uma região é sobre tudo garantir a esse povo a condição de existir e proteger a sua identidade, valorizando e cultivando a sua história local, facilitando o entendimento e a inserção dos alunos no contexto histórico não só regional mais também nacional. Segundo Lima (1999).

O ensino de História Local apresenta-se como um ponto de partida para a aprendizagem histórica, pela possibilidade de trabalhar com a realidade mais próxima das relações sociais que se estabelecem entre educador/educando/sociedade e o meio em que vivem e atuam. O local é o espaço primeiro de atuação do homem, por isso, o ensino da História Local precisa configurar também essa proposição de oportunizar a reflexão permanente acerca das ações dos que ali vivem como sujeitos históricos e cidadãos. (p.2)

O entendimento e o conhecimento da história local tem o poder de proporcionar ao educando reconhecerem-se como agentes participativos e transformadores da sua História Local e nacional e consequentemente gera o interesse e a valorização da mesma facilitando a aprendizagem.
Diante desse contexto, Escola e alunos deve fazer da História Local uma ferramenta de facilitação no processo de ensino aprendizagem da História Nacional, sendo que o entendimento das origens e raízes dos alunos como membros de uma comunidade ou um grupo social faz com que eles se interessem mais pelo aprendizado da História, fazendo com que eles se sintam realmente agentes participativos do processo histórico. Lima (1999) esclarece ainda que "História Local pode configurar-se como um espaço de construção da reflexão crítica da realidade social, considerando-se que o local e o presente são referentes para o processo de construção de identidade...".
Para Fernandes (1995) a importância da História Local na formação da identidade e cidadania de um povo se faz necessário no meio escolar, onde nesse sentido a Escola possa cumprir seu papel de formar indivíduos aptos à vida em sociedade. Segundo Fernandes.

A História Local requer um tipo de conhecimento diferente daquele produzido no alto nível de desenvolvimento nacional e da ao pesquisador uma ideia muito mais imediata do passado. Ele encontra dobrando a esquina e descendo a rua. Ele pode ouvir os seus ecos no mercado, ler o seu grafite nas paredes, seguir suas pegadas nos campos. (FERNANDES, 1995, p. 43)

Assim a História enfrenta hoje um vasto leque de dificuldades no que se refere ao seu significado e importância para uma geração voltada para o agora, onde as informações circulam em uma velocidade frenética, sendo que o que denominamos passado muitas vezes não é valorizado nem entendido pelos jovens como algo repleto de elos com o presente, definido por Hobsbawm (1995), "numa espécie de presente continuo" com fracos vínculos com a experiência pessoal e a das gerações passadas.



1.2 Uma breve História do município de São Domingos do Araguaia ? PA.


Cobrar dos alunos o conhecimento de uma história local sem antes conhecer essa história seria no mínimo uma falta de respeito então com ajuda de moradores antigos da cidade e algumas poucas fontes escritas que existiam mais outras pesquisas eu construí uma breve história de São Domingos do Araguaia que se inicia com o processo de ocupação do território que viria a se tornar o município de São Domingos do Araguaia, esse processo foi iniciado com a chegada de imigrantes nordestinos, onde agricultor oriundo do Estado do Piauí o Sr. Serafim Canário da Silva, no ano de 1952 liderava um grupo de família que começaram a chegar sessas terrar por volta de 1953, sendo que a partir daí outras famílias nordestinas também foram se fixando no local desenvolvendo a atividade extrativista da castanha-do-pará, esse processo extrativista aumenta tanto que o avanço contribui para o surgimento de um povoado conhecido como "Centro das Latas" esse termo era usado pelo fato da imensa quantidade de latas de querosene espalhadas nas frentes das casas do povoado e que eram utilizadas na coleta da castanha.
Com a vinda de um padre em 1955 conhecido como Frei Gil da ordem dominicana que realizava o trabalho de evangelização e catequese dos nativos da região a igreja católica começa a se instalar no povoado que logo passa a se chamar "São Domingos" em homenagem a imagem de São Domingos de Gusmão trazida por Frei Gil, sendo que o referido santo passou a ser padroeiro da localidade que passou a ser conhecida como "São Domingos das Latas" termo pejorativo para muitos que moravam na localidade.
Nos anos 70 São Domingos passou por um aumento populacional considerável devido à abertura da Transamazônica onde se instalaram acampamentos para os trabalhadores das Empreiteiras no local onde hoje se encontra a sede do município. Atrelado a esse acontecimento o garimpo e a extração de madeira fomentaram e estimularam a migração cada vez maior de pessoas para essa região aumentando consideravelmente a população do povoado que pertencia ao Município de São João do Araguaia.
Com o rápido crescimento e desenvolvimento do distrito começou haver reivindicações pela autonomia política já que a localidade abrigava a maioria dos comerciantes e produtores de São João do Araguaia. Em 1991 foi realizado o plebiscito para emancipação do município tendo 99,5% dos votantes apoiado esse movimento, que se concretizou no mesmo ano. A área do município de São Domingos foi desmembrada do município de São João do Araguaia.
Elevado à categoria de município com a denominação de São Domingos do Araguaia, pela lei estadual nº 5706, de 27-12-1991 e hoje conta com uma população de aproximadamente 26000 habitantes, possuindo uma área de 1398,559 km².
Destaque histórico do município de São Domingos do Araguaia foi a "Guerrilha do Araguaia", luta armada iniciada pelos militares do Partido Comunista do Brasil contra o regime militar e sufocada entre 1972 e 1974 pelo Exército. Houve na época morte e desaparecimento de moradores, a exemplo do que aconteceu com os grupos de guerrilheiros civis que se instalaram em vários povoados, com Bom Jesus e Vila Metade, onde se apresentavam como agricultores ou comerciantes.
Os militares praticaram atos de violência contra a população, guardados na memória dos moradores mais antigos. Somente com a reabertura democrática é que a população nacional tomou conhecimento desses fatos, mesmo assim, superficialmente.
É justamente entender esse processo histórico onde os agentes históricos podem se reconhecer no processo e perceber-se como agente de transformação da realidade vigente.
O movimento migratório continua forte até os dias de hoje, sendo que muitas pessoas se instalam na região temporariamente assim como acontecia na época do extrativismo da castanha, madeira, garimpo e construção da BR Transamazônica.




Capitulo 2.

2.0 O ensino de História Local no Ensino Fundamental do município de São Domingos do Araguaia.

Ao se deparar com o nível de aprendizado de História dos alunos do ensino médio da única escola estadual que oferece essa modalidade de ensino na cidade de São Domingos do Araguaia, a EEEM ? Professora Elza Maria Correa Dantas, pus-me a perguntar quais seriam as causas de tamanha dificuldade dos alunos em interpretar, entender e se interessar pela disciplina e como a quase ninguém conhece ou simplesmente ignora as origens e a História Local.
Conversando com colegas professores me dei conta que eles também tinham as mesmas duvidas e que também sentiam as mesmas dificuldades em lecionar para alunos desinteressados. Mas quando comecei a lecionar nas séries finais do ensino fundamental identifiquei os mesmos problemas e dificuldades, então logo veio à percepção que grande parte da origem dessas dificuldades e fragilidades estava nas séries iniciais, bastava agora compreender de que forma essas fragilidades eram perpetuadas na vida escolar dos alunos.
Desta feita a elaboração deste artigo tem a finalidade de buscar respostas para essas fragilidades buscando entender como o município de São Domingos trata o ensino fundamental sobre a ótica do ensino da História Local levando em consideração os itens Formação e Prática Docente, Livro Didático e Currículo, considerados pontos relevantes no entendimento da situação do ensino da História Local no munícipio citado bem como outros aspectos a serem levados em conta na investigação como o inquirimento de dez (10) professores das séries iniciais do ensino fundamental que tem como formação docente o Magistério ofertado no ensino Médio, indagando a essas professoras quais as dificuldades encontradas por elas na sua pratica docente.
Diante dos fatores estudados poderá ser feito um estudo mais apurado a cerca da problemática exposta, onde os resultados culminaram no entendimento e em possíveis soluções para os problemas encontrados.


2.1 Formação e Prática Docente dos professores do município de São Domingos do Araguaia-Pa.

Hoje, diante de tantos avanços tecnológicos onde os meios de comunicação e a informação tomam dimensões cada vez mais gigantescas e a competitividade torna-se cada vez mais acirrada, estar preparado para o mercado de trabalho é mais que uma necessidade, é uma obrigação. No meio escolar essa regra também se aplica e o docente tem de se reciclar e se formar constantemente dando mais eficiência a sua pratica docente inovando quando necessário.
No entanto nem sempre isso acontece e os resultados dessa inercia formativa se expressa na má qualidade do ensino, onde profissionais acabam atuando sem a devida formação adequada.
Segundo Tardif (2002) "A analise do saber docente, considera o trabalho do professor, a diversidade, a temporalidade, a experiência, o conhecimento humano e a formação docente." (Tardif 2002, p. 16)
Para melhor entender qual o nível de formação dos professores dos professores do munícipio será usado os dados obtidos na secretaria Municipal de São Domingos do Araguaia, onde esses dados estão apresentados em forma de tabela, sendo assim, quadro de professores do município de São Domingos Do Araguaia ? PA. é composto da seguinte forma:

Tabela 1. Nível de Formação dos professores de São Domingos do Araguaia.

Formação dos professores 1ª a 8ª série
Nível Superior (Licenciatura) 143
Ensino Médio (Magistério) 192
Ensino Fundamental (Leigos) 1
Licenciatura Plena em História 336
Fonte: Secretaria Municipal de Educação de São Domingos do Araguaia - PA.


Dentre os 143 professores com ensino superior apenas sete são licenciados em História e desses sete dois estão afastados por problemas de saúde e um esta exercendo atividades administrativas restando apenas quatro professores licenciados em História em atividade docente. Diante das informações do quadro acima, nota-se que um número muito alto de professores sem formação superior ou com formação superior diferente da licenciatura em História atua no município, onde esse fato implica em situações onde professores se veem obrigados a lecionar uma ou mais disciplinas que não são da sua área de formação superior e quando isso acontece o nível e o rendimento da aprendizagem nessas disciplinas acaba não sendo tão positivas quanto se espera.
Para Pimenta (1999) o docente deve ter três tipos de saberes no seu campo de trabalho: o saber da experiência, o saber pedagógico e o saber específico. Sendo que:

Os saberes da experiência são os conhecimentos adquiridos durante a prática. São os resultados do fazer. Os saberes pedagógicos são aqueles que se referem aos conhecimentos da didática, da psicologia da educação, da sociologia da educação e das demais ciências educacionais. E os saberes específicos, que são referentes aos conteúdos disciplinares. (Pimenta, 1999)

Dessa forma os professores devem reunir esses saberes para uma boa prática docente e não possuir pelo menos um desses saberes significa que sua prática estará fragilizada e a mercê do insucesso, transformando as aulas em momentos monótonos, improdutivos e sem significado para o aluno que percebe quando o professor não domina a matéria ou tem dificuldade de ensinar a disciplina, seja por falta de saberes da experiência, saberes pedagógicos e principalmente saberes específicos.
Nota-se ainda na tabela 1. que a quantidade de professores sem formação superior é muito maior que a de professores licenciados. Esse dado aponta uma situação critica não só para o ensino de História como também para as demais disciplinas que não estão sendo lecionadas por profissionais com a devida formação acadêmica, sendo que entre os profissionais de nível superior completo boa parte esta ocupando funções de coordenação e diretoria, diminuindo ainda mais o percentual de profissionais com nível superior em atividade docente.
A próxima tabela mostra a quantidade de alunos matriculados no ensino fundamental dando uma maior visão de como essa situação se agrava se levarmos em consideração a quantidade de alunos das séries iniciais e finais do ensino fundamental.



Tabela 2. Número de alunos por modalidade de ensino

MODALIDADE Nº DE ESCOLAS Nº DE SALAS Nº DE TURMAS Nº DE ALUNOS
1º ANO/9 47 26 26 917
2º ANO/9 47 26 26 784
2ª SÉRIE/8 47 26 26 713
3ª SÉRIE/8 47 25 25 640
4ª SÉRIE/8 47 25 25 635
TOTAL DE ALUNOS DE 1ª A 4ª SÉRIE - - - 3689
5ª SÉRIE/8 12 15 15 375
6ª SÉRIE/8 12 15 15 257
7ª SÉRIE/8 12 11 11 169
8ª SÉRIE/8 12 08 08 124
TOTAL DE 5ª A 8ª SÉRIE DE 5ª A 8ª SÉRIE - - - 943
Total de alunos de 1ª a 8ª séries - - - 4632
Fonte: Secretaria Municipal de Educação de São Domingos do Araguaia - PA.

Levando em consideração a tabela 2. é notório que há um número muito maior de alunos matriculados de 1ª a 4ª série do que matriculados de 5ª a 8ª serie, sendo que o número de profissionais docentes com formação superior estão atuando nas séries finais do ensino fundamental enquanto os profissionais com formação no ensino médio trabalham nas séries iniciais, percebe-se ainda que o número de professores formados em História descritos anteriormente, por serem apenas quatro (4) não conseguem contemplar e cobrir todos os alunos do município que são 4632 alunos matriculados.
Como a Historia Local deveria ser trabalhada com maior intensidade nas séries iniciais do ensino fundamental como sugere os PCN´s, essa temática acaba sendo abordada de forma inexpressiva isso quando ela é abordada, pois o professor nessa situação acaba se prendendo aos livros didáticos como muletas para tentar suprir a falta de saberes específicos, sendo que essa prática acaba não surtindo muito efeito como justifica o subitem a seguir.

2.2 A abordagem da História Local no Livro Didático adotado pelo município.

Com a edição do Decreto nº 91.542, de 19/8/85, é criado o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que traz diversas mudanças e avanços em relação aos programas anteriores, sendo uma das mais importantes à indicação do livro didático pelos professores e não mais pelo Estado uma vez que a participação financeira dos estados na aquisição dos livros não mais existiria.
A importância dessa ferramenta de aprendizagem é notória em todas as fazes da aprendizagem devido o mesmo ser em muitos casos a única fonte de pesquisa que o professor dispõe. Para Bittencourt (1998, p. 72).

O livro didático, nesse aspecto, elabora as estruturas e as condições de ensino para o professor (...) produz uma série de técnicas de aprendizagem: exercícios, questionários, sugestões de trabalho, enfim as tarefas que os alunos devem desempenhar para a apreensão ou, na maior parte das vezes, para a retenção dos conteúdos. Assim, os manuais escolares apresentam não apenas os conteúdos das disciplinas, mas 'como' esse conteúdo deve ser ensinado (1998:72).
Ter acesso a esses livros é de fundamental importância, porem só a partir de 1995 se dá a universalização da distribuição do livro didático contemplando todos os componentes curriculares e séries do ensino fundamental, porem a elaboração e edição dos livros didáticos se dão na sua maioria esmagadora no Sudeste do país onde autores e editoras acabam dando mais ênfase aos aspectos históricos da realidade do Sudeste, marginalizando ou esquecendo as peculiaridades e as especificidades das outras regiões do Brasil, e isso se reflete de forma ainda mais forte nas escolas de pequenos municípios da região Norte que ao adotarem esses livros não conseguem se identificarem no contexto histórico. Conforme Lima (1995, p.3)
O que se percebe, ao analisar os livros didáticos adotados, é que, além de não abordarem aspectos relacionados com a realidade do aluno, com a sua História Local e com os aspectos mais gerais da sociedade, o conteúdo é apresentado na perspectiva de algo pronto e acabado, que o aluno tem apenas que captar, numa atitude de passividade e acomodação. Não há perspectivas da realização de um trabalho, via livro didático, que incentive o exercício de reflexão crítica e a participação do aluno como sujeito histórico. (Lima, 1995, p.3)
Essa simplificação do contesto histórico pelos livros didáticos também é observado por Araújo (1996). "a necessária simplificação dos conteúdos, quase sempre resulta em vulgarização do saber que é distorcida a partir de uma linguagem simplória, quase sempre apresentada nos parâmetros de uma narrativa factual" (Araújo, 1996:62).
Lajolo (1996). Aponta o poder do livro didático e destaca a sua influencia na determinação de conteúdos a serem estudados sem uma prévia analise do contesto Local. Segundo Lajolo. "A precaríssima situação educacional faz com que ele acabe determinando conteúdos e condicionando estratégias de ensino, pois, de forma decisiva, o que se ensina e como se ensina o que se ensina". (Lajolo, 1996, p. 7)
Mesmo sendo o professor responsável pela escolha do livro didático, o mesmo nem sempre atende as necessidades de públicos-alvo tão distintos, sendo então dever do professor encontrar soluções que amenizem essas fragilidades, mas para isso o docente tem de estar preparado não só na escolha como no uso do livro didático, coisa que vai depender de sua formação e pratica docente.
Além da escolha do livro é de extrema importância que o currículo escolar também seja elaborado pela escola em seu conjunto, atendendo aos requisitos da base comum como também as peculiaridades e especificidades locais e regionais.
Muitos professores se queixão dos livros alegando que os mesmos não são os mesmos que eles adotaram, sendo que muitas vezes nem a segunda opção é a que vem para as escolas, fazendo com que a escola trabalhe esses livros sem os mesmos terem sido escolhidos, maquiando a autonomia da escola e de quem compõe a escola.
Assim os professores para compensar as falhas dos livros, buscam outros meios para trabalhar determinados conteúdos não contemplados pelo livro e entre esses conteúdos esta quase sempre a História Local, onde para que essa temática seja abordada de forma eficiente o professor deve fazer uso de outras fontes de pesquisas entre elas estão às fontes históricas, muito importantes e necessárias ao entendimento da História não só na esfera local como também na esfera nacional.
Porem, nem sempre os professores dominam as técnicas de trabalhar com essas fontes, justamente pelo fato de nem todos deterem os saberes específicos sobre a disciplina em questão.


2.3 A História Local dentro do Currículo Escolar Unificado do município de São Domingos do Araguaia - PA.

Os Parâmetros Curriculares denominam e expressam a História Local como História Local e do Cotidiano, e nesse eixo temático destaca-se os conteúdos para os primeiros ciclos do Ensino Fundamental, orientando que seja enfatizado no contexto curricular da escola as distintas histórias pertencentes ao local onde o aluno vive dimensionado em diferentes tempos. Assim os docentes devem ser conhecedores desse contesto histórico para que se possa oferecer um ensino mais significativo e proveitoso.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação também enfoca o caráter local em seu Art. 26.
Art. 26 ? Os currículos do Ensino Fundamental e Médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.

A seguir temos o trecho correspondente à parte destinada a disciplina História na Tabela de Eixos e Conteúdos destinados ao ensino fundamental de nove (nove) anos do Plano Municipal de Educação do município de São Domingos do Araguaia:


HISTÓRIA Povos indígenas do Brasil: quem eram como viviam, de onde vieram, a administração colonial português na América, a escravidão e o mundo rural, enfoque na cultura afro descendente, a crise do sistema colonial, movimentos emancipacionistas, inconfidência Mineira, conjuração baiana, revolução de 1817, a independência das colônias espanholas na América, a emancipação política e a consolidação do estado brasileiro, rebeliões regenciais, Cabanagem, Farroupilha, Sabinada, Balaiada, Praieira, Confederação do equador, Segundo Reinado, transformações socioeconômicas, a formação da economia cafeeira, industrialização e urbanização, Primeira República, coronelismo, política dos governadores, política café-com-leite, revolução de 1930, o Estado Novo: ditadura e populismo, a república no regime militar, processo de redemocratização, a nova república, o Brasil e a globalização, história do Pará, a fundação de Belém, populações indígenas, Amazônia/Pará, primeiro ciclo da borracha e a formação dos primeiros seringais, segunda guerra mundial e o segundo ciclo da borracha, o golpe de 64 e a introdução da pecuária no Acre, movimentos sociais de resistência no Pará, a Guerrilha do Araguaia, o Pará atual.
Fonte: Secretaria Municipal de São Domingos do Araguaia ? PA.

Como se pode notar na no corte da tabela acima, o conteúdo de História não contempla a temática da História Local e do Cotidiano sugerido pelos PCN´s, citando apenas alguns pontos da História do Pará que na maioria das vezes não é trabalhado pelo fato do currículo ser muito extenso e quase nunca ser possível contemplar todo o conteúdo. Cabe então ao professor inserir essa temática na sua pratica docente, sendo que quando isso não é feito o aprendizado dos alunos pode não surtir os resultados desejados gerando uma aquisição de conhecimento histórico desprovido de significado e sem relação com a realidade do aluno.
Como o município adota o Currículo Unificado, e esse currículo na sua construção não inseriu a participação dos professores, onde apenas foi transcrito de modelos da matriz curricular sugerida por órgãos reguladores da educação sem nenhuma preocupação em valorizar a cultura local, onde Fonseca afirma que "os programas curriculares cumprem a tarefa de universalização do saber, difundido conhecimentos até certo ponto padronizados, definidos e selecionados na esfera competente ? os especialistas das Secretarias de Educação." (Fonseca, 1993, p. 65). Assim o currículo se torna uma proposta linear e desprovido da participação dos professores e da interdisciplinaridade uma vez que sua linearidade acaba dificultando a interação de outras disciplinas com temas afins pelo simples fato do conteúdo poder ser trabalhado em uma ordem diferente da ordem linear do currículo o tornando tradicional e fechado.
Porem hoje o currículo tem um importante papel no processo educativo onde nele deve ser inserido o contesto cultural e histórico buscando a formação da identidade dos estudantes que através desse caminho resgatam e valorizam suas origens e compreendem melhor o contesto social ao qual fazem parte.
Severino (2002, p. 72) afirma que "a educação é uma prática social e política cujas ferramentas são elementos simbólicos, produzidos e manuseados pela subjetividade e mediados pela cultura". Omitir esses fatores do currículo escolar é um erro que pode acarretar prejuízos ao aprendizado dos alunos e definhar o processo de construção do conhecimento tornando a aprendizagem algo sem sentido e sem significado.


3. Indagações feitas para professoras com formação no Magistério e atuando na rede municipal de ensino.

Dez professores da rede municipal de ensino foram questionados algumas questões relacionadas com a sua Formação e Prática Docente, essas indagações foram realizadas durante o mês de outubro do corrente ano durante onde em uma conversa informal elas foram questionadas.
A 1ª pergunta foi qual seria a opinião deles a respeito do curso de magistério e se esse lhes proporcionou a formação necessária para seu bom desempenho como educador. Foi quase unanimidade concordarem com o fato do curso não ter preparado elas plenamente para trabalharem com a História Local, não orientando o professor a partir do cotidiano do aluno a estudar sua história, a história da família, etc. Mas essa orientação veio sem a instrumentalização necessária. Em resumo, teoria sem prática. oito das professoras atribuem ao seu esforço pessoal à base que possuem para exercer o magistério. Segundo eles, foi através de um estudo independente, após a conclusão do curso, que conseguiram superar a ausência de um conteúdo mais voltado para a realidade do professor na sala de aula. Mesmo aqueles que afirmaram que o magistério havia lhes preparado de forma satisfatória, acabaram entrando em contradição em seguida, alegando falta de habilidade para lidar com turmas heterogêneas com diferentes níveis de conhecimento e de diferentes localidades, uma vês que um número considerável de alunos vão e vem de outras regiões e cidades.
A 2ª pergunta foi sobre o ensino de História nas séries iniciais, e sobre suas dificuldades nessa tarefa. Dentre muitos fatores, surgiram alguns fatores como o despreparo, falta de conhecimentos metodológicos, falta de cursos apropriados para formação e capacitação do profissional. Algumas reclamaram da falta de orientação dentro da própria escola e por parte da Secretaria Municipal de Educação.
A 3ª indagação foi a respeito de como elas encaravam os desafios de se capacitarem para obterem uma elevação no nível de formação. Das dez seis estavam cursando licenciaturas em diferentes áreas, mas nenhuma em História pelo fato desse curso não ser oferecido nas universidades publicas da região e na época que elas ingressaram na faculdade nem as particulares ofereciam essa licenciatura. As outras quatro já tentaram vestibular mais de uma vez, porem, não obtiveram êxito e acabaram desistindo e não tentando mais.
A 4ª pergunta norteava sobre o papel do livro didático nas aulas de história e se o mesmo atendia as aos anseios delas como professoras. Todas mencionaram que o livro tem destaque nas aulas, pois às vezes é o único material de pesquisa disponível, porem algumas acabou confessando que pela falta de conhecimento sobre a disciplina o livro acabava sendo uma espécie de muleta, e que nem sempre se conseguia dar o conteúdo todo do livro. Outras responderam que apesar das dificuldades elas buscavam outros meios que não fossem a penas o livro pra poder explicar melhor o conteúdo a ser ensinado.
A 5ª pergunta era relacionada à elaboração do currículo escolar e qual seria a contribuição delas na construção desse currículo. Segundo elas o currículo é feito pela Secretaria Municipal de Educação, sendo que pelo menos elas não participaram do processo e o conteúdo do currículo é imposto a todas as escolas do município e passa muito tempo sem modificações.
A 5ª e ultima pergunta levantava o questionamento sobre os métodos que utilizam para ensinar a História do município. Para todos eles essa foi à questão mais difícil, pois eles próprios admitem que não tenha conhecimento adequado sobre o assunto e que se limita a comentar sobre a origem do nome da cidade, sobre algumas datas comemorativas, vultos e sobre a guerrilha do Araguaia e nada mais. Para ensinar a História do município, muitos marcam pesquisas sobre a cidade, cujo material invariavelmente é o mesmo e que não apresenta nenhum dado significativo. Utilizam também jornais, revistas, fotos e entrevistas com familiares e vizinhos. Uma professora resume sua dificuldade em trabalhar a História do município com a seguinte exclamação: "Falta registro!"
A pedido das professoras não foi feita a identificação das mesmas, pois havia um certo temor de algum tipo de retaliação por parte do gestão municipal, uma vez que algumas delas são contratadas temporariamente e a sua exposição poderia segundo elas prejudica-las de alguma forma.
Mediante aos questionamentos e indagações feitas a essas professoras que representam a grande maioria dos docentes atuando nas series iniciais do ensino fundamental, fica clara a fragilidade que se encontra o ensino de História nesse município tanto no âmbito regional como nacional. Fica também exposto a garra e a fibra dessas professoras que mesmo diante das dificuldades elas buscam na medida do possível superar os obstáculos e tentam promover um ensino conforme as limitações das mesmas.








NOTAS CONCLUSIVAS.

Diante da investigação e da analise dos dados até o momento expostos, pode-se concluir que realmente os fatores mostrados podem influenciar de maneira nociva na aprendizagem dos discentes além de fragilizar o ensino da Historia Local dificultando os jovens a encararem o processo histórico como algo significativo e ligado diretamente ao seu contesto local.
Percebe-se ainda que as politicas públicas a nível municipal ainda precisam ser muito melhoradas e varias ações devem ser dirigidas no ensino fundamental do município para tentar melhorar os problemas identificados na atuação dos docentes e a formação dos mesmos, para que a educação atual não caia em um antigo erro dos governantes de achar que o preparo pedagógico não tem importância, e de que "quem soubesse fazer, saberia automaticamente ensinar". (Masetto, 1998, p. 11)
Deve-se ainda buscar uma melhor escolha dos livros didáticos e demais materiais de pesquisa como a escolha e a interpretação das varias fontes históricas disponíveis contribuindo para a elaboração, entendimento e construção da História Local, para que o livro didático não seja a única ferramenta de pesquisa existente para professores e alunos, e que a pesquisa seja algo realmente utilizado pelos alunos aguçando a sua curiosidade e a ânsia de aprender. Para Freire:
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses quefazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, contatando intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade (FREIRE, 1999, p. 32).

É preciso ainda que o Currículo Escolar seja reconstruído pela comunidade escolar levando em consideração temas e conteúdos significativos que aumentem a motivação e consequentemente a aprendizagem do aluno através do uso de novas linguagens no processo de ensino e aprendizagem tornando esse processo prazeroso e estimulante para que a escola consiga cumprir seu papel de instituição formadora do saber sistematizado e para que os alunos ultrapassem os muros da escola como verdadeiros cidadãos aptos a conviverem em sociedade.
Segundo Moreira e Silva (1995, p. 7).

O currículo há tempos deixou de ser uma área meramente técnica, voltada para as questões relativas a procedimentos, técnicas, métodos. Já se pode falar agora em uma tradição crítica do currículo, guiada por questões sociológicas, políticas, epistemológicas.


Partindo do pressuposto de que tudo que se seleciona para ensinar deve fazer sentido ao universo do aluno, o currículo deve ser elaborado com o intuito de cumprir esse pressuposto, concordando com Forquim (1993, p. 144) quando afirma que "´(...) é necessário que o que se ensina valha a pena".
Em relação às indagações feitas para as professoras formadas no magistério e atuando na docência das séries iniciais do ensino fundamental, constata-se claramente que boa parte desses profissionais sabe de suas limitações e admitem não estarem preparados de forma efetiva para lecionarem História seja no contesto local como nacional. Infelizmente ainda se nota resquícios de coronelismo onde a troca de favores e o emprego como moeda de voto ainda paira nas pequenas cidades do Brasil.
Esses fatos e relatos indicam que medidas sérias devem ser tomadas no sentido do incentivo a Formação continuada e a valorização do professor pode mudar esse quadro lastimável que se encontra o ensino da História Local no município de são Domingos do Araguaia que infelizmente não é só nessa cidade e sim em muitas outras desse Brasil tão diverso e plural.
Assim, as esferas federal, estadual e municipal tem muitos desafios a serem vencidos para em fim o Brasil poder gozar de uma educação verdadeiramente de qualidade. No caso de São Domingos do Araguaia, professores e alunos podem e devem tomar iniciativa cobrando das autoridades melhorias na educação e ainda podem buscar novas formas de conhecer a sua realidade local valorizando, respeitando e conhecendo a sua história.









































4. REFERÊNCIAS

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_______. Capitalismo e cidadania nas atuais propostas curriculares de História. In: BITTENCOURT, C. (org.) O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1998.
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FONSECA, Selva Guimarães. Caminhos da História Ensinada. Campinas, SP: Papirus, 1993.

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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 12. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

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