Capital de giro são recursos que as empresas mantêm em caixa para atender suas necessidades operacionais imediatas, como por exemplo, negociar preços melhores com os fornecedores ou aproveitar uma oportunidade de negócio vantajosa, pagar salários e tarifas publica. Fazem parte do capital de giro os recursos em caixa, aplicações financeiras, estoques e duplicatas a receber.

O capital de giro precisa de acompanhamento permanente, pois está continuamente sofrendo o impacto das diversas mudanças enfrentadas pela empresa. Já o capital fixo não exige atenção constante, uma vez que os fatos capazes de afetá-lo acontecem com uma freqüência bem menor. Boa parte dos esforços do administrador financeiro típico é canalizada para resolução de problemas de capital de giro constituídos por formação e financiamento de estoques, gerenciamento das contas a receber e administração de déficits de caixa. Nesta luta para sobreviver, a empresa acaba sendo arrastada pelos problemas de gestão do capital de giro e tende a sacrificar seus objetivos de longo prazo. Os empresários conhecem bem este fenômeno. Boa parte de seu tempo é consumido apagando incêndios, onde o foco mais perigoso reside no capital de giro.

O capital de giro é extremamente importante para as empresas, haja vista que é com estes recursos que a empresa manten-se em funcionamento no curto prazo. Caso a empresa não administre corretamente os itens que fazem parte do capital de giro, poderá levá-la a uma situação de insolvência.

Como acontece no trato de muitos outros problemas, a ação preventiva tem um papel importante para a solução dos problemas de capital de giro. A principal ação consiste na formação de reserva financeira para enfrentar as mudanças inesperadas no quadro financeiro da empresa. A determinação do volume dessa reserva financeira levará em conta o grau de proteção que se deseja para o capital de giro. Uma análise do tipo o que aconteceria ao capital de giro poderia ser bastante útil para se formular a estimativa do volume da reserva financeira. À primeira vista, poderia soar antieconômico a formação de uma reserva financeira, já que esta decisão tiraria recursos financeiros que de outra forma deveriam ser aplicados no investimento em ativos fixos de modo a permitir a expansão da empresa.

Freqüentemente, os problemas de capital de giro surgem como conseqüência de uma redução de vendas. Neste caso, o administrador financeiro se defronta com questões como manter o capital de giro sob controle diante de um quadro de redução das vendas e o que pode ser feito para evitar uma crise maior de capital de giro.

O efeito tesoura é o crescimento e o decréscimo continuo do capital de giro de uma empresa, uma má administração leva a esse efeito.

Uma empresa entra no efeito tesoura quando em uma série de exercícios sociais seguidos o Investimento operacional em giro é maior do que o capital permanente liquido, levando conseqüentemente a um saldo negativo de tesouraria.

É de suma importância acompanhar a evolução do saldo de tesouraria, a fim de evitar que permaneça constantemente negativo e crescente. Caso o autofinanciamento (lucros) de uma empresa não seja suficiente para financiar o aumento de sua necessidade de capital de giro, seus dirigentes serão forçados a recorrer a fundos externos, que podem ser empréstimos de curto ou longo prazos e/ou aumento de capital social em dinheiro. Caso esses fundos não possam ser obtidos, essa empresa terá sua própria sobrevivência ameaçada

A necessidade de capital de giro é função do nível de atividade de uma empresa. Seu aumento tanto pode ocorrer em períodos de rápido crescimento como também em períodos de queda nas vendas. O saldo de tesouraria se tornará cada vez mais negativo com o crescimento das vendas, caso a empresa não consiga que seu autofinanciamento cresça nas mesmas proporções do seu crescimento da necessidade de capital de giro. Esse crescimento negativo do saldo de tesouraria é que denominado efeito tesoura.

O efeito tesoura ocorre quando a empresa financia a maior parte da necessidade de capital de giro através de créditos de curto prazo. Nesse caso, o saldo de tesouraria se apresenta negativo e crescendo, em valor absoluto, proporcionalmente mais do que a necessidade de capital de giro. O acompanhamento cuidadoso do Saldo de Tesouraria, observado sob o prisma do grau de alavancagem operacional e financeira, dará ao empresário uma medida adequada de como e quanto se endividar. Nem sempre o crescimento das vendas é um movimento sadio, nem sempre a queda nas vendas é um movimento pernicioso. Tudo depende da relação entre a variação da necessidade de capital de giro sobre as vendas, bem como do autofinanciamento sobre as vendas.