A Profecia e os Profetas da Época do Exílio

...e a Lista dos Livros Deuterocanônicos.

Uma Analise Crítica Textual

Pastor George Emanuel

Introdução:

As deportações para o cativeiro ocorreram em três etapas, sendo que os deportados foram divididos por funções e classes sociais. Por fim o resto do povo foi levado para as margens do rio Quebar- Cobar (Tel Abib). Os deportados perderam terra, cidade/muros, palácio, templo/altar, culto/sacerdote, rei e o projeto em torno da monarquia. O povo passou a viver guiado por ideologias estranhas ao estilo de vida anterior, incluindo a astrologia como ideologia religiosa dominava e direcionava as práticas da fé. Este e tantos outros fatores, como a fome e a miséria, fortaleceram a idéia de que Javé havia abandonado o seu povo. Durante esse período, surge Ezequiel, sacerdote que procurou organizar o povo em pequenos grupos posteriormente chamados de sinagogas em que utilizava meio oral e escrito para recordar o período do Tribalismo e encorajar o povo numa perspectiva de libertação. A profecia de Ezequiel (e aqui mistura-se o sacerdote com o profeta), consistia basicamente no testemunho e na convicção de que dias melhores haveriam de vir e: "surgirá novos céus e nova terra". Denunciou os "filhos de Israel", os sacerdotes, os profetas do rei, os juízes e tantos outros que estavam submissos aos projetos totalitários e dominadores. Seu anúncio girava em torno da proposta de que "Javé reunirá o seu povo" (11: 14-18)"dará um coração novo e um espírito renovado" (11: 19-21 e "ressuscitará o povo" (37: 1-14. No entanto, para isso exige do povo mudança de coração e de mentalidade, que consiste na tomada de consciência, para através das organização alcançar a libertação. Durante o período de exílio temos notícia de mais dois profetas. Isaias Segundo, que atuou no final do exílio, e anunciava Javé como único e verdadeiro Deus e propôs o resgate do êxodo como forma alternativa de libertação. A elaboração do texto de Gênesis certamente é desse período.

1. Os profetas e os Sacerdotes: Para entender-se esta relação dos profetas e dos sacerdotes torna-se necessário conduzirmos o contexto histórico até uma época bem definida, como a seguir. Com a queda do Reino de Judá, inicia-se um capítulo bem novo na história do povo judaico. Os judeus se tornaram um povo exilado, povo sem terra e sem governo, mas com grandes tradições espirituais e com determinação inflexível de viver independente. Isso naturalmente tinha que imprimir um cunho especial às formas de criação espiritual judaica. Mesmo depois de uma parte dos exilados ter retornado ao seu antigo lar, Judá permanecia uma província do império persa.

O exílio havia introduzido profundas modificações também nos costumes religiosos. Só agora que realmente se realizara a exigência de Deuteronômio a respeito da abolição dos santuários locais e a centralização do culto de sacrifícios em Jerusalém. A sinagoga que surgira na época do cativeiro babilônico vinha sendo substituída cada vez mais pelo templo. Assim sendo, o sacrifício como forma de serviço religioso também foi sendo substituído pela oração. Em torno da sinagoga formara-se a congregação religiosa, que ia progressivamente tomando o lugar de comunidade num Estado independente. Os potentados persas, que olhavam com suspeita qualquer vestígio de poder mundano e autonomia políticos em Judá, favoreciam intencionalmente as ambições dos sacerdotes, reconhecidos como os únicos representantes da coletividade judaica. A influência sacerdotal deixa-se, portanto, sentir até na vida espiritual. Esse fato encontra a sua evidente manifestação no livro da Lei, introduzido por Esdras e Neemias, como forma de vida da comunidade judaica de Jerusalém, e que se tornara o componente mais importante do nosso Pentateuco atual. Esta última camada do Pentateuco, comumente denominada de Código Sacerdotal, distinguiu-se muito, tanto pelo estilo como pelo conteúdo, das fontes mais antigas, especialmente do Jehovista e Eloista.

A camada do Código Sacerdotal, que abrange, sobretudo a segunda parte do Êxodo, exceto alguns capítulos e o Gênesis, a íntegra de Levítico e a maior parte de Números, interessa-se bem pouco pela história do povo judaico, preferindo tratar de assuntos relacionados ao rito, as leis, e preceitos atinentes aos sacrifícios, deveres e privilégios dos sacerdotes. Os autores do Código Sacerdotal também encaram as tradições do povo sob o aspecto da cronologia e da linhagem ao invés das tradições. O registro do código, característico,atropela a narrativa em si e apega-se por exemplo a indicaçãoda data quando começou o dilúvio: "No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês". Ou o registro do dia em que cessou ou as medidas da arca de Noé: "De trezentos côvados o comprimento da arca, e de cinqüenta côvados de largura e trinta côvados de altura". O lugar central ocupa na camada do Código Sacerdotal a descrição do Tabernáculo, o protótipo ideal do templo. O Código Sacerdotal dá uma impressão imponente, pela sistemática, mas é cansativa a narrativa pelo tratamento pormenorizado da genealogia e da cronologia. A queda do reino enfraqueceu grandemente o interesse pelos acontecimentos históricos. É significativo que as grandes coletâneas históricas, como Reis e Crônicas, terminam a histórias do povo judeu com a destruição de Jerusalém. Possuímos, é verdade, ainda antes do início do período do segundo templo, excelente material histórico nas memórias de Esdras e Neemias. Isto, porém, nada mais constituiu que um episódio, e foi com o levante dos Hasmoneus que despertou novamente em Judá o interesse pelos problemas e eventos históricos. (Daniel, Livro dos Hasmoneus e outros). Ainda na época do exílio, também pode a profecia apresentar uma porção de vultos consideráveis. De um modo geral, porém, a atmosfera de domínio estrangeiro não foi terreno propício para a inspiração profética, e a tradição judaica considera Ageu e Zacarias (atuaram em 515 – 520) como os últimos profetas. O manancial profético nem agora secou de todo, mas não se tem mais ânimo de falar em próprio nome, e na maior parte contentam-se apenas com suplementos e apêndices às palavras dos profetas antigos. A figura mais relevante do tempo do cativeiro babilônico é sem dúvida o profeta da consolação, o autor de Isaias 40-55 (o "grande anônimo" ou "Isaias Segundo") Se os profetas antigos vislumbravam a aproximação da desgraça e a catástrofe nacional, Isaias já deixava a catástrofe atrás de si, e se considera por isso, o mensageiro da redenção e do consolo. Se os profetas anteriores atuaram principalmente em praça pública, o profeta Isaias dedicava-se a congregação religiosa de um círculo restrito de correligionários. Falta-lhe por esse motivo, o tom severo da repreensão. Ele não luta contra o mundo de inimigos como Jeremias, mas vem, ao contrário, com a missão de fortalecer os fracos, e levar ânimo aos corações desesperados. Depois, as grandes vitórias de Ciro e a desintegração do império babilônico, impressionaram profundamente o profeta e sem dúvida toda a sua geração. Isaias II via nesses históricos acontecimentos universais, o dedo do Senhor. E Ciro era enviado de Deus, para libertar o povo de Israel. O monoteísmo permanece como meta. A idéia de um único Deus, Todo Poderoso, que domina o mundo e realiza o seu desígnio na história, em parte alguma é apresentado com tanta clareza e coerência como nos versos dos profetas e em particular em Isaias 40 a 55. Os sacerdotes tiveram seu mérito durante toda a história bíblica, mas em particular sendo reservados ao rito e à Lei, enquanto que os profetas representavam a palavra de Deus, muito mais junto ao povo, como alento e arauto. Os profetas se solidarizavam com umpovo de agricultores subdesenvolvidos em meio a um contexto de desagregação social, enquanto que os sacerdotes não menos em importância cuidaram de manter vivas as chamas dos rituais, dos sacrifícios. Mas como já se disse acima, tratando de manter privilégios, sem perder competência funcional nos rituais e nas celebrações, bem como a autoridade sobre os templos.

2. Os músicos e os profetas: No livro de 1 Crônicas 6:32, encontramos que o ministério da música desenvolvido pelos cantores levitas foi uma ordem expressa de Deus. Diz o versículo 32: "Ministravam diante do tabernáculo da tenda da Congregação com cânticos, até que Salomão edificou a casa do Senhor em Jerusalém; e exercitavam o seu ministério segundo a ordem prescrita." Outra passagem que menciona a organização de um ministério de música, encontra-se também em 1 Crônicas 25:1, que diz: Davi, juntamente com os chefes de serviço, separou para o ministério os filhos de Asafe, de Hemã e de Jedutum, para profetizarem com harpas, alaúdes e címbalos..." Davi, obedecendo a uma ordem divina , dividiu os músicos a partir de suas famílias. O texto diz que os filhos estavam sob a direção dos respectivos patriarcas (V. 6) e que todos eles eram mestres (V. 7). Desta passagem podemos abstrair que há evidência de uma hierarquia que se inicia em Deus para Davi e de Davi para os três chefes de família e em seguida dos chefes de família para seus filhos. E também que todos eram separados para o ministério e que todos eram preparados tecnicamente para o serviço de louvor a Deus. É interessante notar que nesta passagem "os músicos profetizaram com harpas..." O canto de louvores a Deus é aqui chamado de profecia. Esta idéia dos levitas serem uma espécie de profetas é reforçada em Ex. 15:20 (A profetiza Miriã, irmã de Arão, tomou um tamborim, e todas mulheres saíram atrás dela com tamborins e danças...") e em Sm. 10:5 (...encontrarás um grupo de profetas que descem do alto, precedidos de saltérios, tambores, flautas e harpas, e eles estarão profetizando). Quando os cantores cantaram com júbilo, Deus realizou grandes milagres. Um exército numeroso e cruel se vê totalmente confuso, por causa daqueles que cantavam e celebravam a deus uma vitória por antecipação. Esses cantores eram levitas. Sacerdotes dispostos a ir a guerra. Suas músicas eram verdadeiras e poderosas armas de guerra contra o inimigo. Eram servos conscientes de seus ministérios, totalmente comprometidos com o seu Deus. Os levitas eram encarregados pelo tabernáculo, pela música e viviam em constante comunhão com Deus. Para isso, eram separados para um ministério específico, porque atraíam a presença de Deus para o meio do povo. Há um exemplo maravilhoso em 2 Reis 3: 15, quando o profeta Eliseu foi consultado pelo rei Josafá: "... Agora trazei-me um músico! Enquanto o músico tocava, a mão do Senhor pousou sobre Eliseu."

3. Os profetas e os Reis: Se buscarmos analisar uma cronologia bíblica, iremos constatar a importância de alguns profetas durante o reinado dos reis de Israel e de Judá, mais em particular na vida daqueles que foram maus aos olhos do Senhor. Assim é que dos 47 capítulos dos livros de Reis, pelo menos 22, são dedicados a relatos em que profetas como Aias de Silo, Elias, Eliseu, Miquéias, filho de Iimlá e Isaías, ocupam parte de destaque. Há autores, porém que acrescentam ainda que Samuel teria escrito Juízes e o próprio livro de Samuel teria sido complementado após a sua morte por profetas como Gade e Natã. É bom ressaltar que é a partir dos profetas propriamente ditos que convém ler os livros chamados "históricos". Prosseguindo na cronologia os livros escritos pelos profetas do Antigo Testamento abrangem três períodos bem distintos:

·O período desde a divisão do reino até a decadência do norte (até por volta de 721 a.C.)

·O período desde a divisão até a queda do reino do Sul (entre 597 e 587 a. C.).

·O período do exílio na babilônia (aproximadamente entre 587 e 539 a.C.). Com a ascensão de Jeroboão ao norte, dividindo o reino em Israel e Judá, começam a surgir os profetas que se entregaram às profecias nos dois reinos.

I.A Profecia e os Profetas.

a.O profeta Aias entrou em cena trazendo uma palavra de Deus sobre o reinado de Salomão. Procedente da cidade de Silo, ele vai falar a Jeroboão, que estava à frente de tudo. Conhecia a realidade sofrida do povo e o preço que o povo pagava para manter toda a corte. Cada tribo cuidava da mesa do rei por um mês. Jeroboão conhecia o que se passava nos bastidorese revoltou-se contra o rei. Não era este o sistema que Deus Havia previsto para o seu povo. "Eis que vou arrancar o reino das mãos de Salomão..., pois ele me abandonou..., e não andou nos meus caminhos, fazendo o que é reto aos meus olhos" se queixa javé pela boca do profeta (1 Reis 11: 31-33). Jeroboão tenta mudar o sistema e isso lhe custou caro. Salomão reagiu e procurou mata-lo e Jeroboão teve que fugir para o Egito e ficar lá até a morte de Salomão (1 Reis 11:40). Através desses fatos da história, Deus foi mostrando que projeto de vida e de sociedade Ele queria. Jeroboão, porém, não foi bom aos olhos do Senhor, construindo bezerros de ouro e incentivando a idolatria no Altar, além de nomear para sacerdotes, pessoas que não eram levitas. É exatamente Aiasque prediz a ruína da casa de Jeroboão, por causa de sua idolatria.

b.O profeta Semaías falou ao rei Roboão e aos seus 180000 soldados, para não guerrear contra as dez tribos de Israel dissidentes, seguidoras de jeroboão: "Assim diz o Senhor" (esta é a formula do mensageiro que lhes davam autoridade e respeito, para falar ao povo em nome de Deus. Quando o mensageiro do Senhor abria a sua boca e iniciava a pregação com essas palavras, o povo não questionava, nem as verdades que elas continham e muito menos a autoridade de quem as pronunciava, porque não era o homem que falava de si para o povo, mas o próprio criador que falava aos homens através de seus servos): "Não subireis, nem pelejareis contra vossos irmãos, os filhos de Israel; cada um volte para sua casa, porque Eu é que fiz isto. E, obedecendo às palavras do Senhor, todos voltaram às suas casas como Este lhes ordenara". (1 Reis 12:24). Neste tempo reinaram Roboão, Abias e Asa, respectivamente, período em que Sisaque, rei do Egito, invadiu Judá e tomou os tesouros do templo e do palácio do rei (1 Reis 14: 25-28 e II Cr. 12: 1-24).

c.O profeta Ido no contexto da separação recente dos reinos e tendo ficado Jeroboão com as tribos do norte, está citado como autor de um livro pelo menos em 2 Crônicas 9:29, quando se refere a morte de Salomão, o cronista faz constar que os atos de Salomão, não estão no livro de história de Natã ...E nem nas visões de Ido. Em 2 Crônicas o cronista exclui os atos de Roboão também dos escritos de Ido e 2 Crônicas 13:22 refere-se aos atos de Abias que teriam sido contados pelo profeta e vidente. Em vários pontos da literatura "A História do profeta Ido", apesar de citado pelo cronista é considerado como livro inexistente, pelo cânon sagrado.

d.O profeta Elias surge exatamente quando havia dominação e imposição de falsos deuses e o rei Acabe buscava enfraquecer o Javismo, em favor do Baalismo. Elias, durante o seu período como profeta fez uma longa caminhada e após ter anunciado uma seca terrível, esconde-se em Querite por ordem de Deus. Quando o riacho secou Elias para Sarepta, território da Sidônia, onde revitalizou o filho da viúva (1 Rs 17: 7-254). Elias se encontrou com o rei Acabe no Monte Carmelo e desafiou os profetas de baal desmascarando-os diante do povo, que os executaram na torrente de Quison (1 Rs 18: 40). Ameaçado pela rainha Jezabel, filha do rei dos Sidôneos e que tinha seu modo próprio de adorar a baal e impôs esta forma ao povo pobre e desinformado, Elias foge novamente, desta vez para Bersabéia e depois para o Monte Horebe, onde ungiu Hazael como rei de aram e Jeú como rei de Israel. Em Abel-Meula lança o manto sobre Eliseu a quem tinha escolhido para ser profeta em seu lugar (1 Rs 19: 8-18). Em Jezrael repreende Acabe por querer tomar a vinha de Nabot, o israelita morto depois de acusado falsamente por Jesabel (1 Rs 21: 18-26) De Guilgal sai acompanhado por Eliseu, passa por Betel e Jericó, atravessa o rio Jordão e é arrebatado ao céu por uma carroça de cavalos de fogo. Elias procurou recuperar o Javismo e destruir o baalismo. Para isso, buscou critérios para propor as mudanças e elaborar os seus argumentos a partir da experiência que o povo viveu. O principal conflito enfrentado pelo profeta Elias se dá num contexto em que o rei, juntamente com a elite dominadora incentivava a crença no deus baal para dominar e desviar a atenção do povo. Paralelamente este povo vivia pobre e explorado, mas ainda acreditando no Deus Javé, que os libertou do Egito e conduziu à terra do leite e mel. Nesse sentido, o profeta Elias, procurou testemunhar o Deus Javé, denunciar os falsos deuses, com seus falsos projetos e anunciar dias melhores, onde a solidariedade era o critério máximo de organização do povo.

e.O profeta Eliseu foi ungido por Elias para dar continuidade a profecia por ele iniciada. O contexto histórico e social continua sendo o mesmo e os conflitos giram em torno da desigualdade social, do uso indevido dos bens públicos e da corrupção do rei. O povo pobre e explorado não tem condições de sair da crise sem ajuda de nenhum endividou, o que aumenta em muito a importância do papel do profeta nesta relação desigual entre os ricos e os pobres. Os acontecimentos entre o tempo de Elias e de Eliseu recordam a libertação do povo da escravidão egípcia (2Rs. 2:8), constituindo-se numa retomada da caminhada do povo para encorajar e fortalecer a luta contra os projetos de morte e escravidão. Os textos bíblicos que falam de Eliseu, narram a prática do profeta em defesa do projeto igualitário de Javé. Ao mesmo tempo, querem mostrar a força da profecia diante da corrupção, assim aparece a intervenção do profeta junto à natureza, por meio de Javé.IsaiasIsaías foi um grande profeta, que viveu em Jerusalém até o ano 700 a.C.. Vivendo a política de Judá a partir de dentro e estando ligado às cortes intelectuais do país, em sua época, Isaías pode falar e escrever com erudição e profundidade sobre o mistério de Deus e sobre a realidade humana. Nascido em Jerusalém, de família nobre, era casado e tinha pelo menos dois filhos, aos quais deu nomes proféticosA partir de sua primeira visão do Templo (740 a.C.), responde ao chamado de Deus (Is 6:8), e aceita a difícil missão de profetizar, atacando o luxo e os abusos sociais (Is 1:5). Embora a este profeta pré-exílico se atribuam somente os primeiros trinta e nove capítulos do livro de Isaías, a tradição e os estudiosos reconhecem sua liderança literária e teológica entre todos os profetas. Com sua vida e pregação inspirou os seus discípulos, surgindo então uma "escola isaiana" (A Escola de Isaias).

f.O Profeta Joel se distingue pela amplitude e vivacidade das descrições que constituem quase toda a matéria de seu livro. Existem também discussões em torno da época em que teria vivido. Mas de pouco se adianta examinar a sua vida, pois se há de chegar às mais desencontradas conclusões. Ao contrário dos grandes profetas, Joel jamais especifica as faltas censuradas por ele, contentando-se com uma exortação genérica: "Voltai a Deus de todo o coração" (2:12). Além disso não quis ficar mencionando rei ou reino, o que provocou a confusão e a sua localização no tempo posterior ao exílio, quando parecem convir melhor as condições sociais e históricas próprias de suas mensagens. Joel conhece a dispersão do povo de Israel entre as nações e descreve sumariamente os seus horrores (3: 1-6). Na sua mensagem já não se dirige aos reis, mas somente aos anciãos (1:2) e aos sacerdotes (1:13). São indícios que mostram que a organização pré-exílica tinha se acabado e que portanto o livro não deve ser dessa época. Importante é o "Dia de Javé", na primeira parte, referencia a um castigo grave, mas transitório. Na segunda parte, com cores sombrias e insistência, refere-se ao castigo dos infiéis.

g.Miquéias completamente comprometido, que ele até quis ir despojado e nu pra fazer com que sua mensagem fosse compreendida (1:8). A profecia de Miquéias produziu um impacto que se estendeu muito além do seu ministério local. Um século depois, sua profecia foi lembrada e citada (Jr 26:17-19), e acontecimentos ocorridos sete séculos mais tarde atestam a autenticidade da profecia de Miquéias (Mt 2:1-6 e Jo. 7: 41-43). Miquéias profetizou, de acordo com sua própria declaração (1:1), durante os reinados dos reis do Sul, Jotão (740-731 a.C), Acaz (731-716 a.C), e Ezequias (716-686 a.C). Visto que ele morreu durante a administração de Ezequias e antes da era que coincide em parte com Manassés (696-642 a.C), uma data entre 704 e 696 a.C parece ser provável.

ð No período entre o início do reino dividido de Salomão (Israel ao Norte e Judá ao Sul) e a destruição do templo, muitos "altos" haviam sido introduzidos em Judá através da influência de Samaria. Isso colocou a idolatria dos cananeus em disputa com a verdadeira adoração no templo do Senhor (1:5). Miquéias mostra como essa degeneração espiritual levará inevitavelmente o julgamento sobre toda a terra. E, embora o rei Ezequias tenha tido uma notável vitória sobre Senaqueribe e o exercito assírio, Judá estava prestes a cair, a não se que a nação se voltasse para Deus, arrependendo-se de todo coração. O Livro de Miquéias é uma profecia acerca do Senhor, que não tem concorrentes no perdão dos pecados e na compaixão pelos pecadores. Sua fidelidade compassiva mantém um concerto com Abraão e seus descendentes. A "excelência do nome do Senhor" (5:4) está caracterizada, bem como a face do Senhor (3:4), seu louvor (2:9), seus caminhos (4:2), seus pensamentos (4:12), sua força (5:4), suas justiças (6:5 e 7:9) e sua conseqüente ira (7:9) e furor (5:15 e 7:18) contra todas as formas de rebelião moral. Na visão de abertura, o Senhor vem desde o templo da sua santidade, para ser testemunha contra o povo (1:2). O fator mais notável no manejo do Senhor da sua causa é quão fundo ele foi para apresentar sua contenda (6:2), até mesmo desejando sentar-se à mesa do réu e deixando seu povo levar qualquer queixa quanto ao modo que o Senhor Deus o tenha tratado (6:3). Além disso, aquele que verdadeiramente se arrepende terá o Senhor como seu advogado de defesa (7:9).

ð Quanto ao profeta Jonas, as questões da data e autoria de Jonas estão profundamente relacionadas. Se Jonas escreveu o Livro o teria, obviamente, datado durante o reinado de Jeroboão II. No início do séc. VIII, cerca de 793 a 753 a.C. Se um narrador escreveu o livro, ele poderia ter sido escrito em qualquer tempo. Como indicado em 2Rs 14:25, Jonas era filho de Hamitai e um nativo de Gate-Hefer, um vilarejo situado a 5 Km em direção ao nordeste de Nazaré, dentro das fronteiras tribais de Zebulom. Profetizando durante o reinado de Jeroboão II e precedendo imediatamente Amós, ele foi um forte nacionalista que estava completamente consciente da destruição que os assírios haviam feito em Israel através dos anos. Jonas achou difícil aceitar o fato de que Deus pudesse oferecer misericórdia a Nínive da Assíria, uma vez que seus habitantes mereciam um julgamento severo. Ele foi o único profeta mandado para pregar aos gentios. Elias foi mandado para Sarepta para morar lá durante uma temporada (1Rs 17:8-10), e Eliseu viajou a Damasco (2Rs 8:7), mas somente a Jonas é que foi dada uma mensagem de arrependimento e misericórdia, para pregar diretamente a uma cidade gentia. Sua relutância em ir pregar estava baseada num desejo de ver seu declínio culminar numa completa perda de poder. Também ele temeu que Deus pudesse mostrar misericórdia, deste modo oferecendo aos assírios a oportunidade de molestar Israel.Deus ama todas as pessoas e deseja compartilhar seu perdão e misericórdia com elas. Israel havia sido encarregado de entregar aquela mensagem, mas, de algum modo, eles não compreenderam a importância dela. Essa falha conseqüentemente levou-os a um orgulho religioso extremo. No Livro de Jonas, pode ser encontrada a semente do farisaísmo no Novo Testamento. Deus pediu a Jonas, o profeta, para levantar-se e ir a Nínive, uma cidade dos temidos e odiados assírios. Sua mensagem é pra ser um chamado ao arrependimento e uma promessa de misericórdia, caso eles respondam positivamente. Jonas sabe que, se Deus poupar Nínive, então aquela cidade estará livre para saquear e roubar Israel novamente. Esse patriotismo nacionalista e seu desdém a que a misericórdia seja oferecida para pessoas que não fazem parte do concerto, induzem Jonas a decidir deixar Israel e "fugir de diante da face do Senhor". Sem dúvida, ele esperava que o Espírito da profecia não o seguisse. Jonas está descontente e de algum modo se convence de que uma viagem a Társis irá livra-lo da responsabilidade que Deus colocou sobre ele. A viagem a Társis logo fornece a evidência de que a presença e a influência do Senhor não está restrita à Palestina. Deus manda uma tempestade para golpear o navio e causar circunstâncias que conduzem Jonas face à face ao seu chamado missionário. Após determinarem que Jonas e seu Deus são responsáveis pela tempestade, e após esgotarem todas as alternativas, os marinheiros atiraram Jonas ao mar. Sem dúvida, Jonas e os marinheiros acharam que esse seria o fim de Jonas; mas Deus havia preparado um grande peixe para engolir Jonas e, após três dias e três noites, o peixe o jogou em terra firme. Novamente, Deus manda Jonas levantar e ir a Nínive para entregar a mensagem de libertação. Desta vez, o profeta concorda relutantemente em fazer a viagem e entregar a mensagem de Deus. Para seu espanto, os habitantes de Nínive, desde a pessoa mais humilde até o rei, se arrependeram e mostraram isso através do jejum cerimonial, vestindo-se de panos de saco e assentando-se sobre a cinza. Até mesmo os animais são obrigados a participar dessa conduta humilde. O coração de Jonas ainda não está mudado, e ele reage com ira e confusão. Por que Deus teria misericórdia de pessoas que abusaram da nação de Israel? Talvez esperando que o arrependimento não tivesse sido genuíno, ou que Deus fosse escolher outra estratégia, Jonas constrói um abrigo numa colina, com vista para a cidade do lado oriente. Lá ele aguarda o dia indicado para o julgamento. Deus usa esse tempo de esperar para ensinar uma valiosa lição a Jonas. Ele prepara uma aboboreira para crescer durante a noite, num lugar que fizesse sombra sobre a cabeça de Jonas. O profeta se regozija na sua boa sorte. Então, Deus prepara um bicho pra comer o caule da aboboreira e a faz secar. Ele, mais adiante, intensifica a situação desconfortável de Jonas, ao trazer um vento calmoso, vindo do oriente, para secar o corpo morto de sede de Jonas. Ele lamenta a morte da aboboreira e expressa seu descontentamento a Deus. Deus lhe responde mostrando a incoerência de estar preocupado com uma aboboreira, mas estar totalmente despreocupado acerca do destino dos habitantes de Nínive, a quem Deus amava.

ð Sobre o profeta Amós, os críticos modernos consideram Amós, e com razão, como o primeiro dos profetas escritores (cf. Am. 1:1 com Os. 1:1 e Is. 1:1). O seu livro, por raros méritos de estilo e de substância, é realmente digno de abrir a inestimável literatura profética de Israel. Acrescentam valor às suas mensagens as humildes origens do profeta e sua vocação, na qual brilha tanto mais intensamente a força do seu espírito sobre-humano. Ò profeta Amós é distinto de Amós, pai do profeta Isaías (Is. 1:1 -os dois nomes são de grafia diferente no hebraico). O livro fornece-nos muitos pormenores sobre sua vida. Natural de Técua, aldeia situada a uns 8 km ao sul de Belém, tirava o seu sustento do pastoreio de rebanhos e do cultivo de sicômoros, cujos frutos seconstituíam em alimento da gente pobre (Am. 1:1 e 7:14). Corriam os tempos dos longos e prósperos reinados de Ozias, em Judá (2 Rs 15:2-5) e de Jeroboão II, em Israel (783-743 a.C.), que davam à nação poder e riqueza de que há muito tempo não gozava. Daí que a própria religião auferia vantagens, pela abundância das vítimas imoladas nos altares e pela pompa dos ritos. Mas ficaram prejudicadas a moral e a piedade sincera, os costumes pioravam, e os israelitas, deslumbrados pela prosperidade, caminhavam alegres e inconscientes para a ruína. Crescia, para infelicidade deles, o poderio assírio. Nesta altura, o humilde pastor de Técua sente-se chamado a pregar o arrependimento aos desavisados, revelando aos culpados os castigos iminentes. E ei-lo a percorrer, vaticinando, as cidades de Israel. Enfrentou corajosamente a oposição dos sacerdotes de Betel, o principal santuário do reino (Am. 7:10-17); depois, não se sabe qual tenha sido o seu fim. Uma tradição conservada pelo ignoto autor das "Vidas dos profetas" e acolhida no Martirológio Romano a 31 de março, narra que, ferido na têmpora com uma maçã, pelo filho do sacerdote Amasias, foi levado agonizante à própria aldeia, onde morreu pouco depois. O livro de Amós nos apresenta, mais do que qualquer outro dos profetas, uma disposição clara e uma bela ordem das mensagens. O estilo simples e não obstante cheio de dignidade, a forma escorreita, a pureza e o vigor da linguagem fazem do livro de Amós um modelo de literatura hebraica. Para torná-lo mais atraente, acrescenta-se a feliz circunstância de que o texto geralmente foi bem conservado como poucos outros. Acima dos méritos literários, porém, estão as elevações de pensamento, as doutrinas morais e religiosas. O monoteísmo ético puro atinge o auge. O Deus de Israel não é somente o único verdadeiro Deus, criador e governador de todo o Universo, mas por sua santidade essencial é também o autor e guarda zeloso de uma lei moral, cuja observância ele exige de todos os povos, e pune o delito onde quer que sua onisciência o descubra. A escolha especial e gratuita do povo de Israel não é nenhum privilégio sob este aspecto (3:2, 9:7-10). Para lhe tributar as honras á que tem direito, é necessária antes de qualquer coisa a santidade de costumes, sem a qual nada valem os atos dum culto cerimonioso e os sacrifícios de numerosas vítimas (5:21-24). Amós condena a moleza, o luxo, a ambição (6:4-6 e 8:5-7), e também com mais energia e maior freqüência, a injustiça e a crueldade para com o próximo, seja ele quem for, a opressão dos pobres.

ð O profeta Oséias era natural do reino de Israel ou Efraim, como se costuma chamar. Profetizou sob o reinado de Jeroboão II e de seu sucessor, a partir da queda de Samaria e de todo o reino (721 a.C.). Os três primeiros capítulos do livro de Oséias formam um conjunto todo especial. Sob a forma de drama simbólico é-nos posta diante dos olhos a infidelidade do povo de Israel para com o seu Deus, representada, figuradamente, na infidelidade duma esposa para com seu legítimo marido; anuncia-se o seu castigo, mas também o seu arrependimento, a sua reconciliação e, enfim, sua vida renovada e mais feliz (2:16-24; 2:1-2 e3:5). Nos capítulos restantes (4 a 14) voltam os mesmos motivos: a culpa de Israel, principalmente as práticas idolátricas, o culto do bezerro de Betel, as alianças com os poderosos pagãos, a Assíria e o Egito, a falta de confiança e de apelo ao único Deus; daí os castigos proporcionados às culpas. Não faltam promessas dum retorno a Deus e de um futuro melhor. Nesta sucessão de quadros, quase sempre obscuros, pode-se notar certo progresso. No capítulo 7 os acontecimentos políticos que, entre 745 e 725 a.C. elevaram tantos reis ao trono e outros tantos foram derrubados dele, aparecem como fatos já passados; no capítulo 13 o castigo do povo ingrato é anunciado já como sentença irrevogável de uma destruição total do reino, e no último, o 14, com cores mais ricas e suaves promete-se a salvação definitiva. Seu vocabulário é rico, e seu estilo característico, devido, talvez, às particularidades do dialeto de sua região. Por estas mesmas razões o seu texto, maltratado pelos copistas, conservou-se em estado deplorável. Desse complexo de causas, origina-se a obscuridade desmedida deste livro. Escrito no reino de Israel, foi-nos conservado e transmitido por mãos judaicas, através das quais é possível que tenha sofrido retoques lingüísticos e talvez também algum acréscimo, como a menção do reino de Judá em alguns contextos onde menos se esperariam (5:5 e6:11). Das páginas de Oséias transparece um caráter impressionante, ardente e patético a um só tempo, mas sensível sobretudo às ternuras e às fogosidades do amor. Sob este aspecto é um precursor de Jeremias. Particularmente suas são as muitas reminiscências da antiga história do povo de Israel, sobretudo do patriarca Jacó, que tornam duplamente precioso o seu livro, cuja extensão supera, em três ou quatro partes a maioria dos doze profetas menores. O método de Oséias se destaca pela descrição das relações entre Deus e Israel propostas sob a figura do amor conjugal. Ele é o primeiro profeta que recorre a esta comparação tão fecunda e repetida pelos profetas seguintes. A bem dizer, ele insiste mais no aspecto negativo do matrimonio, nas infidelidades e nas rupturas, do que no amor propriamente dito. A descrição deste amor será reservada ao Cântico dos Cânticos. A Oséias, pelo contrário, Deus faz sentir as suas amarguras de esposo traído, ameaçando e executando os duros castigos que o caso reclama. Tudo termina com a expectativa da reconciliação dos esposos a da restauração.

ð Uma questão interessante sobre os escritos proféticos é que poucos são os cristãos familiarizados com o oráculo de Abdias (Obadias): Com o nome de Abdias, que quer dizer "Servo de Javé," temos o mais breve escrito do Antigo Testamento: consta de um só e não longo capítulo de 21 versículos. É todo ele uma mensagem dirigida contra os edomitas ou idumeus, dos quais se recriminam: - O orgulho e a ousada confiança que depositam na posição geográfica, defendida pelos fortes baluartes naturais de seu país ( 2-9). -Sua cumplicidade e alegria feroz a quando da desgraça dos hebreus (vv. 10-15). -O castigo até o aniquilamento, em contraste com a restauração de Israel em suas possessões e até no predomínio deste sobre a Iduméia (vv. 16-21). Muito se tem discutido sobre a desgraça nacional de Israel a que se alude nos vv. 10:14; comparando-se esta passagem com Sl. 13:6-7; Ez. 25:12; 35:5 e Jer. 49:7-18, não resta dúvida de que se trata da queda de Jerusalém nas mãos dos caldeus em 587 a.C. Com isso temos a época aproximada em que o autor viveu. Escreveu talvez quando os acontecimentos aos quais se refere eram ainda recentes, isto é, na primeira metade do séc. VI a.C. Era, portanto, um contemporâneo de Jeremias e de Ezequiel. Não se pode, pois, identificá-lo, como fizeram outrora judeus e cristãos, com Abdias, mordomo do rei Acab, que tanto se esforçou em favor dos profetas.

ð Já um dos profetas mais conhecidos é Jeremias: Jeremias é o mais simpático dos profetas e também aquele de quem possuamos notícias mais abundantes, quase todas transmitidas por seu próprio livro. Nascido por volta do ano 646 a.C., em Anatot, nas proximidades de Jerusalém, de família sacerdotal e já predestinado ao ministério profético (Jer. 1:5), no décimo terceiro ano do reinado de Josias (626 a.C). foi chamado por Deus e por ele enviado a levar a sua mensagem aos reinos e às nações; mensagens em que predominam as ameaças e as ruínas, mas que é rica também de promessas de restauração (1:9-10). Apesar da relutância por parte de sua índole bonachona e um pouco tímida, o jovem Jeremias respondeu ao apelo divino com generoso espírito de sacrifício, acrescido em face das oposições que lhe foram preditas (1:17-19) e do celibato que lhe foi imposto por expressa ordem divina. Sua atividade desenvolveu-se nos momentos mais críticos da nação judaica, num período dos mais convulsionados do antigo Oriente semítico. Conheceu o colapso do poderio assírio e o nascimento do segundo império babilônico, que cedo iria destruir a bruxuleante chama da independência de Israel. No interior da nação, as condições religiosas e sociais não eram menos inquietantes. Ao iniciar Jeremias o seu ministério, perduravam ainda os péssimos efeitos do nefando reinado de Manassés, que abrira as portas às infiltrações idolátricas na prática religiosa do povo de Israel (2 Rs. 21:2-6). Foi contra essas aberrações e contra o formalismo religioso que o profeta teve de bradar, principalmente nos primeiros anos de sua pregação (Jer. 1-6), e não apenas nesses anos. Realmente, embora o piedoso rei Josias tivesse iniciado, a partir do ano 621, com zelo enérgico a purificação do país de todo o vestígio de idolatria, insistindo, com a concentração do culto no templo de Jerusalém, a observância da lei mosaica em todo o seu vigor. Todavia, a morte trágica e prematura do próprio Josias (609 a.C). Decretou um fim rápido para essa rígida reforma. Durante este decênio, satisfeito com secundar a ação governativa, Jeremias parece conservar-se por detrás dos bastidores (nenhum discurso seu deste tempo nos foi transmitido); depois, deplorada a morte do rei com elegias que infelizmente não chegaram até nós (2 Cr. 35: 25), ele entra de novo em cena com energia ainda mais vibrante, criticando os vícios remanescentesdos sucessores de Josias, não poupando sequer os poderosos, os sacerdotes, alguns profetas, aduladores do povo ou de partidos. Muitos males, trouxe-lhe esta pregação desassombrada, porque os poderosos alvejados por ele não lhe pouparam violências, perseguições ecárceres (Jer. 20:1-3.7; 26:7-24; 32:1-2 e 37;38). No plano político renovava-se o contraste entre o Egito e o império oriental, nas mãos dos babilônios ou caldeus. Ante ao avanço ameaçador destes, Jeremias recomenda, em nome de Deus, a aceitação e a submissão aos novos senhores. Mas o forte partido da oposição incitava à resistência, apoiando-se novamente no Egito, e quis abafar a voz do profeta já malvisto, lançando-o numa escura prisão (Jer. 37:38), de onde só foi libertado, após a tomada da cidade, pelos caldeus, que, conhecedores dos seus sentimentos, tomaram-no sob a sua proteção (40:1-6). Nem mesmo isto, entretanto, lhe valeu algo contra o cego furor dos egiptófilos, que, conseguindo escapar dos caldeus, asilaram-se no Egito, arrastando consigo, à força, o profeta (43:1-7). Também ali, fiel à ordem divina, Jeremias continuou a missão de corrigir costumes e pacificar os espíritos entre seus compatriotas. Jeremias possuía um coração extremamente sensível, e a visão, quer do amor,quer do sofrimento, atinge às vezes o ápice no seu livro. A ternura de Deus para com o seu povo e a mágoa de se ver por ele não correspondido, o esmagamento do profeta ante a ruína moral e política de sua amada nação, as alegrias pela reconciliação e o feliz reflorir, fazem vibrar os sentimentos mais íntimos do seu coração. A alma comovida de Jeremias irrompe então em calorosas estrofes de lirismo sublime e comovedor. Só encontrando similaridade em Isaías. No que tange à espontaneidade e à intensidade de afeto, Jeremias supera a todos os poetas hebraicos.

ð Quanto ao livro do profeta Naum é a única fonte que a ele se refere. Dá-nos a conhecer tão somente a terra natal do profeta, Elcos, lugar jamais citado em outra passagem da Bíblia. Os informantes judeus de S. Jerônimo, o situam na Galiléia. Outra tradição, menos antiga, e acolhida, localizava-o na Judéia, próximo de Eleuterópolis ou Bet-Gibrin. A época de Naum deve ser posta entre a queda de Tebas, no Egito, sob as armas do assírio Assurbanipal, em 663 a.C., e a queda de Nínive, sob os golpes conjugados dos babilônios e dos persas, em 612. A primeira é recontada no seu livro (3:8-10) como acontecimento passado; a segunda constitui o objeto quase único de sua mensagem profética. Em confronto com os demais profetas menores, o conteúdo ideal de Naum não é novo, mas a todos supera em lances líricos e na expressão. Infelizmente, o texto em muitos lugares está corrompido, deixando por vezes o sentido incerto.

ð O profeta Sofonias: De oito dos dezesseis profetas escritores não conhecemos sequer o nome do pai, ao qual se restringe na maior parte a genealogia dos outros (Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oséias, Joel. Jonas). De Zacarias, além do pai, cita-se também o avô. Sofonias, singular entre todos, prolonga a cadeia ascendente até ao trisavô, chamado Ezequias. Pensou-se que este Ezequias se identificasse com o conhecido rei de Judá, filho de Acaz, que reinou de 720 a 690 a.C., mais ou menos. Visto que Sofonias profetizou durante o reinado de Josias, o terceiro sucessor e bisneto de Ezequias.A cronologia não opõe dificuldades insuperáveis a essa opinião. O silêncio, porém, quer da história, quer do próprio profeta em torno dessa sua relação com a dinastia régia, torna-a de todo improvável. Além disso, esse nome não é raro na Bíblia. O tempo em que vaticinou Sofonias pode ser deduzido da sua mensagem. Pregando sob Josias e entre outras coisas acusando os jerosolimitanos de perversões idólatras e práticas gentílicas em religião (1:4-6), deve ter atuado antes da célebre reforma religiosa de Josias, que se iniciou em 621 a.C. ( 2 Rs. 22:3-23:20). Diremos, portanto, que Sofonias exercitou o seu ministério profético pelo ano 625 a.C, quando surgiu também o profeta Jeremias no mesmo ministério.

ð A respeito de Daniel nada mais sabemos além do que nos diz este livro, pois não traz nenhuma novidade a única menção dele, feita no Antigo Testamento (1 Mac. 2:60) e a igualmente única do Novo Testamento (Mt. 24:15). Descendente de nobre família do reino de Judá, muito jovem ainda (13:45), teria sido deportado cerca do ano 605 a.C. para Babilônia e agregado aos pajens da corte do rei Nabucodonosor, com o nome de Baltasar (1:7). Desde os primeiros atos (13:45-62) revela-se senhor daquela sabedoria que constitui o fundo de sua figura moral. Modelo e mártir da fidelidade à lei divina, foi enriquecido por Deus com um dom extraordinário de penetração nos mistérios contidos nas visões e nos sonhos proféticos que Deus envia a ele e a algumas personagens daquela época (2:17-35; 4:2 e 5:13-16). Em virtude dessas suas capacidades, fez carreira entre os soberanos babilônios, desde Nabucodonosor até Ciro, que o honraram, confiando-lhe cargos. De dois anos destes soberanos são datadas as revelações que ele teve, a última das quais (10:1) se deu no terceiro ano de Ciro. Além dessa data, nada mais sabemos dele. No livro, a idéia central que predomina, é aquela do reino de Deus, isto é, do supremo domínio de Deus sobre a natureza e sobre os eventos humanos, que culmina no estabelecimento do "reino dos santos" sobre as ruínas dos mais poderosos impérios humanos. As observações críticas, porém, não diminuem o valor do ensinamento religioso e moral do livro. Reduz-se ele a pontos de importância capital. Jamais se lê o nome divino "Javé," mas sempre El ou Eloim (também Eloah, no singular) ou uma circunlocução "Deus do céu" (8 vezes), "o Altíssimo Deus" (5 vezes). A tendência de todas as narrações é a de exaltar o Deus de Israel, donde resulta que somente ele é que tudo pode e tudo sabe; lê nas mentes humanas e vê os acontecimentos futuros; dele é que vem todo o saber humano e em suas mãos estão os destinos dos indivíduos e dos impérios. A ele somente se deve adoração e culto, e para não transgredir sua santa lei, devemos estar prontos mesmo a morrer, se necessário. O messianismo de Daniel é sumário, de poucos elementos, mas de relevância extraordinária. É um messianismo quase exclusivamente coletivo, isto é, visando antes a sociedade religiosa do que o seu chefe; suas características são todas de origem espiritual: cessação do pecado, triunfo da justiça, inauguração de uma eminente santidade (9:24) ; o reino anunciado será o "reino dos santos," que se poderia traduzir também por "reino de Deus," tal como foi depois anunciado na primeira pregação do Evangelho (Mc. 1:14). Particularidade de Daniel é que ele anuncia a vinda desse reino, isto é, o seu início, indicando datas e números cerca de 500 anos depois da queda de Jerusalém (9:24) ; daí o lugar de primeira ordem que ocupa este vaticínio na demonstração da doutrina cristã. O que ele diz sobre a vida futura ou sobre a escatológica é pouco, mas este pouco assinala um progresso da revelação nessa matéria. É ele o primeiro a insinuar um despertar dos mortos no fim dos tempos, um despertar para uma nova existência que será para uns a vida eterna e para outros a eterna condenação. Entre os primeiros, os que tiverem demonstrado zelo pela santificação própria e a dos outros gozarão de esplendor especial (12:2-3).

ð Ezequiel: Ezequiel, pertencente à linhagem sacerdotal, viveu, como Jeremias, no período mais tormentoso da história hebraica. Em 598/97 a.C., antes de ter completado 30 anos, foi deportado de Jerusalém para a Caldéia, juntamente com o rei Joiakim (ou Jeconias) e mais dez mil pessoas entre nobres, guerreiros e artesãos. Permaneceu no exílio até à morte, ocorrida entre os anos 571 a 561 a.C. Jerusalém não fora ainda destruída, porque o rei Joiakim, tendo sucedido a seu pai Joiaquim (talvez assassinado quando o exército de Nabucodonosor se aproximava da cidade santa), rendera-se ao cabo de três meses de assédio. Todavia, a deportação da corte e do escol da população enfraqueceu-a sobremaneira, constituindo uma lição tremenda, mas infelizmente inútil. Entre a população deixada no país, sob o governo de Sedecias, nutriam-se veleidades de independência, que explodiram em aberta rebelião no ano 588, causando finalmente a tomada e a destruição de Jerusalém e do seu templo (Jer. 37:39 e 52). Todas as visões do profeta exilado, como as de Jeremias, que permaneceu na pátria, vendo e vivendo o trágico destino da cidade santa, vinculam-se intimamente a esses acontecimentos. A própria morte da esposa de Ezequiel, lembrada pelo profeta, tornou-se um símbolo da ruína de Jerusalém (o profeta é a mensagem) e do templo, ocorrida na mesma época. Não faltam, porém, alguns clarões que permitem visões longínquas, as quais se multiplicam e até se tornam constantes, quando aos primeiros deportados se juntou a avalanche dos novos, trazendo gravados no espírito os horrores do cerco, do morticínio e da deportação. Ao contrário de Jeremias, que tem páginas patéticas, transbordantes de extrema sensibilidade, Ezequiel é, muitas vezes, áspero, duro, quase desapiedado. Mas as suas predições e ações simbólicas, bem como as suas mortificações voluntárias, para inclinar, se possível fora, Israel a uma conduta de fidelidade para com Deus e a uma sabedoria política, são inspiradas por um coração magnânimo e forte ao mesmo tempo, baseado na fé, na dedicação ao seu povo e no amor à pátria. Em seu estilo abundam as ações simbólicas, originais e mudas, apresentadas como narrações. As partes poéticas são raras e encontram-se quase exclusivamente nas profecias contra as nações. Ezequiel é minucioso nas descrições, preciso e até cansativo às vezes. O projeto da divisão da Terra Prometida, o desenho do novo templo e a indicação das leis ao mesmo atinentes, parecem mais obra de técnico do que de profeta. Profecias nitidamente messiânicas são os trechos: 17:22-24; 34:11-16; 47:48. Mas toda a terceira parte, do c. 33.em diante, é concebida em termos de expectação messiânica. Ezequiel é o primeiro representante dum novo gênero literário de mensagem profética, muito desenvolvido, em seguida, na literatura judaica do séc. II a.C. Trata-se do gênero apocalíptico. No Novo Testamento, ele figura no livro do Apocalipse (termo grego que significa "revelação"). O próprio João deu ao seu livro o nome de "profecia" (Ap. 1:3), termo não muito apropriado ao caráter da obra. Eis as características principais do gênero apocalíptico: - A mensagem profética limita-se à predição do futuro, especialmente à era messiânica e ao fim do mundo. -Esse futuro, ora radiante, ora pavoroso, aparece ao vidente sob a forma de cenas simbólicas em que atuam seres humanos e sobre-humanos, animais e astros, quais outras tantas figuras dos acontecimentos vindouros. - A intervenção freqüente de anjos, como guias e intérpretes dos cenários contemplados pelo profeta. - Os eventos relacionados com o fim dos tempos, querem messiânicos, querem cósmicos, revestem-se dum colorido empolgante de convulsões cósmicas e telúricas, e isso, de tal maneira, que este motivo, embora acessório, é considerado comumente como propriedade prevalente do estilo apocalíptico.

ð Habacuc (Habacuque): Na Bíblia hebraica o nome Habacuc (Habaqquq) encontra-se somente nos títulos dos capítulos 1 e 3 deste livro a ele atribuído, o qual, outra notícia expressa não nos oferece, além daquela que se refere ao nome pessoal do profeta. Resta-nos unicamente o conteúdo para deduzirmos a época em que viveu e o espírito que o animava. O livro versa todo sobre um ponto crucial da doutrina religiosa: o problema de saber se há uma justiça que governa o mundo e por que os bons são dominados pelos maus. O tema é desenvolvido em três seções: duas queixais em forma de diálogo e um canto final à maneira de contemplação. A mensagem de Habacuc tem em comum com a de Jeremias, o fato de pôr em discussão o problema moral dá prosperidade dos maus (Jer. 12:1-3), e com a de Isaías o pensamento de que Deus se serve das ambições humanas, da tirania estrangeira, para castigar os pecados do seu povo, sem, porém, deixar impunes os excessos dos tiranos (10:3-19). Especial em Habacuc é o grande princípio, promulgado com insólita solenidade (2:4), de que a fonte da vida é a fé, em Deus, que São Paulo fará um dos pontos básicos da sua doutrina religiosa. Na Bíblia grega o nome deste profeta é "Ambacum," e da mesma maneira está grafado o nome daquele "profeta na Judéia," que, agarrado pelos cabelos por um anjo, levou a refeição a Daniel na cova dos leões, em Babilônia (Dan. 14:33-39). Por razões cronológicas, quando não por outras, as duas personagens são consideradas distintas.

ð Ageu: Afora o que nos refere o seu breve escrito, que ocupa o décimo lugar na série canônica dos profetas menores, a respeito do profeta Ageu sabemos apenas que foi contemporâneo do profeta Zacarias, com o qual compartilhou a missão de assistir os repatriados na obra de construção do templo. A atividade do profeta Ageu desenvolveu-se durante poucos meses, no segundo ano de Dario I (cf. Ag. 1:1; 2:11), rei da Pérsia, de 521 a 485 a.C. Sem valor especial quanto ao estilo ou à poesia, o escrito de Ageu recebe sua eficácia e interesse da grande paixão do profeta pelo templo. Animada pela recordação do esplendor do antigo templo, contemplado talvez numa juventude muito remota, esta paixão é alimentada, sobretudo pela certeza de que a reconstrução do templo é a premissa indispensável para um renascimento seguro da vida nacional. A isso se acrescenta a visão sobrenatural daquilo que o novo templo é destinado a simbolizar e como que a preludiar: a gloriosa construção espiritual do futuro reino messiânico. Certo deste destino, o profeta encontra palavras inflamadas para sacudir o povo de seu letargo, torna-se ousado diante dos tímidos representantes oficiais da nação e arrastam todos a um grande fervor.

ð Zacarias: Do profeta Zacarias (em hebr. "Javé se recordou") fala também Esdr 5:1; 6:14. Era filho de Baraquias (Zac. 1:1-7) e neto de Ado (Zac. 1:1-7; Esdr. 5:1 e6:14), provavelmente o mesmo citado entre os sacerdotes que voltaram de Babilônia com Zorobabel, no ano 537 (Ne. 12:4). Isso pareceria confirmado também pela indicação de Ne 12:16, segundo a qual um certo Zacarias era chefe da família sacerdotal de Ado, no tempo do sumo sacerdote Jesus, contemporâneo de Zorobabel (Zac. 4:14; Ag. 1:1 eEsdr. 3:2). Como a Ageu, coube também a Zacarias a missão de apoiar os repatriados na obra de reconstrução do templo. Zacarias iniciou a sua atividade profética alguns meses depois de Ageu (Ag. 1:1 e Zac. 1:1-7), no mesmo segundo ano do rei persa Dario I (520 a.C.), mas a estendeu por mais tempo. Ao menos, pelo que se narra nos oito primeiros capítulos do seu livro, alcançou-se o quarto ano do reinado do mesmo soberano (Zac. 7:1).Pertence o livro por inteiro ao profeta do qual traz o nome? A maioria dos críticos estima a segunda parte como uma compilação, feita em época mais recente, de escritos de autores diversos e desconhecidos. Segundo alguns, os escritos, seriam de origem helenista (séc. IV a.C.); segundo outros, do tempo da revolta dos Macabeus (175-161 a.C.) ou de ambas as épocas. Não obstante as múltiplas diferenças de argumentos, de perspectiva, de gênero literário e de estilo entre a primeira e a segunda parte, os católicos geralmente aderem hoje também à opinião tradicional que atribui todo o livro ao profeta Zacarias. O livro inteiro é perpassado por uma profunda espiritualidade. Ressalta nele a doutrina sobre os anjos, que velam pela sorte do reino de Deus e desempenham, cuidadosos, a missão de intermediários entre o céu e a terra. Expondo os diversos motivos sobre o Messias e o seu reino futuro, Zacarias realça o elemento interior da santidade e o da luta contínua contra o mal até o surgimento de seu último estádio, glorioso e sem fim.

ð Malaquias: O último escrito profético traz na Bíblia grega o título, mais comum entre nós, de Malaquias, que em hebraico quer dizer "Anjo [ou mensageiro] de Javé," e como nome próprio se encontra alhures no texto bíblico. A Bíblia hebraica intitula-o de Malaqui, que pode ser forma abreviada do precedente, ou significar, por si, "Anjo (mensageiro) meu." Para determinar a época da atividade profética de Malaquias, não estamos melhor informados; devemos contentar-nos exclusivamente com os dados fornecidos pela análise interna do seu escrito. A semelhança, e às vezes a identidade, entre os abusos que Malaquias repreende e aqueles contra os quais tiveram de lutar freqüentemente Esdras e Neemias nos levam a supor, com bastante fundamento, que também o presente profeta viveu durante o período persa, numa época mais ou menos próxima da dos dois grandes reformadores do século V.

ðA Lista dos Deuterocanônicos:

a.Livro das guerras de Javé: ¨Por isso se diz no Livro das Guerras de Javé: ´Assim como fez no Mar Vermelho, assim fará nas torrentes do Arnon. Os rochedos das torrentes se inclinaram, para descansar em Ar, e repousarem sobre os confins dos moabitas¨ (Num. 21,14-15).

b.Livro do Justo: ¨Foi então que Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor entregou os amorreus aos filhos de Israel. Disse Josué na presença de Israel: ´Sol, detém-te em Gabaão, e tu, lua, no vale de Ajalão!´ E o sol e a lua pararam até que o povo se vingou de seus inimigos. Não está isto escrito no Livro do Justo? Parou pois o sol no meio do céu, e não se apressou a pôr-se durante o espaço de um dia¨ (Jos. 10,12-13)."E (Davi) ordenou que ensinassem aos filhos de Judá o (cântico chamado do) arco, conforme está escrito no Livro do Justo. E disse: ´Considera, ó Israel, os que morreram sobre os teus altos, cobertos de feridas" (2Sam. 1,18).

c.Provérbios e cânticos de Salomão: ¨Proferiu ele (Salomão) três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco. Discorreu acerca das plantas, desde o cedro que está no Líbano até o hissopo que brota da parede. Também falou dos animais e das aves, e dos répteis, e dos peixes¨ (1Rs. 4,32-33).

d.Livro dos Atos de Salomão: ¨Quanto aos demais atos de Salomão, e a tudo quanto fez, e à sua sabedoria, porventura não está escrito no Livro dos Atos de Salomão?¨ (1Rs. 11,41).

e.Livro das Crônicas dos reis de Israel: ¨Quanto ao restante dos atos de Jeroboão, como guerreou e como reinou, está escrito no Livro das Crônicas dos Reis de Israel¨ (1Rs. 14,19).

f.Livro das Crônicas dos Reis de Judá: ¨Quanto ao restante dos atos de Roboão, e a tudo quanto fez, porventura não está escrito no Livro das Crônicas dos Reis de Judá?¨ (1Rs. 14,29).

g.Livro do profeta Natã: ¨Os atos do rei Davi, tanto os primeiros quanto os últimos, estão escritos no livro de Samuel, o vidente, no Livro de Natã, o profeta, e no Livro de Gade, o vidente¨ (1Cr. 29,29). ¨Quanto ao resto dos atos de Salomão, dos primeiros aos últimos, porventura não estão escritos no livro da história de Natã, o profeta, e nos livros de Aías, o silonita, e nas visões de Ado, o vidente, acerca de Jeroboão, filho de Nebate?¨ (2Cr. 9,29).

h.Livro de Samuel, o vidente: ¨Os atos do rei Davi, tanto os primeiros quanto os últimos, estão escritos no livro de Samuel, o vidente, no Livro de Natã, o profeta, e no Livro de Gade, o vidente¨ (1Cr. 29,29).

i.Livro de Aías, o Silonita: ¨Quanto ao resto dos atos de Salomão, dos primeiros aos últimos, porventura não estão escritos no livro da história de Natã, o profeta, e nos livros de Aías, o silonita, e nas visões de Ado, o vidente, acerca de Jeroboão, filho de Nebate?¨ (2Cr. 9,29).

j.Livro de Ido, o Vidente: ¨Quanto ao resto dos atos de Salomão, dos primeiros aos últimos, porventura não estão escritos no livro da história de Natã, o profeta, e nos livros de Aías, o silonita, e nas visões de Ado, o vidente, acerca de Jeroboão, filho de Nebate?¨ (2Cr. 9,29). ¨Quanto ao resto dos atos de Roboão, dos primeiros aos últimos, está escrito nos livros de Semaias, o profeta, e de Ado, o vidente, e diligentemente registrado: ´houve guerra entre Roboão e Jeroboão durante todos os seus dias" (2Cr. 12,15)¨Quanto ao resto dos atos de Abias, seu caráter e obras, está diligentemente escrito no Livro de Ado, o profeta¨ (2Cr. 13,22).

k.Livros de Semaias, o profeta: ¨Quanto ao resto dos atos de Roboão, dos primeiros aos últimos, está escrito nos livros de Semaias, o profeta, e de Ado, o vidente, e diligentemente registrado: ´houve guerra entre Roboão e Jeroboão durante todos os seus dias´¨ (2Cr. 12,15).

l.Livro dos reis de Judá e Israel: ¨Mas os feitos de Asa, dos primeiros aos últimos, estão escritos no Livro dos Reis de Judá e Israel¨ (2Cr. 16,11).

m.Livro dos reis de Israel e Judá: ¨Quanto ao resto dos atos de Joatão, e todas as suas guerras e obras, estão escritos no Livro dos Reis de Israel e Judᨠ(2Cr. 27,7).

n.Livro dos Reis: ¨O relato dos seus filhos, as muitas sentenças proferidas contra ele e o registro da restauração da casa de Deus, estão escritos diligentemente no Livro dos Reis. E Amasias, seu filho, reinou em seu lugar¨ (2Cr. 24,27).

o.Anais dos reis de Israel: ¨Mas o resto dos atos de Manassés, sua oração ao seu Deus e as palavras dos videntes que falaram-lhe em nome do Senhor Deus de Israel, estão contidas nos Anais dos Reis de Israel¨ (2Cr. 33,18)

p.Comentários de Jeú, filho de Hanani: ¨Mas o resto dos atos de Josafá, dos primeiros aos últimos, estão escritos nos comentários de Jeú, filho de Hanani, que observou nos Livros dos Reis de Israel¨ (2Cr. 20,34).

q.A História de Ozias, por Isaías, filho de Amós, o profeta: "Mas o resto dos atos de Ozias, dos primeiros aos últimos, foi escrito por Isaías, filho de Amós, o profeta (2Cr. 26,22)".

r.Palavras de Hozai: ¨A oração que ele (Manassés) fez, como foi ouvido, todos os seus pecados e o desprezo (de Deus), os lugares também em que mandou edificar altos, em que mandou plantar bosques, e colocar estátuas, antes de fazer penitência, encontra-se tudo escrito no Livro de Hozai" (2Cr. 33,19).

s.Livros dos Medos e dos Persas: ¨Ora, o rei Assuero tinha imposto tributo a toda terra e todas ilhas do mar. Nos Livros dos Medos e dos Persas se acha escrito qual foi o seu poder e o seu domínio, a dignidade e a grandeza a que ele exaltou Mardoqueu¨ (Est. 10,1-2).

t.Anais de João: ¨O resto dos atos de João, das suas guerras, das empresas que valorosamente se portou, da reedificação dos muros que construiu e de todas as suas ações, tudo está escrito no Livro dos Anais do seu pontificado, começando desde o tempo em que foi constituído sumo-pontífice em lugar de seu pai¨ (1Mac. 16,23-24). Descrições de Jeremias, o profeta: ¨Nos documentos referentes ao profeta Jeremias, lê-se que ele ordenou aos que eram levados para o cativeiro que tomassem o fogo, como já foi referido, e que lhe faz recomendações (...) Lia-se também nos mesmos escritos, que este profeta, por uma ordem particular recebida de Deus, mandou que se levassem com ele o tabernáculo e a arca, quando escalou o monte a que Moisés tinha subido para ver a herança de Deus. Tendo ali chegado, Jeremias achou uma caverna; pôs nela o tabernáculo, a arca e o altar dos perfumes, e tapou a entrada. Alguns dos que o seguiam voltaram de novo para marcar o caminho com sinais, mas não puderam encontrá-lo¨ (2Mac. 2,1.4-6).

u.Memórias e comentários de Neemias: "Estas mesmas coisas se achavam nos comentários e memórias de Neemias, onde se lia que ele formou uma biblioteca, recolhendo os livros referentes aos reis e profetas, os de Davi e as cartas dos reis respeitantes às oferendas (2Mac. 2,13)".

v.Os cinco livros de Jasão de Cirene: ¨A história de Judas Macabeu e seus irmãos, a purificação do grande templo e a dedicação do altar, as guerras contra Antíoco Epífanes e seu filho Êupator, as manifestações do céu a favor dos que pelejaram pelo judaísmo com valentia e zelo, os quais, sendo poucos, se tornaram senhores de todo o país e puseram em fuga um grande número de bárbaros, recobraram o templo famoso em todo o mundo, livraram a cidade da escravidão, restabeleceram as leis que iam ser abolidas, graças ao Senhor que lhes foi propício com evidentes provas da sua bondade, tudo isto, que Jasão de Cirene escreveu em cinco livros, procuramos nós resumir num só volume¨ .

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1. Livro do Convênio (Êxodos 24:4, 7)

2. Livro das Guerras (Números 21:14)

3. Livro de Jasar (Josué 10:13) (2 Samuel 1:18)

4. Livro dos Estatutos (1 Samuel 10:25)

5. Livro dos Atos de Salomão (1 Reis 11:41)

6. Livro de Natã (1 Crônicas 29:29) (2 Crônicas 9:29)

7. Livro de Gade (Mesmo do número 6)

8. Profecias de Aías (2 Crônicas 9:29; 2:15; 13:22)

9. Visões de Ido (Mesmo do número 8)

10. Livro de Semaías (2 Crônicas 12:15)

11. Livro de Jeú (2 Crônicas 20:34)

12. Atos de Uzias, Escrito por Isaías (2 Crônicas 26:22)

13. Livros dos Videntes (2 Crônicas 33:19)

14. Profecias de Enoque. (Jude 14)