A INFLUÊNCIA DO USO DA INTERNET NO
PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Anselma Martins Barbosa¹
Curso de Letras Português/Inglês


Orientador: Prof.º Esp. Roberto Carlos Bastos Paixão²


RESUMO

A Internet é hoje uma das mais importantes fontes de informações para os mais diversos campos do conhecimento. Devido a isso, transformou-se em uma ferramenta indispensável para a educação. O presente artigo científico intitulado "A influência do uso da Internet no processo de aprendizagem", pretende verificar a influência do uso da Internet nas escolas públicas do município de Lagarto, Sergipe. Para isso, baseado em pesquisas bibliográficas, traz algumas abordagens relevantes sobre o tema em questão, tais como uma breve visão histórica sobre a informática na educação do Brasil; o desafio constante na formação de professores; a necessidade do uso do computador na educação; o recurso indispensável da informática educacional e um dos principais instrumentos na construção do conhecimento, a Internet, foco principal deste estudo. Todos estes pontos analisados acabam por reforçar a idéia de que devem acontecer mudanças significativas na forma de ensinar e aprender, pois se o mundo evolui, todos os seguimentos que dele fazem parte devem se propor a mudar também, para que melhorias em todos os setores da sociedade aconteçam. Isso seguido da análise dos resultados da pesquisa de campo e as considerações finais sobre a temática.

PALAVRAS-CHAVE: Internet. Educação. Mudanças.

ABSTRACT

The Internet is now one of the most important sources of information for different fields of knowledge. Because of this, has become an indispensable tool for education. This scientific paper entitled "The influence of Internet usage in the learning process", you want to check the influence of Internet use in public schools of Lagarto, Sergipe. To this end, based on research literature, provides some approaches relevant to the topic, such as a brief historical overview on it in education in Brazil, the constant challenge in teacher education, the need of computer use in education, the indispensable resource of information and education a major instrument in the construction of knowledge, the Internet, the main focus of this study. All these points considered ultimately reinforce the idea that significant changes must occur in the form of teaching and learning, because if the world evolves, all segments that are part of it should aim to change as well, so that improvements in all sectors of society happen. This followed the analysis of the results of field research and final thoughts on the subject.

KEY WORDS: Internet. Education. Changes.

1. INTRODUÇÃO
A Internet, rede mundial de computadores, tornou-se uma indispensável fonte de informação para os diversos campos do conhecimento existentes. Isso porque representa hoje um extraordinário acervo de dados que está colocado à disposição de todos os interessados, e que pode ser acessado por estes com extrema facilidade, graças à sofisticação das novas tecnologias no mundo inteiro.
O fenômeno da globalização traz consigo a necessidade de transmissão de informações de maneira rápida e sempre atualizada. Sendo assim, o uso do computador se tornou essencial numa perspectiva global. Nesse sentido, a tecnologia da informação se transformou em ferramenta indispensável no processo de ensino e aprendizagem, e além de outros objetivos, tem a finalidade de inserir o educando nesta realidade.
A partir da crescente utilização dos recursos tecnológicos na educação, surgiu o interesse de se verificar a influência do uso da Internet nas escolas públicas do município de Lagarto, Sergipe. Tendo como objetivos específicos verificar se existe laboratório de informática na escola pesquisada; observar as condições físicas do laboratório e identificar a existência de um profissional qualificado para auxiliar os professores da instituição na utilização dos computadores.
O presente artigo científico traz algumas abordagens sobre temáticas relacionadas ao título do trabalho, com o intuito de dar ao leitor informações básicas sobre o assunto em questão. Traz uma síntese da história da informática na educação no Brasil, mostra a necessidade e a importância da formação dos professores nessa nova realidade digital, os benefícios do uso computador na educação e a informática educacional, e por ultimo, um dos recursos atualmente muito utilizado na construção do conhecimento: a Internet na educação.
A metodologia empregada para o desenvolvimento e realização deste trabalho são pesquisas bibliográficas em livros, revistas, artigos científicos e sites na Internet. Também, e principalmente, pesquisa de campo realizada através de entrevista com coordenadores e professores, em cinco escolas públicas do município de Lagarto, foco deste trabalho, que serviram de amostragem para o levantamento dos resultados.
A importância deste estudo, além de atingir os objetivos propostos, está também em ampliar os horizontes educacionais com relação aos recursos tecnológicos existentes, que devem ser cada vez mais utilizados como auxílio para o educador no processo de ensino e aprendizagem de seus alunos. Espera-se que o professor como facilitador, busque sempre descobrir novos caminhos para a orientação de seus alunos, através da criação de um ambiente reflexivo, para que assim, eles possam assumir uma postura ativa na vida educacional e social, através de um ensino e uma aprendizagem eficazes.
A critério de esclarecimento, vale ressaltar que a informática na educação aqui tratada, não visa o ensino de conteúdos da ciência da computação, como conceitos computacionais, princípios de funcionamento ou noções de programação. Refere-se à inserção do computador no processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos curriculares de todos os níveis e modalidades da Educação.
Devido a visões equivocadas a este respeito, algumas instituições dizem ter inserido o computador na Educação, mas apenas acrescentaram a seu currículo a disciplina Introdução à Informática, cujo objetivo é ensinar computação. Isto permite que o aluno conheça a máquina, contudo, com relação ao processo de ensino-aprendizagem, não modifica em nada a forma como as outras disciplinas são ministradas.


2. INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO DO BRASIL: Breve visão histórica

A utilização de computadores na Educação é tão remota quanto o advento comercial dos mesmos. Esse tipo de aplicação sempre foi um desafio para os pesquisadores preocupados com a disseminação dos computadores na sociedade. Já em meados da década de 50, quando começaram a ser comercializados os primeiros computadores com capacidade de programação e armazenamento de informação, apareceram as primeiras experiências do seu uso na Educação. (VALENTE, 1999, p. 11)

Nessa época, a ênfase dada à utilização de computadores na Educação era praticamente a de armazenar informações em uma determinada sequência e transmiti-las ao aprendiz, na tentativa de complementar a máquina de ensinar. Hoje, essa utilização é muito mais diversificada, interessante e desafiadora, do que simplesmente a de levar informações ao aluno. O computador pode ser utilizado também no enriquecimento de ambientes de aprendizagem e no auxílio ao aprendiz na construção do seu conhecimento.
A história ainda breve e pouco documentada da união entre computadores e educação no Brasil, revela que tal processo só começa a ser observado, de forma sutil, apenas no fim dos anos oitenta, quando o desejo da instituição-escola em tornar-se mais "moderna", levou-a a acatar o computador como uma ferramenta indispensável ao seu funcionamento administrativo e pedagógico.
A Informática na Educação no Brasil nasceu a partir do interesse de educadores de algumas universidades motivados pelo que já vinha acontecendo em outros países como Estados Unidos e França. Existiram no início dos anos oitenta diversas iniciativas e esforços neste sentido. Aliados ao interesse do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) em disseminar a Informática na sociedade, despertaram o interesse do governo e de pesquisadores das universidades na adoção de programas educacionais baseados no uso da Informática.
A partir de iniciativas, estabeleceu-se um programa de atuação que originou o Educom, o qual possibilitou a formação de pesquisadores das universidades e de profissionais das escolas públicas. Isto possibilitou a realização de diversas ações iniciadas pelo MEC. Em 1989 foi criado o Plano Nacional de Informática Educativa (Proninfe), programa destinado a formar professores e implantar Centros de Informática Educativa nas Escolas Técnicas Federais. Segundo Tavares "possuía um modelo funcional e geograficamente descentralizado, funcionando através de centros de informática na educação espalhados por todo o país".
Em 1997 foi criado o Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo), o intuito foi implantar Núcleos de Tecnologia Educacional nas escolas públicas de todo o país e capacitar multiplicadores, por intermédio de cursos de especialização em Informática Educacional, para atuarem nos NTEs. Outro de seus objetivos é o de preparar o corpo docente para usar as novas tecnologias da informação, visando a transformação de sua prática pedagógica. Ele quer ainda propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento científico e tecnológico e educar para uma cidadania global, numa sociedade tecnologicamente desenvolvida.

O papel do professor deixa de ser o de "entregador" de informação para ser o de facilitador do processo de aprendizagem. O aluno deixa de ser passivo, de ser o receptáculo das informações, para ser ativo aprendiz, construtor do seu conhecimento. Portanto, a ênfase da Educação deixa de ser a memorização da informação transmitida pelo professor e passa a ser a construção do conhecimento realizada pelo aluno de maneira significativa, sendo o professor o facilitador desse processo de construção. (VALENTE, 1999, p. 21)


Diante destes dados é possível afirmar que as políticas de implantação da Informática nas escolas públicas do Brasil foram norteadas na direção da mudança pedagógica. Embora seja esse o objetivo, os resultados obtidos não foram suficientes para sensibilizar ou alterar o sistema educacional como um todo. As experiências realizadas permitem dizer que a promoção destas mudanças pedagógicas não depende apenas da instalação dos computadores nas escolas, mas sim, de toda uma mudança de pensamento com relação ao papel tanto do professor quanto do aluno no processo de ensino-aprendizagem.

3. A FORMAÇÃO DE PROFESSORES: Um desafio constante

Segundo Moran (2007) "O professor é um pesquisador em serviço. Aprende com a prática e a pesquisa e ensina a partir do que aprende. Realiza-se aprendendo ? pesquisando ? ensinando - aprendendo."
Um dos fatores primordiais para a obtenção do sucesso na utilização da Informática Educacional é a capacitação dos professores perante essa realidade tecnológica. Eles precisam e devem ser capacitados, pois são a mola mestra para a implantação desses recursos no ambiente escolar. Conforme Sampaio & Leite (1998) "Se concordamos que o aluno deve ser sujeito do conhecimento, as iniciativas de formação de professores devem também ver este profissional como sujeito do conhecimento e trabalhar com ele nesta perspectiva."
Essa capacitação dos professores deve envolver uma série de aspectos, tais como: conhecimento básico da informática, conhecimento pedagógico, formas de gerenciamento da sala de aula com esses recursos tecnológicos, tanto na questão dos recursos físicos quanto na questão do novo comportamento dos alunos, que passam então a ter uma atitude ativa no processo. O professor deve estar aberto para as mudanças, principalmente com relação à sua postura, pois ele agora precisa aprender a aprender.

Em face da nova realidade, o professor deverá ultrapassar seu papel autoritário, de dono da verdade, para se tornar investigador, um pesquisador do conhecimento crítico e reflexivo. O docente inovador precisa ser criativo, articulador e, principalmente, parceiro de seus alunos no processo de aprendizagem. Nesta nova visão, o professor deve mudar o foco do ensinar para reproduzir conhecimento e passar a preocupa-se com o aprender e, em especial, o "aprender a aprender", abrindo caminhos coletivos de busca e investigação para a produção do seu conhecimento e do seu aluno.
(BEHRENS, 2007, p. 71)


Os cursos de formação devem criar condições, para que o professor saiba contextualizar o aprendizado e as experiências vividas durante sua formação para a sua realidade de sala de aula, de acordo com as necessidades de seus alunos e os objetivos pedagógicos que se dispõe a atingir. Devem criar condições para o docente construir conhecimento sobre as técnicas computacionais, entender por que e como integrar o computador na prática pedagógica com o conteúdo da sua disciplina.

O papel da educação deve voltar-se também para a democratização do acesso ao conhecimento, produção e interpretação das tecnologias, suas linguagens e consequências. Para isto torna-se necessário preparar o professor para utilizar pedagogicamente as tecnologias na formação de cidadãos que deverão produzir e interpretar as novas linguagens do mundo atual e futuro. (SAMPAIO & LEITE, 1999, p. 15)

O que se percebe é que essa formação não tem acompanhado o avanço tecnológico. Isso acontece, em parte, porque as mudanças pedagógicas são bastante difíceis de serem assimiladas e implantadas nas escolas. E principalmente pela velocidade das mudanças na Informática, que cria inúmeras possibilidades de usos do computador, exigindo muito mais dessa formação do professor, que acaba se sentindo inseguro. Tantas novas possibilidades tecnológicas tem causado desequilíbrio no processo de formação e de desempenho do professor.

4. USO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO: Uma atual necessidade

O uso do computador como meio instrucional não torna dispensável o professor; antes, pode liberá-lo de algumas tarefas e reservar um espaço maior para o contato interativo entre ele e o aluno, necessário a um ensino que valorize a aprendizagem por descoberta. O computador não é um fim em si mesmo, mas um meio, um recurso instrucional a mais cuja eficácia dependerá da capacidade daqueles que o utilizam. (BARROS, 1998, P. 29)


A inserção de computadores nas escolas, inicialmente, parecia trazer atada a si um verdadeiro cataclismo para o magistério. Vários docentes temiam que a incorporação de tais artefatos ao âmbito educacional pudesse lhes tomar o emprego. Os pedagogos questionavam como seriam os métodos e as práticas de ensino a serem adotadas para bem utilizar esse novo recurso material.
Quando esse período turbulento finalmente encontrou um término, aos especialistas sobre o assunto foi indicado que tratassem com mais prudência sobre o uso do computador nas escolas. Dessa maneira, algumas questões relativas a esse assunto foram desmistificadas e esclarecidas, trazendo mais tranquilidade e informação à docência. E também, a consciência de que atualmente não tem como separar ou deixar de lado as novas tecnologias, pois estas estão cada dia mais presentes e incutidas na sociedade, sendo utilizadas nos mais diferentes contextos sociais.

Ninguém pensa que, utilizando um quadro-negro em aula, preparam-se os alunos para usá-lo na vida. Com o computador é diferente. Não é um instrumento próprio da escola, bem ao contrário. Pode-se esperar que, ao utilizá-lo nesse âmbito, os alunos aprendam a fazê-lo em outros contextos. (PERRENOUD, 2000, p. 127)


5. INFORMÁTICA EDUCACIONAL: Um recurso indispensável
Conforme Lévy (1993) "O conhecimento poderia ser apresentado de três formas diferentes: a oral, a escrita e a digital. Embora as três formas coexistam, torna-se essencial reconhecer que a era digital vem se apresentando com uma significativa velocidade de comunicação." Diante da afirmação fica claro a importância da Era digital e o espaço que ela vem conquistando a cada dia. Esta, ligada à correria do mundo moderno e a velocidade com que se apresenta, auxilia e muito a vida em sociedade.
É inegável que as novas tecnologias e a sociedade estão entrelaçadas, de forma que ninguém mais consegue pensar nesta sem essas facilidades. Segundo Sampaio & Leite (1998) "cercados que estamos pelas novas tecnologias e pelas mudanças que elas acarretam no mundo, precisamos pensar em uma escola que forme cidadãos capazes de lidar com o avanço tecnológico, participando dele e de suas consequências".
A informática educacional se caracteriza pelo uso do computador como um recurso colocado à disposição do professor, como um instrumento a mais em sala de aula, que servirá de suporte para a prática pedagógica. Neste nível, aquele é explorado pelo professor em sua potencialidade e capacidade, tornando possível simular, praticar ou vivenciar situações fundamentais à compreensão de informações, que servem de base para o conhecimento que se está construindo.

Pode-se afirmar que o uso do computador só funciona, efetivamente, como instrumento no processo de ensino-aprendizagem, se for inserido num contexto de atividades que desafiem os alunos a crescerem, construindo seu conhecimento na relação com o outro (professores e colegas), além de utilizar a máquina. (WEISS e CRUZ, 2001, p. 93)

6. A INTERNET NA EDUCAÇÃO: Instrumento na construção do conhecimento

Com o crescente desenvolvimento das novas tecnologias, sabe-se que é essencial tanto para estudantes, quanto para professores e toda a comunidade, estar em contato constante e acompanhar as mudanças no setor tecnológico, para não correr o risco de ficar à margem da sociedade, garantindo sua participação na Era digital.
Dentre todos os benefícios e facilidades trazidos pelas novas tecnologias, a Internet foi eleita como fonte de propagação da informação, aumentando a velocidade na troca de ideias entre as pessoas, rompendo fronteiras culturais, políticas, econômicas e sociais, estreitando as diferenças entre homens, unindo as mais distantes regiões do planeta. Segundo Moran (2007) "a internet é uma mídia que facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece". É responsável, assim, por facilitar a disseminação do conhecimento, contribuindo de maneira bem significativa para a educação.
A Internet é uma das ferramentas computacionais utilizada como fonte contínua de informações sobre a vida real, possibilitando a contextualização da aprendizagem no ensino das disciplinas escolares, com os problemas da realidade e de interesse dos alunos, para a construção do seu conhecimento.

Há certa confusão entre informação e conhecimento. Temos muitos dados, informações disponíveis. Na informação, os dados estão organizados dentro de uma lógica, de um código de uma estrutura determinada. Conhecer é integrar a informação no nosso referencial, no nosso paradigma, apropriando-a, tornando-a significativa para nós. O conhecimento não se passa, o conhecimento cria-se, constrói-se. (MORAN, 2007, p. 54)

A Internet deve ser utilizada de forma adequada, para que transformações na educação aconteçam proveitosamente, através de mudanças na forma de ensinar e aprender; já que, com o auxílio desta ferramenta, o aluno agora é responsável pela construção do seu conhecimento e o professor torna-se apenas um orientador e facilitador no processo de ensino-aprendizagem.

Por sua vez, o aluno precisa ultrapassar o papel de passivo, de escutar, ler, decorar e de repetidor fiel dos ensinamentos do professor e tornar-se criativo, crítico, pesquisador e atuante, para produzir conhecimento. Em parceria, professores e alunos precisam buscar um processo de auto-organização para acessar a informação, analisar, refletir e elaborar com autonomia o conhecimento. (BEHRENS, 2007, p. 71)

Alguns alunos não aceitam facilmente essa mudança na forma de ensinar e de aprender, pois estão acostumados a receber tudo pronto do professor, e esperam que ele continue "dando aula", como sinônimo de ele falar e os alunos escutarem. Alguns professores também criticam essa nova forma, porque não parece um modo dar aula, mas de ficar brincando de aula. Porém, o que se espera, é que os alunos estejam conscientes da necessidade de se ter conhecimento, e sejam os responsáveis por seus atos na construção do mesmo.

Como ocorre em relação a todos os outros recursos, porém, é preciso que aprenda a usar a internet. Há necessidade de o professor orientar os alunos a respeito de como direcionar o uso desse recurso para as atividades de pesquisa, de busca de informações, de construção do conhecimento e de elaboração de trabalhos e monografias. Essa orientação é fundamental para que tão rico instrumento de aprendizagem não se transforme em uma forma mais caprichada de colagem de textos ? como antes era feito com textos de revistas ou de livros xerografados da biblioteca ? e sim que represente uma possibilidade de elaboração de trabalhos que sejam produção do conhecimento, frutos da reflexão e estudos pessoais e de discussões em grupo não apenas cópias de textos já escritos. (MASETTO, 2007, p. 161)

Portanto, mais que apresentar e decorar conteúdos, os alunos precisam aprender a acessá-los, a pensar e refletir sobre eles. O aluno precisa ser instigado a buscar o conhecimento, a ter prazer em conhecer, a aprender organizar as informações para que possam ser aplicadas à realidade que está vivendo.

Ensinar e aprender exige hoje muito mais flexibilidade espaço-temporal, pessoal e de grupo, menos conteúdos fixos e processos mais abertos de pesquisa e de comunicação. Uma das dificuldades atuais é conciliar a extensão da informação, a variedade das fontes de acesso, com o aprofundamento da sua compreensão, em espaços menos rígidos, menos engessados. Temos informações demais e dificuldades em escolher quais são significativas para nós em conseguir integrá-los dentro da nossa mente e da nossa vida. (MORAN, 2007, p. 29)

As informações expostas no presente artigo científico são resultado de pesquisas bibliográficas em livros, revistas, artigos científicos e sites na Internet. São também, e principalmente, resultado da pesquisa de campo realizada em cinco escolas públicas do município de Lagarto, foco deste trabalho, e que serviram de amostragem para o levantamento.
Para a elaboração deste artigo científico, com o intuito de alcançar o objetivo geral proposto inicialmente, que é o de verificar o uso da Internet nas escolas públicas do município de Lagarto; visando a existência de laboratório de informática na escola pesquisada; observando as condições físicas do laboratório de informática, tais como número de computadores, se possui Internet instalada, qualidade dos computadores, ventilação, etc.; e identificando a existência de um profissional qualificado para auxiliar os professores na utilização dos computadores, foi realizada pesquisa de campo através de entrevistas, feitas com coordenadores e professores articuladores dos laboratórios de informática das referidas escolas, que com muita atenção não se negaram em fornecer as informações buscadas.
Fez-se também a observação do local para verificação dos dados obtidos. E em seguida, a análise e interpretação dos dados que levaram às conclusões apresentadas a seguir.


7. ANÁLISE DOS RESULTADOS

A pesquisa foi realizada em cinco escolas públicas do município de Lagarto, nos dias 05 e 06 de outubro de 2009. Em cada escola foi entrevistada uma pessoa. Dentre os cinco participantes da pesquisa, três são professores articuladores dos LTE, Laboratório de Tecnologia Educacional, e dois deles são coordenadores das respectivas escolas em que trabalham. Todos são licenciados, dois possuem especialização nas áreas de informática e dois são especialistas em gestão escolar. Além destes, cada escola possui mais outros dois articuladores, que são os profissionais qualificados para auxiliar os demais professores da instituição na utilização dos computadores.
Dentre as cinco escolas pesquisadas três possuem laboratório de informática, que já existem há aproximadamente oito anos. Os três laboratórios dispõem de Internet, dois deles possuem dez computadores e o outro possui vinte e um. Neste, os professores em geral não fazem uso com os alunos, e estes o frequentam sozinhos de acordo com sua vontade. Dois tem estrutura física adequada, enquanto que o outro deixa a desejar na questão da ventilação, que no momento esta sendo feita por ventiladores, quando o correto seria a utilização de ar condicionado. Com relação à qualidade dos computadores, todos foram classificados como bons, porém em número insuficiente para atender à quantidade de alunos da instituição.
Os professores destas instituições já participaram de diversos cursos de capacitação, tais como: Inclusão a educação digital, Capacitação de professores para a utilização do sistema operacional Linux educacional e cursos através do Proinfo-MEC.
Com relação ao acesso ao laboratório, este se encontra a disposição de todos os professores, dependendo apenas de agendamento de horário para garantir o bom funcionamento do mesmo, e direitos iguais para que todos possam se beneficiar com a sua utilização. Os professores geralmente procuram desenvolver nos LTEs projetos interdisciplinares, porém nos três casos observados, isso não é feito com a frequência que deveria. A maioria desenvolve trabalhos relacionados ao ensino e aprendizagem de sua disciplina, que geralmente são rápidas pesquisas na Internet, e que às vezes nem chegam a ser totalmente lidas e compreendidas pelos alunos, não gerando assim o conhecimento que deveria.
Quando perguntado se existe um horário reservado para a pesquisa individual dos alunos, em dois casos a resposta foi negativa e que eles só têm acesso ao laboratório quando reservado e acompanhados por um dos professores. Apenas em uma das escolas os alunos têm mais liberdade com relação ao uso dos computadores. Em todos os casos é proibido o acesso a sites de relacionamentos, tais como Orkut, MSN e outros.
A respeito da reação dos alunos nas aulas realizadas no laboratório, em geral, todos responderam que os alunos gostam muito destas aulas, demonstram alto grau de satisfação e interesse, pois estão fazendo uso de um recurso que já conhecem em sua realidade fora da escola, daí a facilidade no manuseio dos computadores e o envolvimento nas aulas.
Observa-se que existem vários projetos e cursos de capacitação que incentivam o educador a inserir os recursos tecnológicos em suas aulas, mas que na prática, na maioria das escolas, não passam de pura teoria. Pois nem sempre esses recursos existem ou estão em condições de serem utilizados, e quando existem, são em número insuficiente para atender a demanda de alunos e professores.
Assim, os professores em geral se acomodam, e mesmo tendo a orientação dos articuladores dos LTE, não buscam promover aulas mais estimulantes com o suporte destes recursos tecnológicos, já que os alunos demonstram muito mais interesse nas aulas do laboratório de informática do que na sala de aula tradicional.


8. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Como foi apresentado, ainda que resumidamente, a aliança entre tecnologia e educação não se trata de um fenômeno recente. Já há algum tempo surgiram iniciativas no sentido de introduzir a informática no ambiente educacional, com o objetivo de transformar a educação através de mudanças pedagógicas. Apesar das iniciativas, os resultados obtidos ainda não foram suficientes para sensibilizar ou alterar o sistema educacional como um todo.
Percebe-se que tais mudanças não dependem apenas da instalação dos computadores nas escolas, mas sim, de toda uma mudança de pensamento e atitude, com relação ao papel tanto do professor quanto do aluno, de modo que, ambos precisam estar preparados para tais transformações.
O professor necessita enfrentar o desafio diário de estar em constante formação e atualização, com relação não só aos conteúdos e a nova postura dos alunos, mas também no que diz respeito aos recursos tecnológicos que se renovam a cada dia. É preciso ter consciência de que atualmente não tem como separar ou deixar de lado as novas tecnologias, pois estas estão cada dia mais presentes na sociedade, sendo utilizadas nos mais diferentes contextos sociais.
Os computadores, a informática e a Internet são atualmente ferramentas indispensáveis na educação. Em particular, a Internet é hoje uma das ferramentas computacionais mais importantes, por se tratar de uma fonte contínua de informações sobre a vida real, possibilitando a contextualização da aprendizagem no ensino das disciplinas escolares, com os problemas da realidade e de interesse dos alunos, para a construção do seu conhecimento.
Para que essa construção se concretize é preciso que essa ferramenta seja utilizada de maneira adequada, proporcionando sempre resultados proveitosos, através de mudanças significativas na forma de ensinar e aprender.




















9. REFERENCIAS

ALMEIDA, Maria Elizabeth de. Informática e Formação de professores. (PROINFO) Série de Estudos Educação a Distância. Volume 1. Ministério da Educação. Secretaria de Educação A Distância. Brasília, 2000.
______. Informática e Formação de professores. (PROINFO) Série de Estudos Educação a Distância. Volume 2. Ministério da Educação. Secretaria de Educação A Distância. Brasília, 2000.
BARROS, Jorge Pedro Dalledonne de. Informática: Novo desafio Educacional. Editora Scipione, 1998.
COLL, Cesar S. Aprendizagem escolar e construção do conhecimento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
HIÉGE, Bernard. Tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira. O pensamento comunicacional. Petrópolis RJ: Vozes, 2000.
LEVY, Pierre. O que é o virtual? São Paulo: Editora 34, 1996.
______. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.
MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Atlas, 2006.
MASSETO, Marcos T. Mediação pedagógica e o uso da tecnologia. In: MORAN, José Manuel. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.
MORAN, José Manoel, MASSETO, Marcos T., BEHRENS, Maria Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus Editora, 2007.
NEGROPONTE, Nicholas. A vida digital, trad. Sérgio Tellaroli, São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
OLIVEIRA, Ramon. Informática Educativa: dos planos e discursos à sala de aula. Campinas, SP: Papirus, 1997.
PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Trad. Patrícia Chittoni Ramos. ? Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
RODRIGUES, Auro de Jesus. Metodologia Científica. São Paulo: Avercamp, 2006: Il.
SAMPAIO, Mariza Narcizo. LEITE, Lígia Silva. Alfabetização Tecnológica do professor. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.
TAVARES, Neide Rodrigues Barea. História da Informática Educacional no Brasil. Observada a partir de três projetos públicos. Disponível em: HTTP://www.lapeq.fe.usp.br/textos/tics/pdf/neide.pdf Acesso em: 14/04/2008
VALENTE, José Armando (org.). Computadores e conhecimento: Repesando a educação. 2ª ed. Campinas: Gráfica Central da Unicamp, 1998.
______. O computador na sociedade do conhecimento. Brasília: Ministério da Educação, 1999.
WEISS, Alba Maria Lemme. CRUZ, Maria Lúcia R. M. da. A Informática e os problemas Escolares de Aprendizagem. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.