Fazendo uma análise do texto "Os Museus e a Escolas: Da Visita Turística à Visita de Descoberta", onde relatos apresentam os museus como portais para um mundo filosófico e fonte preciosa de conhecimento e descobertas para aprendizes com perfil pesquisador, vimos que há algum tempo os museus eram visitados com freqüência pelos alunos, estas visitas faziam parte das matrizes curriculares do ensino.

Mesmo sendo os museus uma ferramenta de suma importância na formação educacional de um povo, as visitações foram decaindo devido à monotonia resultante da falta de didática dos guias, tal fato se deu pela falta de visão dos dirigentes dos museus que não visualizaram a necessidade de investir no aprimoramento dos recursos humanos, desta forma: "As melhores intenções de expansão de elites ficaram neutralizadas pelo tédio que produziam esses passeios" disse (LIBEDINSKY, 2001), afinal conhecimento profundo de um determinado assunto não representa necessariamente capacidade de despertar interesse de outros, baseado em suas explicações.

A museologia é a ciência que se ocupa de resolver os problemas que propõe um museu em suas três missões: conservação, pesquisa e docência. Sendo função do museu, conservar e exibir obras, docu­mentos e objetos, observou-se o novo perfil de seus visitantes, onde a maior parte não são adultos e nem especialistas em miniatura, museus do mundo inteiro compreenderam a necessidade de aprimorar e modificar sua metodologia de orientação em visita guiada, adequando-se aos novos tempos. As escolas também devem rever sua atuação neste cenário, uma visita não pode ser improvisada, pois tem por objetivo contribuir para discentes e docentes no desenvolvimento das atividades e temas que estejam sendo abordados em aula em um determinado período, transformando a visita em descoberta. A proibição de tocar vem sendo substituída pelo imperativo de tocar em tudo, fortalecendo os ideais da tendência pedagógica construtivista, a visita guiada ocupa um lugar secundário em relação à possibilidade de interagir, a sinergia que envolve professor, aluno e objeto de estudo, desperta cada vez mais o pesquisador adormecido no subconsciente do discente, criando novas perspectivas para o professor pesquisador que almeja este objetivo.

Os museus trazem uma bagagem mais abrangente que a mente humana, que vem emergindo gradativamente do sombrio abismo no qual foi lançada na tendência pedagógica liberal que foi imposta pela ditadura, consegue conceber nos dias de hoje, entretanto, o professor pesquisador vem se destacando nesta árdua tarefa de resgatar o desejo de aprender de seus discentes. Muitos desses professores vêem os museus como ferramenta indispensável na formação de seus alunos, pois, seu acervo traz de forma documental o avanço tecnológico da humanidade. Mercedes Mayol Lavalle (1991) apresenta a tipologia de museus, estruturada de acordo com a forma como se concebem as coleções e as perspectivas segundo as quais se expõem os testemunhos: Museus de Arte; de História; de Ciências Naturais; de Ciência e Técnica; de Antropologia (Arqueologia, Etnografia e Folclore); Pluridisciplinares não especializados (heterogêneos); Especializados (biográficos, em memória de algum representante da arte ou da história, ou monográfico, dedicados a um só tema); Educacionais (escolares, universitários, pedagógicos: conservam materiais documentais referentes ao desenvolvimento da pedagogia); Regionais; Ecomuseus (de bens naturais e culturais representativos do modo de vida de uma população). Também podem ser considerados museus os centros científicos, os planetários, os jardins botânicos, os aquários, os viveiros, os sítios arqueológicos e históricos, os institutos de conservação e as galerias de exibição de bibliotecas e arquivos.

Em países como os Estados Unidos, Canadá, França, Espanha, Inglaterra e Alemanha, existem os novos museus, os chamados "museus participativos" ou "centros interativos", onde a participação do visitante ganha relevância.

O Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, apresentou a exposição "O Corpo humano", produzida com a direção médica do norte-americano Dr. Roy Glover, a mostra recorre a 16 corpos e 225 órgãos verdadeiros para revelar o funcionamento do corpo humano e seus sistemas. Foi utilizada a técnica de polimerização para obter resultados, que evidenciam as variações e diferenças apresentadas pela espécie, com absoluta precisão.Pareceu-me pertinente citar tal exposição, por ter sido de relevante importância para nós (professor e alunos), pois, ocorreu justamente no período que abordávamos a matéria de medicina nuclear o que facilitou de forma significativa a compreensão por parte dos discentes do curso de tecnologia em radiologia, a explanação do guia se deu de forma concisa, porém interessante, chegando a estimular perguntas e novas pesquisas na área. O museu oferece a possibilidade de elaborar propostas específicas que, materialmente, não podem ser implantadas nem na aula nem por meio de uma revista. Tem potencialidades que o distinguem de outros recursos da divulgação científica. São estes os principais marcos que definem e legitimam a importância dos museus no processo pedagógico.

Hélio Ricardo Mascarenhas Fonseca
Técnico em Contabilidade (CETECON)
Tecnólogo em Radiologia (UNIG)
Lato Sensu em Adm em Saúde e Docência (UCAM)
Pós-graduando em Educação tecnológica (CEFET/RJ)

Referências:

SPRITZER,Ilda Maria de Paiva Almeida, A Tecnologia Educacional e a Escola, Aula 5 mod II, do Curso de Especialização em Educação Tecnológica, CEFET/RJ;

http://diariodorio.com/exposio-corpo-humano-no-museu-histrico-nacional-rio-de-janeiro/ acessado em 06/04/2009