A IMPORTÂNCIA DO INCENTIVO À LEITURA NO COTIDIANO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

MELO, Juliana Siedler de*

Resumo: O presente artigo tem como objeto de estudo a literatura infantil e a sua importância no cotidiano de crianças de 0 a 5 anos. O mesmo apresenta algumas considerações sobre o papel da escola na leitura de textos literários para crianças. Visto que, educar é uma tarefa que exige muita responsabilidade. Nos primeiros anos de vida de uma criança, para uma boa formação é fundamental que a criança seja estimulada a ler. O contato com os livros deve ser iniciado o mais cedo possível, não só pelo manuseio, como também pela história contada, pela conversa ou pelos jogos rítmicos, no sentido de fazer amar a leitura, para que o aluno se sinta o protagonista do seu aprendizado. Atualmente, um dos grandes desafios enfrentados na área da educação infantil é o de conseguir adaptar à sala de aula uma prática pedagógica que atenda às necessidades das crianças que já estão "vivendo" o processo de aquisição de leitura e escrita.

Palavras-chave: Educar, Educação Infantil, Lleitura Infantil, valores.

Introdução

Esta analise foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na cidade do Rio Grande em uma turma de "Pré B", ou seja, com crianças na idade de 4 e 5 anos. No total, havia 23 alunos, sendo que 14 eram meninas e 9 eram meninos. A sala de aula era bem ampla e seu espaço bem aproveitado. Tinha um canto para a leitura, havia também, um pátio separado somente para as crianças da educação infantil neste contendo uma caixa de areia, balanços, escorregador e gangorra.

O tema deste artigo surgiu da minha satisfação em virtude interesse dos alunos pela leitura. Também, pelo fato de a professora explorar de forma tão natural e lúdica este tema que considero um dos focos centrais na educação infantil, mesmo que em muitas classes de Educação Infantil contem com pouquíssimos recursos disponíveis para realização e exploração desta atividade.

A metodologia adotada foi a observação, em sala de aula a partir das atividades propostas pela professora, quanto dos alunos e por fim do ambiente que lhes era disponibilizado para as atividades propostas na sala de aula.

Visto que, em muitas escolas é comum a leitura diária de histórias, desde o primeiro ano de vida da criança, neste trabalho verifiquei o papel da literatura que, hoje, busca trabalhar os valores humanos essenciais para se viver em uma sociedade. Também, verifiquei a forma como a arte literária transmite tais valores.

O Papel da Leitura na Educação Infantil

Através da linguagem simbólica, a literatura infantil pode influenciar na formação da criança, que passa a conhecer o mundo em que vive de maneira a compreender: o bem e o mal, o certo e o errado, o belo e o feito, amor e raiva, a dor e o alivio, entre outros. Por isso, aos poucos, a criança compreende o mundo adulto do qual faz parte. Assim como destaca GOES (1990, p. 16)

"A leitura para a criança não é, como às vezes se ouve, meio de evasão ou apenas compensação. É um modo de representação do real. Através de um "fingimento", o leitor re-age, re-avalia, experimenta as próprias emoções e reações."

A literatura infantil cumpre, hoje, a responsabilidade de entreter e divertir e, principalmente formar na criança uma consciência de mundo. Após este breve comentário a cerca da importância do incentivo à leitura, abordarei agora, as fábulas, em sua origem, conceito e sua moral.

A fábula se originou da necessidade natural que o homem sente de expressar seus pensamentos por meio de imagens, emblemas ou símbolos. A mesma teve o Oriente Médio como seu berço, tendo aparecido naturalmente por conseqüência do desenvolvimento histórico da idéia de arte.

Essa forma literária tem um caráter critico. Tal fato levou a pensar que a fábula nasceu da necessidade critica do homem. Esse mesmo conceito levou a pensar que a fábula deve sua origem à escravidão

Caracterizando, a fábula é uma pequena narração de acontecimentos fictícios que tem como finalidades, divertir e instruir. Essas historias devem ser escritas em estilo simples e fácil e concebidas em prosa ou em verso.

As fábulas como "A cigarra e a formiga", " A tartaruga e a lebre", "A cegonha e a raposa" , por exemplo, são histórias antigas, que sempre trazem uma lição àqueles que as escutam. São muito importantes para a formação do caráter da criança. É fundamental que o educador comente com a criança ao final, ajudando a firmar as lições que elas trazem.

Porém, o emprego da fábula, no ensino, provocou resistências desde o começo da moderna didática. Rosseau, em seu radicalismo questiona o valor de instrução que as fabulas exercem sobre as crianças, visto que elas partem da realidade, mas não são verdades absolutas, e que é muito difícil fazer a criança entender a moral das fábulas, pois as idéias estão fora de seu alcance.

A moral das fábulas é o aspecto muito polêmico, pois, ela pode passar uma dualidade de sentidos, conforme afirma Rousseau. Sendo assim, é aconselhável uma cuidadosa seleção das fábulas antes que sejam oferecidas para as crianças. Elas devem reunir conceitos mais claros e objetivos e condições para que não permitam confusões interpretativas.

Porém, não foi sempre assim, pois somente a partir do século XX, começaram a surgir diversos pensadores que criticavam o método tradicional. Assim surgiu a Escola Nova, que por sua vez problematizava o papel do educador, do educando, da organização do trabalho pedagógico e construía um compromisso com a transformação escolar.

A leitura é uma forma de recreação muito importante para a criança, principalmente para o seu desenvolvimento intelectual, psicológico e afetivo. Esta desempenha papel fundamental na vida da criança, pela riqueza de motivações, sugestões e de recursos que oferece ao seu desenvolvimento.

A leitura infantil é um dos fatores para que a criança consiga buscar a sua realização, fazendo com que as novas gerações criem uma responsabilidade quanto à mudanças de seus hábitos, de maneira a que o hábito da leitura seja realizado desde os primeiros anos de idade, contribuindo em sua formação sob todos os aspectos.

Concomitantemente, os livros podem contar histórias que falam do dia-a-dia da criança ou de hábitos e situações, fazendo com que a criança passe a se identificar pouco a pouco. Falam também de sentimentos como amor, carinho, proteção, cuidado, inveja, raiva, ciúmes, medo, entre outros, ajudando a criança a compreender melhor as coisas que sente. De acordo com EICHENBERG:

"O Projeto de Incentivo à Leitura da Literatura vem, assim, qualificar a ação pedagógica e ampliar os horizontes do mundo escolar no que tange ao trabalho emancipa tório com o livro literário, de maneira a formar alunos-leitores e, conseqüentemente, auxiliá-los no desenvolvimento das habilidades de fala e escrita, na formação de opiniões, na formação de sua identidade, na compreensão do mundo que os cerca e na expansão de seus horizontes de expectativas."

Por tanto, Como profissionais da educação, quando pensamos numa sala de aula, devemos buscar logo as soluções que sejam mais interessantes e viáveis para que os alunos tenham interesse e participação quanto aos conteúdos abordados.

Em virtude disso, a proposta de se trabalhar com projetos é justamente a de proporcionar um ambiente favorável ao saber. Por isso, os temas devem ser escolhidos juntamente com os alunos, para que esses se sintam prazer em estudar e pesquisar e qe para que vejam que a sala de aula não é o lugar onde se "deve" engolir os conteúdos passados pelos professores, mas sim, que este é um espaço aberto de trocas de conhecimento.

O conceito básico de leitura, nesse contexto, passa ser então a "produção de sentido". Essa produção de sentido, por conseguinte, é determinada pelas condições socioculturais do leitor, com os seus objetivos, seus conhecimentos de mundo e de língua, que lhe possibilitarão a leitura. Por isso, é importante que o educador crie espaços para pesquisas, discussões em grupo, montagem de painéis referente aos temas, maquetes, enfim, tudo aquilo que se tornar centro de interesse dos alunos.

Portanto, é importante frisar que as crianças se desenvolvem em situações de interação social, nas quais conflitos e negociação de sentimentos, idéias e soluções são elementos indispensáveis. (BRASIL, 1998, p. 31)

Por tanto, não existe uma técnica certa para a leitura de livros para as crianças. O educador apenas precisa ter disposição para dar mais esta atenção a elas. Cada um descobre a sua própria maneira de explorar melhor a hora da leitura. Aos poucos, a criança vai perceber que também se beneficia do que vêm escutando. É muito importante que o professor escolha livros que também a encantem, só assim o levará com entusiasmo para a criança.

Considerações Finais

Após este estudo, pude concluir que ainda falta muito para que o ensino de crianças seja o exato, mas penso que estamos no caminho certo e que já demos vários passos largos para isto. Justifico esse meu posicionamento com este artigo sobre a importância da leitura, que antes não seria discutido, pois não era considerado "importante" para a formação de crianças pequenas.

Por fim, ao longo dessas linhas busquei inspiração, sobretudo, na crença e firme convicção como futura educadora, de que o futuro está na educação, principalmente na Educação Infantil. E que o desfio do novo educador, daquele adequado ao mundo contemporâneo, está justamente em fazer frente às ideologias dominantes que insistem em práticas educativas tradicionais e descomprometidas com o objetivo máximo da educação, centro para onde deveriam convergir todos os interesses: o aluno.

Referências:

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial Curricular para a Educação Infantil. Brasilia: MEC/SEF. Vol.1, 1998.

EICHENBERG, Renata Cavalcanti. Literatura na escola: um projeto de incentivo à leitura

GÓES, Lucia Pimentel. A aventura da Literatura para crianças. São Paulo: Melhoramentos, 1990.