A historia da filosofia nos currículos educacionais é caracterizada pela dialética da sua ausência e presença ao logo do desenrolar histórico da educação brasileira, contudo recentemente com a alteração da lei 9393/96 (que determinava o acesso dos estudantes aos conteúdos de filosofia e sociologia) a disciplina de filosofia tornou-se obrigatória no ensino médio, algumas questões suscitaram a reflexão dos educadores como por exemplo: a importância  da filosofia para o estudante do ensino médio, a especificidade da mesma frente as outras disciplinas e o método apropriado para o ensino de filosofia.

A importância da filosofia no ensino médio está na contribuição para a construção da consciência critica dos estudantes, pois tal disciplina ajuda a derrubar os preconceitos que ora são incorporados a nossa mente por ação das estruturas de dominação, como a mídia e outras. Essa consciência dá ao aluno a capacidade de torna-se cidadão consciente dos seus direitos e deveres, como de buscar por meio da reflexão melhoria na condição atual do mundo vigente.    

A essência (identidade) da filosofia frente às outras disciplinas está no fato da mesma trabalhar com conceitos, esta não como definição pronta e acabada, mas como possibilidade de questionamentos que exige reflexão, pois o pensamento não é algo estático, mas dinâmico. Na verdade a própria historia da filosofia prova que um mesmo conceito produz diferentes resultados porque o pensamento é amplo e dinâmico.

O método de propagação do pensamento filosófico deve partir primeiro da construção de um currículo que contribua para a execução do pensamento filosófico, pois a educação filosófica não pode ser enciclopédica, ou seja, não pode ser simples transmissão de conceitos trabalhados por outros, mas deve contribuir para que o próprio aluno seja capaz de produzir seus próprios conceitos, por isso ao compor o currículo deve se dá preferência aos problemas filosóficos, pois esta a barca tanto a história da filosofia como também aos temas filosóficos.

No ambiente da sala de aula a propagação filosófica deve se estruturar a partir de quatro pilares: a sensibilização, a problematização, a investigação e a conceituação.   O primeiro pilar consiste na motivação do aluno por parte do professor porque este exerce uma influencia profunda no que diz respeito ao incentivo ao pensamento filosófico.  O segundo é caracterizado pela apresentação do problema que será abordado, ou seja, a temática a ser trabalhada. O terceiro consiste na compreensão da temática partindo do pensamento dos filósofos (nesta etapa a historia da filosofia exerce um papel fundamental) e por fim a conceitualização que consiste no recriar do pensamento filosófico, nesta fase o pensamento do aluno torna-se autônomo.

Portanto, percebe-se que o pensamento filosófico quando permite ao aluno produzir seu próprio conceito, a disciplina filosófica torna-se mais atrativa e dinâmica.