1. A EVASÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
1.1-Trajetória Histórica da Educação de Jovens e Adultos no Brasil
A Educação de Jovens e Adultos no Brasil é uma modalidade de ensino direcionada para pessoas que por algum motivo não tiveram acesso ao ensino regular na idade adequada. Acreditasse que essa modalidade surgiu pela necessidade da criação de políticas publicas de educação voltada para o ensino de jovens e adultos que oportunizasse o reingresso desses alunos ao ensino fundamental e médio como maneira de combater o analfabetismo e os altos índices de repetência.
A educação que Paulo Freire vislumbra não é apenas politicamente utilitária. Ela não objetiva somente criar novos quadros para um novo tipo de sociedade. Há uma proposta politicamente mais humana, a de criar, com o poder do saber do homem libertado, um homem novo, livre também de dentro para fora. (BRANDÃO 2005, p. 87)

Nesse sentido, a trajetória da EJA no Brasil iniciou sua história na década de 30 com um grande marco nas políticas públicas Brasileira abrindo espaço para novas diretrizes econômicas e educacionais. Em uma época que a sociedade Brasileira passava por significativas transformações, associadas pelo processo de industrialização com o crescimento da população em grandes centros urbanos, a União buscava ampliar o atendimento da educação e a traçar diretrizes educacionais para todo o país incumbido os estados e o município a executar essa meta educacional que tem por objetivo incentivar a amplitude do ensino elementar para jovens e adultos.
Isto provoca a tomada de posições do Estado na redemocratização do pais após a ditadura militar de 1937-1945, a partir desses pressupostos a EJA foi marcada pela concepção de "erradicar" o analfabetismo.
O sistema preconizava a formação assumiriam a tarefa de oferecer serviços culturais em vários níveis: popular, secundário, pré-universitário, universitário, através do que os adultos teriam a oportunidade de realizar não um curso de emergência, mas um processo continuo e tão completo quanto fosse possível de educar fundamental. (BRANDÃO, 2008, p. 83)

E assim entre 1946 a 1958, foram realizadas campanhas nacionais e entre os anos de 1954 e 1958, houve a implementação do Plano Nacional de Alfabetização de Adultos, liderada por Paulo Freire como fruto do 2º Congresso Nacional de Adultos realizada em 1958. Por conta de contextos políticos resultou em uma prática restritiva, oposta aos ideais emancipatórios de Paulo Freire, com a implementação do Mobral que visava o controle da alfabetização, tendo apenas o intuito de codificação e decodificação do próprio nome e de uma carta simples.
O Mobral tinha três característica básicas: independência institucional e financeira face ao sistemas regulares de ensino e com demais programas de educação de adultos: articulação de uma organização operacional descentralizada, apoiada em comissões municipais incumbidas de promover a realização das orientações do processo educativo. (SOUZA, 2007, p. 35)

Com o crescimento de Fóruns da EJA nos espaços de discussão no processo de construção desta prática educativa, que se dá a inserção do Brasil no cenário internacional das discussões em torno da EJA e dos sujeitos desta modalidade. As conferências internacionais de Educação de Adultos ? CONFINTEA, que exerce o papel fundamental dos movimentos sociais. Estas conferências reúnem diversos organismos estatais e não governamentais dos países que discutem a educação de adultos que demarcam em termos mundiais, assegurando como direito a todos os cidadãos independentemente de sua idade.
1.2- Breve Histórico da Prática Docente na Educação de Jovens e Adultos no Brasil
Com a chegada dos portugueses ao Brasil deu-se início a uma ação missionária com o fim de difundir o evangelho, transmitir normas de conduta e ensinar as tarefas necessárias ao funcionamento econômico das colônias, inicialmente com os índios, em seguida com escravos e depois com os colonizadores e seus filhos.
Segundo Haddad e Di Pierro, 2000, após a interrupção desta educação missionária com os adultos fora retomada no Império através da Constituição de 1824 e com o ato adicional que foi reservada à elite uma educação de responsabilidade imperial, uma educação básica com menores recursos, com o papel de educar a maioria carente.
Somente em meados de 1940 se observaria certa preocupação geral com ações educativas das camadas marginalizadas, isto é, surgem os primeiros vestígios de um pensamento pedagógico ou de políticas educativas especificas. Enquanto que, a elite já se encontrava bem adiantada (HADDAD e DI PIERRO, p. 110).
Ainda de acordo com Haddad e Di Pierro, esse reconhecimento legal por parte da união em relação à educação de jovens e adultos veio se firmar como um problema de política nacional, pois a Constituição de 1934 previa o Plano Nacional de Educação e estender o ensino primário aos adultos.
A concepção voltada à educação de jovens e adultos, desde o início, via os adultos como imaturos e ignorantes. A partir de 1958, essa situação passa por reflexão no pensar dos educadores, marcando um novo período na educação dos adultos no país, em meio a essa perspectiva, começa-se a desenvolver várias campanhas e programas até o período de 1964.
Com o golpe militar, produziu-se no país uma ruptura política em função dos interesses desse movimento que tentou acabar com as praticas educativas que auxiliavam os interesses populares. Neste aspecto criou-se o Movimento Popular Brasileiro de Alfabetização (Mobral) e depois Ensino Supletivo apenas com o intuito estratégico de ter neste grupo popular carente canais de mediação com a sociedade.
Nessa perspectiva, a idéia era fazer com que a sociedade civil acreditasse que estes programas "livraria o país do analfabetismo". Para Paiva (1982 apud HADDAD; Di PIERRO, 2000, p. 114). Assim, o Estado firmou vários convênios com municípios e instituições privada e em 1970 o governo foi classificação como "analfabetismo" "vergonha nacional" que deveria acabar no curto prazo de dez anos, dispensando qualquer argumentação de caráter pedagógico.
O Ensino Supletivo também implantado com a intenção de recuperar o atraso e formar mão-de-obra para o desenvolvimento nacional que passava assim, a organizar o antigo exame de madureza. Compatível a modernização sócio econômico (HADDAD e PIERRO, 2000, p. 116).
Ainda para Haddad e Di Pierro, após o término do militarismo no país em 1985, foi promulgada a Constituição Federal de 1988. Criou-se a Fundação Educar em substituição ao MOBRAL. Entretanto, mergulhado em um novo contexto, o país voltava-se a contenção de gastos públicos, teve inicio a reforma educacional em 1985, o que relegava novamente a educação de jovens e adultos ainda na posição marginal.
Os autores Haddad e Di Pierro ainda afirmam que muitos programas e políticas educacionais foram desenvolvidos no decorrer da história, mas pouco realmente foi verificado de acordo com a realidade. Por isso, chegamos hoje com grande movimento de ampliações da oferta de vagas no ensino público, o que tem apresentado insuficiência, pois as condições do ensino não acompanharam esse quadro. É visível um conjunto de situação de extrema pobreza que contribui o abandono escolar.
Portanto esse novo panorama de exclusão social e educacional é resultado de movimentos educacionais elaborados pela falta de compromisso. Demonstrando assim, que estes jovens e adultos passam pelo sistema de ensino, mas não conseguem reconhecer situações comunicativas que se envolve com autonomia. Entretanto em 2003, a educação de jovens e adultos retornou a agenda política para fazer frente a esta realidade.
1.3-Paulo Freire e sua contribuição na erradicação do analfabetismo
Quando se fala em educação de Jovens e adultos significa dizer que são pessoas que por algum motivo não tiveram oportunidade de estudar na idade certa ou por vários fatores que os afastou da sala de aula.
Na década de 50, surgiram várias criticas em relação à Educação de Jovens e Adultos, criticavam a formas administrativas, financeiras, a orientação pedagógica o período em que as pessoas levavam para serem alfabetizadas e o método que era usado para alfabetizar a população adulta. Todas essas criticas convergiram para uma nova visão sobre o problema do analfabetismo no Brasil surgia assim um novo paradigma pedagógico para a educação de adultos, cujo referencia principal o educador pernambucano Paulo Neves Freire.
O pensamento pedagógico de Paulo Freire, assim como sua proposta para alfabetização de adultos,inspirou os principais programas de alfabetização de educação popular existente no país. Nos anos 60 essas propostas foram abraçadas por intelectuais, estudantes, e igrejas todos engajados em prol da alfabetização dos adultos.
O método de Paulo Freire criou um novo paradigma para a alfabetização de jovens e adultos, em que ele relata a alfabetização de adultos não dispunha de um referencial teórico próprio, que são utilizados os mesmo procedimentos e recursos metodológicos com as crianças e não com jovens e adultos.
Vejamos o que Moura (2001, p.26) afirma sobre o assunto:
As iniciativas e ações que ocorrem neste período passaram a margem das reflexões e decisões a cerca de referencial teórico próprio para a área essas hipóteses podem ser confirmadas através do comportamento de alguns educadores que durante muito tempo reagiram à idéia de mudar a forma de ensino para crianças adaptando-os através de recursos didáticos a jovens e adultos. (2001, p.26)

Nessa visão de Moura, era difícil para os educadores, da época, que trabalhavam com jovens e adultos, seguir uma linha metodológica, pois o país passava por um período de regime militar . Nesse período as desigualdades sociais aumentaram muito no país. Para amenizar a situação em que se encontrava a nação foram criadas escolas técnicas que preparava mão de obra barata sem se preocupar com uma formação de educacional, porém só com o aumento da produtividade.
Paulo Freire como era nordestino observava muito essa região e se preocupava com o grande número de analfabetos era uma dura realidade que ver essa população a margem da sociedade sem poder participar da democracia brasileira.
Paulo Freire defendia que o alfabetizador deveria fazer uma pesquisa sobre a realidade dos alunos que iria trabalhar selecionar as palavras segundo Paulo Freire classifica esse método como tema Gerador que essa palavra tivesse significado para os jovens e adultos, o material deveria ser construído através de pesquisas sobre a realidade dos alunos da educação jovens e adultos. De acordo da visão de Freire apud Brandão (2005, p.21 e 22) cita que:
Um dos pressupostos do método é a idéia de que ninguém educa ninguém e ninguém se educa sozinho.A educação, que deve ser um ato coletivo, solidário- um ato de amor,não pode ser imposta. Porque educar é uma tarefa de trocas entre pessoas e, não pode ser feita por um sujeito isolado. (FREIRE, apud BRANDÃO, 2005, p.21 e 22)

De acordo com o ponto de vista do referido autor precisa haver interação entre o educando e o alfabetizador em que de lado a lado se ensina e de lado a lado se aprende.
Nessa fase, foram produzidos vários materiais didáticos de alfabetização tinham como base esses princípios, continha palavras geradoras acompanhadas de imagens com temas para debate, com as silabas derivadas das palavras, contendo frases para leitura, o que caracterizava o material não era apenas a referências à realidade imediata dos adultos, mas sim a intenção de problematizar essa realidade.
O método criado por Paulo Freire não serviu somente para alfabetizar os adultos, mas veio para desperta à consciência que através da educação, ela proporciona uma qualidade de vida mais digna, tornando uma pessoa participativa na sociedade em que está inserido.
A educação é o único caminho capaz para transformação humana social dos indivíduos,conduzindos-os para uma visão critica, conscientizando e preparando-os para viverem em sociedade e assumindo a sua cidadania. (MARX, apud MANACORDA, 1991, p.27).

Marx, apud Manacorda defensor idealista da liberdade do homem do saber coletivo e ideológico diante de sua visão diz que: "a educação formal é indispensável na vida do homem, e prioridade para todos os cidadãos, desde a infância a vida adulta".
1.4- Os movimentos populares no contexto educacional
Pressupõe-se, nesta definição, que o que existe a priori é a condição de classe, que é dada pelo lugar que o sujeito ocupa no mundo do trabalho e, consequentemente, na sociedade, mas que para ser Movimento é preciso constituir-se como tal e se colocar em movimento. Considera-se, também, que a construção de uma identidade coletiva não é um dado ou uma essência, mas um produto de trocas, negociações, decisões e conflitos. (MELUCCI, 2001, p. 22).

Os movimentos sociais são entendidos como sujeitos organizados que se colocam em uma expressão política diante da sociedade, que tem as condições de reprodução da vida, que tenha uma relação com o trabalho e que viva uma vida digna. Neste sentido são pessoas que reivindicam seus próprios direitos universalmente.
Desde a década de vinte, mais especificamente após a semana de arte moderna e posteriormente com os manifestos da escola nova, já se falava em uma educação popular que fosse direito de todos. Nesse cenário, em 1959 educadores e intelectuais lançaram um movimento em defesa da escola pública ao entender que o desenvolvimento econômico do país se passava necessariamente pela educação, muito mais técnica, para ensinar a fazer, do que clássica para formar intelectuais. (FREIRE, 1991, p.)
Percebe-se que desde as primeiras décadas muitas pessoas lutaram para que seu direito a educação fosse vedado. Portanto nesses anos houve vários movimentos em defesa das escolas públicas realizados por educadores, intelectuais e pela população em busca de ter seus direitos a educação, sem distinção de pessoa, raça ou cor.
Nessa forma, construir uma escola pública popular é ampliar as aspirações educacionais populares aliadas à reorientação política do nosso país, é adotar para a educação escolar um currículo pensado na população. É fazer uma escola que para Freire (1991, p. 43): "(...) estimula o aluno a perguntar, a criticar, a criar, onde se propõe a construção do conhecimento coletivo, articulando o saber popular e o saber crítico, científico, mediado pelas experiências no mundo".
Ainda para Freire (...) devia-se construir escolas com um currículo educacional mais amplo, a escola deveria capacitar alunos para serem pessoas de conhecimento crítico, uma escola que fosse os alunos, que exigisse mais do conhecimento, fazendo assim que aquele aluno sentisse vontade de perguntar mais, para que ele possa obter mais conhecimento do mundo e ganhar mais experiências de vida.
Vale salientar, entretanto, que na década de 1980 há uma mudança no padrão de acumulação do capital. A educação volta a ser valor indiscutível vestido de um discurso democratizador. Esse valor, da educação e do desenvolvimento, tinha se perdido na década anterior. Iniciava-se a luta por um tipo de democracia e de educação que atendesse os interesses das classes populares.
1.5- Programas de combate ao analfabetismo
Nesse sentido, quando falamos ?em adultos em processo de alfabetização?, no contexto social brasileiro, nos referimos a homens e mulheres marcados por experiências de infância na qual não puderam permanecer na escola pela necessidade de trabalhar, por concepções que os afastaram da escola como de que ?mulher não precisa aprender? ou ?saber os rudimentos da escrita já é suficiente?, ou ainda pela seletividade construída internamente na rede escolar que produz, ainda hoje, itinerários descontínuos de aprendizagem formais. Referimo-nos a homens e mulheres que viveram e vivem situações-limites nas quais o tempo de infância foi, via de regra, tempo de trabalho e de sustento das famílias. Também falamos de adultos que tentaram muitas vezes voltar à escola, mas a assistematicidade dos programas de alfabetização e de educação para adultos no Brasil tornou-os reféns de uma lógica que, durante décadas, fez desta temática um discursos político rentável e desconectado de compromisso real. (Moll, 2004, p.11)

A história da Educação de Jovens e Adultos tem sua vida marcada por vários fatores entre eles, o grande índice de analfabetismo, um dos motivos desse grande índice é tão somente a grande expressão da pobreza, as poucas oportunidades para ingressar em uma escola quando criança, conseqüência inevitável de uma estrutura social e injusta. Assim a educação de adultos está condicionada às possibilidades de uma transformação real das condições de vida do aluno-trabalhador.
Seria difícil combater satisfatoriamente essas causas sem um método especifico voltado para essa modalidade para isso, tornou-se necessário criar vários programas com um único e importantíssimo fim, combater este vasto índice. No inicio da década de 80, o contexto da democratização possibilitou a ampliação das atividades voltadas para a Educação de Jovens e Adultos. Educadores estudantes e políticos organizaram-se em defesa da escola pública e gratuita para todos.
Em 29 de outubro de 1989 na câmara Municipal de São Paulo mais especificamente na década de 90 ocorre a grande inauguração do Programa MOVA-SP (Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos de São Paulo, o lançamento teve a grande participação dos vários Movimentos Populares da Cidade de São Paulo.
O sucesso de um programa de Educação de Jovens e Adultos é facilitado quando o educador é o próprio meio. Um programa de educação de adultos, por essa razão, não pode ser avaliado apenas pelo seu rigor metodológico, mais pelo impacto gerado pela qualidade de vida atingida. A educação condicionada as possibilidades de uma transformação real das condições de vida do aluno trabalhador. Os programas de educação de jovens e adultos estarão a meio caminho do fracasso se não levar em conta essas premissas, sobretudo na formação do educador. O analfabetismo não é uma doença ou "erva daninha", como se costumava dizer entre nós. E a negação de direito ao lado da negação de outros direitos. O analfabetismo não é uma questão pedagógica, mas uma questão essencialmente política. (GADOTTI, 1998, P. 14)

Para Martins, (Revista, 2011) algumas iniciativas inovadoras podem contribuir a redução do número de analfabetos no Brasil, pois, existem 14,2 milhões de pessoas incapazes de ler rótulos de produtos no supermercado, identificar o destino num letreiro de ônibus ou assinar o próprio nome. Uma triste estatística mostrada que, em pleno século 21, o país não conseguiu erradicar o analfabetismo.
Nos últimos anos, inúmeros programas e técnicas de "leitura" foram apresentados, todos eles na tentativa de vencer as dificuldades de se abordar um texto e compreendê-lo. Embora se considere que esses programas tivessem a intenção positiva de vencer o "fracasso" da leitura, sabe-se que todos partiam dos pressupostos básicos de que era possível ensinar estratégias únicas de leitura e transferidos para interpretar e compreender qualquer texto. (SILVA et al, 2006, p.123)
Atualmente a Educação básica é imprescindível para o processo de conhecimento e aprendizagem do educando, uma boa qualidade de ensino nas etapas é um dos fatores mais importantes para alcançar os mais altos processos da aprendizagem, diante desta realidade deve-se experimentar e buscar, novas estratégias, novos conteúdos, outros métodos que proporcione um melhor ensino, um ensino com melhor qualidade. Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais que diz que, os conteúdos oferecidos em sala de aula precisam estar de acordo com um padrão mínimo, e ao mesmo tempo, estar sintonizados com as particularidades e especificidades do lugar em que o ensino está sendo desenvolvido (GADOTTI, 1998, p.111).
Precisam ser oferecidas novas propostas de ensino, de forma dinâmica para que os alunos possam elaborar suas próprias ideias a partir também de suas próprias experiências, ou seja, é preciso criar novas propostas de ensino que possam respaldar as determinações da LDBEN 9394/96 que destaca em seu artigo 26: "Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade" (BRASIL, 1998).
Em 1947 surgi o (SEA) Serviço de Educação de Adultos como um serviço de especial do Departamento Nacional de Educação do Ministério da Educação e Saúde que tinha como alvo principal orientar e coordenar geral os trabalhos e planos no decorrer do ano todo do ensino supletivo para adolescentes e adultos analfabetos.
(...)exercício da cidadania, a totalidade das dimensões que constituem do trabalhador (econômica, social, cultural, política, subjetiva) e a proposta de lutar por políticas de emprego e por um modelo de desenvolvimento baseado na economia solidária e sustentável. (CUT, 2003, p.140)

O MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) deu seu marco inicial na década de 70, sob a ditadura militar, o qual foi criado pela lei 5379 de Dezembro de 1967, que era voltado para o combate do analfabetismo, expandindo sua área de atuação para o campo como educação de crianças e a educação comunitária. Os métodos e os materiais didáticos propostos pelo MOBRAL assemelhavam-se aos elaborados no interior dos movimentos de educação e cultura popular, pois também partiam de palavras chaves, retiradas da realidade do alfabetizando para então, ensinar os padrões silábicos da língua portuguesa. O ano final do MOBRAL ficou marcado por várias denúncias que acabou culminando na criação da CPI (Comissão Parlamentar de inquérito) para verificar a aplicação e direção dos recursos e a divulgação dos falsos índices de analfabetismo.
Em 1975, foi implantado o projeto MINERVA que tinha como objetivo oferecer curso preparatório para Exames Especiais que suprissem à escolarização em nível de 5ª a 8ª séries a jovens e adultos maiores de 17 anos. O Projeto Minerva aprovado pelo parecer nº. 392/73 tinha duração de 54 semanas letivas distribuídas em áreas de estudo. A sistemática desse curso era feita fora do processo, através de exames especiais, oferecidos aos alunos devidamente matriculados, pela Divisão de Ensino Supletivo (DESU), ao termino do ano letivo.
O programa de educação integrada (PEI), criado em 1976, por meio do parecer n°44/73-CFE, desenvolvido no Amapá com carga horária de 720 e 12 meses letivos. O objetivo do PEI era ofertar a escolarização em nível das quatro primeiras séries do antigo 1º Grau, a jovens e adultos maiores de 14 anos. Em 1986 foi implantado o Curso de Suplência para Aceleração de Estudos de 1ª a 4ª séries de jovens e adultos maiores de 14 anos. Este curso foi autorizado pelo Parecer nº15/86 e substituiu o PEI, funcionou com três estruturas distintas, no período de 1986 a 1988. Nessa mesma época, o então Território Federal do Amapá, passa a condição de Estado.
A educação de jovens e adultos trabalhadores tem constituído, desde meados da década de 1990, objeto de interesse e diferentes iniciativas por parte de entidades representativas da classe trabalhadora no Brasil, esse fato decorreu de dois fatores complementares. O primeiro refere-se à forte presença da temática educacional nos discursos hegemônicos. O segundo, decorrente do primeiro, localiza-se na política de formação profissional implementada pelo Governo Federal a partir de 1995 o PLANFOR (Plano Nacional de Formação Profissional (RUMMERT, 2000, p.151).
O PLANFOR veio possibilitar os trabalhadores a desenvolver novas ações no âmbito da educação, para esses trabalhadores era importante a educação para uma melhor compreensão dos movimentos sindical brasileiro.
Em 1996 o governo federal lança o PAS, programa de alfabetização solidária em parceria com empresas, administração municipal e universidades, com a campanha Adote um Analfabeto com o conceito de quem não sabe ler e escrever é incapaz, ou seja, negando a educação como um direito. Entretanto o PAS enfrenta todas as dificuldades por estar fora da esfera governamental totalmente submissa a iniciativa privada com resultados insignificativos, pela inexistência de ações voltadas ao prosseguimento de estudos para os que fossem alfabetizados.
Em 2003, o MEC lança o programa Brasil Alfabetizado como objetivo elevar a escolaridade dos jovens de 15 anos ou mais, adultos e idosos que não tiveram acesso ou não puderam freqüentar a escola em idade adequada, o programa foi criado através da resolução nº6 do FNDE (Fundo Nacional de Educação) de 08 de abril de 2003. O programa é desenvolvido com a parceria dos estados, municípios, organizações de sociedade civil e instituições de ensino superior, que visa contribuir para a expansão deste por todo o Brasil.
O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Combate à Fome e o MEC estão trabalhando em parceria para priorizar a matrícula das pessoas inscritas no Cadastro Único e dos beneficiários da Bolsa Família em turmas do Brasil Alfabetizado. A parceria entre os programas é uma ajuda que complementa a transferência de renda e prioriza o aumento da escolaridade e reduz o analfabetismo, que é uma estratégia usada para superar a pobreza.
Cria-se então a secretaria de educação continuada, Alfabetização e Diversidade ? SECAD- fundada em julho 2004. Nela estão reunidas pela primeira vez na história do MEC temas como Alfabetização de Jovens e Adultos entre outros temas de diversidade cultural, enfrentando a injustiças existentes nos sistemas de educação no país com o objetivo de contribuir para a redução das desigualdades educacionais em especial a de jovens e adultos em políticas públicas que assegurem o acesso a educação continuada.
2. A EVASÃO DE JOVENS E ADULTOS UM DESAFIO A SER SUPERADO
2.1. A Educação como Prática da Liberdade
Paulo Freire aborda em sua obra a Educação como Prática da Liberdade, A Sociedade Brasileira em Transição, Sociedade Fechada e Inexperiência Democrática, Educação Versus Massificação e Educação e Conscientização. No primeiro tópico do livro Paulo Freire vem abordando a questão da transição em que o país passava que era um período muito difícil para o mesmo, o autor enfatiza a questão da relação que o homem travava no mundo, ele relaciona as características que as distinguem de outra esfera animal que luta pela sua sobrevivência individualista destaca que:
Entendemos que, para o homem, o mundo é uma realidade objetiva, independente dele, possível de ser conhecida, é fundamental que o homem, ser de relações e não só de contatos, não apenas está no mundo, mas com o mundo. Estar com o mundo resulta de sua abertura à realidade, que o faz ser o ente de relações que é. (FREIRE, 2009, p. 47)

O que se percebe que há uma pluralidade nas relações do homem com mundo que a partir do momento que o homem almeja algo para si ele trava uma luta constante, um desafio começa nas relações em que o homem estabelece uma pluralidade em sua singularidade. Outra questão abordada por Freire é que o homem é ser inacabado que cuja plenitude se acha na ligação com seu criador, ligação esta que jamais será de dominação ou de domesticação, mas sempre de libertação, porque o ser humano nasce livre e não pode jamais ser alienado a ideologia de classe dominante. Ele exalta o homem pela sua existência dele no mundo, ele cita que:
O homem existe no tempo está dentro, fora, herda, incorpora, modifica. Porque não está preso a um tempo reduzido a um hoje permanente que o esmaga, emerge dele. Banha-se nele na media, porém, em que faz esta emersão do tempo, libertando-se de sua unidimensionalidade, discernindo-se, suas relações com o mundo(...). Na verdade, já é quase um lugar comum afirma-se que a posição normal do homem no mundo, visto como não está apenas nele mas com ele, não se esgota em mera passividade.(FREIRE, 2009, p. 49)

Entende-se que o homem que Freire idealiza é um homem que busca se libertar para vida que estar a frente de seu mundo, em que é único que transforma o espaço em que vive, pois ele nutre por mudanças, somente com a educação que as pessoas tornam-se críticos donos de sua liberdade em que deixa de fazer parte de sociedade fechada. Outro tópico abordado por Freire e a Sociedade fechada e Inexperiência Democrática em que ele aborda a questão da trajetória de nossa história desde os primórdios ele enfatiza que:
Realmente o Brasil nasceu e cresceu dentro de condições negativas às experiências democratas. O sentido marcante de nossa colonização, fortemente predatória, a base da exploração econômica do "poder do senhor" se alongava das terras às gentes também e do trabalho escravo inicialmente do nativo e posteriormente do africano, não teria criado condições necessárias ao desenvolvimento de uma mentalidade permeável, flexível, característica do clima cultural democrático, no homem brasileiro. (FREIRE, 2009, p,75)

O que se percebe que o povo que aqui habitava está terra não participaram da democracia deste país, em que ele relata que a democracia antes de ser uma forma política é uma forma de vida, caracterizada, o povo, com rara exceção, sempre ficará à margem dos acontecimentos. Outro item que chamou atenção foi a exclusão do homem comum sem posses eram excluído do processo eleitoral não podia votar e nem podiam ser votado, a ele era proibido qualquer cargo público, só os homens de classe nobre eram representantes da nobreza pessoas de posse que eram privilegiado em participar da democracia do país.
Mediante a esses acontecimentos chega ao Rio de Janeiro D. João VI e instala-se com toda a corte, essa vinda da família real para o Brasil que vieram modificar a forma de vida e os costumes das pessoas, pois o escravos só mais tarde que foram libertados e com isso surgiram algumas mudanças como cita Freire que:
Alterações que, se de um lado, poderia trabalhar no sentido de propiciar ao homem brasileiro, novas condições com que pudesse realizar novas experiências, no sentido democrático, por outro lado antagonicamente reforçava as tradições verticalmente antidemocrática. Dessa forma, observa-se, com a chegada da Corte portuguesa ao Brasil, nos princípios do século passado, o primeiro surto de reformas de que iria surgir, entre outros, o reforçamento do poder das cidades, das indústrias ou atividades urbanas. O nascimento de escolas, de imprensa, biblioteca e do ensino técnico. ( FREIRE, 2009, p.85)

O que se percebe que foi exatamente neste século que o Brasil começou seu grande impulso, iniciou-se ai um desenvolvimento crescente da urbanização, o país começava a encontra-se consigo mesmo e seu povo, iniciava assim uma nova era no país. Também ele relata a Primeira Grande Guerra.
Quanto a Educação Versus Massificação Freire faz crítica à educação tradicional que na época, eram as práticas pedagógicas aplicadas nas escolas ele aponta para a superação desta situação, preocupado em encontrar uma resposta no campo da pedagogia às condições da transição brasileira, Paulo Freire entende que as contribuições por parte dos professores à sociedade deveria ser uma educação critica.
O educador entendia que seria necessária uma educação em que as pessoas pudessem dialogar, ou seja, em que as pessoas pudessem participar porque o aluno vai a escola quer ser ouvido, quer opinar, só ficará calado em sala de aula se esta lhe suscitar alguma reação, se o que ele aprende não lhe causar nenhum interesse. Esse mesmo aluno, em qualquer modalidade de ensino, nem sempre vai à aula somente para cumprir uma obrigação ou à procura de um diploma.
Uma educação que possibilite ao homem a discussão corajosa de problemática. De sua inserção nesta problemática. Que o advertisse dos perigos de seu tempo, que, consciente deles, ganhasse a força e a coragem de lutar, ao invés de ser levado e arrastado à perdição de seu próprio eu, submetido às prescrições alheias. Educação que o predispusesse a constante revisões. A análise critica de seus achados. A uma certa rebeldia, no sentido mais humano da expressão. Que o identificasse como métodos e processos científicos. (FREIRE, 2009, p.97,98)

Segundo Freire 2009 enfatiza que quanto menos crítico o educador, mais ingenuamente tratam os problemas, esta era com certeza uma das características da educação escolar brasileira na sociedade fechada, só com passar dos anos que se percebe uma preocupação com a educação de qualidade para o país.
A questão da democratização da cultura é uma preocupação de freire, dentro do quadro geral da democratização fundamental, tínhamos necessariamente a atenção especial aos déficits quantitativos e qualitativos de nossa educação. O número de crianças em idade escolar, sem escola, aproximadamente 4.000.000, e o de analfabetos, a partir da faixa etária de 14 anos, 16.000.000, a que se junta a inadequação de nossa educação.
Mesmo reconhecendo a disposição do governo em estabelecer uma política ampla para a EJA, especialistas apontam a desarticulação entre as ações de alfabetização da EJA, questionando o tempo destinado à alfabetização e a questão da formação do educador. A prioridade concebida ao programa recoloca a educação de Jovens e Adultos no debate da agenda das políticas publicas, reafirmando, portanto, o direito constitucional ao ensino fundamental, independentemente da idade. (VIEIRA, 2004, p. 85)

Um número de crianças fora da escola cresce rapidamente, então, somavam-se inúmeras pessoas analfabetas em idade escolar, cujo fato de estarem ausentes da sala de aula, é as condições de educação oferecidas pelas escolas, que muitas vezes, não são de qualidade, com isso a cada ano crescia o numero de analfabetos. Tendo em vista que, a participação em termos críticos, somente como poderia ser possível a sua transformação em povo, capaz de optar e decidir.
Faz-se necessária uma participação para um melhor entendimento, uma participação crítica para que se possa decidir de forma sabia e optar por um bem melhor para o estado. De acordo com Freire, que coordenava, naquele Movimento, o "Projeto de Educação de Adultos", através do qual lançaram duas instituições básicas de educação e de cultura popular: o "Círculo de cultura" e o "Centro de cultura".
Portanto, a programação desses debates que era oferecido pelo próprio grupo, através de entrevista que mantinham e que resultava a enumeração de problemas que gostariam de debater. "Nacionalismo", "Remessa de lucros para o estrangeiro", "Evolução política do Brasil", "Democracia", eram, entre outros, temas que se repetiam, de grupo a grupo.
O que se percebe diante disso, é que todos se reuniam e faziam novos métodos de aprendizagem, através de diversos materiais, facilitando o esclarecimento de várias dúvidas, levadas outrora da escola. Para Freire, com seis meses de experiências, não seria possível fazer algo, com um método também ativo, que nos desse resultados iguais, na alfabetização de Adultos, aos que vinha-se obtendo na análise de aspectos da realidade Brasileira.
Então, pensa-se numa alfabetização direta e realmente ligada à democratização. Numa alfabetização que, por isso mesmo, tivesse no homem, não esse paciente do processo, cuja virtude única e ter mesmo paciência para suportar o abismo entre sua experiência existencial e o conteúdo que lhe oferecem para sua aprendizagem, mas o seu sujeito.
Por diversas vezes o ser humano era privado de escolher o que queria realmente, por não ser alfabetizado assim dando o lugar para outras pessoas escolherem por si, então surge uma modalidade para suprir essa necessidade que por outros motivos, foi impossibilitado de aprender, para optar pelo melhor.
Enfim, uma sociedade em transição, inserida no processo de democratização fundamental, com o povo em grande parte emergindo, era tentar uma educação que fosse capaz de colaborar com ele na indispensável organização reflexiva de seu pensamento
Freire enfatiza que, estava-se, assim, tentando uma educação de que se se precisava. Identificada com as condições de nossa realidade. Realmente instrumental, porque integrada ao nosso tempo e ao nosso espaço e levando o homem a refletir sobre sua ontológica vocação de ser sujeito.
Sabe-se que, sentia, permitia-se, a repetição que era urgente uma educação que fosse capaz de contribuir para aquela inserção a que tanto temos nos referido. Inserção que, apanhando o povo na emersão que fizera com a "rachadura da sociedade", fosse capaz de promovê-lo da transitividade ingênua à crítica. Somente assim se evitaríamos sua massificação. "Faz da realidade objeto de sua análise crítica" (FREIRE, p.214 -215).
Mas ao mesmo tempo em que, ajudaria o analfabeto, antes mesmo de iniciar sua alfabetização, na superação de sua compreensão mágica como ingênua e no desenvolvimento da crescentemente crítica, seria conceito antropológico de cultura. No entanto, a partir daí, o analfabeto começaria a operação de mudança de suas atitudes anteriores. Descobrir-se-ia, criticamente como fazedor desse mundo da cultura.
Então Freire, em torno da dimensão da cultura como aquisição sistemática da experiência humana. E que esta aquisição, numa cultura letrada, já não se faz via oral apenas, como nas iletradas, a que falta a sinalização gráfica. Daí passa-se ao debate da democratização da cultura com que se abrem as perspectivas para o início da alfabetização.
A experiência acumulada pela história da EJA nos permite reafirmar que intenções breves e pontuais não garantem um domínio suficiente da leitura e da escrita. Além da necessária continuidade no ensino básico, é preciso articular as políticas de EJA a outras políticas. Afinal, o mito de que a alfabetização por si só promove o desenvolvimento social e pessoal há muito foi desfeito. Isolado, o processo de alfabetização não gera emprego, renda e saúde. (VIEIRA, 2004, p.86).

Então, quando o ser humano nasce ele convive e aprende diversas coisas no meio em que vive, no momento em que ele é inserido em uma escola, ele se liberta de vários costumes que traz quando vem de casa, e então com o passar do tempo ele vai se conscientizando de como deve reagir no mundo.
Por outro lado Freire, na medida mesma em que a alfabetização é mais do que um simples domínio psicológico e mecânico de técnicas de escrever e ler. É o domínio dessas técnicas, em termos conscientes. É entender o que se lê e escreve o que se entende. É comunicar-se graficamente. É uma incorporação. A descrença inicial nas cartilhas, que pretendem a montagem da sinalização gráfica como uma doação e reduzem o analfabeto mais à condição de objeto que à de sujeito de sua alfabetização. Teríamos de pensar, por outro lado, na redução das chamadas palavras geradoras, fundamentais ao aprendizado de uma língua silábica como a nossa.
Quando se fala de alfabetização não é apenas ler e escrever, é entender o que se Lê e o que se escreve, é saber como se portar mediante o meio em que vive e entender o seu próprio eu.
Nesta perspectiva, portanto os alfabetizando assumem, desde o começo da ação, o papel de sujeitos criadores. Aprender a ler e escrever já não é memorizar sílabas, palavras ou frases, mas refletir criticamente sobre o próprio processo de ler e escrever e sobre o profundo significado da linguagem. (FREIRE, 2002, p.58)

Em última análise, a afirmação fundamental que nos parece deve ser enfatizada é a de que, na alfabetização de Adultos, para que não seja puramente mecânica e memorizada, o que se há de fazer é proporcionar-lhes que se conscientizem para que se alfabetizem.
Enfatiza-se que para alfabetizar adultos, não deve ser de forma que eles memorizem um trabalho, ou um texto, mais sim é fundamental que eles aprendam não apenas para memorizarem e sim para que possam praticar o que aprenderam, assim serão futuramente cidadão bem alfabetizados.
2.2. Os Fatores que contribuem para a Evasão na Educação de Jovens e Adultos

Muitos fatores favorecem a evasão na Educação de Jovens e Adultos no contexto Brasileiro dessa modalidade de ensino, por existir diferentes perfis de estudantes desde o aposentado com tempo livre ao adolescente que trabalha diuturnamente, profissionais autônomos com pouca formação que necessitam retomar seus estudos quando não tiveram acesso na idade regular e encontram a EJA como êxodo em busca de recuperar o tempo perdido e finalmente concluir seus estudos.
Mas, devido a falta de um horário flexível compatível com suas rotinas de trabalho e afazeres domésticos muitos não conseguem conciliar as aulas ao seu dia a dia, se torna difícil para esses alunos o fato de muito terem estudado e parado o que requer do docente rever suas praticas para que estes não desistam novamente.
(...) sem querer negar que grande parte do fracasso de alguns alunos pode estar relacionada à pobreza material que estão submetidos, é importante estar atento para que a baixa renda das famílias não seja utilizada como justificativa para o insucesso escolar das crianças, eximindo a escola ─ sua organização didático ─ pedagógica, seus agentes, e suas condições internas de qualquer responsabilidade. (SCOZ: 2009, p.81)

Na concepção de Scoz, (2009, p.81) a evasão escolar se dá desde as séries iniciais quando ocorrem um grande trauma sofrido pela criança como, por exemplo, a separação dos pais, fracasso escolar, pobreza material entre outros motivos de natureza intensa esses são os principais motivos que favorecem a evasão escolar. A problemática da evasão escolar no contexto atual brasileiro se constitui bem mais presente, visto que em épocas remotas a escola parecia ser mais excludente, embora hoje ainda permaneça. Porém as facetas que são utilizadas pelo poder geram controvérsias onde se pensa que a escola é "privilégio" do proletariado. Na verdade a escola nunca foi tão perversa como a detenção do conhecimento,deve propiciar que os alunos entrem e sintam o gosto de estudar, e em contra-partida, a própria condição social faz com que este se evadem.
Os fatores que causam a evasão escolar são diversificados, gerados a partir da institucionalização da escola. A escola, enquanto instituição desde sua gênese tem sido objeto de importação e de transplante cultural, dado ao modelo socioeconômico do Brasil, ou seja, é uma nação dependente cultural e economicamente dos países desenvolvidos.
Segundo Martins, (2011) Adultos tem perfis, idade e ritmos de aprendizagem variáveis, não são acompanhados individualmente seu desenvolvimento, contradizendo assim as idéias apresentadas pela autora, pois na realidade da EJA demonstra que o nível de cada aluno não é respeitado.
A falta de investimento na formação continuada dos professores resulta no despreparo para ministrar aulas para essa modalidade que requer cuidados especiais. Mesmo quando se trata da formação de docentes, há vários problemas dentre estes está a formação inicial pouco se abordada no nível superior sobre a EJA por isso o investimento na formação continuada é imprescindível sem falar que muitos professores vêem esta modalidade de ensino como segundo plano.
Entretanto, as ações direcionadas a jovens e adultos devem levar em consideração a escolarização anterior, incompleta o inexistente, num contexto de exclusão sócio cultural, que segundo Gadotti, 1999 apud Mollica, 2009 p.57 marca de maneira inevitável e irreversível a carreira escolar dos indivíduos.
Assim, o educador pode, a partir do conhecimento das experiências de seus alunos como indivíduos "não crianças", quase sempre excluído da escola e participantes de diferentes grupos culturais e sociais. (GADOTTI, 1999 apud MOLLICA p.59)

Dessa forma, o docente deve levar em conta a faixa etária do aluno da EJA como foco principal e não fazer comparação com as metodologias utilizada no ensino infantil e buscar estimular o interesse do educando com base em suas experiências de vida.
2.3. A LDB 9394∕96 e a Educação de Jovens e Adultos
Mas não basta ensinar a ler e a escrever. Para inserir a população no exercício pleno da cidadania, melhorar sua qualidade de vida e fruição do tempo livre, e ampliar suas oportunidades no mercado de trabalho, a educação de jovens e adultos deve compreender no mínimo a oferta de uma formação equivalente às oitos séries iniciais do ensino fundamental. (BRZEZINSK p.144, 2008)

A Educação de Jovens e Adultos apresentada na LDB 9394/96 sinaliza que modalidade específica da Educação Básica, destinada àquelas pessoas que por algum motivo não conseguiram estudar durante a infância ou adolescência. Durante muito tempo percebe-se que houve mudanças na qualidade no atendimento à Educação de Jovens e Adultos, todas essas mudanças é resultado da luta de pessoas que sonhavam com uma educação de qualidade a essa população que de uma forma ou de outra já perderam muito conhecimentos e estão a margem da sociedade. De acordo a LDB 9394/96 enfatiza que:
Art.37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
§1º Os sistema de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas,consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º O poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediantes ações integradas e complementares entre si.
Ao citarmos o artigo 37 ele define a quem é destinado à educação de jovens e adultos, quanto o inciso 1º do artigo 37 vem afirma o quanto a gratuidade a essa modalidade se torna importante para essas pessoas que por não terem estudos possuem renda inferior.
Art.38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular.
§1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
I ─ no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos;
ll ─ no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito.
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão feridos e reconhecidos mediante exames.
Portanto, o artigo 38 juntamente com seus incisos vem abordando a questão da idade para o ingresso a modalidade da educação de jovens e adultos, isso trás uma expectativa para os educandos do ensino fundamental e médio que poderão resgatar o tempo perdido.
Percebe-se que muito jovens estão usando a educação de jovens e adultos para acelerar seus estudos e isso não é o objetivo da EJA, em que a LDB preconiza que essa modalidade é destinada à pessoas que por vários motivos não poderam concluir seus estudos.
2.4.- O professor como mediador ao combate à evasão na Educação de Jovens e Adultos
Quando estamos lidando com o saber, o que se vive é um cuidadoso e lento trabalho de lidar com momentos inesperados da experiência de vida de cada pessoa educanda. De olhar nos olhos uma gente que não raro precisou esperar mais da metade da vida para ser aceita em um banco de escola. (BRANDÃO LOCH, 2002, p. 43).

Ao olharmos a história da prática docente na educação de jovens e adultos observamos um fracasso escolar que hoje se denuncia e, percebe-se a necessidade de repensar as concepções de educação e de cidadania que dão sentido a nossa prática pedagógica, para continuarmos com o rompimento da lógica excludente que tradicionalmente, acompanha o percurso da escola pública brasileira. Como afirma Kleiman e Matencio (2005, p.23) entende-se que:
Na última década, a problemática dos jovens e Adultos como segmentos específico das camadas mais empobrecidas da população emergiu no âmbito das políticas sociais e educacionais. O que explica a conduta fragmentada do ensino-aprendizagem que seria determinante para o grande contingente de jovens e adultos a margem de questões importantes de seu meio social. (2005, p.23)
Em meio a todos esses problemas, em relação ao alfabetizador, antes de tudo, essas questões devem ser compreendidas como algo relacionado apenas às posturas e aos valores do professor, mas a todo contexto educativo numa visão multicultural. Porém, o foco do problema aqui estudado é a prática docente, daí a ser o alvo preocupante visualizando ainda influência determinadas posturas em sala de aula. Assim, Kleiman e Matencio (2005, p.65,66) acreditam num trabalho de formação com os professores de forma continuada, o que possibilita aos docentes um processo de rememoração que conduz à reflexão de suas concepções de leitura e escrita.
Uma prática educativa reflexiva, conseqüentemente, leva a mudança relevante, a formação do docente traça novos valores, novas idéias que transformam qualquer dificuldade em desafio. O aluno não deve ser alvo da dificuldade em alfabetizar. Percebe-se que o educador ainda não compreendeu que nosso universo comunicativo é dinâmico e complexo. Deve valorizar o sistema alfabético socialmente, instigar a reflexão em contextos semelhantes à realidade para que o aluno questione seu papel na sociedade.
Soares (2005, p.59) cita que:
Ao comungar desta concepção ressalta que alfabetizar seria dar meios ao alfabetizando de participar da construção de uma sociedade mais justa e da constituição de uma identidade política e cultural, de forma reflexiva e crítica, de poder transformar a sua própria realidade, se integrando a cultura letrada. (2005, p.59)

A autora também ressalta que uma pessoa antes de ser promotora da alfabetização é acima de tudo um educador do povo e deve ter como prioridade desvelar essa função politicamente distorcida que os programas de alfabetização vêm negando à educação básica.
Estudos apontam que o alfabetizador deve ter postura, precisa delinear sua ação educativa a favor de seu aluno. É o seu olhar reflexivo que dirá como aprimorar cada vez mais a sua forma de ensinar e assim gerar oportunidades únicas e marcantes na vida do sujeito aprendiz. Pois, é possível criar e inovar estimula com o imaginário, isto requer paciência, mas para uma tomada de posição verdadeira de qualidade de alfabetização, é necessário em relação à universalização ou particularização das propriedades que implicam em leitura de mundo pelo, que o leve a inserção à uma sociedade letrada, garantindo-lhe igualdade de participação.
Segundo Soares (2006, p.28-36) para que haja resultado positivo, é preciso que os envolvidos na prática de ensino-aprendizagem entendam a própria complexidade que esse processo de alfabetismo nos remete.
A formação do docente é necessária para que assim haja estudos específicos que se chegue a novos conhecimentos com base em conhecimentos de teóricos para vislumbrar-se em definições próprias que transforme situações problemas em resultados positivos. O ideal seria que o professor tivesse saberes continuados.
Coelho (2007, p. 107) pressupõe que:
(...) para uma prática docente baseada em concepções relacionadas aos atuais contextos comunicativos é necessário partir do principio investigativo. É preciso considerar novos modelos de aprendizagem em que suas subjetividades sejam tomadas como meio de criação e de transformação de sentido conceituais para contribuir para que o aluno venha a reconstruir seus valores e se integrar efetivamente à sociedade com domínio de sua cidadania de maneira reflexiva, solidária e crítica. (2007, p.107)

Segundo a autora nas atuais exigências em que a escrita faz-se objeto de uso social, alunos jovens e adultos engajam-se mutuamente na busca pela representação de um modelo que lhes auxilie a interpretar o contexto em que vivem. Com base nesta idéia, a referida autora reafirma que esta discussão revela uma prática educativa necessária que propicie a esses alunos entrar em contato com seus pensamentos e corrigir suas idéias e noções sobre a realidade.
Portanto, a época em que vivemos hoje, a prática docente não pode mais viver sob reflexos históricos do passado. A valorização da informação obriga a uma situação comunicativa para a importância do conhecimento. O papel da escola vai além de seu próprio ambiente disciplinador. Segundo Kleiman e Moraes (2006, p.26), a escola deve se embasar em uma didática critica sistemática, onde o indivíduo deve adquirir conhecimentos para saber selecionar e organizar informações.

Soares (2005, p.23) afirma sobre o assunto,

Que os pontos essenciais para romper com a ação educativa do passado vão desde mudanças quanto ao uso social da leitura e escrita, métodos de alfabetização, do material didático, da definição de pré-requisitos e da preparação para a alfabetização do alfabetizador. (2005, p.23)

Para a autora a situação de educar o aluno hoje é ampla e complexa, pois desde a industrialização, os avanços científicos surgem com grande força e subjuga a todos numa inserção de conhecimentos constantes para satisfazer esta participação global. Vale ainda ressaltar como parte da ação docente o ato do planejamento e a avaliação que surgiu com o aparecimento da escola pública a partir do século XVll, e aprofunda-se na medida em que se amplia o direito à educação para todos, expresso na legislação Brasileira.
Um tipo de educação que sonhe participar dentro e fora da sala de aula, da criação de pessoas capazes de aprender a conhecer e a compreender por conta própria, mas uma através das outras, no tipo de sociedade em que vivem. Isso quando cremos que um outro mundo é possível. E sujeitos culturais aprendente, que sejam capazes de se integrar e participar dos círculos de vida social onde pessoas educadas para exercício da cidadania produzam o tipo de mundo da vida cotidiana onde devem viver as pessoas cidadãs. (LOCH apud BRANDÃO, 2002,p.175).

2.5- O método emancipatório de Paulo Freire nas escolas da EJA
"Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho os homens se libertam em comunhão". (FREIRE, 1987, p.54). Paulo Freire criou um método de educação elaborado através da idéia de diálogo entre docente e educando, com esse método proposto aos professores como uma espécie de bússola que consiste em uma proposta de alfabetização. O método nasceu em 1962 onde se formou um grupo para colocar em prática o método na cidade de Angicos, Rio Grande do Norte onde se alfabetizou 300 trabalhadores rurais em apenas 45 dias sem o uso de cartilhas.
Freire não aceitava o uso das cartilhas, pois, elas ensinavam pelo método de repetição de palavras e frases soltas sem sentido ao educando, um saber abstrato, pré- fabricado e imposto como por exemplo. Eva viu a uva, o boi baba, a ave voa. Segundo Paulo Freire:
Pior quando fazem cartilhas e livros de leitura para adultos, os textos escolhidos para o ensino das primeiras letras deixam muitas vezes passar pelas entrelinhas um pensar que pensa pelo alfabetizado. Uma maneira de dizer o mundo que, quando é discutida, oculta na própria fala que propõe uma leitura irreal da realidade social. (FREIRE, apud BRANDÃO, 2005, p.23)

Freire classifica em três etapas o método de alfabetização de Jovens e Adultos:
1ª-Etapa de investigação: é uma busca conjunta entre docente e educando das palavras e temas que tenha significado para a vida do aluno, ou seja, que faça parte de seu cotidiano.
2ª-Etapa de tematização: nesse momento é feito uma análise dos significados sociais dos temas e palavras.
3ª-Etapa de problematização: etapa em que o professor desafia o aluno a discutir sobre o assunto em questão, o docente como mediador desse processo deixa livre para que seja livre a troca de idéias a que o tema sugere, pode discutir a vontade.
O método
As palavras geradoras: inicia-se pelo levantamento vocabular dos alunos, através de conversas informais, o professor analisa as palavras mais usadas pelos alunos e a comunidade, e assim selecionam as palavras geradoras de 18 a 23 palavras, depois de composto o universo das palavras geradoras, elas são apresentadas em cartazes com imagens, então nos círculos de cultura inicia-se uma discussão no grupo.
A Silabação: uma vez identificadas, cada palavra geradora passa a ser estudada através da divisão silábica, idêntico ao método tradicional. Cada silaba se desdobra em sua respectiva família silábica com a mudança da vogal (i. e, BA, BE, BI, BO, BU).
As palavras novas: é quando o grupo forma palavras novas usando as famílias silábicas conhecidas pelo grupo e assim forma palavras novas.
A conscientização: é momento fundamental do método acontece à discussão sobre os diversos temas surgidos das palavras geradoras de codificar e decodificar, a compreensão do mundo.
Paulo Freire propõe a aplicação de seu método em cinco fases:
Para o autor deve-se fazer o levantamento do universo vocabular do grupo respeitando seu linguajar típico, depois é feito a escolha das palavras selecionadas, seguindo os critérios de riqueza fonética, numa seqüência da mais simples para o mais complexos, do comprometimento pragmático da palavra na realidade social, do grupo ou sua comunidade, depois se cria situações inseridas na realidade local, que devem ser discutidas com o intuito de abrir perspectivas para a análise critica consciente de problemas locais, regionais e nacionais, depois vem a criação das fichas ? roteiro que funciona como roteiro para os debates. Finalizando-se a aplicação do método criam-se fichas de palavras para a decomposição das famílias fonéticas correspondentes as palavras geradoras.
Assim, o método foi a matriz construída e testada de um sistema de educação do homem do povo que imaginou poder inverter a direção e as regras da educação tradicional, para que os seus sujeitos, conscientes, participantes, fossem parte do trabalho de mudarem as suas vidas e a sociedade que, pelo menos em parte,as determina. (FREIRE, apud BRANDÃO, 2005, p.84).

Segundo Brandão, o método de alfabetização de adultos do professor Paulo Freire não representa mais do que a fase inicial de um longo processo dentro de um sistema de Educação. Esta é uma das razões pelas quais este é um método que se constrói a cada vez que ele é coletivamente usado dentro de um círculo de cultura de educadores e educandos.

3- MÉTODOS E RESULTADOS
A pesquisa de campo foi realizada na Escola de Ensino Fundamental Professora Neusona numa abordagem quantitativa foram usados para análise e coleta de dados e aplicações de questionários abertos e fechados. Participaram 20 alunos e 02 professores da 2ª etapa da Educação de Jovens e Adultos.
3.1-UNIVERSO DA PESQUISA
Esta pesquisa foi realizada na Escola de Ensino Fundamental Professora Neusona, no Bairro Universidade, situada na Rua Amadeu Gama nº 172, nesta cidade de Macapá- AP. Essa escola teve sua história iniciada no ano de 2000, gerando emprego e renda para muitos pais de futuros alunos da escola, a obra foi concluída em poucos meses, sendo inaugurada no dia 15 de Setembro de 2000, sob o decreto nº, 1710/2000 da Prefeitura de Macapá, na gestão do Prefeito Annibal Barcelos, ofertando serviços na educação básica de 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental de Oitos Anos e 1º ao 5º ano do Ensino de Nove Anos na Educação de Jovens e Adultos- EJA referente à 1ª a 4ª Etapa do Ensino Fundamental.
A escola teve como primeiro diretor o professor José Francisco de Assis Nascimento de Souza, que teve como missão estruturar e organizar a escola para iniciar sua atividade pedagógica em 2001. Em sua trajetória de funcionamento e primorando por uma educação de qualidade, a escola já passou por vários processos de mudanças, tanto em sua estrutura física e humana quanto nos pedagógicos.
No aspecto físico a escola iniciou suas atividades possuindo quatros salas de aulas. Com a ampliação dos atendimentos educacionais à comunidade, a escola passou por várias adaptações e outras dependências foram construídas: uma sala de professores, sete salas de aulas, uma sala de Ensino Especial, uma sala de informática, uma sala da Biblioteca e TV Escola, algumas salas de aula possuem climatização.
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Neusona surgiu em decorrência de uma de necessidade da comunidade do Bairro Universidade e adjacência, fruto de uma mobilização popular que clamava por educação às crianças e Jovens que estavam fora da escola.
3.2-DAS TÉCNICAS
São consideradas um conjunto de preceitos ou processos que servem uma ciência, são também, a habilidade para usar esses preceitos ou normas, na obtenção de seus propósitos. Correspondem portanto, à parte pratica de coletas de dados. (MARCONI e LAKATOS, 2007, p.111)

Este trabalho teve como ponto de partida uma pesquisa, bibliográfica e aplicação de questionário para professores e alunos da Escola de Ensino Fundamental Professora Neusona em que teve início em março de 2011. Para acontecer esta pesquisa e chegar a um resultado significativo, inferimos perguntas para professores e alunos foi usado uma pesquisa de cunho quantitativo cujas as respostas para o professor são abertas e para os alunos foram abertas e fechadas, além do questionário houve também a observação do espaço escolar e das técnicas da professora da sala. O que observou-se quanto a metodologia da professora é que são adaptados os conteúdos das crianças para os Jovens e Adultos.
A pesquisa bibliográfica pode ser considerada um procedimento formal com métodos de pensamentos reflexivos que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para descobrir verdades parciais. Significa muito mais do que apenas procurar a verdade é encontrar respostas para questões propostas utilizando métodos científicos.
Uma primeira diferenciação que pode fazer entre a pesquisa quantitativa e a qualitativa. [...] à expressão de uma relação funcional de causa a efeito que só podia ser medida como uma função matemática. Por isso, toda lei científica revestia-se de uma formulação matemática, exprimindo uma relação quantitativa. (SEVERINO, 2007, p. 118)

Desse modo, a aprendizagem só será motivadora através do processo da pesquisa quantitativa envolvendo estudantes na prática de construção de conhecimento e na participação de investigações na busca de fatos e princípios para constatar algo e respostas, executando esse trabalho e praticar a pesquisa.

3.3- DAS OBSERVAÇÕES SISTEMÁTICAS
Para acontecer esta pesquisa foi utilizado um questionário para o professor e para os alunos, onde inferimos perguntas abertas e fechadas e perguntas diretas, para ser feita a análise.
3.4. ANÁLISES DO RESULTADO DA PESQUISA CAMPO
A finalidade da pesquisa cientifica não é apenas um relatório ou descrições de fatos levantados empiricamente, mas o desenvolvimento de um caráter interpretativo, no que se refere aos dados obtidos. Para tal, é imprescindível correlacionar a pesquisa com o universo teórico, optando-se por um modelo teórico que sirva de embasamento e interpretação dos dados e fatos colhidos e levando. (MARCONI e LAKATOS, 2007, p.114)

3.4.1- Coleta de dados dos alunos-Resultados
Através da análise dos dados procurou-se mostrar os resultados obtidos no decorrer da pesquisa, sendo que os mesmos se referem aos dados coletados em relação aos alunos
Gráfico 1-Em relação à pergunta por qual motivo você ingressou em uma turma da EJA nesta fase da vida?
Fonte: Alunos da Escola Campo.
Dos entrevistados 30% dos alunos afirmam ter ingressado na EJA por decisão própria e 70% afirmam ter ingressado somente agora porque não tiveram oportunidade na idade certa.
Segundo Brunel (2004, p.29) "O jovem desta modalidade, em geral, acha que já perdeu muito, e não quer perder mais".
Estes jovens e adultos tiveram sua trajetória escolar prejudicado por vários motivos. É sabido que o mundo atual exige qualificação e com isso atrai os jovens à escola visando à conclusão do ensino fundamental e médio para atuarem no mercado de trabalho. Muitos dos jovens e adultos que chegam nesta modalidade encontram-se desmotivados com a instituição na qual não tiveram êxito, com históricos de repetência de vários anos. Por isso muitos deles sentem-se perdidos no contexto atual, em relação à importância da educação para almejar uma profissão, o que se percebe é a falta de perspectiva de vida, decorrente, ao modelo político ao qual o país se encontra.
Gráfico 2-Em relação à pergunta quais os motivos que levam a evasão escolar?

Fonte: Alunos da Escola Campo.
Dos entrevistados 40% dos alunos atribuem ao desemprego; 40% atribuem ao trabalho; 20% atribuem a doenças e questões familiares, esses problemas sociais acabam deixando o público da EJA, suscetível a evasão escolar.
Para Charlot apud Brunel
O sentido de ir à escola, o prazer de estar nela e a atividade intelectual a ser desenvolvida são pontos primordiais, para que o processo educativo seja eficiente, (...) o importante é fazer com que os alunos, dentro da sala de aula, despertam o sentido e o prazer de estar e permanecer ali. (2000, p.80)

Entende-se que é preciso estarmos preparados para receber e formar estes jovens e adultos que são fruto de uma sociedade injusta, então faz necessário professores dinâmicos e criativos capazes de inovar e transformar a sala de aula em um lugar atrativo. Ser professor de jovens e adultos é um desafio, pois muitos desses jovens se desviam para outros caminhos que desvirtuam seu percurso escolar. Neste sentido, o professor não pode ser o único detentor de conhecimentos, ou melhor, um repetidor de idéias previamente concebida.
Gráfico 3-Em relação à pergunta de que maneira sua família lhe incentiva nos estudos?

Fonte: Alunos da Escola Campo.
Dos 80% dos alunos entrevistados afirmam que a família incentiva apenas através de diálogo, dizendo que para ser alguém na vida é preciso estudar; 20% dizem ter o incentivo financeiro da família, na compra de material escolar, uniforme e transporte.
Para Marx apud Manacorda citam que:
A educação é o único caminho capaz para transformação humana social dos indivíduos, conduzindos-os para uma visão critica, conscientizando e preparando-os para viverem em sociedade e assumindo a sua cidadania. (1991, p.27)

Os alunos acreditam que a única forma de transformar sua vida é através da educação, pois só a aprendizagem lhe proporcionará uma vida melhor e que o apoio da família é fundamental para a continuidade dos estudos. Assim percebe-se que o apoio incondicional da família gera nos alunos a vontade de dar continuidade em seus estudos, percebe-se que o auxilio da família é indispensável para sua permanência na escola.
Gráfico 4- Em relação à pergunta você compreende os conteúdos aplicados pela professora em sala de aula?

Fonte: Alunos da Escola Campo.
Dos 70% dos alunos entrevistados afirmam não compreender muito bem os assuntos desenvolvidos na sala; 20% dizem compreender; 10% afirmam ter muitas dificuldades em compreender.
Na concepção de Piaget in Wads Wokth apud Hadji (1989, p. 153)"A leitura deve ser significativa tanto para as crianças como para os jovens e adultos que não conseguem compreender a significação de uma mensagem escrita".
Com base e pensamentos Piagetianos, os alunos realizam os trabalhos com êxito na parte da escrita e da leitura, desenvolvendo a capacidade de interpretar o que leu. Observar a vida escolar dos jovens e adultos é uma tarefa desafiadora mas, competente, que através destas ações, será capaz de conquistar o aluno e fazer com que ele permaneça na escola, pois lhe dará confiança e novas perspectivas no sentido de estudar, evitando a evasão escolar.

Gráfico 5-Em relação à pergunta você acha adequado os conteúdos para o seu grau de escolaridade?

Fonte: Alunos da Escola Campo.
Dos 60% dos alunos entrevistados dizem que a ação docente não estar de acordo com suas necessidades; 30% afirmam que ação docente está de acordo com suas necessidades; 10% dizem que às vezes sim, outras não. Este fato comprova que o professor ainda não percebeu as múltiplas dimensões da vida dos alunos.
Segundo Paulo Freire (2002, p.32) "Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino". O professor da educação de jovens e adultos deve trabalhar o ato da pesquisa que lhe postula como sujeito em permanente aprender, ele precisa delinear sua ação educativa a favor de seu aluno e o seu olhar reflexivo que dirá como aprimorar cada vez mais a sua forma de ensinar e assim gerar oportunidades únicas e marcantes na vida do sujeito aprendiz
.
3.4.2- Coleta de dados do Professor
Gráfico 1-Em relação à pergunta qual a sua formação?

Fonte: Professores da Escola Campo.
Dos entrevistados 50% dos professores possuem Graduação em Pedagogia, e os outros 50% possuem o Magistério. Para Kleiman e Matencio (2005, p.65,66) acreditam num trabalho de formação com os professores de forma continuada, o que possibilita aos docentes um processo de rememoração que conduz à reflexão de suas concepções de leitura e escrita. É fundamental que o docente sempre esteja atualizados para isso o investimento na formação continuada torna-se eficaz na reflexão da prática e da metodologia utilizada de forma renovada, traça novos valores novas idéias que transformam qualquer dificuldade em desafio.
Gráfico 2-Em relação à pergunta há quanto tempo você leciona na Educação de Jovens e Adultos? Escolha própria ou indicação de sua mantenedora?

Fonte: Professores da Escola Campo.
Dos entrevistados 50% dos professores afirmam que trabalham há 02 anos, por indicação da Diretora da escola, os outros 50% afirmam que trabalham há mais de 15 anos e foi por escolha própria.
Segundo Freire (1996, p.92) "Isto não significa, porém, que a opção e a prática democrática do professor ou da professora sejam determinadas por sua competência cientifica." Existem professores preparados mais autoritários o que significa que a incompetência desqualifica o professor tornando indispensável às relações de liberdade para com os alunos.
Gráfico 3-Em relação à pergunta você utiliza metodologias específicas para alfabetizar ou utiliza práticas metodológicas diferenciadas? Comente.

Fonte: Professores da Escola Campo.
Dos entrevistados 100% dos professores afirmam utilizar metodologias diferenciadas de acordo com as dificuldades dos alunos, utilizam dinâmicas, músicas, parodia, dramatização, textos lúdicos e outros mais.
O conhecimento é cada vez mais universal e o ensino moderno, acompanhando essa tendência, deve realçar e aprofundar as relações interdisciplinares. Cabe ao (a) professor (a) atuar como mediador dessas relações e promover a integração entre as diversas áreas, para que o aluno seja capaz de construir uma visão holística do mundo, de adquirir e elaborar conhecimento na sua totalidade, de "crescer" como pessoa e de socializar-se. (Nicola, 2003, p.32)

Os alunos trazem consigo bastante bagagem cultural e leitura de mundo é comum eles não estarem no mesmo nível algum tem menos dificuldades de aprendizagem e outros não, o professor cria estratégias valorizando as relações interdisciplinares para atender a todos sem desmerecer o seu conhecimento prévio, compreendendo as dificuldades de cada um socializando o conhecimento. Dessa forma, percebeu que as educadoras que trabalham na escola campo onde se aplicaram a pesquisa utilizam métodos diferenciados, o que se constatou que a pedagogia tradicional de alguma forma se faz presente praticas do professor.
Uma dimensão que pode afetar profundamente os saberes dos educadores está ligada ao reforço da condição de visão única, tão caro à ciência moderna e reforçada pelos dispositivos políticos da produtividade. Trata-se de um processo de padronização, como se houvesse uma única forma de conhecimento e uma só alternativa de formação. (...) Ainda frágeis e minoritárias, as inovações que procuramos afirmar no campo acadêmico enfrentam toda dificuldade decorrente da presença paradigmática dominante. Já na sua geração carregam o ônus da complexidade da iniciativa. As inovações que adivinhamos próximas se materializam pelo reconhecimento de formas alternativas de saberes e experiências, nas quais imbricam objetividade e subjetividade, senso comum e ciência, teoria e prática, cultura e natureza, anulando dicotomias e procurando gerar novos conhecimentos mediante novas praticas. Essas inovações, entendidas como ruptura paradigmática, exigem dos professores reconfiguração de saberes e favorecem o reconhecimento da necessidade de trabalhar no sentido de transformar. (SANTOS, apud CHRISTOFOLI, 2009)

É preciso que os educadores da Educação de Adultos construam novos saberes inovadores quanto à realidade existente tornando-se emergente no que parece ser fora do comum onde o trabalho consiste especialmente nas relações sociais com os alunos, em mecanismos da cidadania periférica e assim possamos constituir uma Educação de Jovens e Adultos incluindo efetivamente e empodere seus atores.

Gráfico 4-Em relação à pergunta em sua opinião a Secretaria de Educação oferece satisfatoriamente formação continuada aos seus professores alfabetizadores?

Fonte: Professores da Escola Campo.
Dos entrevistados 100% dos professores afirmam que não é proporcionado cursos para os professores e que cada professor procura aprimorar seus conhecimentos cada professor investe na sua profissão e não fornecem material adequado para trabalhar, os livros oferecidos não condiz com a realidade dos alunos .
O conhecimento na ação, ou o conhecimento tácito, seria aquele constituído na prática cotidiana do exercício profissional. Concebemos que esse é um saber que se constrói com base nos conhecimentos prévios de formação inicial, articulado com os saberes gerados na prática cotidiana, de forma assistemática e muitas vezes sem tomada de consciência acerca dos modos de construção. Para um projeto de formação numa base reflexiva, torna-se fundamental conhecer e valorizar esses conhecimentos que são constituídos pelos professores, seja através de uma reflexão teórica, seja através desses processos eminentemente assistemáticos. (LEAL, 2005, p.114)

O conhecimento não é simplesmente repassado, é um processo de construção adquirido onde se ensina e aprende a sempre educadores e educandos há uma troca de conhecimentos caminham em mesma direção com os saberes gerados no cotidiano, a educação é um ato coletivo e solidário.
Gráfico 5-Em relação à pergunta na sua turma qual é o nível de evasão escolar?

Fonte: Professores da Escola Campo.
Dos entrevistados 100% dos professores afirmam que a evasão em sua turma é de 50%. De acordo com os professores 50% dos alunos se evadem por desinteresse e por motivos causados pela vivência, o trabalho, os problemas pessoais entre outros que afetam diretamente a sua permanência na escola.
Um "tema gerador" não se encontra nos homens isolados da realidade, nem tampouco na realidade separada dos homens. Só pode ser compreendido nas relações homens-mundo. Investigar repitamos, o pensar dos homens referido à realidade, é investigar seu atuar sobre a realidade, que é sua práxis. (FREIRE, apud CHRISTOFOLI, 2009, p.25)
Para Christofoli, 2009, p. 25 as desigualdades na sociedade vem atingindo os educandos da modalidade de Jovens e Adultos que durante sua trajetória de vida por vários motivos deixam de freqüentar a escola na idade regular devido assumir compromissos familiares e ocupando-se na informalidade profissional ficando a margem da sociedade sem oportunidade de se estabilizar no emprego ficando marcado pela desigualdade. Sendo que muitos retornam a sala de aula com um objetivo de melhorar de vida, mas, muitas vezes não conseguindo alcançar o que almeja porque na educação de Jovens e Adultos os conteúdos são inadequados e pouco atrativos para eles longe de sua realidade e necessidades.
De acordo com a autora a educação de Jovens e Adultos deve acolher e proporcionar a criticidade e não visar apenas à formação técnica e profissionalizante. Manter os alunos em sala envolve permitir que eles conciliem as aulas com o trabalho e as obrigações domésticas, e ainda é preciso lidar com o fato de muitos já terem estudado e desistido. O que requer atenção em dobro para que não desista novamente, procurar saber o motivo das faltas ou do desânimo dos alunos e buscar entender os motivos e, com base neles, pensarmos com o estudante propiciando conteúdos mais atrativos e alternativas para que ele não se evada e que ele possa recuperar o tempo perdido.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A metodologia adotada para realização deste trabalho na escola campo que tinha como objetivo investigar os fatores que causa a evasão escolar de Jovens e Adultos da 2º etapa, possibilitaram constatar o objeto de estudo em que supostamente interferem no fracasso escolar.
Desse modo, o estudo efetuado na escola campo suscitou uma compreensão mais relevante em relação ao problema, tendo concebido desde o inicio deste trabalho a evasão escolar de Jovens e Adultos. Porém, o fato de termos focado a evasão escolar não nos dá o direito de direcionarmos os resultados obtidos exclusivamente aos fatores que levam a evasão de Jovens e Adultos.
Assim, conforme estudos bibliográficos, quanto aos aspectos preocupantes na Educação de Jovens e Adultos, não pareceram estranhos os resultados da análise dos dados levantados para este trabalho quando foi verificado que a prática das docentes ainda é baseada aos costumes de conduzir o ensino sem a devida consideração com a realidade social.
Neste sentido, percebe-se um professor como único detentor de conhecimentos, ou melhor, um repetidor de idéias previamente concebidas inerentes ao contexto comunicativo exigente. Acreditamos que há em suas práticas a ausência de reflexão quanto ao modo de conduzir os trabalhos com os alunos, o que reforça a idéia da sala de aula como único espaço para a leitura e escrita.
Parece faltar às docentes conhecimentos específicos e continuados, quando ainda notadamente uma das docentes possui formação em nível de graduação, mais somente isso não basta. Entretanto cabe assim, antes de tudo, ao professor provocar, em si mesmo inquietações para criar indagações, pesquisar irem à busca de novas descobertas para resignificar sua prática.
Não existe fórmulas prontas, pensar que este ou aquele estudo vai trazer uma metodologia pronta e acabada, temos de olhar para os desafios como mais uma conquista, mais um aprendizado para nossa prática docente e assim aprimorarmos a todo instante nossas mediações entre conhecimentos e alunos para torná-los cientes de seus papéis em suas comunidade e no mundo.
Diante disso, fico claro o desinteresse em estudos continuados paralelos às suas praticas pedagógicas das referidas professoras. Ficou evidente a falta de conhecimentos teóricos por embasar sua praticas educativa, o que explicaria a interferência inadequada nas atividades realizadas pelos alunos em seus discursos. Além disso, não delimitam o planejamento a realidade dos alunos.
Vale aqui ressaltar a concepção ultrapassada do conceito de analfabeto que ainda permeia o ensino da educação de jovens e adultos, pois em nossa sociedade não há compreensão coerente da realidade sobre pessoas que não sabem ler e nem escrever, mas possuem capacidade do agir socialmente. Dessa forma, esses dados refletem uma realidade como a que já foi exposta, a concepção que a sociedade ainda tem em apontar esses jovens e adultos como analfabetos absolutos.
Na verdade, os critérios usados para definir uma pessoa analfabeta baseiam-se em conceitos defasados para o atual contexto comunicativo, estes aspectos do passado apenas servem para revelar um grande contingente de alunos da educação de jovens e adultos que esta constituída por um ensino que convive muito bem com esse grande fracasso escolar, ou seja, a evasão escolar.
Portanto, os alunos que freqüentam a EJA acreditam que o conhecimento é adquirido pela troca de experiências e valores, criando assim uma relação mais estreita entre a teoria e a pratica, renovando a esperança e abrindo caminhos para um futuro mais promissor.

REFERÊNCIAS
ARROYO, Miguel G. da. Escola coerente à Escola possível. São Paulo: Loyola, 1997 (Coleção Educação popular ? nº 8.)

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é o método Paulo Freire. São Paulo: Brasiliense, 2005 (coleção primeiros passos; 38)
__________________________O que é o método Paulo Freire. São Paulo: Brasiliense, 2008 (coleção primeiros passos)
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos; Apresentação dos temas transversais. Brasília: MEC/SEF, 1998.[versão disponibilizada na internet pelo Sindicato das Escolas Particulares de Santa Catarina (Sinepe/ SC):www.sinepe-sc.org.br-5ª 8tt.html].
BRUNEL, CARMEN, Jovens cada vez mais Jovens na educação de Jovens e Adultos / Carmem Brunel. ? Porto Alegre: Mediação, 2004. 96 p.
BRZEZINSKI Iria, LDB dez anos depois: reinterpretação sob diversos olhares ? 2. Ed ? São Paulo : Cortez, 2008.
COELHO, S.C.C. Letramento: princípios e processos. 20. Ed. Curitiba: Ibpex, 2007.
CHRISTOFOLI, P.C MARIA, Eja: planejamento, metodologias e avaliação. Porto Alegre: Mediação, 2009.
CUT - Central Única dos Trabalhadores, A intervenção da CUT nas políticas públicas de geração de trabalho, emprego, renda e educação dos trabalhadores: avaliação, resultados e ampliação de perspectivas. CUT/UNITRABALHO, São Paulo: 2003.

CANDAU, Maria Vera. A didática em questão. 13 ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 1999.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 26 ed. Rio de Janeiro-RJ: Paz e Terra, Reimpressão 2009.
_______________Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa/ Paulo Freire. ? São Paulo: Paz e Terra, 1996 (coleção Leitura)
____________Pedagogia do Oprimido. 17 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
____________Á sombra desta mangueira. São Paulo: Olho D?água,1995.
____________Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 10ª ed. São Paulo. Paz e Terra, 2002.
FREIRE, Paulo. GADOTTI, Moacir. Para chegar lá juntos e em tempos: Caminhos e significados da Educação Popular em diferentes contextos. Caxambu ? MG: 21ª reunião anual da ANAPED, 1998.
GADOTTI, Moacir. Para chegar lá juntos e em tempo: Caminhos e significados da Educação Popular em diferentes contextos. Caxambu ? MG: 21ª reunião anual da ANPED, 1998.
HADJI, Charles. Pedagogia e mudança. 25 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989. HADDAD, Sérgio; DI PIERRO, Maria Clara. Quinhentos anos de educação escolar: Escolarização de jovens e adultos. N. 14. MAI/JUN/AGO. Rio de janeiro: Autores Associados, 2000.
KLEIMAN, Ângela B.; MATENCIO, Maria de lourdes M. Letramento e Formação do professor: práticas discursivas, representações e construção do saber. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2005. ? (Coleção Idéias Sobre Linguagem)
KLEIMAN, Ângela B.; Moraes, Silva E. Leitura e Interdiciplinariedade. 6. Ed. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2006. (Coleção Idéias sobre Linguagem)
LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho cientifico: procedimentos básicos, pesquisa bibliografica, projeto e relatorio, publicações e trabalhos cientificos- São Paulo: Atlas, 2007.
LEAL, Telma Ferras. Desafios da educação de Jovens e Adultos: construindo práticas de alfabetização/ Telma Ferraz Leal; Eliana Borges Correia de Albuquerque (org.) ? 1ª ed.; 1. Reimp. ? Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
MARTINS, Revista nova escola edição:janeiro de 2011 Ed. Abril. site:http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/direito-de-saber-ler-614854.shtml Acesso em 18/05/11 ás 14:40.
MANACORDA, M. A. Marx e a pedagogia moderna. São Paulo: Cortez; Campinas: Autores Associados, 1991.
MELLUCI, Alberto. A invenção do presente: Movimentos Sociais nas sociedades complexas. RJ: Vozes, 2001.
MENEGOLLA, M. Didática: aprender a ensinar. 5 ed. São Paulo: Loyola, 1999.
MOLLICA, Maria Cecilia: Letramento em EJA. - São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
MOLL, Jaqueline. Educação de Jovens e Adultos. Porto Alegre: Mediação, 2004.
MOURA, Tânia Maria de Melo. A prática pedagógica dos alfabetizadores de jovens e adultos: contribuições de Freire, Ferreiro e Vygotsky. 2 ed. Maceió: EDUFAL, 2001.

NICOLA, José de. Novo tempo: livro de alfabetização/ José de Nicola Neto, Rosalina Aparecida Acedo Chiaron-São Paulo: scipione, 2003.

RIBEIRO, Trajetória da Educação de Jovens e Adultos. site:http://mariahelenaribeiro.blogspot.com/2009/trajetória-da-educacao-de-jovens-e.htm/abrilde2011 Acesso em 12/04/11 ás 20:50.
RUMMERT, Educação como exercício de diversidade. ? Brasília: UNESCO, MEC, ANPEd, 2007.
SEVERINO, Antônio Joaquim, 1941- Metodologia do trabalho cientifico- 23. Ed. Ver. E atualizada─ São Paulo : Cortez, 2007.
SILVA, Alexsandro de. et. al: Quando os alunos ainda não sabem ler: Algumas relexões sobre a leitura na alfabetização de jovens e adultos. Belo Horizonte: Autêntica:2006.
SCOZ, Beatriz, Psicopedagogia e realidade escolar: o problema escolar e de aprendizagem/Beatriz Scoz/ 16.Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 2. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
________________Alfabetização e Letramento. 3. Ed. São Paulo: Contexto, 2005.
SOUZA, Antonia de souza. Educação de Jovens e Adultos. 20ª Ed. Curitiba-PR, IPBEX, 2007.
VIEIRA, M.C. Fundamentos históricos, politicos e sociais da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. 2004 volume I : universidade de Brasilia. UNB. centro de educação a distância - CEAD.