A educação de jovens e adultos (EJA), nova designação do ensino supletivo, caracteriza-se como uma proposta pedagógica flexível que considera as diferenças individuais e os conhecimentos informais dos alunos, adquiridos a partir das vivências diárias e no mundo do trabalho. É uma modalidade diferente do ensino regular em sua estrutura, enquanto a sua metodologia, duração e própria estrutura como afirma Lima (2006).

Acredita-se que o indivíduo adulto, já traz a sua experiência de vida, dessa forma há uma mudança daquilo que vai ser ensinado, para torná-lo significativo e atrativo para que o mesmo continue em sala de aula.

O adulto para EJA, não é aquele sujeito concursado, nem um estudante universitário, o qual está à procura de aperfeiçoar profissionalmente seus conhecimentos, muito menos aquele com uma escolaridade regular. São geralmente homens e mulheres desempregados, trabalhadores em busca de uma melhor condição de vida, uma boa moradia e que lutam para superar suas condições precárias, no qual estão nas raízes do analfabetismo.

O tema "Educação de pessoas jovens e adultas", não remete-nos apenas a uma questão de especificidade etária, mas, primordialmente, a uma questão de especificidade cultural. Isto é, apesar do corte por idade (jovens e adultos são, basicamente, não-crianças). (RIBEIRO, 2001).

Essa citação explica que a educação de jovens e adultos não vem para mostrar a questão da idade, mas também, a questão cultural que muitas das vezes vem contribuir para que haja certa discriminação na sociedade, devida a esse corte de idade. Sabe-se que jovens e adultos são basicamente não-crianças, os quais devem ser tratados sem desprezo, até porque os mesmos já trazem consigo uma história de vida não muito boa.

O professor de jovens e adultos deve estar preparado para trabalhar com cada tipo de vida inserida na sala de aula. Além de uma boa interação professor-aluno, a qual vai contribuir no processo ensino-aprendizado para o próprio crescimento do educando e do educador em proporcionar meios que venham ajudar no desenvolvimento do aluno no meio escolar. E que dentro da sala de aula, devem existir grupos com pessoas de idades diferentes (adulto/jovem) na qual eles têm que se juntar para formar um grupo de cultura dentro da educação de adultos.

O conceito de educação de adultos vai se movendo na direção ao de educação popular na medida em que a realidade começa a fazer algumas exigências à sensibilidade e a competência cientifica dos educadores e educadoras. Uma destas exigências tem a ver com a compreensão crítica dos educadores do que vem ocorrendo na cotidianidade do meio popular.(GADOTTI, 2003).

Para este autor, ao contrário de Ribeiro, a definição de educação de adultos vai se deslocando na direção de educação popular na proporção que a realidade começa a fazer algumas insistências à sensibilidade e a competência científica dos educadores. Uma destas críticas é quanto à reflexão dos procedimentos didáticos, e a respeito dos conteúdos a serem ensinados, o qual não pode ser estranho para o nível de cultura que o mesmo se encontra. O professor deve partir da vivência de cada aluno, para que haja um bom desenvolvimento no ensino-aprendizagem do mesmo.

Observa-se no meio popular trabalhadores urbanos reunindo-se para rezar ou discutir seus direitos e deveres como qualquer cidadão, pois, nada pode fugir à curiosidade de ver educadores se envolvendo na prática da educação popular.

Sabe-se também que a educação de adultos, transformando-se em educação popular, chegou a se tornar mais ampla, possibilitando oferecer certos programas como alfabetização, educação de base com profissionalização ou em saúde primária.

A função reparadora da EJA significa não só a entrada no circuito dos direitos civis pela restauração de direitos negada: O direito a uma escola de qualidade, mas também o reconhecimento daquela igualdade autológica de todos e qualquer ser humano. Dessa negação, evidente em toda a trajetória brasileira, resulta uma perda; o acesso a um bem real, social e simbólico. (LIMA, 2006).

Sendo assim, a função de cobertura aos trabalhadores de uma classe social menos favorecida economicamente e politicamente. A reentrada no sistema educacional daqueles que tiveram uma interrupção forçada deve ser saudada como reparação corretiva, ainda que tardia, possibilitando aos indivíduos novas oportunidades no meio social, com uma vida digna de conhecimento escolar.

Dessa forma, a EJA representa um caminho de aceleração no desenvolvimento do Brasil, que vem se arrastando com essa desigualdade social durante toda a história.