A AUTO-ESTIMA, AUTOCONFIANÇA E AUTO-ACEITAÇÃO NA DINÂMICA VIVENCIAL

Antes de qualquer coisa, o que é auto? Auto é um conjunto de percepções, pensamentos, avaliações, sentimentos e tendências comportamentais voltados para nós mesmos. Em suma, é a percepção de avaliação de nós mesmos por nós mesmos. 

O que tem se notado, é que a mídia de modo geral evidencia um desconhecimento dos termos auto-estima, autoconfiança e auto-aceitação transformando-os em sinônimos, o que não é verdade, demonstrando um desconhecimento do mundo psicológico/vivencial. O pior!!!! Informa, orienta e ensina o que não corresponde à verdade, transmitindo e retransmitindo essas informações de maneira globalizada, atingindo cada vez mais pessoas. Vamos lá.

A auto-estima tem como elemento instigador “a avaliação subjetiva” que cada pessoa faz de si mesma. Tem no autoconhecimento o seu guia. Quanto mais se conhece mais senhor de si, mais consciente da sua estima se torna. A auto-estima também é um componente motivador da autotransformação, quanto mais respeito, carinho e auto-amor se têm, mais preparado se torna para as transformações necessárias. Logo, tem um grande significado na dinâmica vivencial de cada pessoa, por que envolve as “qualidades das pessoas”.

Já a autoconfiança está estruturada “na competência” que reconhecemos em nós ao “executar algo”. Impulsiona-nos a agir, pensar e tomar atitudes de maneira confiante, ousada, destemida. É a convicção que uma pessoa tem em si de ser capaz de “fazer algo”. Uma postura positiva com relação às próprias capacidades e desempenho. Inclui as convicções de saber e conseguir fazer alguma coisa, de fazê-lo bem, de conseguir alcançar alguma coisa, de suportar as dificuldades e de poder prescindir de algo.

Em termo de dinâmica vivencial, elas se completam na ação. Primeiro eu reconheço e dou valor as minhas qualidades e depois confio e ajo.

Por outro lado, a autoaceitação indica uma “aceitação profunda de si mesmo”, “do que si é”, das “próprias fraquezas , erros e limitações ou imperfeições físicas ou mentais”. É um “olhar positivo” em relação a si mesmo, apesar das imperfeições e limitaçõoes estruturais ou mentais.A aceitação de si é que está na berlinda. É um sentir-se bem consigo mesmo apesar das imperferfeições e limitações.

Enfim!! Em termo de dinâmica vivencial, a autoestima, a autoconfiança e a autoaceitação estão intimamente ligadas e se influenciam mutuamente. Não é possível transformar-se sem a aceitação incondicional do que somos,  com todas as nossas qualidades e imperfeições, porém naquilo que é possível mudar, tanto por ação direta, eu com eu, como indireta, através de um procedimento terapeutico ou cirúrgico,  desde que não tornemos essas imperfeições estruturais ou mentais um empecilho para estar bem consigo mesmo. Nos conhecermos e lidar com as nossas imperfeições e limitações não é motivo de tristeza, mas de sabedoria, só dessa forma, podemos abrir mão de uma exigência de perfeição inalcançável.

Fique esperto!!! Aceitarmos como somos, no mundo vivencial, não significa que não devemos fazer nenhum esforço para melhorar e sim que não transformemos nossas auto-ignorâncias e nossas limitações e imperfeições em conflitos vivenciais.

A dificuldade em se auto-aceitar pode se tornar um entrave no seu processo de autoconsciência/autorreflexão dificultando um olhar interior reflexivo e transformador.

Para refletir!

Não confundir autoconfiança abalada com problemas emocionais. Não é o estado emocional que abala a autoconfiança e sim o momento psicológico da partida que o jogador está vivenciando que interfere na sua autoconfiança. O estado emocional é apenas uma expressão desse momento, não tem, em si, o poder de interferir ou alterar nada. Acordem senhores, na verdade emoção não faz nada só expressa em termo de dinâmica vivencial uma lógica vivencial. Para o autogerenciamento vivencial esse culto a emoção não passa de um modismo.

Outro ponto. O procedimento cirúrgico atua em nível de auto-aceitação e não de auto-estima embora reflita na auto-estima, mas não a determina.

Drº Cláudio de Oliveira Lima – psicólogo

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