Biblicamente, a arca de Noé simboliza obediência, vida. Noé obedeceu a Deus e construiu a arca. Quem creu, juntamente com Noé, também foi salvo do dilúvio (Gênesis, capítulos 6 e 7).
Mesmo nos tempos atuais, podemos notar as "arcas" que, possivelmente, são instauradas com o intuito colocar a salvo os homens do século XXI. Dentre elas ressalto a arca da "Educação". Mas para que essa arca tenha sucesso, quem precisa acreditar? Governos? Professores? Sociedade? Estudantes? É preciso acreditar.
Se 90% dos presidiários são analfabetos, conforme veiculado pela mídia, podemos suscitar pelo menos duas vertentes desoladoras: ou só são presos (vão para cadeia) indivíduos que não têm escolaridade (só esses praticam crimes?) ou quem tem mais instrução comete menos crimes? Se a resposta à primeira pergunta for positiva, associa-se claramente a criminalidade à falta de educação.
Conheci uma mulher (professora) que se envolveu num acidente de trânsito e foi condenada pela justiça. Essa mulher não temeu, em nenhum instante, a cadeia em si, mas sentiu-se extremamente constrangida socialmente (mesmo sem ter sido presa). Sua moral, seu brio foram feridos, ela sentia vergonha pela falta cometida.
Para aos demais envolvidos em crimes(a maioria), o problema é só o cárcere, isto é, a impossibilidade de estar nas ruas e até, talvez, poder continuar cometendo crimes. Eles não têm identidade moral, não se envergonham diante dos outros. Tanto faz, pois não possuem dívida moral, não valorizam as relações sociais, familiares, profissionais, aliás, muitos não têm profissão.
Voltemos à arca de Noé. A voz do povo é a voz de Deus!
Todos retumbam: precisamos construir a arca da educação para garantir que a sociedade se salve, é necessário investir naquilo que, a longo prazo, resultará em diminuição da criminalidade, mas é preciso que todos estejam imbuídos. O mais estrondoso disso é que o dilúvio já começou, visto que notificamos crimes antes inimagináveis. E a educação? Quem será o Noé?