As pessoas têm a impressão que o mundo das empresas sempre é regido pela razão em sua maioria das vezes, mas não é assim. Conheço o "Carvalhão" que segundo dizem pelos corredores "trabalhar com ele é pura emoção".

Comentam que uma vez "Carvalhão" precisava entregar um relatório com urgência e que devido à demora de sua assistente em entregar o trabalho ele começou a esbravejar e a chutar o ar como um menino mimado e num desses "golpes de judô" errou o chute no ar e "pow" desligou o estabilizador, foi choro para todo o lado, foi feito um mutirão pela noite inteira e o trabalho foi concluído.

"Carvalhão" podia ser visto aos berros pelos corredores sempre brigando com sua equipe ou fornecedores. Certa vez sua secretária passou uma ligação e como ele estava muito nervoso atendeu o telefonema na sua caixa de escova de dente pensando que era o celular.

Quando "Carvalhão" estava descontraído ai sim ele era brincalhão, participava das cotinhas de aniversários, contava piadas e algumas vezes se excedia na bebida durante as festas de confraternização do final de ano, mas sempre contava com o amparo da Sra. Carvalho que estava sempre vigilante.

Um dos maiores contratempos do Sr. Carvalho foi quando a empresa passou por dificuldades e vários departamentos tiveram que enxugar a folha de pagamento, "Carvalhão" após muito pensar se decidiu por Hélio uma pessoa calma que cumpria com suas obrigações e ainda tinha tempo de pensar em algumas inovações.

O problema de Hélio é que ele também era muito emotivo, algumas pessoas achavam que ele era um pouco intransigente e queria ter a ultima palavra, esse temperamento não combinava com o Sr. Carvalho.

Chegado o dia, Sr. Carvalho simplesmente chamou Hélio e disse que a partir de agora a empresa não precisava de seus serviços e que estava demitido, não deixou Hélio falar e muito menos deu explicações.

Hélio retornou a sua mesa, e numa explosão de ódio simplesmente alterou a senha de seu computador, a vontade era deletar tudo mas a razão falou mais alto que a emoção e foi embora sem falar com ninguém.

No dia seguinte Carvalho fez uma reunião e comunicou a demissão de Hélio e dividiu o "espolio" entre os outros. Foi quando alguém falou:

- Alguém sabe a senha do Hélio?

- Me deixa tentar. Falou Antônio.

Antônio tentou por três vezes a senha e nada! Foi quando "Carvalhão" falou:

-Deixa para lá, não era nada importante, vamos em frente assim mesmo, vamos transferir o computador já que não precisamos mais!

O Sr. Carvalho faz que não sabe mas os arquivos do computador do Hélio foram recuperados e são usados para os relatórios e controles do departamento, mas para ele é como diz a musica do seu ídolo Roberto Carlos, se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi...

Meu nome é Zé Iscritório e gosto de escrever sobre o que acontece no mundo dos escritórios.

(Pedro Paulo Galindo Morales é Tecnólogo em Gestão, Pós- Graduado em Controladoria, Técnico em Contabilidade e Blogueiro, www.falandodegestao.com.br [email protected]).