Que tal propor aos alunos a criação de uma ONG (Organização Não Governamental) através de uma pesquisa feita na internet? Ou ainda, criar um roteiro envolvendo os pontos turísticos mais importantes da sua cidade? Isso será possível a partir do momento em que o professor utilizar a WebQuest como recurso metodológico. E para isso, precisamos conhecer um pouco mais esta metodologia e incorporá-la em nossa prática pedagógica que hoje, mais do que nunca, vem sendo influenciada pelas novas tecnologias.
A WebQuest foi criada inicialmente pelo professor norte americano Bernie Dodge na Universidade de San Diego no ano de 1995. Deste momento em diante essa atividade vem conquistando professores do mundo inteiro. Inclusive aqui no Brasil temos experiências de professores que utilizam comumente essa atividade na sua prática pedagógica.
Mas como podemos definir uma WebQuest?
De maneira pragmática, podemos dizer que ela caracteriza-se como uma metodologia de pesquisa orientada a partir da riqueza das informações contidas na internet. A partir da WebQuest o aluno terá uma tarefa para cumprir e para isso deverá seguir todo o roteiro preparado e apresentado previamente pelo professor. Cabe ao professor indicar os passos que a pesquisa irá trilhar. E aos alunos a materialização da pesquisa.
Como criar uma WQ?
Inicialmente o professor definirá uma temática e em seguida deverá estruturar a sua WebQuest elencando os passos para a realização da tarefa. Este é um momento muito importante, pois o professor deverá pesquisar previamente sites confiáveis nos quais os alunos irão navegar para obter as informações desejáveis. A WQ é estruturada levando em consideração as seguintes componentes: introdução; tarefa; processo; recursos; avaliação; conclusão; e créditos.
Para entender essas componentes vamos apresentar, de forma resumida, as suas características principais.

INTRODUÇÃO

Esta é a etapa de apresentação da WebQuest. Nela o professor deverá dizer, escrevendo de maneira clara, direta e objetiva, em que consiste a atividade. Ou melhor, o professor apresentará a tarefa que os alunos deverão cumprir. Em uma WQ sobre o tema consumismo, por exemplo, poderemos introduzir perguntando sobre o significado do tema, os impactos ambientais causados por essa prática, além de propor uma investigação a cerca do papel desempenhado pela mídia nesse processo. Será importante finalizar esta etapa com um convite aos alunos para a investigação em questão.

TAREFA

A tarefa apresentará o que os alunos deverão fazer e por isso demanda uma maior atenção por parte do professor que está propondo a WQ, vistoque uma tarefa bem elaborada e envolvente motiva os alunos para a realização da pesquisa. É importante destacar que a criação da tarefa deve envolveralgumashabilidades como produção, análise, síntese, entre outras.

A WQ do consumismo poderá propor que o aluno assuma o papel de defensor do meio ambiente a partir da criação de uma ONG. Nesta tarefa os alunos deverão definir o objeto alvo da sua defesa, assim comoestabelecer o nome, a sigla, o mascote, entre outros aspectos definidos pelo professor.

A WebQuest poderá envolver várias tarefas e caberá ao aluno escolher aquela que se enquadre no seu perfil pessoal.

PROCESSO

Nesta componente os alunos saberão como vão realizar a tarefa proposta, já que aqui serão apresentados todos os passos. Devemos deixar claro como os alunos devem se organizar para a atividade: quantos grupos existirão e quantos componentes terão cada grupo; qual atividade cada grupo irá realizar.

As atividades propostas para os grupos envolvem a realização de descrições, comparações, relatos, ilustrações, criações, entre outros. Tudo isso só poderá ser feito a partir das orientações propostas na componente seguinte.

RECURSOS

Os recursos são sugestõesde consultas para a realização da tarefa. Endereços de sites envolvendo músicas, filmes, documentários, reportagens ou outros gêneros de textos que irão auxiliar os alunos na pesquisa da problemática abordada.

AVALIAÇÃO

Como em toda atividade pedagógica, a avaliação não poderia deixar de estar presente. Esta é uma das componentes mais importantes, principalmente para o aluno. Nela é preciso deixar bem claroquais são os instrumentos e critérios de avaliação.Claramente poderemos elencar alguns critérios como: aparência, clareza da apresentação, conteúdos envolvidos, criatividade, etc.

CONCLUSÃO

Seguindo o modelo de apresentação da introdução, a conclusão deve ser apresentada de maneira bem objetiva.Ela deverá resumir a intenção e o propósito para qual foi criada. Além disso, é função da conclusão deixar claro para os alunos que eles podem continuar estudando o assunto. O professor pode, inclusive, dispor de alguns sites para que os alunos possam estar consultando em outros momentos.

CRÉDITOS

Esta componente tem por finalidade apresentar as referências que foram utilizadas pelo construtor da WebQuest. Consiste na indicação dos professores/autores, nome da disciplina ou do programa, da escola e e-mail para que outros professores interessados possam entrar em contato para trocar experiências.

Um aspecto que não pode ser esquecido é a maneira de divulgação e apresentação dessa metodologia. O professor pode utilizar desde páginas da web até programas como Word e PowerPoint. Mas o interessante é que ele possa deixar a sua experiência registrada na web para que outros professores possam estar consultando.

O professor ao trabalhar com a WebQuest tornará a sua prática pedagógica mais dinâmica, criará situações de aprendizagens significativas, estimulará o aluno na construção do seu próprio conhecimento, possibilitará aos alunos aprenderem a partir da utilização das TIC's, estimulará a criatividade, a expressão oral e produção textual, dentre outras .

Para aqueles professores que se identificaram ou ficaram curiosos com esta metodologia, deixo como sugestão as seguintes referências:

  1. ABAR, Celina Aparecida de Almeida Pereira; BARBOSA, Lisbete Madsen. WebQuest: um desafio para o professor. São Paulo: Avercamp, 2008.
  2. MORAN, J. M. Mudar a forma de ensinar com a internet. In MORAN, J.M.; MASETO, M.; BEHRENS, M. Novas metodologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2001.