Goste, entregue-se sem medida, faça valer a pena o encargo e a energia dos seus sentimentos, mas invista todas essas fichas para alguém que também faça o mesmo por você, ou que tenha o mesmo espírito de realizar ao menos a mesma coisa. Isso você pode sentir num simples olhar, numa simples conversa e principalmente em uma pitada de atitude ou de um sutil descompasso que a pessoa, que supostamente queremos amar, expressa para nós. Nasce o imprevisível e quebra-se uma aparente lógica recheada de intenções visíveis. Nenhum gesto ou ação é por acaso, tudo tem uma resposta. Assim, é dito uma coisa interessante cabendo no coração de todos que não querem mais sofrer de forma ignorante, ilusória e vaga, para não dizer "burra" mesmo: O melhor amor sempre é achado como fruto de otimismo, partindo construtivamente de nós mesmos e que se sustenta com vigor no presente; ou seja, nunca pode ser amarrado, comparado e atrasado em o nosso passado.

Há um jogo de destino cuja meta é chegar à felicidade. Preste atenção. Uma vez que você é correspondido, a iluminação do que pode sentir por essa pessoa tem um caminho aberto, mas que depende de uma entrega por sua parte também. Ter atitude de seguir em frente é o que alguém pode fazer para ser feliz, mas se desprender das derrotas é a principal atitude que precisamos fazer inegavelmente para liberar o coração. É preciso dar um ponto final para iniciar uma nova história e prosseguir com muitas vírgulas de prazer e gozo com quem podemos amar. Mas o passado assombra nossa felicidade. Mentiras, aceitas lamentavelmente por muitos, como "Só existe um amor na vida!" enfraquece-nos, ilude-nos vergonhosamente. Veja como isso é real. A vida está cheia de pessoas maravilhosas e extremamente interessantes. A cumplicidade que conseguimos ter com quem gostamos no passado pode ser muito, mas muito melhor que antes, dado principalmente ao princípio de que uma experiência negativa revigora as novas com um sabor até especial. Temos capacidade de amar, mas muitos têm a capacidade de se aprisionar. Essa é a questão que trava as possibilidades de novos amores. Acreditar, portanto, em um amor na vida é nos chamar de certa maneira de incompetentes ao dom de amar!

A capacidade de amar nunca foi só para uma pessoa em nossa vida. Essa é a maior mentira que nos inculcaram. E com essa mentira nasceu também a nossa perda de tempo acompanhado com a palavra "trouxa". Mas há coisa mais humana do que isso? Para muitos "ser humano" é sentir medo, e são humanos porque podem estar fugindo dos seus instintos primários (felicidade), são humanos por estar perdendo a pessoa de que gostam ou tem potencial para gostar; por fim, são humanos pela capacidade de sentir por alguém uma devoção tamanha, que os fazem enxergá-lo como uma divindade, ou mesmo um anjo, não como ser humano. E esse é também um problema desse fantasma que se chama passado. Pois ele nos faz querer acreditar que alguém que amamos é divino e assim não desfrutamos do que o humano tem para nós no presente, próximo a nós, do nosso lado. Entendamos este fato: Existem mil pessoas prontas para nós nos entregarmos. Contudo, o combustível que alimenta um novo amor é a correspondência. E o que esfria o sentimento é a enrolação e dúvida a essa atitude. Nesse momento você pode estar esfriando um grande amor a caminho da felicidade e talvez não tenha a devida noção de dar-se conta disso.

Para muitos psicanalistas o "luto" por uma perda demora meses, anos e até uma vida toda. Mas com essa visão, deveria durar apenas algumas horas, pois perceberíamos que estamos perdendo tempo em voltar fixamente a um prazer, cuja experiência, já passou. A capacidade que temos de resolver o luto do amor é proporcional a sua força, vigor e ânimo da vida. Nesse sentido teria significado as expressões comuns como "ame-se mais", "bola pra frente", "pense em você" ou "o que passou, passou". Esses são clichês empregados na boca e mente de muitos adolescentes, tanto de idade como de espírito. São frases feitas que de um modo geral se apresentam sem sentido, apenas sobrevivem com o uso de ematomas dos desiludidos ou frustrados de coração. Nesse aspecto parece ser um sinal de fraca personalidade para quem os usar. Contudo, quando se trata de um sentimento amoroso não correspondido, esses clichês se transformam em sentenças milagrosas para que a sua felicidade esteja no caminho da vida e não no teor da putrefação do que já passou.

Se a coisa melou, pisamos forte da lama ou esterco, para que tentar limpar? O cheiro não seria mais de perfume como no primeiro encontro, com certeza. Recuperar o passado é ignorar o fato de que existem pessoas com novas expectativas, vigor, metas, foco disposição, feituras imaginações, alegrias com grandes perspectivas... enfim, voltar-se ao luto é morrer em um ponto no mundo sabendo que existe o mundo inteiro para desfrutar; é olhar para a morte tendo ainda um presente que Deus nos deu: a vida! Logo, para o luto, há um clichê que pode ser uma frase de grande significado nesta humilde abordagem: "Viver a vida", de fato!

Assim, refletimos o que seja o "ser humano": Alguém que tem uma história, mas ainda vive um presente para produzir novas histórias, sempre focando em quem o ama de verdade e tendo a devida e necessária correspondência.. ou seja, o ser humano é um ser vivo e que deve viver desprendendo-se do seu passado, dando um ponto final para formar muitas novas virgulas...