Bem amigos, geralmente quando leio artigos estou em busca de respostas, ou de reflexões sobre determinado assunto, no entanto gostaria de começar fazendo a você algumas perguntas: Você acredita que uma empresa onde os membros não são bem remunerados pode ir longe? O que você pensa de uma empresa que dá 20% da carga horária de seus colaboradores para que trabalhem no que quiserem?

Existe um tipo de profissional que diz ``trabalhar pelo que ganha`` . Ou seja; se ganha bem, da o seu melhor, se ganhar mal, rende menos. Este tipo de profissional seria bem aproveitado, talvez até disputado, no período colonial, ou mais recentemente nas linhas de produção pós revolução industrial, já que se o seu desempenho quando bem pago superasse o de várias pessoas ele poderia até valer a pena. Todavia sabemos o que aconteceu com este profissional com o advento da mecanização. Ele foi substituído e muitas vezes não conseguiu se recolocar no mercado de trabalho. Este tipo de motivação, meramente financeira, levava o profissional em questão a produzir mais mecanicamente, no entanto não o estimulava a inovar.

Daniel Pink, autor de um dos livros mais lidos nos últimos tempos: Drive: A surpreendente verdade sobre o que nos motiva, utiliza de 50 anos de ciência comportamental para mostrar que quando se trata de atividades que levem a inovação, fator tão procurado pelas empresas atualmente, pouco adianta e as vezes até atrapalha o uso de incentivos financeiros. Hora, então como motivar, se o que fazemos há anos para melhorar o rendimento de nossos funcionários já não vale para o que queremos deles agora?

Todos já devem ter percebido que a forma de motivação do profissional de ??ontem?? é a financeira. E provavelmente estão analisando se são assim ou então se estão utilizando desta estratégia com os seus colaboradores. Para ajudá-los vou contar como o profissional de ??hoje?? se motiva. No entanto gostaria de destacar antes que quando falo profissional de hoje, me refiro aos profissionais que são disputados pelas grandes empresas, que tem sucesso em seu próprio negócio, e não a maioria; pois infelizmente a maioria recebeu uma formação e se comporta como um profissional de ontem.
Vamos às respostas do início do texto. Primeiramente se não acredita no sucesso de empresas onde os membros (aqui considero como membros, tanto os colaboradores quanto os donos) não são bem remunerados, está equivocado. Primeiramente porque o ??profissional de hoje?? sabe do seu valor, se auto-motiva e mesmo que não recebendo o salário que sabe que mereceria, trabalha pelo prazer de mostrar do que a capaz de fazer e se delicia quando olha para o fruto de um bom trabalho e pode pensar: ??Eh, eu sou bom!??. Ele sabe que será descoberto em breve e deseja estar preparado pro desafio seguinte, aliás, essa palavra desafio age de tal maneira em seu cérebro que por mais que não saibamos explicar como, o torna ainda mais eficiente em pensar como superá-lo. O consultor Waldez Ludwig, certa vez fez uma analogia deste tipo de profissional com um jogador de futebol; o jogador começa jogando em times pequenos, nem por isso faz gol contra porque ganha pouco, ele da o seu melhor para que uma hora o descubram. Em tempos onde inovação é diferencial de mercado (para muitos, questão de sobrevivência), ter este tipo de profissional em sua empresa, mesmo que ganhando pouco pode levá-la ao sucesso.
Outro exemplo são empresas onde o profissional sequer é remunerado e nem curso superior possui; as chamadas Empresas Juniores. Formadas por estudantes de graduação que prestam consultoria sob a orientação de um professor, o movimento empresa Junior e chamado cada dia mais de ??fábrica de lideres??. O crescimento deste tipo de empresa totalmente gerenciada por estudantes, (estima-se que já existam cerca de 1.120 empresas juniores e aproximadamente 27.800 empresários), e o PIB de R$8.540.000,00 de reais apresentado por 168 delas em 2009, mostra o sucesso do movimento e sua efetividade. O que motiva estes estudantes, que mesmo dividindo o tempo de estudos com o de trabalho ainda conseguem resultados tão expressivos? Eles começam buscando se preparar para o mercado para quando se formarem, fazem parte de um movimento do qual acreditam, e dedicam seu tempo a atingir objetivos e superar expectativas, porque isso os enche de prazer.

A respeito da segunda pergunta do início do texto , uma certa empresa teve a idéia de dar a seus engenheiros 20% de seu tempo livre para investir em projetos pessoais, essa empresa foi escolhida em 2010 como a melhor para se trabalhar, se trata da gigante Google. E o que me leva a crer que essa sua prática e tão boa?Produtos como o Orkut e o Google Docs foram idealizados durante os 20% de tempo livre dos colaboradores...

E agora? Já sabe se anda se motivando como um profissional de ontem ou de hoje? E você empregador, revendo suas políticas de incentivos e contratações de colaboradores? O que espero com este artigo e destacar que os tempos mudaram, as exigências de mercado também. Não podemos continuar nos comportando como profissionais de ontem, ou então não teremos espaço hoje. Do mesmo modo não adianta tratar os bons funcionários de hoje como em outrora, é preciso dar a eles condições de crescimento e de mostrar seu potencial, porque é isso que os motiva e é isso que torna tanto para estes funcionários quanto para os investidores, lucros, em uma consequência.