Durante os jogos envolvendo a seleção brasileira de futebol é comum vermos as pessoas desfilando com suas camisas do Brasil e gritando o orgulho de ser brasileiro quando o time vence alguma partida. Mas depois que passa o “efeito dessa droga”, dessa epidemia de patriotismo, para onde vai o orgulho de escancarar que é Brasileiro?


           
Ao mencionar os problemas sociais do país diversas pessoas assumem saber da existência de tais, porém afirmam que esses são temas de responsabilidade dos governantes, ou seja, que os cidadãos não podem fazer nada para melhorar a situação em que vivem. Assim me indago, se os “cidadãos brasileiros” não lutam por um país melhor, para que uma vida digna a todos seja algo real e não apenas um direito escrito em uma Constituição utópica, os habitantes desse país podem ser classificados como brasileiros, patriotas ou simples amantes do futebol? Brasileiro por nascer em certa área geográfica, patriota por defender o país acima de tudo e buscar todas as opções para que esse seja considerado o melhor local para viver não só pelos seus habitantes, mas por todo o mundo ou um amante do futebol que lembra do local onde nasceu quando esse ganha destaque mundial ao vencer mais um jogo.


           
São comuns as queixas por política e não politicagem, por melhores condições de vida e para que o Direito realmente funcione e puna a todos, incluindo os que podem pagar pela liberdade e pelo sossego. Mas e quanto à conscientização da população na hora de escolher seus governantes? O que foi feito daquela classe de pessoas que iam as ruas e manifestavam por seus objetivos? Aonde foi parar aquelas pessoas que questionavam as idéias impostas pelo governo e pela televisão? Ou seja, onde está a “classe pensante” do Brasil?


           
Quem sabe quando todas as crianças tiverem a oportunidade de “brincar de infância”, a juventude e a velhice sejam complementos e não oponentes, o conformismo não seja a característica principal da população e os cidadãos lembrarem do real sentido do que é ser patriota, o Brasil volte a ter “cara de país” e não apenas um território com uma máscara fingindo ser um.

 

(Mariana Tannous Dias Batista)