"O grande problema do mal, dada a sua banalidade, é que você nunca sabe se ele está perto de você, então você tem que fazer aquilo que Jesus diz: orai e vigia". [Paulo Coelho]

Todos nos fomos ensinados que Deus é Amor Divino, é Luz. Também sabemos que Ele, ao criar o Universo, criou-o com dois opostos: o bem e mal.

Tudo tem um extremo oposto, mas somos nós que temos o poder de decisão de qual extremo escolheremos para nossas vidas. Nós (e não Deus) é que somos ou fomos dotados de Livre Arbítrio. Como somos responsáveis por nossas escolhas, colheremos os frutos delas também. "A semeadura é livre, mas a colheita será obrigatória", já nos ensinava Jesus. É a Lei do Karma e do Dharma que resumindo, traduz: "Aqui se faz e aqui se paga".

Para responder a pergunta tema, temos que estar com a mente aberta para fazer uma análise ampla sobre vários aspectos.

Macumba é um tipo de magia originalmente criada na África. Popularmente, a palavra macumba é utilizada para designar genericamente os cultos sincréticos afro-brasileiros derivados de práticas religiosas e divindades dos povos africanos trazidos ao Brasil com os escravos, tais como os bantos, como o candomblé e a umbanda.

A macumba, segundo seus seguidores, pode ser usada de várias formas, contra ou a favor das pessoas. Uma das práticas mais conhecidas é a de escrever um nome no papel, colocar dentro da boca de um sapo e costurar. Este ritual traria desgraças para a pessoa que teve seu nome escrito no papel que foi costurado na boca do sapo.

A macumba pode também ser usada para atrair um amor não correspondido, ou para trazer de volta um que partiu. Quem não ouviu falar de uma mulher que entregou uma peça íntima do seu marido ou seu namorado a uma mãe ou pai de santo, para que fosse feito um "trabalho" para que ele não tivesse apetite sexual por outra mulher? Quem até hoje não foi numa cartomante, numa "sortista" ver a "sorte", perguntar por um homem ou por uma mulher que povoa seus sonhos? Quem?

Grande maioria das pessoas, principalmente as que já passaram da meia-idade já fizeram tudo isso de alguma forma, até por curiosidade, diriam alguns. Foram somente pra ver como era, desconfiando, mas nem tanto.

Para a Parapsicologia, a força do inconsciente e o magnetismo energético mental explicam muitos destes fenômenos. Já ouvimos falar em telepatia, pré-cognição, clarividência, materialização de pensamentos em fotos ou formas de imagens em paredes ou lugares afins.

A telepatia existe e é um fato comprovado. Segundo pesquisadores, algo que está fora do corpo físico pode se manifestar; se materializar. Um pensamento telepático percorre distâncias enormes, então, a Parapsicologia vem demonstrar que sempre existe algo fora do corpo físico. Diante dessa ciência a macumba seria a materialização do pensamento em energia negativa ou positiva e, com ela, pode-se influenciar comportamentos de outras pessoas e provocar acontecimentos sugestionáveis.

Sabemos que tudo o que existe, existe em forma de energia. Até estas palavras o são. Se palavras possuem "força", praguejar seria criar energias negativas e falar de amor, abençoar, seria criar energias positivas.

Pessoas negativas ou positivas possuem a mesma capacidade de influenciar outras, mas somos tão tentados só olhar para o mal que raramente notamos nas coisas belas da vida. Na procura da nossa felicidade o ditado "A galinha da vizinha é sempre melhor", tristemente, é predominante. Daí nasce a inveja.

É incontestável que a inveja é capaz levar uma pessoa, ao entrar na casa de outra, afetar plantas e animais. Haverá sempre alguém conhecemos que relate fatos de plantas que estavam viçosas e animais que estavam sadios, no espaço de dias morrerem. De forma jocosa os chamamos de "olhos seca pimenteira".

Destas constatações em nossas vidas nascem, frutos da crendice popular, vários tipos de amuletos para se proteger destas energias supostamente emanadas por pessoas tidas como invejosas, tais como: Ferraduras atrás das portas; pés de coelho; galhos de arruda atrás da orelha; vasos de comigo-ninguém-pode; patuás; medalhinha de nossa senhora pendurada no pescoço e assim por diante. Cada um de nós tem o seu amuleto ou um objeto que seja referencial de proteção.

Para o espiritismo os rituais utilizados cerimônias de macumba não significam nada. Afirmam que tudo estaria no perispírito e na força do pensamento do encarnado (médium) ou do desencarnado (espírito) que materializam os pedidos feitos através de macumba.

A Parapsicologia afirma que os rituais de acendimento de velas pretas, vermelhas e outras cores para exus, pomba giras e outros espíritos inferiores aumentam a sugestão dando ênfase nos fenômenos, nos resultados que se buscam tipo: sem o ritual o resultado pretendido não seria atingido ou não seria satisfatório.

Tanto em umbanda como no candomblé, os seguidores fazem rituais de velas e comidas de santos e outros tipos de oferendas para espíritos de linhagens próprias. Para cada um haveria um tipo de oferenda específica para que o pedido feito seja atendido.

Com relação a comidas e bebidas oferecidas nestes rituais, análises laboratoriais e científicas revelaram que depois de servidas às entidades que se destinaram, ficaram completamente sem vitaminas, sais minerais, lipídios, glicídios e açucares, e tudo mais que se classificariam como nutrientes encontrados nestes alimentos. Diante destas evidências científicas, médicos e cientistas renomados, somente encontraram uma explicação: - Estas comidas e bebidas foram "consumidas" por uma força que a ciência ainda não consegue explicar que força seja, pois alimentos não perdem suas propriedades em questão de minutos se expostos ao ambiente.

A Macumba é um bem ou um mal?

Seriam os dois para as seitas afro-brasileiras. Macumba para arrumar emprego, para curar uma doença, para harmonizar o lar e a família, então seria uma boa macumba, ou seja, uma macumba do bem.

No caso de fazer rituais para arruinar uma pessoa, usar a raiva e o ódio para conseguir objetivos não politicamente corretos, prender homem ou mulher para si próprio, por exemplo, seria uma macumba do mal.

No geral não podemos simplificar o conceito em um só, pois as necessidades humanas são ilimitadas e insaciáveis. Também não podemos acreditar ou desacreditar piamente. Devemos aceitar todas as possibilidades. Devemos também considerar preceitos com os quais convivemos diariamente que nos ensinam que "o mal que fizermos aqui pagaremos aqui mesmo" ou a Lei da Atração ou do Retorno, muito em moda hoje, que nos diz para termos somente pensamentos positivos que obteremos sucesso na vida.

Mas quem pode dizer que ter um pensamento forte, uma fé inabalável e não medir esforços pra conseguir ficar com aquela mulher ou aquele homem de seus sonhos, não está tendo um pensamento positivo? Para o agente do pensamento, ele sempre será positivo, pois está ao seu favor. Negativo, será para o alvo do seu desejo e de outros interesses. Vamos que o alvo já esteja envolvido com outra pessoa?

Não podemos esquecer temos várias passagens bíblicas onde Jesus nos ensina: "O mal existe, mas ai daquele que o praticar"; "Faça o bem sem olhar a quem"; "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória" e, outros ensinamentos populares, tais como: "Quem semeia vento, colhe tempestades"; "Cada um dorme conforme a cama que arrumou" e outras que me fogem à memória.

Analisando um a um destes provérbios, podemos concluir que todos eles nos remetem ao mandamento de que não devemos fazer ou pensar no mal. Sendo assim, o mal existe como o bem, também.

Temos que considerar que todas as forças do bem no Universo possuem suas forças contrárias, em igualdade. Como já dissemos no início, tudo é dual nesta vida: amor e ódio; bonito e feio; fraco e forte; bem e mau; luz e escuridão; mentira e verdade e assim por diante.

Acreditando que existe poder na oração proveniente de nossa fé positiva, a oração para o bem e, considerando que a fé é uma manifestação mental para liberar ou atrair energias positivas, neste mesmo diapasão, chegaremos à conclusão que a macumba é, nada mais, nada menos, uma espécie de oração que pode ser usada, seja ela para o bem ou para o mal.

Qual a diferença entre acender uma vela (comportamento que não deixa de ser um ritual) e pedir com fé (orar/rezar) a Santo Antonio pelo amor da pessoa dos nossos sonhos, ou a São Judas Tadeu que nos livre de alguma aflição, ou a um santo qualquer pedindo um melhor emprego, ou paz na família, e acender uma vela (num ritual de macumba) para uma Iemanjá (considerada poderosa) pedindo as mesmas coisas? - Se analisarmos bem, não há diferença nenhuma. Tudo não passará de um referencial, apenas. O que vale é a intenção e a intensidade freqüência (fé) em que essa nossa intenção vibrará no Cosmos. Não estamos cansados de ouvir que quanto maior for o nosso desejo, a nossa determinação, o nosso trabalho, a nossa luta, a nossa fé naquilo que desejamos; que agindo e pensando assim, seremos atendidos naquilo que julgamos ser imprescindível para a nossa felicidade?

À nossa volta, invisível aos nossos olhos, muitas energias fluem como as das estações de rádio, telefones celulares e coisas que a nossa ciência ainda não detectou, mas se sabe que existem. Há um século e meio falar de Televisão era coisa para malucos.

Da mesma forma que os anjos e santos são considerados entidades positivas a serviço de Deus, sabemos ou já ouvimos falar em demônios, que seriam entidades contra Deus.

Neste ambiente dos demônios, o espiritismo Kardecista nos ensina que ele é habitado por espíritos errantes, espíritos que ainda estão apegados às memórias de lugares, bens materiais e aos vícios terrenos.

Considerando que uma oração é um mantra, é criação de energia, existem muitas excelentes orações positivas na Bíblia para pedir a Cristo e em seu nome auxilio a Deus para nossa proteção, assim como existem pessoas que rogam pragas, pensam em prejudicar seus desafetos, e assim por diante, assim, existem, para aqueles que fazem do mal alheio, muitas outras orações negativas que servirão para invocar as forças do mal.

Alguns dirão: Eu tenho fé em Deus e nada de me atingirá, mas temos que considerar que, em determinadas épocas de nossas vidas, podemos estar com nossas defesas frágeis por vários motivos, tanto de saúde física como de ordem psicológica. Podemos estar com a nossa fé abalada.

No espiritismo Kardecista, encontramos fartas citações sobre espíritos de baixa energia, espíritos que ainda não chegaram à luz, espíritos estes que se apossam de pessoas de alguma forma enfraquecidas na sua fé ou na sua saúde física e nem se dão conta disso. Nestes casos a macumba "pegará" na vítima e ela nem saberá que está sendo atacada por energias de espíritos negativos, de pouca luz. A vida da pessoa não vai nada bem e ela não sabe o porquê, pois em seu exame de consciência, ela conclui que não está fazendo nada de errado. Ela até reza todos os dias, para bem de todos que a cercam. Ela se cuida pra não engordar e engorda. Aparecem problemas de saúde que médico nenhum consegue dar jeito, por mais simples que seja. A pessoa começa a ter condutas que, depois de feitas, se olha no espelho e diz: eu não sei como eu fui capaz de tamanha besteira. A pessoa se mostra irritadiça com bobagens. Briga e discute à toa com filhos, amigos, companheiros e ela nem imagina que pode estar sido vítima de alguma energia negativa mandada a ela através de pessoas que a invejam, por orações fortes e até mesmo através de uma macumba encomendada. Essa pessoa pode estar até sendo afetada por aquilo que muitos denominam de vampiros energéticos, pessoas que sugam nossas energias e não percebemos.

Como já nos referimos anteriormente, o Espiritismo de Kardec afirma que existam espíritos desencarnados ainda muito ligados à matéria ou de certa forma não evoluídos, que ainda buscam satisfazer estas necessidades do mundo material.

É aí que entram estes rituais chamados de macumba, "descarrego", onde os pais e mães de santos conseguem se utilizar destas almas de pouca ou nenhuma luz, dando-lhes o que falta; dando-lhes abrigo e suprindo-lhes das benesses mundanas que ainda não conseguiram libertarem-se. Por serem fracos, sem luz, agirão como escravos de seus provedores (médiuns, pais ou mães de santos). Se vão ser usados para o bem ou para o mal, tudo vai depender da índole de seus provedores.

Assim como manter uma igreja, um templo de orações positivas custa dinheiro, somente se mantém por meio uma série de medidas visando arrecadação de fundos para manter a estrutura, não diferente atuam os terreiros, os centros de macumba e assemelhados. Assim como a igreja cobra pra rezar missa, realizar casamentos (trabalhos) e outras cerimônias de fé (positiva ou politicamente corretas), os terreiros também cobram para realizarem cerimônias (trabalhos), que podem ser para o bem ou para resultados não tão politicamente corretos.

Não podemos desconsiderar que existem espíritos de muita luz atuando sobre nós. Não podemos esquecer de cirurgias espíritas que foram realizadas em centros espíritas, cujos resultados assombram a classe médica e a ciência. Não podemos esquecer da entidade Bezerra de Menezes, médico do século passado, entidade do bem, que já operou milagres em milhões de pessoas. Está até passando um filme sobre sua vida e obra. Não podemos esquecer dos milagres atribuídos aos santos das igrejas.

Convivo com pessoas ligadas ao meio e sei como se comportam os seguidores de ritos afros e kardecistas. Também já fui "operado" espiritualmente com resultados mais que satisfatórios. Milagres. Também já fui vítima de feitiços e me livre deles. Milagre?

Concluindo o pensamento: - Não tenho dúvidas nenhuma de que, assim como é grande a força da oração para o bem é a grande a força da oração para o mal e, dependendo da capacidade mediúnica (a fé) de quem usa uma ou outra e do espírito que ajuda (o santo, seja ele da igreja ou de um terreiro), o resultado desejado será sempre atingido.

Orai e vigiai, disse o Senhor! Devemos orar sempre e ficarmos atentos se alguma coisa em nossas vidas começarem a parecerem estranha, fora de propósitos. Pode ser que estejamos sendo vítimas de macumba ou de uma oração negativa e nem imaginamos. Quando avolumarem-se problemas à nossa volta, vindos não se sabe da onde, melhor parar, analisar a situação, mandar rezar uma missa (que não é nada mais que mandar fazer um "trabalho"), como uma das soluções que podemos utilizar para desmanchar essa energia negativa que está nos envolvendo.

Ai daqueles que usarem estas forças para o mal, mesmo que de forma escondida, pois o encanto começará a voltar para o agente, logo que descoberto ou suspeitado pelo alvo, pela vítima do encantamento e voltará com força redobrada, pois o bem, sempre vencerá o mal.

E agora? Você acredita em reza forte, em macumba? Se você não acredita, cuidado! Eu posso estar, neste exato momento, rezando fortemente, fazendo uma "macumbinha" pra você ser feliz, arranjar um grande amor, emagrecer caso precise, um trabalho melhor e até curar uma doença. Se você estiver com a sua fé meio fraca ou a saúde abalada, minha "reza" pode pegar em você. 

Saúde e paz profundas a todos.

Luiz Antonio Schimanski

15/09/2008