O pensamento  sempre me levou a pensar e querer escrever sobre diversos temas,mas, o que eu não  tinha em mente, era que um dia falaria de mim mesmo, ou de  minha maneira de encarar os fatos da vida, pois, pensava que ninguém ia se interessar em ler sobre a minha humilde e simples vida. Mas, depois de muita reflexão, concluí que; pouco me importava se ia ser lido ou não, no momento o que importava era o que eu estava querendo expressar sem me preocupar sobre o interesse de quem fosse ler; alguém ia ler, disso eu tinha certeza, um escrito não fica sem ser lido. Por  anos, pensei que estava vivendo no anonimato pelo fato de  ter sido uma pessoa  de  vida social muito ativa, no que se refere a trabalhos ou serviços prestados a comunidade,  e por motivos alheios a minha vontade e até por não concordar com muitas coisas que acontecem hoje, resolvi me ausentar de determinados acontecimentos, pessoas do meu ciclo de amizades, também alimentava este pensamento que mais tarde, descobri ser um pensamento equivocado. Desde jovem quis participar, apesar de vir de uma família muito carente economicamente, socialmente e até afetivamente, sempre participei, tinha uma sede de  transformar a sociedade, muito embora na época não soubesse expressar estes sentimentos, nem tivesse metas, nem consciência dos meus objetivos, mas, de uma coisa eu tinha certeza minha participação na sociedade era indispensável. Então cedo me engajei em grupo de jovens na periferia da cidade, me engajei na Igreja católica, fiz Pastorais, fiz parte de Comissões; cheguei a ser da Comissão Diocesana de CEBs (Comunidades Eclesial de Bases), da Diocese de Mossoró-RN, tive como companheiros e amigos nas Pastorais: a professora Elizaete Maria  de Martins, o agrônomo Júlio Filho de Luís Gomes, o Professor Josenildo Morais de Caraúbas/ Mossoró, o Agricultor Dimas de Portalegre, a  professora Conceição Nobre e Aldemir Freire de Pau dos ferros, Zuleide e Eulâmpia de Campo Grande, o professor Wanderley Gurgel, a professora Antonete e Zé Costa de Caraúbas, Hélio Pinheiro de Alexandria, os professores Reginaldo e Chagas Rocha de Assu, Carlão de Areia Branca, Osvaldo de Tibau, Raimundo de Janduís, entre outros.Nos movimentos populares eu sempre estava representando a Paróquia do sagrado Coração de Jesus de Umarizal RN, cedo comecei a trabalhar para me sustentar e ajudar a meus pais a sustentar a família; de cinco irmãos, eu fui o único que consegui estudar e conseguir um trabalho mais descente, fiz  muitos amigos e me tornei conhecido nos bairros da cidade e nas comunidades rurais do município, sempre procurando ajudar as pessoas, levando meus conhecimentos e apoiando nas horas difíceis, foi assim que me tornei conhecido e respeitado. Cito aqui pessoas que me influenciaram muito na  minha formação como ser humano e como cristã : Padre Mariano Manzana, hoje Bispo da Diocese, Irmã Carmélia da Ascensão, a quem homenageei, dando nome a minha filha Lívia Carmélia ,  Irmã Raquel de Cristo Rei , em memória, o professor Claudio Henrique Barbosa, Rosa Maria dos Santos e  Núbia Cabral, ambas  da Pastoral da Criança e Agentes Comunitários de saúde. Contei também Com minha esposa Maria Rejane do Nascimento,  que me apoiou e me acompanhou nesta caminhada. Participei de Conselhos e de Comissões Municipais; como: Comissão de Prevenção a Cólera, Comissão Municipal de Erradicação do trabalho infantil, Conselho Municipal de Assistência Social, Comissão de Prevenção a Seca e fui Vice-presidente do Conselho da Escola Estadual Zenon de Sousa, todas estas participações foram em Umarizal. Um marco importante na minha vida foi ter feto parte da formação do primeiro Conselho Tutelar dos direitos da criança e do adolescente de Umarizal, onde fui presidente por três anos, fui eleito com um número expressivo de votos, tendo sido o segundo mais bem votado dos cinco eleitos; tive como companheiros no Conselho O Agrônomo Francisco Antonio de Freitas, a primeira dama da época Anna Amélia Alencar, a servidora municipal, Rosa Maria  santos e o funcionário público estadual Francisco Antonio Duarte. Também contribuí com a Justiça, tendo trabalhado por três anos no Cartório Eleitoral e feito parte da Comissão de Verificação Eleitoral, em Umarizal e Olho Dágua dos Borges no ano de 1992, tive como companheiros na verificação eleitoral a servidora pública Rosana Valdeger, e três policiais que não me recordo os nomes,no Cartório Eleitoral, trabalhei com  os amigos Antonia de Cássia, Edmilson Leonilton, Leila Soares e Laércio Alves de Souza. Outras atividades por mim realizadas: Coordenador da Creche Paulo Abílio, Coordenador do Programa do Idoso por um ano e meio e Coordenador do Programa do Leite do Governo do estado, durante três anos. Estes trabalhos foram realizados de forma discreta e da melhor forma possível, no sentido de agradar a clientela, enfim trabalhei com muita gente, enfrentei muitos problemas e sempre buscava solução. Atividades como bares, churrascarias, bebedeiras, jogos,drogas, nunca fizeram  minha cabeça; e como minha cidade é muito pobre culturalmente( não temos uma boa biblioteca, não temos um teatro, um cinema,dificilmente há um show com uma banda boa ou um bom cantor), acabei me afastando das atividades sociais, sendo que hoje só participo de atividades que faça parte da vida da minha filha, principalmente da vida escolar; procurei viver afastado; os holofotes,a moda, mídia, nunca foram meu forte; por estes motivos, quem não gosta de agitos como eu, tem uma vida social muito difícil nesta cidade; estes foram os fatos que me levaram a me sentir um pouco no anonimato. Andei recebendo críticas de pessoas que falavam do meu anonimato, o que me fez refletir sobre minha historia e ver o outro lado da moeda,  descobrindo que nunca vivi no anonimato. Dermival Ribeiro Rios (2000),conceitua anônimo como aquele sem nome, sem expressão, pouco conhecido, sem luz e obscuro, e anonimato como condição do que  ou de quem é anônimo . Através destes conceitos percebi que sou uma pessoa totalmente inversa ao anonimato, com a história que fiz, com o conhecimento que tenho, com as amizades que criei, não posso ser considerado anônimo e sim uma pessoa muito atuante que resolveu diminuir seu ritmo de atuação por um tempo, que este tempo, pode chegar ao fim a qualquer momento; sou um bom amigo, um bom dono de casa, um bom pai e um bom vizinho; anônimo jamais. Tenho uma família simples, mais unida, sou como uma mola mestre pra ajudá-los,por  sempre está presente. Sei que muita gente gostaria de ter os motivos que tenho para aparecer, pois, motivos eu  tenho de sobra e não falo isto por vaidade, mas, por convicção de que sou um vencedor, é que nós humanos apenas somos diferentes, uns são humildes outros não, uns rejeitam as grandezas do mundo, outros buscam a qualquer preço, sei que tem gente que aparece por meios obscuros: bebem, tomam porres, brigam, bate,apanham,bajulam, são arrastados pelos bares da vida,criam problemas com a justiça; só para terem um momentos de fama, isto por não saberem usar sua inteligência, ou por gostarem de se anular, de serem pequenos; outros fogem da mídia, não querem aparecer, foge das manchetes,como é o meu caso. Como diz Lascívia em uma canção, " você me diz pra aparecer e eu prefiro nem te ver", lembrando esta música, lembro da necessidade de aprendermos a conviver com as diferenças pessoais e procurar ver  o lado bom dessas pessoas, pois são as qualidades e não os defeitos que fazem a diferença, defeitos todos temos, defeitos são comuns, então esqueçamos os dos outros para lembrarmos de corrigir  os nossos, pois, o ser  humano é falho, muito falho e tende a justificar suas fraquezas, apontando as dos outros, criando, blasfemando, até levantando falso testemunho.  Sobre a minha maneira de ser e de viver sem prejudicar ninguém para crescer ou aparecer; faço uso das palavras da cantora Shirley Carvalhaes, numa das suas belas músicas " Você será manchete de um anonimato, Deus te fará um vencedor". Creio que Deus tem um projeto de vida para cada pessoa e que devemos procurar por em prática este projeto, me desculpo com as pessoas que me julgam mal, pois eu não quis brigar, apenas desabafar e falar que precisamos como ser humano nos amar mais, amando mais o nosso próximo. Marina Elali canta uma canção que diz mais ou menos assim: " Se um dia uma estrela aparecer, não esconda seu olhar, dê a ela uma chance de brilhar". Concordo plenamente com estes versos, pois, o sol nasceu para todos, seus raios deve irradiar a todos sem distinção. E para os discretos e os indiscretos, para os anônimos e para os atuantes; pensem  que estas pessoas, com estes comportamentos mesmo contraditórios, juntas fazem o show da vida muito mais belo e mais brilhante e para você que quer que eu cresça e apareça, estou dispensando a segunda parte, quero apenas crescer na fé em Jesus, pois, tenho consciência da minha responsabilidade e do meu dever. E bem que eu gostaria de poder dizer que você tem razão, mas, infelizmente não posso, pois, conceituamos anonimato e nossos métodos para o sucesso de formas bem diferentes.

- Referências Bibliográficas:

  RIOS, Dermival Ribeiro. Minidicionário Escolar da língua Portuguesa. São Paulo. DCL. 2000.

- Fontes:

   Músicas:

    1. Aparecer   -  Lascívia

    2. Do anonimato ao vencedor – Shirley Carvalhaes

     3. Se uma estrela aparecer – Marina Elali