Viver moribundo (Gê Dias)

 

A cidade é sempre pequena

Para o conhecedor do mundo;

Está sempre moribundo,

Ouvindo a mesma sirena.

 

Seu desejo é mover a safena

Por espaços que seja jucundo,

Pra deixar de ser tão iracundo

E não sentir mais a tal pena.

 

Enquanto isso segue fingindo,

Que detêm a querida ventura;

O seu ser encontra em desavindo.

 

Será que supera a desventura?

Vive agora, vive agindo?

Ou segue em infinita agrura...