VISÃO PARTICIPATIVA E CLIMA ORGANIZACIONAL DA GESTÃO ESCOLAR: UMEI MILTON TRANCOSO DE AGUIAR

RESUMO

O texto baseia- se numa pesquisa de experiências da UNIDADE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL de Vila Velha, Milton Trancoso de Aguiar, que tem como objetivo a prática realizada nesta unidade que em uma Visão Participativa e Clima Organizacional, na Gestão escolar, implicar diretamente no  bom desempenho e  boas expectativas nas relações inter- pessoais, possibilitando o sucesso e o prazer das pessoas que direta ou indiretamente fazem parte do ambiente. A metodologia adotada foi de observação e experiências vivenciadas no espaço escolar e também bibliográfica em livros e sites. As grandes alterações na organização e administração do trabalho vem sendo acompanhadas de um intenso debate, ganhando importância as propostas de administração democrática, descentralizada e participativa. Tais propostas combatem o centralismo burocrático, inflexível e ineficaz, que há anos vem sendo estabelecido nas instituições, tornando o processo educacional da escola básica estáticos e desvinculados com a realidade. Dessa forma, para dar um novo rumo à gestão da educação, esse trabalho analisa a importância da gestão escolar na educação básica comprometida com a sua realidade e seu projeto político pedagógico. A educação básica, educação infantil durante a sua história vem adquirindo novas formas de concepção e de trabalho. Nesse contexto o papel da gestão em sua construção e efetivação é algo fundamental que irá nortear todo o trabalho dentro das instituições escolares voltadas para educação básica. Atualmente, o espaço escolar tornou-se significativo na vida de muitas famílias e propiciou um olhar diferenciado para sua gestão. Hoje não se pode mais pensar na escola como apenas espaço para brincar. Além de profissionais qualificados pra atender as necessidades reais das crianças, é necessário um projeto político pedagógico que oriente os trabalhos da instituição, indicando propostas que possam ser concretizadas de fato. Esse trabalho mostra a importância da gestão escolar numa parceria íntegra entre a família, escola e sociedade, por meio de competências técnicas e humanas, a construção e a efetivação da transformação do ambiente escolar, no sentido de se criar um espaço de inovação e emancipação. A gestão escolar e as práticas pedagógicas devem propiciar um trabalho inovador e de qualidade, gerando uma série de propostas contextualizadas com a realidade e cotidiano da escola básica, propostas essas que não devem ser normatizadas nem rígidas, mas fruto de um trabalho participativo de todos envolvidos no processo educativo. Tendo em vista refletir sobre as motivações sociais e históricas que desencadearam esse processo, o trabalho também tem como objetivo analisar o movimento de substituição do modelo de gestão burocrático racional do trabalho escolar por novas práticas organizacionais consideradas mais democráticas e contextualizadas com a realidade da escola e da comunidade em seu âmbito.

INTRODUÇÃO

 Este trabalho nasce de uma inquietação, experiências vivenciadas das escolas municipais e estaduais, salas de aula e gestão experimentada, percebemos a necessidade de entender como o “Gestor Escolar” pode melhorar a qualidade interna na escola, propiciando um clima agradável e onde as pessoas envolvidas direta e/ou indiretamente se sentisse parte de todo o processo.

Segundo Barbosa (1994), uma organização qualquer que seja, de porte, só pode existir e sobreviver numa sociedade, se estiver destinada ao atendimento das necessidades das pessoas, ou seja, essa organização deveria existir para satisfazer as pessoas desta sociedade.

 Surgi à demanda de atender as necessidades do ser humano, pois são as pessoas que realizam as mais variáveis funções no âmbito escolar, nesta visão tentando satisfazer os anseios dos alunos, dos seus pais, dos professores, dos funcionários e da comunidade escolar e comunidade.

Segundo Guillon e Mirshawka (1994), pensando nos resultados de uma empresa, nas quais foi enfatizando, que a melhor maneira de se administrar é com a conjugação do esforço de todos, a superação dos antigos paradigmas, um novo estilo de liderança, muito treino, mudança de postura, discussões, desafio e motivação.

Nessa nova visão de liderança tem como objetivo, reforçar a motivação interna, as expectativas e as buscas das pessoas, tratando- as como seres humanos que são dignos de respeito, de ser visto ( olhado nos olhos e ouvidos de verdade com alma), levantando auto-estima e a todo instante proporcionando uma clima agradável- favorável.

Em todo processo, no contexto escolar da UMEI Milton Trancoso, o que busco é inserir no ambiente escolar, onde as pessoas fiquem a vontade para dialogar, fazer criticas construtivas e sentindo se responsáveis pelas tomadas de decisões.

Em toda as minhas construções na UMEI Milton Trancoso de Aguiar, é de propiciar um clima  escolar agradável e como influência no comportamento e nos sentimentos dos professores em relação à organização escolar, influenciando o seu desempenho.

Segundo Sergiovanni; Carver (1973), na verdade, a melhora do clima de ensino depende do clima organizacional da escola. O atrito interpessoal excessivo entre professores e administradores, a moral baixa, um sentimento de fraqueza por parte dos professores e uma estratégia de submissão coercitiva, não podem ser removidos, apenas fechando a porta. Eles tem efeitos poderosos sobre o que os professores fazem, na maneira como os professores se relacionam entre si, como a realização do estudante e suas aquisições efetivas.

A escola é, sem dúvida, uma organização que, mesmo complexa em demasia, tem poderes para participar intensamente na transformação da sociedade. O caminho é a capacitação dos professores e também do pessoal técnico e administrativo, para que possam todos, participar do processo educativo. (NIELSEN, 2005. P.11).

Diante de todo trabalho pedagógico presente na Escola hoje, se faz necessário que a organização seja onipresente e enfática para que todos façam parte do processo e do dinamismo da escola como parte integrante do crescimento das ideias, dos acontecimentos e da cidadania que se instala. Que se faça a diferença. Uma escola com a participação da família e outra que não se constitui assim. Deste modo, teremos uma ideia do que é Ser Escola e Participar da Escola.

Sampaio (2004), quando diz que a educação é o caminho para a realização humana afirma que diante do atual contexto, a educação exerce um papel fundamental no resgate do seu real significado: educar é puxar para fora, ou seja, colocar para fora todo o potencial interno no desenvolvimento dos valores humanos, pois o homem nasce e se aperfeiçoa com aquilo que já tem em potencial.

O termo educação tem um sentido abrangente. Fala-se em educação formal, educação não formal, educação continuada, educação a distancia, educação ambiental e educação sexual. Sob o ponto de vista legal, a educação tem, quase sempre, sentido limitado. Na legislação anterior, era sinônimo de ensino, seja de ensino regular. Seja de ensino supletivo.

Chalita (2001) afirma que a Constituição Federal do Brasil de 1988 é considerada o grande instrumento de cidadania e dignidade, pois a sua promulgação foi á reconquista da liberdade sem medo, e por meio dela, a educação ganhou notável relevância. A constituição assegura, pelo menos no plano formal, a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a produção artística, intelectual e a valorização da autonomia e da participação popular.

O artigo 205 da Constituição Federal determina que a educação é um direito de todos – ricos e pobres, negros e brancos, mulheres e homens, índios e filhos de estrangeiros, habitantes da cidade ou da zona rural. 

E o Estado brasileiro é também, responsável por fazê-la valer. A colaboração da sociedade tem o sentido de assegurar que o ensino seja compartilhado, que os projetos educacionais sejam desenvolvidos de forma consensual e participativa. (CHALITA, 2001).

Desta forma, o autor acima citado afirma que o pleno desenvolvimento da pessoa humana acontece em todas as dimensões, e não contempla apenas os aspectos cognitivos, mas o ser humano em essência. Por isso a importância dada ao incentivo da cultura, às práticas esportivas, à convivência social, ao cuidado com o meio ambiente.

No Brasil, afirma Chalita (2001) somente em 20 de dezembro de 1996 com LDB 9394/96 passou a ter importância na concretização desses ideais e princípios constitucionais. Vários de seus artigos demonstram preocupação com uma educação mais abrangente, valorizando o desenvolvimento do ser humano como um todo.

O artigo 2º da LDBN anuncia que a educação é dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, e tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (LDBN 9394/96, p. 246).

De acordo com Manacorda (1997) apud Carneiro (1998), a educação deve ser concebida como um processo onde ciência e trabalho se coincidem. Assim, o objetivo essencial da educação científica é a unilateralidade do homem, visto que é no trabalho que ele se realiza.

O trabalho é o chão firme das chances de liberdade para o ser humano. Aprender, portanto, é conhecer e aprender a fazer. A liberdade das potencialidades humanas é a condição prévia da educação. Este alicerce de todo o processo de realização individual e coletivo não pode permanecer divorciado da educação.

A educação é um objeto de análise completo e complexo, enquanto tema é infinito e generoso. A temática da educação gera polêmica e desperta diversos questionamentos. Questionamentos estes que dizem respeito ao que se ensinar? Para quê? E para quem? Nas palavras de Codo (1999):    

Trabalho é o nosso objetivo de pesquisa, condições objetivas de trabalho, a nossa área. A esperança é a de que um olhar de fora possa ajudar, mesmo sem nunca substituir o olhar dos profissionais que dedicam suas horas ao tema: educação. (CODO, 199, P.37).

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