UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS

INSTITUTO DE CINÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE

INICIAÇÃO A DOCÊNCIA – PIBID

SUB – PROJETO CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CUR/UFMT

 

VIOLÊNCIA UMA REALIDADE NA ESCOLA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rondonópolis – MT

Coordenador:

Prof. Dr. MANOEL MESSA

Equipe:

 Angélica Baleeiro dos Santos

André Vinícius Valuz de Souza

Caroline Gonçalves dos Santos

Gislene Aparecida Cabral da Silva

Josiane Ramos P. Estácio

Márcia Cristina L. Cavalcante

Melissa Neves Nunes

Paulo Roberto Gomes luz

 

 

RESUMO

A violência nas escolas não é um fenômeno novo. Todavia, vem assumindo proporções tais que direcionam a escola uma situação delicada, em que não se prevê uma solução cabível. A sociedade tem sido relativamente indiferente aos que são socialmente frágeis e, que muitas vezes, aderem uma conduta violenta como forma de proteção e/ou imitação. Diante do exposto, foi realizada uma pesquisa sobre violência na escola, André Antônio Maggi, com os alunos do ensino médio. O projeto  procurou aprofundar os conhecimentos em torno desta temática, com um intuito ávido de conhecer como a escola, a família e a sociedade se organizam para desenvolvimento de ações que visam orientar os jovens quanto a violência. Com isso, espera-se contribuir para o desenvolvimento de programas que orientem os jovens na escola, diminuindo os casos de violência, e avaliar os dados obtidos através da pesquisa exploratória e quantitativa. O trabalho foi conduzido pelos alunos bolsistas do PIBID/BIO/CUR/UFMT. Para a realização do mesmo, foram coletados dados através de pesquisa exploratória e quantitativa, junto aos alunos dos períodos matutino e noturno, abordando 10 pessoas por sala, totalizando 24 salas. As avaliações dos questionários foram feitas via tabulação dos dados e análises estatísticas, posteriormente.

Palavra – chave: escola, aluno, violência

 

 

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

A violência nas escolas não é um fenômeno novo. Todavia, vem assumindo proporções tais que direcionam a escola uma situação delicada, em que não se prevê uma solução cabível. A sociedade tem sido relativamente indiferente aos que são socialmente frágeis e, que muitas vezes, aderem uma conduta violenta como forma de proteção e/ou imitação.

Em vista da realidade violenta que se encontra nas escolas, é necesário  que a  sociedade se organize e se imponha contra a atual situação. De igual modo, a escola tem de focar-se mais às crianças e ajustar o conteúdo programático visando amenizar o problema. Nos dias de hoje, devido ao trabalho ou mesmo pelo modo de pensar, as famílias estão se destituindo da sua função educativa, delegando-a à escola. Evolvidas nessa delegação de autoridade estão as crianças, que são afetadas negativamente por isso, resultando muitas vezes em seu comportamento autoritário.

 A pobreza, violência doméstica, alcoolismo, toxicodependência, promiscuidade, desagregação dos casais, ausência de valores, detenção prisional, permissividade, demissão do papel educativo dos pais, são as principais causas que deterioram o ambiente familiar. Normalmente, os indivíduos que vivenciam essas problemáticas familiares são sujeitos e alvos de violência. Há famílias que participam diretamente na violência que ocorre nas escolas: impotentes para lidarem com o comportamento violento de seus filhos, acusam os professores de não ”domá-los”, fazendo brotar em si a própria agressividade e, em extrema instância, tornam-se eles mesmos violentos, agredindo professores e funcionários.

“O educador social é um profissional que pode agir e interatuar na prevenção e resolução dos problemas de violência. Como "profissional híbrido" (Fermoso, 1998), pode atuar de diferentes formas, designadamente com a família, com as crianças ou jovens, no meio onde se registrem focos de violência e mesmo na escola como elemento mediador.”

A violência surge em contextos e em situações bem conhecidos. Torna-se imperiosa uma intervenção educativa, não só dirigida aos jovens, mas a todos os cidadãos, que, enquanto sociedade global, são como um todo envolvidos e tem de intervir para contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária.

De acordo com Arregi Goenaga (1998), ‘a violência afigura ser uma rede complexa que se pode sobrevir a partir da educação.’ A educação é esencial, pois repassa à criança determinados valores, tais como a compaixão e a empatia, bem como valorizar a vida coletivamente.

Rousseau afirmava que ‘os homens não nascem naturalmente maus; a sociedade é que os transforma. De fato, nenhum ser humano nasce violento, ou criminoso, o seu destino não está traçado após a nascença. Os seus comportamentos são fruto do ambiente a que são expostos.’

Diante do exposto, foi realizada uma pesquisa sobre violência na escola André Antônio Maggi, com os alunos do ensino médio. Eles são filhos de trabalhadores, os quais quase não dispõem de tempo para supervisioná-los e acompanhar suas atividades escolares. A maioria é oriunda de bairros próximos ao prédio, havendo porém um número considerável deles que vem de lugares mais distantes.

Os alunos são de classe média baixa a muito baixa e, suas famílias não são o que se poderia denominar convencionalmente, de estruturadas, alguns são criados por apenas um dos progenitores, outros pelos avós ou tios. Aqueles que respondem por sua educação são, na maioria, analfabetos ou quase sem nenhuma escolaridade, o que torna o ambiente do lar um local não apropriado ao hábito do estudo e da leitura.  Os valores que lhes são passados em suas casas muitas vezes refletem negativamente em sua presença na escola (PPP, 2009).

O projeto procurou aprofundar os conhecimentos em torno desta temática, com um intuito ávido de conhecer como a escola, a família e a sociedade se organizam para desenvolvimento de ações que visam orientar os jovens quanto a violência.

OBJETIVOS

Geral

Com o presente projeto, espera-se contribuir para o desenvolvimento de programas que orientem jovens na escola com respeito a um comportamento socialmente viável, diminuindo os casos de violência.

Específico

Avaliar os dados obtidos através da pesquisa exploratória e quantitativa junto aos alunos dos períodos matutino e noturno da Escola Estadual André A. Maggi.

METODOLOGIA

            O presente trabalho foi conduzido na Escola Estadual André Antônio Maggi – Roo, pelos alunos bolsistas do PIBID/BIO/CUR/UFMT. Para sua realização foram coletados dados através de pesquisa exploratória e quantitativa, junto aos alunos da escola do período matutino e noturno, abordando 10 pessoas por sala, totalizando 24 salas. As avaliações dos questionários, foram feitas via tabulação dos dados e análises estatísticas, posteriormente.

RESULTADOS:

Depois dos dados coletados foram devidamente tabuladas de forma organizada para as análises estatísticas para que possamos inferir e concluir com embasamento científico.

 

Figura 1. Informações socioeconômicas dos alunos do ensino médio que estudam no período da manhã e da noite na escola estadual André Maggi.

            No gráfico acima (1), com relação ao sexo, para o período matutino temos: 43% são masculinos e 57% femininos. Para o período noturno: 55% correspondem a número de alunos e 45% são alunas. Apesar das alunas serem em maior quantidade estatisticamente é igual apresentando via regressão polinomial 98,4% de ajustes de suas médias.

Quanto à faixa etária temos: 13% da turma matutina se encontram na faixa 10 a 14 anos e 87% dos alunos estão entre 15 a 18 anos. Para a turma noturna 62% são alunos de 15 a 18 anos e 38% acima de 19 anos. Quanto a faixa etária apresenta diferença estatisticamente para os alunos entre 15 a 18 anos a favor da turma matutina, as demais idades apresentam baixo coeficiente de determinação (3%).

No que se refere às séries do ensino médio temos o seguinte: 45% são alunos dos primeiros anos matutinos, 30% são discentes do segundo ano e 25% estudantes do terceiro ano. Para o período noturno são: 18% alunos do primeiro ano, 23% são discentes do segundo ano, 35% alunos do terceiro ano e 24% são estudantes do “EJA”. Pela análise estatística constata-se que os alunos do 1° ano matutino e terceiro ano noturno se destacam com relação as demais séries apresentam o R2 médio (52%) de ajustes das médias.

Para os rendimentos familiares, da turma matutina, aparecem os seguintes resultados: 30% das famílias tem renda de 510,0 (quinhentos e dez reais) mensal, 53% recebem entre 1.020,00 (um mil e vinte reais) a 1.530,00 (um mil quinhentos e trinta reais), 13% agregam valores salarial entre 2040,00 (dois mil e quarenta reais) a 3.060,00 (três mil e sessenta reais) e 4% tem rendimento acima de 3.061,00 (três mil e sessenta e um reais). Já as famílias dos alunos do noturno 22% tem rendimento de 510,00 (quinhentos e dez reais), 47% apresentam renda entre 1020,00 (um mil e vinte reais) a 1.530,00 (um mil quinhentos e trinta reais), 31% os seus rendimentos variam de 2040,00 (dois mil e quarenta reais) a 3.060,00 (três mil e sessenta reais). 

Pela analise estatística temos que os valores de dois a quatro salário mínimo se destacam a nível de 5% de erros para o período matutino e noturno.

 

Figura 2. Indicação da localidade onde ocorreu a violência, pelos alunos do ensino médio da escola estadual André Maggi.

            A localização do evento “violência” para o bairro são as seguintes: 33% os alunos matutinos e 35% dos alunos do noturno. 35% dos alunos que estudam na parte da manhã e 28% dos estudantes da noite disseram que as brigas de qualquer natureza acontecem na escola. 2% dos discentes da manhã e 8% da noite confirmam que os desentendimentos acontecem nas casas. 2% dos alunos matutino e 5% do noturno disseram que a violência acontece no lazer. 28% dos que estudam na parte da manhã e 23% dos alunos da noite falam que a violência acontece em outros locais. Pelas analises verificam-se que as violências acontecem, pela ordem, no bairro, na escola e em outros locais, como estádio, bares/lanchonetes, nas ruas e etc., confirmado pelo coeficiente de determinação R2 = 75% de ajustes.

 

Figura 3. Tipos de violência mais comum relatados pelos alunos do ensino médio da escola estadual André Maggi.

           

            63% dos alunos matutino juntamente com os 37% dos discentes noturno confirmam que o tipo de violência é a agressão física, 20% dos que estudam na parte da manhã e 42% da noite (alunos) relatam que a agressão verbal é muito comum, 13% da turma matutina e 10% dos alunos do noturno disseram que a ameaça acontece quase sempre, 2% dos discentes da manhã e 6% da noite confirmam que a incivilidade é bastante comum principalmente nos transporte coletivos, 2% dos alunos matutino juntamente com 5% dos estudantes da noite relatam que já ocorreu violência sexual.

            Analise via regressão polinomial, com 84% de ajustes das médias, nos mostra a agressão física é a modalidade que mais se destaca ao nível de 5% de probabilidade, porém, esta confirmação não exclui as outras naturezas e forma de agressão.

            Os alunos da manhã 25% deles e 26% do noturno disseram que a causa da violência são os apelidos, 23% dos discentes da manhã juntamente com 18% dos alunos da noite afirmam que já foram agredidos fisicamente, 48% dos alunos que estudam de manhã e 45% dos alunos da noite que o motivo são rixas, 3% dos discentes que freqüenta a escola na parte da manhã e 10% dos alunos da noite disseram que causa das brigas são os furtos de coisas pessoais.

Figura 4. Motivo ou causa que incitam a violência relatada pelos alunos da escola estadual André Maggi.

Pela Analise de variância indica que existe diferenças estatísticas entre as variáveis avaliadas, pela regressão polinomial constata-se que a variável “rixas interpessoais” e “apelidos” foram o que apresentaram melhor ajustes, onde o R2 é de 92%, portanto, essas variáveis foram o que se destacaram.

 

 

Figura 5. Tipos de instrumentos utilizados para a violência relatados pelos alunos da escola estadual André Maggi.

            De acordo com os alunos matutinos temos 33% deles e 77% dos alunos da noite dizendo que o instrumento mais utilizado foi “arma de fogo”, 10% dos alunos da manhã juntamente com 47% da turma da noite disseram que a arma mais comum foi a faca, quanto aos usos de: “garrafa quebrada, pedaço de madeira, caneta, estilete, soco inglês, punhal, pedaço de pedra, corrente de aço e cabo de aço”, não ultrapassaram, em média 9%, tanto para a turma da manhã como da noite, 33% dos alunos matutino e 27% alunos noturno confirmaram que a violência são concretizadas com o uso de “artes marciais”, 60% dos alunos do período matutino juntamente com 27% dos alunos do noturno disseram que são utilizados qualquer coisa para a consecução da violência.

            A estatística, via ANOVA nos mostra que entre as 13 tipos de armas listadas e respondidas pelos alunos dos dois turnos mostra que existe diferenças entre eles, o maior destaque foram para o “arma de fogo” seguidos tenuemente pelo “outros” confirmado pelo R2 com 95% de ajustes entre as médias.

 

 

Figura 6. Tipos de drogas presenciadas e/ou consumidas de acordo com os relatos dos alunos da escola estadual “André Maggi”.

            93% dos alunos da manhã e 83% dos alunos do noturno que o cigarro e a droga licita mais consumida pelos alunos, 83% alunos que estudam na parte da manhã e 73% dos alunos noturno confirmam que a droga com maior presença no entorno e na escola é a “maconha”, 87% dos matutino juntamente com 97% dos que estudam a noite afirmam que o álcool esta presente em volta e dentro da escola, para as seguintes drogas “cola de sapateiro, cocaína, cheirinho da Lolo, crack, heroína, haxixe, ecstase e outros” não superam em 6%, em média nos relatos dos alunos da manhã e da noite.

A estatística, via ANOVA nos mostra que entre as 11 drogas listadas e respondidas pelos alunos dos dois turnos mostra que existe diferenças entre eles, o maior destaque foram para o “álcool” seguidos pelos “cigarros” e “maconha” confirmado pelo R2 com 75% de ajustes das médias.

 

Figura 7. Forma de manifestação de violência no entorno e dentro da escola e atos de vandalismo.

            70% dos alunos do matutino e 57% dos alunos do noturno afirmam de ter visto pelo menos uma vez com armas me volta da escola e ou dentro da escola, 27% alunos da parte da manhã e 37% da turma da noite disseram que viram entre duas a quatro vezes pessoas com arma no ambiente escolar, 7% dos estudantes da manhã e 27% do noturno confirmam que viram pessoa armada dentro ou em volta da escola, 13% dos alunos do matutino e 43% dos alunos do noturno disseram que viram pessoas com armas em mais de seis vezes.

            Quanto aos danos a patrimônio temos: 80% dos alunos da manhã e 43% da turma da noite disseram ter visto pelo menos uma vez pessoas danificando bens da escola, 30% alunos matutino e 67% estudantes da noite já presenciaram este evento de duas a quatro vezes, 16% estudante da manhã e 23% discentes do noturno assistiram colegas danificando patrimônio da escola de cinco a seis vezes, 33% dos alunos que estudam na parte da manhã e 60% dos alunos do noturno viram mais que seis momentos bvens da escola sendo danificado.

            Pela estatística (ANOVA) mostra que os dados apresentam diferenças entre si e essa distinção é confirmada pela regressão onde é significante somente para a variável “ter visto pessoa armada em volta ou dentro da escola em uma oportunidade apenas ter visto pessoa com arma” e “uma vez alunos danificando patrimônio da unidade escolar”.

           

 

Figura 8. Promoção desordem e desentendimento entre aluno do ensino médio da escola estadual André Maggi.

 

            47% dos alunos matutino e 37% dos alunos noturno confirmam ter visto outros colegas provocando desordem na escola, 56% da turma matutina e 37% dos noturnos que já viram de duas a quatro vezes alunos promovendo atitudes inconvenientes, 47% dos alunos que estudam na parte da manhã e 27% dos que estudam a noite disseram que viram alunos participando de desordem entre cinco a seis momentos, 47% alunos da manhã e 43% alunos da noite afirmam que já viram colegas promovendo e participando de desordem.

            Quanto à constatação sobre desentendimento temos: 37% da turma da manhã e 20% dos alunos do noturno presenciaram pelo menos uma vez discussões entre alunos, 53% alunos do matutino e 33% alunos da noite relatam que viram de duas a quatro vezes, 27% dos alunos que estudam na parte da manhã e 20% dos noturnos assistiram de cinco a seis vezes, 77% dos alunos do matutino e noturno viram mais que seis vezes.

            Pela ANOVA mostra que os dados apresentam diferenças entre si, porém é bastante tênue confirmada pela regressão onde o R2 (62% das médias apenas se ajustam) é tendente para baixo, esse destaque leve é para a variável “ter visto duas vezes a quatro vezes promovendo desordem”. No que se refere a ao “desentendimento” a análise da variância destaca a variável “ter visto mais que seis vezes promovendo desordem” com 95% de ajustes das médias mostradas pela regressão polinomial.

 

Figura 9. Venda de drogas e presença de pessoas considerada como criminoso de acordo com os alunos do ensino médio da escola estadual André Maggi.

            No que se refere à venda de drogas temos: 37% dos alunos da parte da manhã e 30% da turma da noite já viram pelo menos uma vez, 23% alunos que estudam de manhã e 37% dos estudantes da noite confirmam que presenciaram de duas a quatro vezes, 17% dos estudantes do período matutino e 20% dos discentes do noturno disseram que viram de cinco a seis vezes, 30% dos alunos consultados na parte da manhã e 33% dos alunos da noite confirmam que presenciaram mais de seis vezes a venda de drogas na escola.

            Quanto se os alunos viram pessoas consideradas criminosa no ambiente escolar são: 67% da turma da manhã e 40% da turma da noite disseram que viram pelo uma vez, 40% dos discentes matutino e 17% dos alunos estudante da noite confirmaram que encontrou de dois a quatro vezes, 10% dos estudantes matutino e 7% dos que estudam no período noturno afirmam que viram de cinco a seis vezes, 37% dos alunos matutino e 50% dos alunos da noite presenciaram pessoas do crime no ambiente escolar.

            Os destaques, dado pela estatística, são os seguintes: no que se refere a venda de drogas as variáveis “quantidades” não diferem entre si, porém, no quesito “presença de criminoso” no ambiente escolar a analise de variância mostra que “ a quantidade: uma vez” se destacou com relação as demais confirmada pelo coeficiente de determinação (R2 = 86% de ajustes das médias).

 

 

Figura 10. Pessoas assaltadas ou ter sofrido furtos próximo ou no ambiente escolar de acordo com os alunos do ensino médio da escola estadual André Maggi.

           

            Com relação à pessoas/alunos assaltados no entorno/escola são os seguintes: 70% dos alunos matutino e 37% alunos do noturno disseram que já viram pelo menos uma vez, 30% dos estudantes da manhã e 33% da noite relatam que já presenciaram de dois a quatro vezes este acontecimento, 37% da turma da manhã e 23% dos alunos do noturno confirmaram sobre o assalto que já viram em cinco a seis vezes, 27% dos alunos da manhã e 50% dos noturno disseram que aconteceu mais de seis vezes roubos de alunos.

            Quantos as pessoas ou alunos furtados no ambiente escolar: 57% dos estudantes da parte da manhã e 50% dos alunos do noturno confirmam que aconteceram pelo menos uma vez, 27% alunos matutino e 37% estudante da noite disseram sobre o referido evento ocorreu de duas a quatro oportunidades, 13% dos alunos da manhã e 20% alunos do noturno afirmam que aconteceu entre cinco a seis vezes, 40% da turma matutina e 30% dos estudantes da noite relatam que ocorreu em pelo menos mais que seis vezes.

            De acordo com a estatística (ANOVA) nos mostra que existe diferenças entre as variáveis avaliadas e destacadas pela regressão (R2 = 73% de ajustes) “foram vista pelo menos uma vez” sendo assaltado no entorno da escola. Na segunda variável o destaque foi para “ter visto uma vez” sendo furtado com coeficiente de definição em 68% de ajustes.

 

Figura 11. Presença da violência de acordo com os alunos do ensino médio da escola estadual André Maggi.

            87% da turma matutina e 46% dos alunos da noite disseram que na sua escola tem violência, 95% dos alunos da manhã e 57% da turma da noite afirmam que a violência esta presente no entorno da escola, 83% dos estudante da manhã e 53% dos estudantes da noite disseram que nunca foi roubado na escola ou em volta, 90% dos alunos matutino e 65% alunos da noite afirmaram que nunca deixou de ir para a escola por causa do medo, 72% dos alunos da manhã e 70% dos noturnos dizem que nunca foram agredidos fisicamente. Os restantes não ultrapassaram, em média, 28% sobre as cinco variáveis ora avaliadas.

            Pela análise de variância temos: para a turma matutina a variável se destaca “existe violência no entorno da escola” e “existe violência na minha escola”, em contra partida os resultados são negativos para “já foi roubado no ambiente escolar” e “já deixou de ir para a escola por medo”, confirmado pela regressão polinomial com 94% de ajustes de suas médias.

 

Figura 12. Vandalismo e incitação a violência de acordo com a turma do ensino médio da escola estadual André Maggi.

            90% turma da manhã disseram que foi positivo para a pichação os restantes não ultrapassaram, em média, 8% para as outras variáveis. Pela ANOVA e pela regressão confirmam o resultado, apresentando o R2 em 88% de ajustes de suas médias.

            Com relação ao gráfico 13, temos: A variável com maior destaque foi “brigas envolvendo alunos” para a turma da manhã (70%) e da noite (47%), os restantes das variáveis não ultrapassaram, em média, 12%.

            Pela analise de variância nos mostra que existe diferenças entre si, confirmada a favor da variável citada acima, com R2 correspondendo a 79% de ajustes.

 

Figura 13. Presença de fatores que contribui para a violência de acordo com os alunos da escola estadual André Maggi.

           

           

Figura 14. Ações legais da escola e turno de ocorrência.

            Para a variável “registro de boletim de ocorrência” temos que 63% dos alunos da manhã disseram que não fizeram nenhum registro sobre o acontecimento e para os restantes não ultrapassaram 21%.

            Quanto “em que turno acontece a violência” 53% dos alunos do período matutino confirmam que o período mais comum e de manhã, quantos as outras variáveis não superaram 18%.

            Pela analise de variância destaca para o “não registro do BO” na turma da manhã e para o período mais comum para a violência é entre 6:30 até 7h e 11h até 11:30 da manhã, confirmada pela regressão com 94% de ajustes de suas médias.

           

 

 

 

 

DISCUSSÃO:

A desigualdade social é um dos fatores que levam um jovem a cometer atos violentos. A situação de carência absoluta de condições básicas de sobrevivência tende a embrutecer os indivíduos, assim, a pobreza seria geradora de personalidades destrutivas, porque além de serem pobres se sentem maltratados, vistos como diferentes e inferiores. Por essa razão, as percepções que têm sobre os jovens endinheirados são muito violentas e repletas de ódio..." ABRAMOVAY et al. (1999) Agir assim é uma forma de o jovem castigar a sociedade que não lhe dá oportunidades. A influência de grupos de referência de valores, crenças e formas de comportamento seria também uma motivação para o adolescente a cometer crimes.

“o motivo pelo qual os jovens... aderem às gangues é a busca de respostas para suas necessidades humanas básicas, como o sentimento de pertencimento, uma maior identidade, auto-estima e proteção, e a gangue parece ser uma solução para os seus problemas em curto prazo" ABRAMOVAY et al. (1999). Assim, o infrator se sente protegido por um grupo no qual tem confiança.“ Valores como solidariedade, humildade, companheirismo, respeito e tolerância são pouco estimulados nas práticas de convivência social, quer seja na família, na escola, no trabalho ou em locais de lazer.

As inexistências dessas práticas dão lugar ao individualismo, à lei do mais forte, à necessidade de se levar vantagem em tudo, e daí a brutalidade e a intolerância (MONTEIRO, 2003). A educação tolerante e permissiva não leva a ética na família. Os pais educam seus filhos e estes crescem achando que podem tudo. Balandier (1997) lembra que “ a violência pode tomar a forma de uma desordem contagiosa, dificilmente controlável, de uma doença da sociedade que aprisiona o indivíduo e, por extensão, a coletividade, num estado de insegurança que gera o medo.”

Por outro lado, o vandalismo lança-se sobre as coisas, os instrumentos, os lugares a fim de destruí-los, sujá-los, torná-los inutilizáveis e que tudo isso é ritualizado, significando a ruptura de um laço social frágil, um culto à desordem, uma cultura da violência. É preciso, no dizer de Balandier (1997 p. 36), “deixar o campo livre à desordem, para que a ordem reavivada surja de uma sociedade provisoriamente falsa, pervertida aparentemente desgovernada. Ou, ainda, lidar com a desordem invez de tentar eliminá-la.”

Maffesoli (1987 p. 22) coloca que a ‘destruição se inscreve no jogo do poder e da potência. Que a violência desempenha uma função de ligação ou de indicador. A “violência social”, como simbolização da força, vivida coletiva e ritualmente, assegura a coesão e o consenso; a “violência sanguinária” se manifesta, quando há impossibilidade de simbolização, ou quando esta é imperfeita e significa o retorno do reprimido.’

A escola, sendo uma organização complexa, não pode descuidar-se dos ruidos, da desordem, sob o risco de permitir o amplo desempenho da anomia, no sentido atribuido por Durkheim (1925), como ausência de normas, e a consequente criação de uma nova estrutura educacional. Entretanto precisa estar atenta entre a ordem e a desordem, pois o que pode parecer violência dentro da escola é uma tentativa de desorganizar a rigidez imposta pelas normas estabelecidas, é uma maneira de auxiliar a ordem (MAFFESOLI, 1987).

CONCLUSÕES:

 

 

 

 

 

 

BIBLIOGRAFIA:

ABRAMOVAY, Miriam ; et alli - Guangues , galeras, chegados e rappers. RJ, Ed. Garamond , 1999.

ABRAMOVAY, Miriam; RUA, Maria das Graças - Violência nas escolas. Ed.Unesco, doações institucionais, 1999.

ARIÈS, Philippe (1988). A criança e a vida familiar no Antigo Regime. Lisboa: Relógio D’Água Editores.

ARREGI GOENAGA, F.. Los Jóvenes y la violencia. In PANTOJA (Org.). Nuevos espacios de la educación social. Bilbao: Universidad de Deusto,1998.

BALANDIER, Georges. A Desordem. Elogio do Movimento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.

COLOMBIER,Claire; MANGEL,Gilbert; PERDRIAULT,Marguerite . A violência na escola. São Paulo, Ed.Summus,1989.

DELORS, Jacques [et.al.] . Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. 3ª Ed. Porto: Edições Asa,1996.

DURKHEIM, E. Les formes élémentaries de la vie Religieuse. Paris: Alcan, 1925.

FERMOSO, P. La violencia en la escuela: El educador – pedagogo social escolar. In PANTOJA, L. (Org.). Nuevos espacios de la educación social. Bilbao: Universidad de Deusto, 1998.

FREUD, Anna (1987). Infância normal e patológica (determinantes do desenvolvimento). 4ª Ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara.

SILVA, Aida Maria Monteiro. A VIOLÊNCIA NA ESCOLA : A PERCEPÇÃO DOS ALUNOS E PROFESSORES. www.dhnet.org.br/inedex.htm, 2002

MAFFESOLI, Michel. A Conquista do Presente. Rio de Janeiro: Rocco, 1984.

PINO JUSTE, M. R. (1998). La violencia como respuesta en algunos problemas de inadaptación social: campos de acción de la educación social. . In PANTOJA, L. (Org.). Nuevos espacios de la educación social. Bilbao: Universidad de Deusto.

Programa Político Pedagógico da Escola Estadual André Antônio Maggi, 2009.