A violência sexual de pais contra filhos trata-se de um fenômeno complexo e bastante abrangente que provoca diversas conseqüências de ordem física, sexual e psicológica.

A vitimização sexual contra crianças e adolescentes ocorre independentemente da situação social dos envolvidos, não sendo característico de classes sociais menos favorecidas.

As vítimas na maioria das vezes são meninas e o agressor geralmente é uma pessoa que a vítima tem proximidade e confiança.

Historicamente o abuso sexual de crianças e adolescentes era bastante freqüente, e era visto com certa naturalidade pela sociedade, mas com o advento da Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente, a vitimização passou a ser vista como crime trazendo diversas formas de proteção, segurança e garantias de direitos para crianças e adolescentes, e o profissional de serviço social passou a ter um papel de extrema importância nos casos de abuso sexual, amparando, dando credibilidade e confiança a vítima através de uma postura crítica, criativa e transformadora formalizando um trabalho de rede, desenvolvendo uma prática consciente, comprometida e um olhar instrumentalizado.

Buscou-se no presente trabalho uma abordagem sobre a violência sexual infantil de pais contra filhos, pois se trata de uma problemática que não escolhe classe social e ocorre independentemente do nível cultural dos envolvidos, ultrapassando os aspectos físicos e emocionais da vitima sendo praticado dentro de sua própria residência por pessoas que deveriam assegurar seus direitos como criança ou adolescente.Identificando as seqüelas vividas pela vítima após o abuso, a conduta que os profissionais de Serviço Social devem assumir diante o conhecimento da vitimização, analisando as políticas de apoio à criança ou adolescente vitimizado e sua família e os tipos de proteção que o Estatuto da Criança e Adolescente garantem às vítimas de abuso.  

O incesto pode ocorrer em muitas famílias, os adultos conhecidos e familiares próximos, como pai, padrasto ou irmão mais velho são os agressores sexuais mais freqüentes e mais desafiadores. Embora a maioria dos abusadores seja do sexo masculino, as mulheres também abusam sexualmente de crianças e adolescente, começando lentamente através de sedução sutil, passando a práticas de “carinhos” que raramente deixam lesões físicas.

As seqüelas de abuso sexual são muito raras, pois causa as vítimas um sentimento de impotência deixando um silêncio interno que muitas vezes dificulta um bom desenvolvimento físico e mental, a recuperação emocional da criança ou adolescente, em grande parte dependerá da resposta familiar ao incidente, às reações diferem com a idade e com a personalidade de cada uma, bem como a natureza da agressão sofrida.

“[...] as principais seqüelas do ato sexual são psíquicas, sendo um relevante fator história da vida emocional de homens e mulheres com problemas conjugais, psicossociais e transtornos psiquiátricos.

( AZEVEDO, 1997, p.196).”    

 Esta pratica incestuosa ou de vitimização sexual faz com que a criança e o adolescente se sintam culpados ou cúmplices de uma relação, não conseguindo se ver como vitimas de uma crueldade dentro de uma sociedade onde a violência sexual e doméstica continua sendo uma problemática atual.

   [...] comumente as crianças abusadas estão aterrorizadas e muito temerosas de contar sobre o incidente. Com freqüência elas permanecem silenciosas por não desejarem prejudicar o abusador ou por receio de serem consideradas culpadas. Crianças maiores podem sentir-se envergonhadas com o incidente, principalmente se o abusador é alguém da família. (ROSÁRIO, 1998, p. 14).

  Infelizmente na maioria dos casos de vitimização sexuais, contra crianças e adolescentes ocorre no ambiente intrafamiliar. O agressor geralmente pode ter sido vítima de violência sexual na infância; provocando na vítima um sentimento de constrangimento e impotência, pois, sendo que as vezes a própria família oculta o fato que está acontecendo.

            A criança e o adolescente pela sua condição de pessoa em desenvolvimento, depende do adulto para sua sobrevivência, e quando submetida a inúmeras forma de violência tornam-se passíveis diante da situação.

            Sendo assim a violência sexual não escolhe raça, credo, escolaridade e classe social, atingindo todos indistintamente, caracterizada pela relação de poder e dominação do adulto, que trata a criança como mero objeto do seu poder paternal.

            Os danos físicos da conseqüência da violência sexual, as vezes são raros mas a recuperação emocional da criança e adolescente, ira depender da resposta familiar ao incidente, as reações ao abuso difere com a idade, personalidade de cada um e com a natureza da agressão sofrida.

            Devemos sempre pensar em nossa vida futuramente como profissionais, mantendo uma postura ética cobrando do Estado a cumprir o Estatuto da Criança e Adolescente, para que estes tenham mais liberdade de viver sem medo e temores em uma sociedade mais justa e igualitária.

 Portanto é necessário que se faça campanhas eficazes de prevenção da violência sexual, contra criança e adolescente através do meio de comunicação de massa, para que possamos reverter essa problemática atual.

 REFERÊNCIAS  BIBLIOGRÁFICAS

  AZEVEDO, Maria Amélia, GUERRA, Viviane de Azevedo. Crianças vitimizadas: a síndrome do pequeno poder. 2.ed. São Paulo: Iglu, 2000.

 AZEVEDO, Maria Amélia, GUERRA, Viviane de Azevedo. Pele de asno não é só história: um estudo sobre a vitimização sexual de crianças e adolescentesem família. São Paulo: Rocca, 1988.

BALLONE GJ- Abuso sexual infantil, in.Psiq Web. Disponível em: <http:// virtualpsy.org/infantil/abuso.html>. Acesso em 10 março 2006.

BARROS, Aidil Jesus da Silveira, LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Projeto depesquisa científica: propostas metodológicas. 4.ed. Petrópoles: Vozes, 1996.

BRASIL, Estatuto da criança e do adolescente. 3.ed.Brasília.2004.

 CARVALHO, Maria do Carmo Brant. A família contemporânea em debate. São Paulo, Cortez, 2003.

 COELHO, Gerson José. Violência contra crianças e adolescentes. Disponível em: <http:// www.acm.org.br>. Acesso em 01/06/2006.

 CRAMI, Abuso sexual doméstico: atendimento às vítimas e responsabilidade do agressor. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

 ELUF, Luiza Nagib. Violência sexual. Disponível em:<http:// www. Camarede.terra.com.br>. Acesso em 01/06/2006.

 GUERRA, Viviane de Azevedo. Violência de pais contra filhos: a tragédia revisada. 3.ed. São Paulo: Cortez, 1998

 KALOUSTIAN, Sílvio Manoug. Família contemporânea: a base de tudo. 6.ed. São Paulo: Cortez, 2004.

 LACRI. Disponível em <www.usp.br/ip/laboratorios/lacri> acesso em 13/10/2006.

 MACHADO, Nilton José de Macedo. Tortura e maus tratos contra criança e adolescentes. Disponível em: <http://www.dhnet.org.br>. Disponível em 19/05/2006.