VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
Presente em quase todos os outros tipos de violência, a violência psicológica é silenciosa e de difícil diagnóstico, tornando-se a mais prejudicial por raramente ser denunciada sem a presença ou em conjunto com outro tipo de violência como a sexual, física ou negligência.
Nosso aparelho psíquico é receptor de informações de todas as partes do corpo para que interprete e envie comandos necessários à seus funcionamentos, como o de movimento, memória, fala, audição, paladar, emoções, tato, visão e pensamento. Logo, se violentado, grande parte dessas funções, senão todas, serão prejudicadas, bem como o acarretamento de distúrbios psicossomáticos.
A violência psicológica vem desde sarcasmos embutidos em brincadeiras a humilhações verbais diretas à dignidade, personalidade e características da vítima, como também pode ser caracterizada pela omissão à garantia dos direitos fundamentais de todo ser humano.
A vítima é vista como objeto de descargo das necessidades psíquicas do agressor. Assim, é visto que esse também necessita de ajuda quanto suas questões psíquicas mal resolvidas? A violência psicológica pode vir tanto inconsciente quanto consciente por parte do agressor, sendo que no primeiro caso, sua atitude violenta provêm de hábitos aprendidos e muitas vezes reforçados por um contexto histórico-social específico. Porém, o tratamento psicológico com tais (agressor consciente e inconsciente) será diferente que o apoio psicológico prestado à vítima, pois os primeiros precisarão ser conscientizados de uma educação moral mal interpretada, negligenciada ou ignorada e, em alguns casos, receberão punição proporcional ao tipo de infração cometida, enquanto a segunda necessitará de descarga de ânimo para viver e conscientização de que não é uma escória da sociedade, mas digna e, como tal, passível de gozar de seus direitos como o de personalidade, liberdade de expressão, liberdade de ir e vir, dentre tantos outros que perde a consciência de ter pela condição de psicológico violentado.
Vítimas de violência psicológica se encontram nesta condição em decorrência de vulnerabilidade ou dependência (financeira, psicológica, sexual, dentre outras) do agressor, sendo que as mais comuns são mulheres e crianças por serem maioria nestas condições, ainda hoje. Como prova disso é a criação de Delegacias de atendimento específico a violência contra a mulher, bem como a necessidade de designar no Art. 2° da Lei Nº 13.431, de 4 de abril de 2017: “A criança e o adolescente gozam dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana (...)”, como forma de lembrar que crianças e adolescentes são pessoas humanas, pois por muitos, são vistos como marionetes que devem obedecer cegamente aos mandatos dos adultos. 
Ainda na condição de estudante, é possível observar profissionais da área da saúde mental que usam de seus conhecimentos para manipular e dominar pessoas, quando deveriam usá-los para libertá-las de seus tabus, preconceitos e visão distorcida de si mesmas, como também despertar a espontaneidade equilibrada delas.
Na breve crítica acima é necessário destacar dois pontos importantes: 1° Definição de violência psicológica, já usando como exemplo a manipulação e o abuso de autoridade; 2° Consequências para a vítima de violência psicológica, já usando como exemplo a perca de sua identidade, ela sente que seu jeito de ser é desprezível e tenta se adaptar aos desejos, padrões impostos pelo agressor, se culpando por ser como é.
    A violência psicológica se dá nas mais diversas classes sociais, em organizações e em residências familiares, também conhecida como assédio moral. Ainda não temos uma lei própria que defina e caracterize assédio moral/violência psicológica como crime, porém não devem ser deixadas passar em branco, mas denunciadas e combatidas, pois muitas de suas formas são consideradas crimes, como injúria, calúnia e difamação. Quanto maior o combate, menos casos se consumarão, como devem ser, pois a violência psicológica se mantida, desencadeia um ciclo de violência, sendo que a vítima se não tratada adequadamente pode se tornar a agressora quando se ver livre de seu agressor e passar a agir da mesma forma com outras pessoas ou ter problemas interpessoais.