VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Júlio César Galhardo de Siqueira
Prof. Davi Miranda
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Geografia / licenciatura (GED 0611) – Psicologia da Educação e Aprendizagem
15/01/09


RESUMO

Nas sociedades contemporâneas, a violência doméstica direciona-se contra as mulheres e crianças. Nas sociedades onde as transformações culturais e comportamentais nas últimas décadas, foram responsáveis pela emancipação da mulher no aspecto jurídico, pela conquista de papéis sociais outrora somente desempenhados pelo homem, mulheres e crianças ainda são vitimadas na vida privada.

Palavras-chave: violência doméstica; feminismo; patriarcalismo.

1 INTRODUÇÃO

Nas sociedades patriarcalistas, mulheres não representavam o papel principal na composição familiar. O homem figurava nas representações de chefe, defensor, juiz ou árbitro nas decisões dentro do cosmo familiar. Na história da família temos a mulher representando sob o signo da dependência do homem, da tutela, entre outras representações. Estas práticas culturais fizeram com que raríssimas mulheres tivessem um destacado papel fora da vida privada e do ambiente familiar, ou seja, na vida pública, nas letras, artes, etc. Na sociedade patriarcal nordestina, dos senhores de engenho e escravos, sabemos que a poetisa Potiguar Nina Rodrigues denunciava em seus poemas a sociedade escravocrata e, teve ativo papel na sociedade daquela época escrevendo nos meio literários. Mas isso raramente se manifestava em uma sociedade dominada pela figura do macho.



2 DESENVOLVIMENTO

Nas sociedades contemporâneas modernas, democráticas, herdeiras da tradição cultural do Iluminismo, inúmeras foram as conquistas no que se diz respeito à emancipação feminina, a começar pelo direito ao voto, ao divórcio e ao “destutelamento” perante ao marido, no código civil. A revolução Industrial e por último a globalização, introduziram a mulher no mercado de trabalho, desempenhando papéis outrora masculinos e fazendo das mulheres “chefes” da família. Hoje é comum vermos homens lavando louça em casa e cuidando da prole enquanto a mulher trabalha fora. Movimentos sociais conhecidos como feminismo surgiram em todo o mundo ocidental por volta da década de 1960, reivindicando direitos iguais, entre outros. A violência doméstica que vemos na atualidade se apresenta como resquícios culturais dessa época em que o sexo dominador detinha sobre o frágil as vantagens do comando. Não é por acaso que certos estados ou mesmo regiões do Nordeste Brasileiro, onde arcaísmos imperam em detrimento da mudança, onde timidamente começam a ser substituídos os jegues por motocicletas, para o bem ou para o mal, são campeões em não apenas espancamentos domésticos contra mulheres e crianças, mas sobretudo, assassinatos em defesa da honra. Na zona da mata Pernambucana, onde a sociedade colonial patriarcalista deitou as mais profundas raízes, foi campeã de casos envolvendo maridos que matam as mulheres justificando defesa da honra ou coisa parecida. Estes são casos típicos que podem ser computados enquanto muitos outros tipos de violência doméstica que não envolvem morte ficam fora das estatísticas.

A educação enquanto transmissora de conhecimentos e formadora de valores, se faz o principal agente transformador de valores culturais que posicionam passivamente o sexo frágil. Porque, até existem certas precárias delegacias da mulher e conselhos tutelares em centros urbanos (políticas públicas) que protegem vítimas de violência doméstica. Mas nem sempre as vítimas sabem, ou mesmo, por motivos diversos não acionam as instituições e sofrem caladas.

O filósofo Francês Michael Focault chamou a atenção em sua obra Metafísica do Poder para o fato do microcosmo familiar, onde as relações familiares passam a formar instituições ou poder fora do alcance daquilo que denominamos instituições do Estado.

Neste microcosmo de poder, o poder do pai sobre o filho, do marido sobre a mulher são, historicamente e culturalmente estabelecidos e não se transformam de um momento para outro, ou seja, pode passar incorruptivelmente por mudanças em outros campos do social. Estas relações de poder que se manifestam na vida privada, não correspondem, segundo o autor, com outras diversas relações de poder instituídas nas sociedades contemporâneas.

3 CONCLUSÃO

Valores culturais estabelecidos no tempo como a submissão do sexo feminino para com o masculino; a aceitação da violência no ambiente privado, não só física, mas psicológica não se corroem ao sabor das rápidas transformações culturais que “emanciparam” o sexo feminino recentemente nas democracias Ocidentais. A educação pode servir como agente transformador de valores.

4 REFERÊNCIA

Disponível em: WWW.http://fr.wikipedia.org/ violencia+domestica. Acesso em: 15/01/09