Sócrates sabiamente proclama os seguintes dizeres: "Uma vida sem reflexão não merece ser vivida". De fato com estas palavras se abre um leque de possibilidades para discussões, mas que aqui limitar-se-á apenas a nossa vida e o nosso pensamento crítico sobre ela.
Sócrates disse tais palavras devido a sua percepção rela do mundo grego de sua época. Possivelmente naquele período haviam muitas pessoas mais preocupadas em coisas que lhe dessem prazer e fortuna do que propriamente se ocupar com o pensar seriamente com suas frágeis vidas.
Não se faz necessário nenhum dicionário filosófico ou livros de filosofia e história para notar que Sócrates se reportava a duas classes de pessoas: as que se ocupavam mais com futilidades e as que faziam o caminho inverso, ou seja, refletindo sobre a vida e seus acontecimentos. Aliás, trataremos mais afinco desta ultima "casta".
Como diria Martin Heidegger o ser humano é "lançado neste mundo" e, por conseguinte durante toda a sua existência ? e, diga-se de passagem, muito breve ? vê-se rodeado de inúmeras potencialidades de ser. Mas mesmo que optamos por um caminho que julgamos ser o mais correto, ainda assim "andamos com uma pulga atrás da orelha", a dúvida: qual o melhor caminho? É neste ponto que começamos a filosofar mais puramente, além é claro das perguntas primárias que fazemos quando crianças.
É na existência da dúvida, por mais simplória que seja que o filósofo nasce ou brota. Visto que pode ter sido podando ou se privou de pensar mais profundamente sobre as coisas durante a vida.
O comodismo, a "tanto fez tanto faz" é um gigante colossal de dimensões estupendas e atrativas. E que começa a crescer desde a nossa mais tenra idade. Lutar contra este titã real e não mitológico contemporâneo é o dever de todo ser humano.
Questionar-se sobre a família, sociedade, política, religião, mundo universo, ressurreição, reencarnação etc., é o dever de cada pessoa. Ao passo que vamos dando respostas ou não para cada um destes temas adquirimos mais conhecimento e nos tornamos menos inocentes à realidade que nos cerca.
Geralmente não nos cansamos de repetir a expressão latina HOMO SAPIENS ? muito utilizada no período das "Luzes" ? para definir o ser humano. No entanto, ainda muitos seres humanos não agem assim.
É mais do que hora de usufruirmos ao máximo de toda esta SAPIENTIA para continuarmos a existir sabiamente.
Ler, escrever e discutir é o "tripé" essencial e de suma importância para o maior progresso da civilização. Pois, uma sociedade mais intelectualizada é menos sujeita a ser tapeada por qualquer teoria.
Como se pode notar em nossos dias as coisas "são e ou não são", mas para desvelar tal enigma se faz necessário, pesquisas, estudar e principalmente partilhar as novas descobertas. A finalidade disto é alimentar a efervescência intelectual em nossa sociedade.
O "Mito da Caverna" de Platão que se encontra no Livro VII de sua magnífica obra "A República" é uma espécie de ? mal comparando ? parábola platônica. Mas que representa perfeitamente a realidade social da época de Platão bem como a nossa. Nesta passagem o desafio maior não romper os grilhões que nos prendem as ignorâncias e as ilusões, mas é voltar e dizer com autoridade e sem medo aos que ainda vivem nas sombras a beleza e as cores da verdade. É difícil ? mas não impossível ? também para quem já está imerso no lodo e na lama da ignorância e contagiado pelo mesmo acreditar que é possível ser diferente.
Para os Cristãos e todas as pessoas de boa vontade, fica um alerta e ao mesmo tempo um exemplo clássico deixado por Jesus de Nazaré, "A Parábola dos Talentos" (Mateus 25, 14 ? 30). Pois, a pergunta que permanece é: "O que estamos fazendo com o nosso talento, a vida?
Nascemos, crescemos, amadurecemos, envelhecemos e morremos para sermos cada vez mais e melhores em cada época de nossas vidas. E essa melhora acontece a partir do momento em que nos comprometermos com a verdade e a sua busca constante.
Portanto, está é a missão do ser humano independentemente de classe social ou nação. Ser mais do que se foi ontem para dar sentido às coisas e as pessoas ? sentido digno ? ao mundo e principalmente a si próprio. Este é o desejo de Jesus de Nazaré, Sócrates e de todos os sábios que a humanidade já conheceu ou ainda conhece.