Às vezes me pego assistindo algumas dessas reportagens de TV, estilo documentais, sobre longevidade em diversos países do mundo. Sempre mostram os idosos japoneses se exercitando na praça, as senhoras gregas beirando os noventa anos ainda mantendo os hábitos de sempre e os imponentes italianos justificando sua energia e disposição à dieta consumida desde a infância, entre outros.  Eu sempre achei esse tipo de matéria curiosa, não apenas pela inevitável comparação que sempre fazemos com nossos próprios hábitos – no estilo “será que chegamos lá?” – como também pelas experiências de longevidade dentro da minha própria família.

Meus avôs, tanto os maternos quanto os paternos, a exemplo do que geralmente acontecia até a metade do século passado, tiveram muitos filhos, cerca de uma dezena cada. Esse cenário possibilitou, além de reuniões de família memoráveis, que eu pudesse conviver enquanto crescia com diversos núcleos familiares que, embora tivessem a mesma origem, não poderiam ser mais diferentes entre si. Cada tio e tia, por mais que fossem filhos dos mesmos pais, tinham personalidades e comportamentos completamente opostos, o tipo de coisa que vai ficando ainda mais evidente conforme vão envelhecendo.

Disposição                                                        

Da mesma forma que alguns tios são mais reservados e distantes, outros são bem mais acessíveis e bem-humorados, o mesmo valendo para sua história de vida. Uma tia em especial, vinda do lado materno, é um excelente exemplo disso. Seguindo o exemplo dos pais, teve quase uma dúzia de filhos, todos criados com bastante esforço e sacrifício, mas sem nunca se deixar abater. Chegando à chamada melhor idade, com os filhos já encaminhados, resolveu curtir um descanso merecido. Como sempre gostou de caminhar – o tipo de hábito nascido da necessidade do dia a dia ao qual você acaba se acostumando – viajou por boa parte do território brasileiro desbravando trilhas e caminhos, aproveitando os belos cenários que os acompanham.

Exercícios para dores nas articulações.

Só que toda essa vida de trabalho e a empolgação pelo hobby adotado na terceira idade acabaram tendo um preço, mais precisamente em seus joelhos. Com as cartilagens de ambos em péssimo estado, minha tia precisou operá-los e substituí-los por próteses. Que ela reagiria bem à cirurgia ninguém na família duvidava, mas era o pós-operatório que nos preocupava, visto que ela teria que diminuir seu ritmo, algo que julgamos iria deixá-la bastante chateada. Aí, veio o Pilates.

Para todas as idades

A ideia partiu da minha própria tia, por sinal. Já ouvira falar do Pilates antes graças a uma amiga que adotara há algum tempo a prática. Impossibilitada de fazer grandes esforços e – principalmente – de fazer suas amadas caminhadas, ela encontrou nesse tipo de exercício localizado e personalizado uma forma não só lidar com as consequências da cirurgia, mas também de extravasar a energia acumulada. Todos temos visto os resultados que o Pilates tem possibilitado a ela em termos de mobilidade e de disposição, está cada vez mais confiante. Não apenas isso, mas já está planejando quando poderá voltar a fazer suas trilhas novamente em adição a continuar com o Pilates, que ela agora diz não viver sem. Nesse ritmo, qualquer dia desses ela vai estrelar alguma matéria sobre longevidade na TV...