Eu esperava um príncipe, num cavalo branco,

mas o meu, chegou a pé,

Que coisa! Que desencanto!

meus pais que queriam logo me despachar,

ao cabra concederam a minha mão sem pensar.

Gostava de namorar no portão,

tava na idade da comichão.

Logo, então, se preparou,

a singela celebração.

Eu dele, até que gostei,

mas aquela vidinha sem emoção,

me causava comoção.

Então, pra realidade acordei.

Um dia ele me bateu,

"Agora bem aí"!

Só porque eu falei

queum puco de  lazer eu queria,

feito uma atoa,

disse que eu parecia.

Aí eu me enfezei.

Disse a ele:

O principe que eu esperava,

não babava, não arrotava,

e nem tinha maú hálito quando acordava.

Apanhei bastante,

daquele que eu amava,

meu esposo, meu amante.

E quando eu parti...

o medonho roncava.

Etâ lasqueira!

Temendo mais taca,

saí com a roupa do corpo,

pois se acordasse, o esdrúxulo,

ia me bater mais.

Saí logo, desiludida, desencantada,

com o couro ardido,

E só pensava:

É... menina sonha de mais!

E lá me fiu,

sem príncipe, sem fruto,

me fui pra nunca mais.