Introdução

Administração de Medicamentos é um processo de dedicação é atenção por parte dos  enfermeiros pois se alguma técnica for mal realizada pode ocasionar ate a morte do paciente, por isso esse trabalho tem como objetivo o conhecimentos das vias de administração de medicamentos para os profissionais de enfermagem.

Administração Via Intradérmica (ID)

A administração intradérmica (ID) de medicações é empregada sobretudo para fins diagnósticos, quando se testam alergias ou reação para tuberculose. Essa via resulta em pouca absorção sistêmica produz efeito principalmente local. Ao realizar a técnica de aplicação, deve- se certificar de não injetar o medicamento profundo, evitando iatrogenia na administração ID. O volume indicado para essa via é de 0,5 ml.

 

Técnica da via intradérmica

Material:

Bandeja contendo:

  • Luva de Procedimento
  • Seringa de 1 mL
  • Agulha para aspiração de medicação 25/6 ou 25/8
  • Medicação a ser aspirada
  • Agulha para aplicação da medicação 13/4,5 ou 13/4,0
  • Bolas de algodão e álcool  a 70%

Evolução do procedimento:

  • Orientar o cliente do procedimento
  • Escolher local de fácil visualização, como região anterior de antebraço, livre de vasos sanguíneos; parte do antebraço, livre de vasos sanguíneos; para teste de alergia. Pode ser utilizada a região dorsal.
  • Realizar antissepsia do local, sempre com o algodão embebido em álcool.
  • Realize aplicação no ângulo de 10 a 15°, introduza em torno de 3mm da agulha, não realize aspiração, aplique o medicamento de forma lenta e suave, observando a forma da pápula.
  • Caso seja um teste, faça uma demarcação da área para futura avaliação.
  • Descarte o material, seguindo as precauções padrão, higienize as mãos e proceda  à anotação de Enfermagem.
  • Vacina BCG ocorre pela Intradérmica.

Administração Via Subcutânea (SC)

Na administração via subcutânea (SC), o líquido é absorvido lentamente, a partir do tecido subcutâneo, prolongando assim seus efeitos. Essa via não pode ser usada quando o cliente tem doença vascular oclusiva e má perfusão tecidual, pois a circulação periférica diminuída retarda a absorção da medicação.

É uma via utilizada com frequência na aplicação de medicamentos em tratamentos de longa duração( Diabetes), em pós- operatórios na profilaxia de ocorrências vasculares obstrutivas. O volume indicado para essa via é de 0,5 mL até 2,0 mL. ATENÇÃO: quanto maior o volume, maiores os riscos para danos no local da aplicação.

Material necessário para preparo do medicamento e injeção SC

Bandeja contendo:

  • Luva de procedimento
  • Seringa de 1 ml
  • Agulha para aspiração da medicação 25/6 ou 25/8
  • Medicação a ser aspirada
  • Agulha para a aplicação da medicação 13/4,5 ou 13/4,0
  • Bolas de algodão e álcool a 70%
  • Orientar o cliente quanto ao procedimento

  

   Evolução do Procedimento

  • Escolher local de fácil visualização como região de braço, antebraço, abdome, região anterior e posterior da coxa, glúteo bilateral. Atenção: nessa via deve ser realizada rodízio dos locais de aplicação com rigor, evitando assim iatrogenias.
  • Realize antissepsia do local, sempre com o algodão embebido em álcool  70%.
  • Realize a aplicação no ângulo de 90°,com agulha 13x4,0 ou 13x 4,5 e ângulo de 45°, com agulha 25x7, 25x8.
  • Com a sua mão não dominante, segure a pele ao redor do local da injeção e leve firmemente o tecido subcutâneo para formar uma dobra adiposa.
  • Não realize aspiração, no caso de Heparina, pois pode ocorrer a formação de hematomas no local de aplicação.
  • Para outras medicações, inclusive Insulina, é recomendada a aspiração, após a introdução da agulha, certificando- se de que não houve punção de vaso sanguíneo; caso tenha ocorrido, deve ser interrompida a aplicação, desprezado o medicamento, novamente preparado e aplicado.
  • Realize a aplicação do medicamento após aspiração local.
  • Não realize massagem no caso de Insulina, pois pode ocorrer aceleração no processo de absorção do medicamento.
  • Medicamentos que não tenham ação prolongada e que não atuem na coagulação sanguínea, uma massagem leve pode proporcionar melhor distribuição e absorção do medicamento.
  • Descarte o material ,seguindo as precauções padrão, higiene as mãos e proceda à anotação de Enfermagem, descrevendo o local da aplicação, para rodízio na próxima aplicação.
  • Vacinas que são utilizadas nessa via são: Sarampo, Caxumba e Rubéola.

Administração Via Intramuscular (IM)

          A administração via intramuscular (IM) permite que seja injetado medicamento diretamente no músculo em graus de profundidade variados. É usada para administrar suspensões aquosas e soluções oleosas, garantindo sua absorção em longo prazo.

Devemos estar atentos à quantidade a ser administrada em cada músculo, um cliente adulto em massa muscular dentro do parâmetros de normalidade pode tolerar 3 mL e idosos ou crianças podem tolerar bem 2 mL; as literaturas indicam que no deltoide, o volume máximo é de 2 mL, a região glútea e o vasto lateral da coxa podem tolerar bem até 5 mL. É necessário que o profissional realize uma avaliação da área da aplicação, certificando –se do volume que esse local possa receber.

ATENÇÃO: Não esquecer que esse volume irá depender da massa muscular do cliente; quanto maior o volume maior os riscos para danos no local da aplicação.

Material necessário para preparo do medicamento e injeção IM

Bandeja contendo:

  • Luva de procedimento
  • Seringa de 3 mL ou 5 mL
  • Agulha para aspiração da medicação 40/12
  • Medicação a ser aspirada
  • Agulha para aplicação da medicação 25/8 ou 30/8
  • Bolas de algodão e álcool a 70%

 

Evolução do Procedimento da aplicação Intramuscular

  • Higienizar as mãos antes e após o procedimento.
  • Reunir o material para a aplicação IM.
  • Explicar ao cliente o que será realizado.
  • Deixar o cliente em posição confortável, escolher o local de aplicação se possível permitir que o cliente faça a escolha com você, deixe a área de aplicação relaxada.
  • Calçar as luvas de procedimento.
  • Fazer antissepsia do local.
  • Realizar aplicação no músculo escolhido, sempre com bisel lateralizado, introduzir a agulha no ângulo de 90º.
  • Com a sua mão não dominante, segure firmemente o músculo para aplicação da injecção.
  • Realize aspiração, é recomendada após a introdução da agulha, certificando- se de que não houve punção da agulha, certificando-se de que não houve punção de vaso sanguíneo; caso tenha ocorrido, deve ser interrompida a aplicação, desprezado o medicamento, novamente preparado e aplicado.
  • Realizar a aplicação do medicamento após aspiração local.
  • Realize massagem leve para proporcionar melhor distribuição e absorção do medicamento.
  • Não realize massagem em medicamentos com contraindicações por ação prolongada ( Exemplo: anticoncepcionais injetáveis)

Descarte o material, seguindo as precauções padrão, higienize as mãos e proceda à sua anotação de Enfermagem, descrevendo o local da aplicação, para rodízio na próxima aplicação.

Administração Via Endovenosa (EV)

A administração via endovenosa EV permite a aplicação de medicações diretamente na corrente sanguínea através de uma veia. A administração pode variar desde uma única dose até uma infusão contínua.

Com o medicamento ou a solução são absorvidas imediatamente, a resposta do cliente também é imediata. A biodisponibilidade instantânea transforma a via EV, na primeira opção para ministrar medicamentos durante uma emergência. Como a absorção pela corrente sanguínea é completa, grandes doses de substâncias podem ser fornecidas em fluxo contínuo.

Indicam –se diluições em seringas de 20 e 10 mL, ou seja, com 20 ou 10 mL de água destilada ou para injeção. Para medicamentos com altas concentrações, indicam- se diluições em frascos de soluções salinas( Solução Fisiológica 0,9%) ou glicosadas( Solução Glicosada 5%); ATENÇÃO: clientes com restrição hídrica podem ter PM com diluições menores.

Material necessário para punção venosa

Bandeja contendo:

 

  • Luva de procedimento
  • Garrote
  • Bolas de algodão e álcool a 70%
  • Cateter periférico( cateter agulhado- tipo escalpe) para punções de curta duração em torno de 24 horas, cateteres sobre agulha para punções de curta duração em torno de 72 horas).
  • Adesivo para fixação do cateter

Evolução do procedimento da punção periférica

  • Higienizar as mãos antes e após o procedimento.
  • Reunir o material para punção.
  • Explicar ao cliente o que será realizado.
  • Deitar o cliente em posição confortável com a área de punção apoiada.
  • Escolher o local para punção, se possível permitir que o cliente faça a escolha com você.
  • Calçar as luvas de procedimento.
  • Garrotear o local para melhor visualizar a veia.
  • Fazer antissepsia do local.
  • Realizar punção com o cateter escolhido, sempre com o bisel voltado para cima, introduzir a agulha no ângulo de 45°.
  • Após a punção, realizar fixação adequada com adesivo disponível.
  • Realizar dobraduras nas laterais do adesivo para facilitar a sua troca diária.
  • Identificar o adesivo com data, nome do realizador do procedimento  e hora, para controle de uma nova punção ou para troca de fixação do cateter.
  • Reunir o material e deixar o ambiente em ordem.

Realizar higiene das mãos e anotação de Enfermagem do procedimento, descrevendo local e intercorrências.

Administração via oral

A administração de medicamentos por via oral é segura e não requer técnica estéril na sua preparação; nessa via, os medicamentos podem ser na apresentação absorvidos, principalmente, no estômago e intestinos. Devem ser administrados com água filtrada de 100 até 200 mL, favorecendo sua absorção.

Obs: A medicação via oral não é indicada em clientes apresentando náuseas, vômitos, diarreias ou indivíduos que tenha dificuldade de deglutir.

Administração por via sublingual

Os medicamentos sublinguais seguem o mesmo procedimento empregado para aqueles de via oral, exceto que a medicação deve ser colocada sob a língua.

Nesse procedimento, solicita-se que o cliente abra a boca e repouse a língua no palato; a seguir, coloca- se o medicamento sob a língua (em comprimidos ou gotas),o cliente deve permanecer com o medicamento sob a língua, até a sua absorção total.

Nesse período, o cliente não deve conversar nem ingerir líquido ou alimentos. As medicações administrativas por via sublingual promovem uma rápida absorção da droga em curto espaço de tempo, além de se dissolverem rapidamente, deixando pouco resíduo na boca.

Administração Respiratória ou Nasal

          Refere-se à administração através da narina, com a finalidade de desobstrução das vias aéreas ou drenagem de secreções nasais.

          Para inaloterapia, utiliza-se a mucosa broncopulmonar como meio de absorção do medicamento, restringindo- se à administração de aerossóis.

 Conclusão

Esse artigo teve como objetivo as vias de administração medicamentosa que o enfermeiro deve administrar no paciente.

Referencial Bibliográfico:

COLLET, Neusa; Oliveira, Beatriz Rosana Gonçalves; Viera, Cláudia Silveira; MANUAL DE ENFERMAGEM EM PEDIATRIA; 2ª edição; AB editora; Goiânia; 2010; 225- 228.

FIGUEIREDO, Nébia Maria Almeida de; ENSINANDO A CUIDAR EM SAÚDE PÚBLICA; Editora yendis; 4ª reimpressão; 2007; 305 – 316.

FERNANDES, Almeida M.O; Pinheiro, Ana Karla M.O; MANUAL DO ESTAGIÁRIO EM ENFERMAGEM; AB editora; São Paulo – SP; Abril 2007; 59- 86.

POSSO, Maria Belén Salazar; SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA DE ENFERMAGEM, Editora Atheneu; São Paulo – SP; 2006; 82- 83.

Manual de Capacitação de Pessoal em Sala de Vacinação; 2 ª edição revisada e ampliada;  Brasília; 2001; 70- 122.

Manual de Normas Técnicas e Rotinas de Enfermagem para Centros de Saúde; Florianópiolis; 3 ª edição; 2003;1-103;

Ministério da Saúde – www.saude.org.br

MINISTÉRIO da Saúde- Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica; 2ª edição; Brasília; 2008; 166-167.