Na escuridão desse espaço

invento você, te pego no laço,

és uma estrela sem constelação,

e eu Zoroastro perdido sem direção.

Não importa o que faço

Nesse frio, só quero um abraço,

penso em você a cada estação

seja primavera ou verão.


Solitária, a lua rasga a imensidão

e o meu coração voa ao vão

e no lusco-fusco desse astro

sigo cambaleante o seu rastro.

Te procuro em bilhões de galáxias;

nesse cósmico sideral, nada é igual;

não te acho nesse mapa astral;

Sei que algum satélite me guia

dançante e astuto como a enguia

aqui o sol desvia-se de um cometa

e eu a milhões de anos-luz de meu planeta.

 

Tudo é rápido como o pensamento,

a luz passa e nem percebemos o momento

o sistema interplanetário é como o meu coração

as vezes tudo é só ilusão.

O amor é um menino peralta,

e os meus carinhos e beijos gravitam presos

nessa roupa de astronauta.