Versos Inconstantes
Publicado em 24 de abril de 2008 por Nara Junqueira
Por que querem que eu fale de amor se a noite ainda nem se foi?
E devo escrever versos para uma gente que nem sabe ler!
Devo escrevê-los de todas as cores e tamanhos
Para saudar o sol e a chuva, o vento, a vida...
Devo então quebrar pedras e lavar o sangue da pena que insiste em não caminhar?
Hoje eu não sou poeta!
Sou aquele de quem retiram a voz e a vez, o pensamento, o coração.
De quem se tira o direito de dizer num outro dia de inspiração.
Devo olhar o céu e descobrir outras formas?
Devo escrever versos tolos para fazer rir e distrair?
Pobre de mim! Meus versos clamam liberdade!
Pobre de mim que não aprendi a dizer sem o coração!