Se essa pergunta fosse feita há quinze anos atrás, seguramente a maioria, sem titubear, responderia: “utopia”. Mas agora, a situação não é mais a mesma. Não é de hoje que se fala em comercialização de carros pela rede digital. Aliás, o final da década passada e o início desta, foram marcadas por um grande boom de expansão da Internet no setor. Porém, até que ponto a rede digital está impactando as vendas de autos? Estariam os céticos por comércio eletrônico de autos seguros em suas posições? Continuará a Internet, na indústria automobilística, sendo canal de comunicação ou poderá competir com a distribuição tradicional?

 

 Essas são apenas algumas questões que surgem a cada rodada de conversa envolvendo o tema. Um fato não dá para negar: independente se canal de comunicação, formas de distribuição, sistema misto ou qualquer outra tendência que surja, a Internet vem, a cada dia, dando provas que ser ignorada é um lamentável erro.

 

Jornais do mundo inteiro estão às voltas para manterem o nível de faturamento, à medida que a Internet amplia e se sofistica. O setor automobilístico americano, por exemplo, vem aumentando de forma exponencial os investimentos na rede digital, à medida que reduz a verba na mídia tradicional, em especial, nos jornais impressos. É inegável que, nos dias atuais, contatar alguém por mensagem texto tem sido mais eficaz do que por telefone.

 

Eu mesmo, muitas vezes, tento falar com empresários e executivos pelo celular. Quando não obtenho sucesso, envio imediatamente um torpedo ou e-mail. Não demora meia hora e lá está a resposta que eu tanto necessitava. É comum as pessoas consultarem e responderem suas mensagens eletrônicas pelo celular, durante reuniões, convenções, congressos ou qualquer outro evento que inibe falar ao telefone.

 

Corroborando com esse ponto de vista está a revista de AutoExec de Julho de 2009. Em reportagem publicada nas páginas 14 e 15, ela evidencia que a rede de concessionários, nos Estados Unidos, vem a cada dia, utilizando mais os recursos da web, para produzir e divulgar seus anúncios. Segundo a publicação a indústria automobilística, com investimento de U$2,8 bilhões no ano passado, foi o terceiro maior anunciante na mídia eletrônico do país. Um importante concessionário de lá, declarou que a sua verba de propaganda está distribuída obedecendo a seguinte composição: autotrade.com, site de jornal local e, a menor parte, na TV a cabo e Revistas especializadas.    

 

Recentemente, a montadora General Motors (GM) começou a vender automóveis e caminhões novos através do site de leilões on-line eBay. O plano envolveu apenas 250 concessionárias do estado americano da Califórnia. Os usuários poderão pesquisar, contatar as concessionárias por e-mail, negociar preço, e, também, é claro, comprar os modelos disponíveis.

 

Essa notícia pode não ser novidade, pois já era possível comprar veículos usados da GM no eBay ou em outros portais similares, mas esta é a primeira vez em que a iniciativa conta com o respaldo da montadora. As primeiras informações divulgadas na mídia americana, dizem que os resultados não foram tão bons quanto o esperado, mas ninguém disse que não está valendo a pena.

 

Nos dias atuais, com a tecnologia e a informação evoluindo na velocidade da rede virtual, fica muito difícil competir fora do Youtube, Twitter, sites de jornais, revistas virtuais e demais aplicativos específicos de cada setor. No Brasil, a situação não é diferente. A cada dia, há mais pessoas conectadas na rede virtual. Anúncio publicado na Folha de São Paulo do dia 19-08-2009, por exemplo, dá conta de que o internalta brasileiro é que mais tempo fica “navegando” na rede digital (superando até mesmo os Estados Unidos e a Inglaterra).

 

Diante disso, podemos indagar: até que ponto você consumidor, fornecedor, distribuidor ou profissional do setor, tem investido para manter-se competitivo neste mundo, cada dia mais conectado virtualmente?