1 – INTRODUÇÃO

Provou-se muito mais fácil remover uma montanha do que mudar valores patriarcais.(Terry Eagleton)

Pergunta-se: como tudo isso começou? É fácil verificar a dualidade dos sexos e como qualquer dualidade, gera conflito, sem dúvida, o vencedor assumirá o status absoluto. Mas por que os homens teriam vencido, desde o início? É possível que a mulher tenha obtido a vitória ou o resultado do conflito nunca poderia ter sido resolvido. Então, como é que o mundo sempre pertenceu ao homem e essa situação só recentemente começou a mudar? Essa mudança será boa? Ela ocasionará uma divisão do mundo em partes iguais tanto para os homens quanto para as mulheres? (Simone de Beauvoir)

Como explicaremos a desvalorização universal das mulheres?

Certamente não poderíamos nos basear no fato do determinismo biológico. É interessante como a evolução da ciência e o desenvolvimento da sociedade propiciaram que estes pudessem lançar um olhar ou uns olhares para o interior de si. Para a ciência isso proporcionou interar-se com suas próprias vertentes, romper alguns paradigmas, elaborar ou re-elaborar seus modelos, bem como perceber intensamente suas tradições científicas.

Quanto à sociedade os resultados desse processo foram muito significativos no sentido de que a própria sociedade se permitiu e vem se permitindo ser analisada profundamente, quebrando alguns tabus que a impediam de visualizar a si própria como um todo. Essa versão da totalidade permitiu romper com algumas "verdades", fazendo com que os estudos científicos, isto é, a ciência viesse a trabalhar mais intensamente o social, desta vez, entendendo como estavam suas relações.

Mais as inovações sobre os estudos sociais não pararam por aí. Essas análises não chegaram com conceitos únicos e exclusivos, mas sim com noções, novos modelos, categorias de análise e também a ocupação desses espaços por objetos que até então permaneciam "intocados" como a sexualidade, os hábitos, a própria psicologia, o cotidiano, as relações de gênero, entre outros.

Tomando como crivo as relações de gênero, o termo relacionado, "papel social de gênero" possui dois significados que em casos individuais pode ser divergentes: Primeiro, o papel social de gênero de uma pessoa pode ser a totalidade de formas no qual uma pessoa pode expressar sua identidade de gênero. Segundo, o papel social de gênero das pessoas pode ser definido pelo tipo de atividades que a sociedade determina como apropriada para indivíduos que possuam determinado tipo de genitália externa (SCOTT, 1990).

Há provavelmente tantas formas e complexidades de identidades sexuais e identidades de gênero como há seres humanos, e há igual número de formas de trabalhar as identidades de gênero na vida diária. As sociedades, entretanto, tendem a designar alguns tipos de papéis sociais aos indivíduos "machos", e algumas classes de papéis sociais para indivíduos "fêmeas" (macho e fêmea na percepção social dos sexos). Este, portanto, constituiu um dos principais desafios para os estudos sociais, as relações sociais sob a ótica das relações de gênero.

Muitas vezes a conexão entre identidade de gênero e papel social de gênero não é clara. Simplificando, há não-ambíguos "machos" humanos e não-ambíguas "fêmeas" humanas e sentem-se claramente como homens ou mulheres, e que não se comportam socialmente de forma convencionalmente masculina ou feminina (SCOTT, 1990). Interessante como a máxima de Shakespeare escrita no século XVI, continua atual e delineia as idéias inclusive para os estudos atuais, como muito têm defendido estudiosos em biologia e sociologia[1].

A construção da conceituação de gênero teve seu início já na década de 70 e é fruto do esforço de teóricas feministas em criar uma categoria de análise histórica que estabelecesse novos rumo aos estudos sobre a problemática feminina nas sociedades (SCOTT, 1990). Esta nova categoria tem como propósito "desconstruir" as teorias e ideologias que estigmatizam os papéis de cada um dos sexos, reforçando e legitimando a discriminação.

Para tanto, pretende "desnaturalizar" as desigualdades entre homens e mulheres, definindo seu campo de compreensão na esfera social e, portanto, cultural. Neste sentido, advoga a construção social do gênero, que varia no tempo e no espaço e que convive e se articula com outros sistemas de organização das relações de poder, constituindo sujeitos múltiplos, a partir de três eixos básicos de dominação/exploração: gênero, raça/etnia e classe social.

André (2005) coloca que idéias como o medo, o riso, a infância, os odores, os hábitos alimentares e a sexualidade foram despidos de sua aparente universalidade e atemporalidade para adentrar na esfera histórica, matizada por condicionantes socioeconômicos, políticos e culturais próprios a determinados espaços e tempos. Neste ínterim, também o conceito "natureza", "Cultura", "Identidade" além de território passaram a serem desconstruídos como veremos a seguir no decorrer desta análise.

2 – A NATUREZA, QUEBRA DE CONCEITOS?

A natureza sempre esteve associada a duas idéias fundamentais, a primeira de que o homem era o centro do universo e a segunda não distinguindo muito da primeira, se diferencia apenas por reconhecer que o universo não é imutável. A natureza é uma construção humana que varia de acordo com os espaços e tempos históricos. Portanto, o homem impõe seu pensamento a natureza, e antes de ser (re)criada é representada como plano.

A partir da representação, há as implicações, ou seja, as categorias mentais. Surgindo aí o que André (2005) chama de o Conflito Cultura versus Natureza, assim, o cultural estaria num campo diferente, não obstante pudesse utilizar-se do natural como fonte de "progresso" – um conceito que, no período atual, ganha bastante expressão, mas posteriormente esse conceito seria repreendido, encarado como uma corrupção gerada pela sociedade[2].

Todo esse conflito permitiu desnaturalizar a estrutura social e a política, construindo ao mesmo tempo, uma outra natureza organizacional, iniciada na Europa. Percebe-se também que natureza e percepção humana apesar de serem dois campos distintos, são também inseparáveis, pois ao se referir a natureza observam-se os elementos próprios a sociedade humana, isto é, exatamente aquilo que se deseja ver. Recria-se a natureza, que deixa de ser natural e se torna "programada", isto é, cultural.

Em contexto, a construção de novos conceitos, a apresentação de noções até então despercebidas, a sistematização dos objetos em categorias de análises se devem ao fato de que é mais fácil construir do que transformar um campo conceitual, isso se aplica ao que se pensa de natureza – é melhor transforma-la, "transformando" seu conceito do que cria-la novamente.

Foi assim na Europa quando a Grande Guerra foi justificada por uma superioridade natural, ou ainda, a genética na atual conjuntura não exerce mais um processo natural, e que pode não ser questionado, uma vez que, o próprio conceito de natural mudou. Perguntar o que é natureza, não é mais saber que é, o que é natural, logo natureza está longe de ser um conceito neutro.

Relacionando a discussão aos estudos de gênero, pesquisadores como Rogo e Chalhoub, têm mostrado que as características geralmente atribuídas aos gêneros masculino e feminino, aceitas comumente como universais e atemporais, são construções históricas, concepções, que na maioria das vezes servem para legitimar teorias e comportamentos, o que nos remete a entender como isso se configurou historicamente na sociedade.

Há aqui a necessidade de um esclarecimento semântico sobre o termo gênero, que segundo Aurélio (dicionário de língua portuguesa) trata como o gênero humano, a espécie humana, a humanidade, estabelecendo dentro desta, o feminino e o masculino. Já as feministas começaram a usar a palavra gênero para se referir às relações sociais, a organização social entre os sexos, os conflitos e as discrepâncias.

Para elas o uso desta palavra é uma rejeição ao determinismo biológico no uso de termos como sexo ou diferença sexual. Para Parente (2006) essa é uma situação em cujas raízes podemos identificar os aspectos culturais que naturalizaram e transferiram as diferenças biológicas para o campo social e, assim construíram condições de desigualdades vividas pelas mulheres.

Jonas (2003) citado por Parente (2006) afirma que isso é uma construção que se consolida no cotidiano, quando as elas são conferidas certas qualidades como atributos próprios – "é da/de natureza feminina" – para cumprirem papéis sociais específicos e diferenciados "próprios de mulheres", os quais se reproduzem socialmente. Certamente isso nos aponta para estudos do gênero não somente vinculado à natureza, mas também a cultura.

3 – CULTURA, IDENTIDADE E DIFERENÇA: REPRESENTAÇÕES?

O professor Milton Santos citou certa vez, que para ser universal basta falar de sua aldeia, pois cada lugar é a sua maneira o mundo. Contudo ele mesmo nos alerta que também devemos evitar o "risco de nos perder em uma simplificação cega", uma vez que, a lei do mundo e a lei do lugar defrontam-se, e quanto mais desigual sociedade e a economia, tanto maior será o conflito[3].

O mundo, porém, é apenas um conjunto de possibilidades, cuja efetivação depende das oportunidades oferecidas pelos lugares (SANTOS, 1998 P. 232). Nas palavras de Sevcenko (2001) as transformações tecnológicas se apresentam como um fator decisivo nas mudanças históricas dos lugares e principalmente nas relações no espaço.

Nessa mesma afirmação fica claro que alguns lugares detêm o poder em função de obterem a técnica. O que repercute em alguns setores da sociedade, agravando as relações na mesma, conseqüente a isso ocorre à transformação dos sistemas produtivos e reprodutivos; bem como a alteração da própria estrutura da sociedade, afetando as bases econômica, social e política, bem como as relações sociais ditas cotidianas.

Processos intensos como estes irão desencadear vários outros, afetando a rotina (o modo e condição de vida) e cotidiano das pessoas, agregando nessa nova estrutura suas negatividades, segregações, êxodos (migrações). Tomando aqui como exemplo os camponeses, essa população vem perdendo sua essência camponesa e tornando-se uma sociedade urbana, que está inserida em uma sociedade moderna que irá segrega-los porque estes não vão conseguir acompanhar o ritmo de mudanças que essa sociedade impõe.

Nessa sociedade (moderna) a correria tornou-se cotidiano, afetando e alterando o comportamento das pessoas, homens e mulheres se adaptam as máquinas, quando deveria ser o contrário. A mudança de comportamento trás a mudança de valores – não há mais tempo de se avaliar a personalidade e sim de observar a aparência (SEVCENKO, 2001).

A "lei" que agora vigora é: as pessoas são aquilo que consomem. É a partir daí que fortifica-se o poder da informação em detrimento da comunicação, aquela que precede a fala e estabelece as condições de aproximação – não há fatos, mas informação. Não é a qualidade humana que é importante, mas a qualidade das mercadorias (bens de consumo), o próprio corpo torna-se mercadoria (modelagem do corpo humano), nesse viés surge à noção de moda, descrita por Sevcenko (2001 p.145):

Como esses códigos mudam com extrema rapidez, exatamente para evitar que alguém possa imitar ou representar características e posição que não condizem com sua real condição, estamos já no "imperioso" Império das Modas.

Harvey (2004) argumenta que a cultura se transformou em gênero de mercadoria, que há uma crença de que algo muito especial envolve os produtos e os eventos culturais, que é necessário coloca-los à parte das mercadorias "normais", e que devemos pensar neles como produtos e eventos que estão num plano mais elevado da criatividade e do sentido humano. Segundo esse autor, isso se deve ao processo advindo das tendências capitalistas e globalizantes:

O capital simbólico coletivo é construído a partir de narrativas históricas, interpretações e sentidos das memórias coletivas, significados das praticas culturais, etc.. Sempre há um forte elemento social e discursivo operante, pois o que está em jogo é o poder dos marcos especiais de distinção vinculados a algum lugar, dotados de um poder de atração importante em relação aos fluxos de capital de modo mais geral.

Perceber as coisas não é mais questão de parar e observar, o olhar se sofistica e torna-se cada vez mais habilidoso. A presença das técnicas criam novas circunstâncias e a mudança de cenário tecnológico remodela as imaginações. E a cultura se apresenta cerceada por estes problemas, chegando ao ponto desta ter decretada a sua morte várias vezes no século XX, um período turbulento do qual Hobsbawn chamou de Era dos Extremos, cujo principal paradoxo se apresenta nas identidades, onde ser diferente é ser igual.

No momento atual, o que faz uma pessoa pensar que é diferente? É interessante ressaltar que as identidades adquirem sentido por meio da linguagem e dos sistemas simbólicos pelos quais eles são representados, partilham localidades e diversos aspectos da cultura em suas vidas cotidianas, mas que ela é relacional, essa é uma afirmação de Woodward (2005).

Existem diversos fatores que envolvem a formação de identidades, como a diferença entre os diversos tipos de identidade. A primeira das identidades a ser considerada primordial é a identidade de gênero: homem ou mulher, pois queira ou não as pessoas já rotulam as outras diante disso. Portanto, diferentes tipos de identidade são produtos da construção da sociedade e da história onde mantém se a relação de poder de acordo com o modelo essencialista, aonde a identidade vem da biologia, o que você é, é resultado da sua genética e a ciência vai de acordo com esse modelo.

Há também o modelo de construtivismo em que a identidade é construída, transformada, pois não existem identidades que não passaram por mudanças ao longo dos anos e quando isso ocorre, ela muda de acordo como é vista e interpretada pelos outros. Pois as transformações sociais são tão alarmantes quanto as tecnológicas, políticas e econômicas, então as identidades que encontra- se em conflito, estão no interior dessas transformações.

Hoje em dia os conflitos são mais identitários (religião, cultura), em vez de ideológicos (comunismo, capitalismo), como já foi um dia. Logo, atualmente existem inúmeras formas de identidade e essas apesar de serem muitas vezes contraditórias elas acabam se cruzando e podem até se completarem.

A identidade é relacional e uma identidade depende de outra para existir. A identidade é, assim, marcada pela diferença e sustentada pela exclusão, elaborando como exemplo a questão racial, se você é branco, você não pode ser negro, se é mulher, não deve pensar como um homem e vice-versa (WOODWARD, 2005).

Sendo a identidade marcada por relações e símbolos, existe uma associação entre identidade pessoal e os utensílios utilizados, o que nos remete a pensar que a construção da identidade é tanto simbólica quanto social. Observa-se uma análise interessante que Woodward (idem, p. 116) faz sobre isso:

Observe a freqüência com que a identidade nacional é marcada pelo Gênero. No caso ocidental, as identidades nacionais produzidas são masculinas e estão ligadas a concepções militaristas de masculinidade. As mulheres não fazem parte desse cenário [...]. Os homens tendem a construir posições de sujeitos para as mulheres, tomando a si próprio como ponto de referências.

Uma das formas pelas quais as identidades estabelecem suas reivindicações é por meio do apelo a antecedentes históricos. Assim essa redescoberta do passado é parte do processo de construção da identidade que está ocorrendo neste exato momento e que, ao que parece, é caracterizada por conflitos, contestação e uma possível crise.

Em todas as instancias sociais, há a possibilidade de existir um viés, ou recorte de gênero, seja no sentido de reforçar padrões tradicionais de papéis masculino e feminino, seja no sentido de transformá-los. Diante disso, surgem questionamentos sobre a identidade da própria identidade. A identidade é fixa? Podemos encontrar uma "verdadeira" identidade? Nessa discussão Michael Ignatieff (2000) ilustra alguns aspectos da identidade e da diferença para que se possa entendê-las.

Ou ainda, para que se comece a analisá-las, sendo necessário contextualiza-las em suas diferentes dimensões; A identidade envolve reivindicações existencialistas concebendo-a como fixa e imutável, algumas dessas reivindicações estão baseadas na natureza; a identidade é relacional e a Diferença é estabelecida por uma marcação simbólica relativamente a outras identidades; a identidade está vinculada também a condições sociais e materiais; social e simbólico referem-se a dois processos diferente sendo marcação simbólica o meio pelo qual damos sentido a práticas e relações sociais; a conceituação da identidade envolve exames de sistemas classificatórios; algumas diferenças são marcadas, outras obscurecidas[4]; identidades não são unificadas, há contradições, discrepâncias e experiências diferentes e diversas; existem posições de identidades e as pessoas se identificam com elas numa dimensão simbólica e a social[5];

No entanto é preciso entender ou ainda examinar a forma como a identidade se insere no "circuito da cultura", isto é, a forma como a identidade e a diferença se relacionam com a discussão sobre a representação, (HALL, 1997). Percebendo nas, pode-se entender que as mudanças que vem ocorrendo no campo das identidades em função do tropel de eventos, justificados pela massificação da cultura, irão produzir uma crise de identidade. O que implica examinar, como as identidades são formadas e os processos que aí estão envolvidos, além de perceber o que elas representam e a quem elas representam.

Ao analisarmos o sistema de representação é necessário investigar a relação entre cultura e significado, pois estas incluem as práticas de significação e os sistemas simbólicos por meio das quais os significados são produzidos, posicionando nos como sujeito, dos quais essas similaridades são descritas originalmente por estudos da psicanálise.

Em menção as questões pertinentes ao desenvolvimento Robins et all (1991) citado por Scott (2003) correlaciona ao processo de globalização. O desenvolvimento global do capitalismo não é, obviamente, novo, mas o que caracteriza sua fase mais recente é a convergência de culturas e estilos de vida nas sociedades que, ao redor do mundo, são expostas ao seu impacto. Trata-se de um ciclo vicioso, no qual as relações de opressão e de exploração de gênero favorecem a manutenção das desigualdades no conjunto da sociedade.

É um processo que desencadeia inúmeros outros, exemplificando aqui com as migrações, que produzem identidades plurais, mas também identidades contestadas. Num processo caracterizado por grandes desigualdades cuja identidades são moldadas e localizadas em diferentes lugares e por diferentes lugares e podem ser desestabilizadas, mas também desestabilizadoras.

Com as mudanças, as chamadas lealdades tradicionais baseadas nas classes sociais cedem lugar a concepção de escolha de "estilos de vida" e a emergência da política de identidades[6]. A partir daí A etnia, a "raça", o gênero, a sexualidade, a idade, a incapacidade física, a justiça social e as preocupações ecológicas produzem novas formas de identificação (WOORDWARD, 2005).

Oriundos das reivindicações de uma política de identidades os Novos Movimentos Sociais (NMS) permite a discussão de que o pessoal é político. Os Novos Movimentos Sociais deram visibilidade ao fato de que a ação política não é restrita a esfera estatal. As feministas foram ainda mais longe advogando a idéia de que o "pessoal também é político", isto é, percussoras das novas reivindicações políticas, sociais e culturais.

A identidade tem se destacado como uma questão central nas discussões contemporâneas, tornando uma questão prioritária nas reivindicações dos Novos Movimentos Sociais. Por outro lado, alguns novos movimentos sociais, incluindo ai o Movimento das Mulheres, têm adotado posições não-existencialistas com respeito à identidade. Eles tem enfatizado que as identidades são fluidas, que não são essências fixas, que elas não estãopresas a diferenças que seriam permanentes e valeriam para todas as épocas (WEEKS apud WOODWARD, 2005).

Esses Novos Movimentos Sociais estão basicamente divididos a partir de suas próprias "escalas" e "dimensões" identitárias, sendo eles:

·Reivindicatórios – condicionados a reivindicações sociais, políticas e econômicas[7];

·Libertários – condicionados a tentativa de libertar determinados grupos de opressões culturais, política, sociais e civis[8];

·Revolucionários – determinados a mudar totalmente um sistema, sendo seu principal foco a política estatal e econômica, mas a priori é uma transformação social[9]

Todo esse movimento de Gênero no contexto dos Movimentos Sociais tem o seu nascedouro nos idos das greves e repressões de trabalhadores e trabalhadoras no período que vai do final do século XIX até 1908, época de um feminismo heróico no período de 1857 a 1908, que lutava por se firmar entre as trabalhadoras americanas.

Essa histórica nunca foi explicitada em suas poucas publicações; mesmo quando na II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em 1910, em Copenhague, na Dinamarca. Nesse sentido, não é possível compreender a formação de um amplo movimento de mulheres sem enfatizar "a notável contribuição que o Movimento Feminista, em suas formas próprias e variadas, deu e continua dando à tomada de consciência do Estado sobre os seus deveres.

Como há um forte argumento de que existe uma crise de identidade na sociedade contemporânea, a diferença é o elemento central que classifica as identidades produzindo o significado da mesma. Contudo, estes sistemas classificatórios não explicam por si só porque os indivíduos assumem essas identidades com pouca ou muita intensidade. As identidades baseadas na "raça", no gênero, na sexualidade e na incapacidade física, por exemplo, atravessam o pertencimento de classe.

Identidade não é oposto da diferença, na verdade a identidade depende da diferença que é aquilo que separa uma identidade da outra. Cada cultura tem suas próprias e distintivas formas de classificar o "mundo". O que nos faz entender que a diferença pode ser construída negativamente.

Derrida ilustra essa afirmação colocando a distribuição desigual de poder entre dois termos de uma oposição binária como as divisões de gênero e argumenta que essa oposição de poder também é à base das divisões sociais, especialmente daquela que existe entre homens e mulheres (DERRIDA et all Woodward, 2005).

São as teorias psicanalíticas que vão sugerir analisar os processos pelos quais os sujeitos passam para saber o porquê ele investe em uma identidade, sendo que grandes contribuições foram dadas por Althusser que desenvolveu sua teoria da subjetividade no contexto de um paradigma marxista, buscando dar contribuições da psicanálise e da lingüística estrutural para o materialismo marxista.

Essas contribuições caracterizam como uma revisão do modelo marxista, determinada pela base definida como fundação material e econômica da sociedade que determina tanto as relações sociais, as instituições políticas quanto as formulações ideológicas, concebendo as ideologias como sistemas de representação e a subjetividade pode ser explicada em termos de estruturas e praticas sociais simbólicas.

Althusser (1971) reformulou o conceito de ideologia enfatizando seu papel na reprodução das relações sociais – nos rituais e práticas institucionais diretamente ligadas ao processo. O sujeito não é a mesma coisa que pessoa humana, mas, uma categoria simbolicamente construída. O ensaio de Althusser (1971) é uma teorização pós-marxista denominada Teoria da Subjetividade que vai analisar e relacionar o papel do substrato material; o papel das relações de produção; o papel da ação coletiva.

Evidenciadas principalmente na solidariedade de classe, tidas como essenciais nas formações de identidades sociais, em vez de autonomia individual ou da autodeterminação. Althusser (idem) baseou sua teoria na visão da psicanálise freudiana feita por Lacan que concede o conceito de inconsciente – formados de fortes desejos e até de insatisfação.

A partir daí há uma necessidade de se afirmar uma determinada identidade que é moldada e orientada externamente, como um efeito do significante e da articulação do desejo, assim, para Althusser a subjetividade é dividida e ilusória, onde ele questiona a idéia de sujeito fixo, unificado.

O conceito do inconsciente aponta para outra dimensão da identidade e sugerem outro quadro teórico para analisar as posições que assume as identidades e consequentemente as culturas no geral.

4 – EM BUSCA DA TEORIA...

As idéias culturais mudam com o mundo sobre o qual refletem, até as teorias mais rarefeitas tem uma raiz na realidade histórica (EAGLETON, 1998). Por isso algumas teorias não são suficientes por existirem, elas têm que dar conta, em alguma medida do seu surgimento, do seu desenvolvimento, de suas falas e de seus discursos.

Em se tratando de cultura, é interessante tomarmos como crivo a Teoria Cultural, onde as novas idéias culturais tinham suas raízes profundamente fincadas na era dos direitos civis, rebeliões estudantis, das frentes de libertação nacional, campanhas anti-guerras e anti-nucleares, do surgimento do Movimento das Mulheres e do Apogeu da libertação cultural. Nas palavras de Eagleton (1998):

Acima de tudo, as novas idéias culturais ganharam forma num capitalismo para o qual a própria cultura estava se tornando mais e mais importante. Uma mudança inusitada, na verdade, cultura tinha significado quase que oposto de capitalismo. O conceito de cultura cresceu como uma critica a sociedade de classe média, não como um aliado seu. Cultura tinha haver com valores, em vez de preços; com moral, em vez de matéria e/ou material. Agora significa marketing, propaganda, mídia, moda, "estilo de vida".

Cultura, no sentido de valor, símbolo, linguagem, arte, tradição e identidade, agora era o ar puro, respirado apenas pelos movimentos sociais como o feminismo e o movimento negro, enquanto isso chegava as ruas um conflito a respeito dos usos do conhecimento e era vital que fizessem uma pausa para refletir a respeito de seus próprios objetivos e suas premissas.

Essa reflexão (ou auto-reflexão) crítica é o que se conhece como teoria, que desse tipo acontece quando se é forçado a ganhar uma nova consciência (ou autoconsciência) sobre o que estamos fazendo. É um sintoma de que já não podemos mais tomar algumas práticas como garantidas[10]. O surgimento de algumas teorias fez com que outras fossem consideradas ultrapassadas ou inadequadas para explicar algumas questões, outras foram questionadas e refutadas radicalmente.

A Teoria Cultural vinha para relembrar à Esquerda Tradicional o que ela havia menosprezado: arte, prazer, gênero, poder, sexualidade, linguagem, loucura, desejo, espiritualidade, a família, o corpo, o ecossistema, o inconsciente, a etnicidade, estilo de vida, hegemonia. Essa era independente do olhar, uma fatia razoável da existência humana (EAGLETON, 1998).

Na verdade essa foi uma crítica gigantesca ao Marxismo, considerada a Esquerda Tradicional. Mas algumas ressalvas mostram que isso, ou que essas críticas "talvez" não representaram à realidade, ou toda realidade da teoria marxista. Abrimos um parêntese aqui:

Não há duvidas de que o marxismo deixou de lado gênero e sexualidade, mas de forma alguma havia ignorado estes tópicos [...]. O movimento de esquerda que iria derrubar o Czar russo e instalar um regime bolchevista em seu lugar foi iniciado com as demonstrações no Dia Internacional das Mulheres em 1917. Uma vez no poder, os bolchevistas deram alta prioridade à igualdade para as mulheres. O que dizer de Rosa Luxemburgo? (LAMPHERE, 1992)

O Marxismo havia sido quase totalmente silencioso a respeito do meio ambiente, mas na época quase todos também eram. Houve, mesmo assim, algumas reflexões promissoras sobre a natureza nos primeiros escritos de Marx e, mais tarde, entre os pensadores socialistas, como também não desconsideraram o inconsciente; simplesmente o rechaçou a priori como uma invenção burguesa [...]. Prazer e desejo haviam desempenhado um papel central nas reflexões de filósofos marxistas como Hebert Marcuse. Um dos melhores livros sobre o corpo, A Fenomenologia da Percepção foi trabalho do esquerdista francês Maurice Merleau-Ponty. (LAMPHERE, 1992)

A acusação de que o Marxismo não tem tido nada a dizer sobre raça, nação, colonialismo ou etnicidade é igualmente falsa. Na verdade o movimento comunista foi o único lugar, no inicio do século XX, onde as questões de nacionalismo e colonialismo – junto às questões de gênero – foram sistematicamente levantadas e debatidas. (LAMPHERE, 1992)

Na verdade o Marxismo foi a principal inspiração por trás de campanhas anti-coloniais. Sem deixar de mencionar que houve também um debate caloroso e altamente produtivo entre marxistas e feministas. O que Marx paulatinamente analisou: o proletariado. Quanto às contribuições e ao desaparecimento do proletariado, devemos nos lembrar da etimologia da palavra:

Na sociedade antiga, o proletariado eram aqueles pobres demais para servir ao Estado como detentores de propriedade e que, em função disso, serviam-no produzindo filhos (proles) como força de trabalho (mão-de-obra). São aqueles que não tem nada a oferecer, alem de seus corpos. Proletários e mulheres são, assim, aliados íntimos, como de fato são hoje nas regiões empobrecidas do mundo. E como essa ainda é a condição de milhões de homens e mulheres no planeta – principalmente mulheres – é estranho que nos digam que o proletariado desapareceu. (Dicionário Marxista, 2000).

Teoricamente bebeu-se muito da fonte Marxista, para após abandoná-la. O que havia agora no cenário era um confronto de teorias, com contribuições positivas e negativas para a ciência. Pensava-se unitariamente em ciências isoladas, depreendidas. Foi o que ocorreu.

Por volta do final da década de 60 (sessenta), foi o Movimento das Mulheres que forjou os vínculos mais profundos entre global e o pessoal, o político e o cultural. Diferença era a nova palavra de ordem.Mas não se pode esquecer que antes de desbravar caminhos era necessário vê-lo primeiro, não era só uma questão"descartar" ou desconsiderar uma teoria[11].

Eagleton (1998) menciona que qualquer mudança política que não se entranhe nos sentimentos e percepções das pessoas – que não obtenha seu consentimento, engajem seus desejos e permeie seu senso de identidade – está provavelmente fadada a não durar muito, pensemos agora no marxismo através destes períodos. Fechemos aqui o parêntese.

O que vai nos impressionar aqui é que a própria Teoria Marxista prudentemente visualizou o que outras teorias não fizeram: inimaginavelmente a cultura poderia vir a se tornar um substituto da transformação social. A titulo de exemplo, havia movimentos como o Feminismo, para o qual a cultura não era, ou não é um extra-opcional. Ao contrario, é um ponto central nas demandas políticas do feminismo – valor, imagem, experiência e identidade são aqui a própria linguagem da luta política feminista. Mas o foco não era mudar (ainda) o mundo político, mas o cultural. Falar de Gênero ou Etnicidade estava bem; mas falar de capitalismo era totalizante e economístico.

Uma noção de cultura surge entre o fulgor das teorias: aquilo que seguimos na vida, o ato de cada um conferir um sentido próprio, o próprio ar social que respiramos[12]; mas em contra partida: esta longe de ser o que mais profundamente molda nossas vidas. Aliviando um dos "deveres" que se exigia das teorias que era conceitua-las, a Teoria Cultural mal pode respirar, pois eis que surgia outra "tormenta": a Anti-Teoria[13].

A própria palavra teoria passou a ser questionável para a Teoria Cultural. Esse sempre havia sido o caso de polemicas e queixas para algumas assim chamadas "feministas radicais", que desconfiavam da teoria por vê-la, como uma imperiosa afirmação do intelecto masculino.

A teoria era conceituada como a maneira como alguém justificava seu modo de vida, razões fundamentais para alguns atos. Todavia, avanços nas discussões colocavam que não se podia, ou não se pode mais justificar seu modo de vida com teorias, porque a teoria é parte daquele modo de vida, não algo separado dele, o que se pressupõe então, que as culturas não estão alicerçadas na razão (EAGLETON, 1998). E não se pode, portanto, comparar culturas ou ainda julga-las.

A idéia é que nada precisa ser do jeito que é, logo, o jeito das coisas não precisa ser justificado no nível mais profundo. Existem assim, entre outras condições coisas/processos/fenômenos/comportamentos que são inexplicáveis, outros que não tem porque e para que serem explicados. Para os anti-teóricos, a própria realidade não tem opiniões para nada, valores morais e tudo o mais, são questões de tradições culturais e/ou quebra das mesmas, à deriva (EAGLETON, idem).

Uma das questões fundamentais na teorização de gênero encontra-se na compreensão de que, sendo as desigualdades de gênero socialmente construídas, estas, por conseguinte, podem ser transformadas (SCOTT, 2003). Disto resulta uma dupla aplicação do conceito de gênero, como categoria analítica, visando a compreender e explicar as formas de subordinação das mulheres; e como categoria política, servindo de instrumento para construir identidades e de arcabouço para propor alternativas de luta que transformem a condição de subordinação, visando à eqüidade de gênero.

O resultado disso: não era mais uma questão de pensar novos pensamentos; as próprias molduras do nosso pensar tinham que ser quebradas e refeitas. Tampouco era apenas uma questão de produzir uma literatura ou filosofias novas, mas de inventar uma maneira totalmente nova de escrever, ler e pensar, o uso de conceitos não deveria ser banido, mas sim banir a premissa de que esses seriam verdades únicas. Era preciso apontar limites, destacar contornos, implodi-los de dentro. Seria o surgimento de muitas teorias que fugiam a teorização. Métodos e conceitos novos. Teoria além da teoria.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estamos aprendendo aos poucos que as concepções vêm e/ou servem para legitimar teorias e comportamentos. A alegoria dos acontecimentos atuais vem ou serve muito para indagar até que ponto as visões que indivíduos ou grupos sociais possuem acerca da natureza refletem, essencialmente, seus próprios valores, sentimentos, comportamentos e preconceitos.

Fica claro que é necessário desnaturalizar a natureza – sendo o homem pertencente a ela, suas ações irão afeta-la negativamente, pois ele também pertence à sociedade que é bem mais "dinâmica", exigindo também dinamismo dele.

Nessa dinâmica, é que se apresenta a cultura, que molda a identidade ao dar sentido a experiência e ao tornar possível optar, entre as várias identidades possíveis. Somos constrangidos, entretanto, não apenas pela gama de possibilidades que a cultura oferece, isto é, pela variedade de representações simbólicas, mas pelas relações sociais.

As identidades em conflito estão localizadas no interior de mudanças sociais, políticas e econômicas, mudanças para as quais elas contribuem. As identidades que são construídas pelas culturas são contestadas sob formas particulares no mundo contemporâneo da cultura e foram as discussões sobre a extensão nas quais as identidades são construídas ou contestadas que se chega a principio a uma discussão, posteriormente uma análise, da importância da diferença.

A diferença se apresenta, ou se constitui como elemento central dos sistemas classificatórios, produzindo os significados, localizados no interior da sociedade e por conseqüente da cultura. E estudos culturais desde a essência das relações sociais até a psicanálise tentaram contribuir para apontamentos sobre a identidade e a diferença.

Natureza e Cultura: há implicações maiores nessa discussão. Na medida em que homens são definidos em termos de sua conquista nas instituições sociais elaboradas, eles são participantes, por excelência, nos sistemas das experiências humanas feitos pelos homens. Num nível moral, o mundo da "cultura" é deles. As mulheres, por outro lado, dirigem as vidas, que parecem ser irrelevantes, a distinção formal da ordem social.

O status feminino é derivado de seu estagio no ciclo da vida, de suas funções biológicas e, em particular, de seus laços sexuais e biológicos a homens específicos. Consequentemente, encontramos em sistemas culturais uma oposição decorrente entre o homem, que em última análise significa "Cultura", e a mulher que (definida através de símbolos que salientam suas funções sexuais e biológicas) significa "Natureza" e frequentemente desordem.

A universalidade da subordinação feminina, o fato de existir em todo o tipo de classificação social e econômica e em sociedades de todo grau de complexidade, indica que estamos frente a algo muito profundo e inflexível e que não podemos desenraizar simplesmente re-classificando algumas tarefas e papéis do sistema social, ou mesmo reordenando toda a estrutura econômica, é necessário um novo pensamento, não somente sobre a mulher, mas em todas as relações de gênero, que agregam em suas entranhas todo grau de preconceito e subordinação.

Isto não quer dizer que os fatos biológicos sejam irrelevantes ou que os homens e mulheres não sejam diferentes, mas sim que certas "tradições" e diferenças somente adquirem significado de superior/inferior dentro da estrutura de sistemas de valores culturalmente definidos.

Se não desejarmos nos apoiar no determinismo genético, parece que só há um caminho a seguir: devemos tentar rever, interpretar a subordinação feminina sob a luz de outros fatores universais, elaborados na estrutura da situação mais generalizada, na qual todo ser humano se encontra em qualquer cultura. Podemos assim amplamente equacionar a cultura com a noção de consciência humana (isto é, sistemas de pensamentos e tecnologia) por meio das quais as pessoas procuram garantir o controle sobre a natureza.

Segundo Sevcenko no ritual, na manipulação intencional de formas atributivas com o fim de regular e manter a ordem, cada cultura afirma que a relação adequada entre a existência humana e as forças da natureza depende da utilização dos poderes especiais da cultura para regular, os processos do mundo e da vida.

Voltando agora ao problema da mulher – especificamente nas relações de gênero – seu status cultural secundário poderia ser considerado, simplesmente, postulando-se que as mulheres são identificadas ou simbolicamente associadas com a natureza, em oposição aos homens que são identificados com a cultura.

Uma vez que o plano da cultura e submeter e transcender a natureza, se as mulheres são consideradas parte dela, então a cultura achará "natural" subordina-las, para não dizer oprimi-las. Mas isso não explica e nem justifica as relações de gênero, mas, se constitui em um viés para análises.

É necessário, portanto entender os múltiplos espaços de referência identitária que há entre o homem e o território. É no território que irá se configurar todas as relações sociais, nele é que se apresenta as nuances das relações de gênero, as lutas por igualdade, por se afirmar uma identidade, por evidenciar a diferença.

Finalizando, deve ser enfatizado novamente que todos os sistemas, é uma construção da cultura ao invés de um fato da natureza. As implicações para as mudanças sociais são igualmente circulares, ou seja, pertencem a um ciclo virtuoso: uma visão cultural diferente pode surgir de uma atualidade social diferente; uma atualidade social diferente pode surgir de uma visão cultural diferente.

Da dimensão teórica do trabalho se destaca uma constatação. O reconhecimento que não podemos seguir pensando a relação espaço-sociedade "sem sujeitos", e que estes estão imersos em relações de classe, de "raça", de gênero, isto é, múltiplas relações sociais de poder.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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[1]A frase "O sexo entre as orelhas é mais importante que o sexo entre as pernas" foi escrito por William Shakespeare por volta de 1543, em seus manuscritos.

[2]Mais ou menos comparada com a máxima: A humanidade nasce boa e é desvirtuada pela organização social.

[3] Citado em seu livro:  A Natureza do Espaço. São Paulo: Hucitech, 1998.

[4] Exemplo, disso a afirmação da identidade nacional pode omitir diferenças de classes e diferenças de Gênero.

[5] Esses elementos contribuem para explicar como as identidades são formadas e mantidas, isto é, as identidades são produzidas em momentos particulares no tempo.

[6] A Política de Identidade concentra-se em afirmar a identidade cultural das pessoas que pertencem a um determinado grupo oprimido ou marginalizado. O Feminismo e o Movimento Negro podem ser apontados como os movimentos pioneiros, nisto que podemos chamar de Política Identitária ou Política da Diferença, que marcam o cenário denominado Multicultural, ou Intercultural, dependendo das orientações teóricas e políticas.

[7] São exemplos: o MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra; MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens e etc..

[8] São exemplos: o Movimento Feminista; Movimento Negro, Movimento Gay e etc..

[9] São exemplos: Movimento e/ou Golpe de Estado, Guerrilhas, etc..

[10] A exemplo, dessa afirmação o movimento das mulheres acumulou algumas notáveis conquistas, sofreu algumas sérios malogros e alterou o clima cultural do ocidente, tomando-o quase irreconhecível.

[11] O Feminismo renasce no Brasil, em fins dos anos 70, como resultado das experiências das mulheres no movimento contracultura, nos partidos clandestinos de Esquerda, no exílio, no Movimento Feminista Internacional, nos movimentos contra a carestia e pela anistia e Redemocratização do país, preservando a estruturação da ação política de mulheres, voltadas para a transformação da cultura androcêntrica, fora dos espaços e do controle das organizações patriarcais.

[12] Encontrado em EAGLETON, T. Depois da Teoria - 1998.

[13] Que significa mais do que não querer nada com a teoria - EAGLETON (1998).