RESUMO

Para gramáticos conservadores e grande parte da sociedade, incluindo a escola, a variação linguística é classificada como um fenômeno que prejudica o uso correto da língua e atrapalha o processo de aprendizagem do indivíduo. Os educadores precisam estar atentos, pois esses conceitos equivocados reforçam o preconceito linguístico e tornam o ensino de língua portuguesa opressor. Realizou-se um estudo com o objetivo de propor aos educadores de língua materna da EJA reflexões necessárias sobre suas práticas educativas, a fim de que revejam o mito em torno da norma culta como modelo ideal de uso da língua, considerando então a variação linguística legítima e importante para a constituição do indivíduo ativo na sociedade. Para investigar o que provocou reações negativas a variedade da língua na sociedade, fez-se uma pesquisa bibliográfica, na qual verificou-se na História diferentes momentos da dinâmica do ensino que trouxeram conseqüências positivas e negativas para a educação. Igualmente, realizou-se entrevista com educadores da EJA, na UME Leonardo Nunes, em Santos, para que fosse feito um retrato da postura do professor diante a variação linguística na escola. Os resultados das pesquisas comprovaram que é preciso desmistificar o ideário de norma padrão que identifica esta como única representante de uma língua pura e correta em detrimento da variedade linguística, tão enraizado em nossa cultura. Deste modo, observou-se a importância do conceito para o educador da EJA e que este procure cada vez mais refletir sobre suas ações em sala de aula, tornando o ensino de língua materna enriquecedor para todos. 

Palavras-chave: desmistificar, variação linguística, norma culta, Educação de Jovens e Adultos