Paulo Roberto Alves Falk¹

Dyane Paes Pereira²

RESUMO

O presente estudo visa avaliar a força de membros inferiores através do teste de salto horizontal, o teste mede a capacidade de realizar um esforço máximo no menor tempo possível para saltar a maior distância sem que haja corrida de impulsão. Teste de fácil aplicação, pois se utiliza de materiais de baixo custo. Para VIVIANI, CASAGRANDE e TONIUTTO (1993), muitas qualidades são exigidas para uma boa performance de um jogador de futebol: destreza, força, velocidade de mobilidade articular e habilidade.E segundo FLECK & KRAEMER (1999), para que um indivíduo tenha um desenvolvimento necessita de uma interferência de treinamento de força e fortalecimentos apropriados, que só podem ser alcançados em programas planejados de atividade física entendemos que algumas crianças podem realizar inúmeras repetições de um exercício enquanto outras crianças podem não ser suficientemente fortes para realizar uma única repetição do exercício. Com a verificação dos índices deste teste podemos adequar um programa de treino para desenvolver esta importante valência física exigida pelo futebol. Sendo assim, HAYWOOD & GETCHELL (2004), ressaltam que nas escolas desportivas os testes de força são muitas vezes utilizados, onde o peso corporal é utilizado como resistência. Após a mensuração dos dados obtidos na Escola de Futebol do Grêmio – Núcleo Lages/SC, encontramos para a amostra avaliada a média de 2, 03 metros e desvio padrão ± 0,22, para a maior marca mensurada a distância de 2, 48 metros e a menor distância observada 1,66 metros, para a idade encontramos média de 15, 3 e desvio padrão ± 0, 99.

Palavras – Chave: FUTEBOL, SALTO HORIZONTAL, FORÇA

ABSTRACT 

This study aims to assess the strength of lower limbs by horizontal jump test, the test measures the ability to make a maximum effort in the shortest time possible to jump the greatest distance without any rush to push. Test easy to use because it uses low cost materials. For Vivian, and CASAGRANDE TONIUTTO (1993), many qualities are required for successful performance of a footballer: skill, strength, speed and skill of articular mobility. And second FLECK & KRAEMER (1999), so that an individual has a development needs of an under-training and strengthening appropriate, which can only be achieved in planned programs of physical activity believe that some children can take many repetitions of an exercise while other children may not be strong enough to perform a single repetition of exercise. With the verification of the contents of this test can tailor a training program to develop this important physical strength required for football. So HAYWOOD & GETCHELL (2004), emphasized that school sports tests of strength are often used, where the weight is used as resistance. After the measurement data obtained in the School of Grêmio Football - Center Lages / SC, we found for the sample measured the average of 2, 03 m and standard deviation ± 0.22 for the highest mark measured the distance of 2, 48 meters and lowest observed distance 1.66 meters to find the average age of 15, 3 and SD ± 0, 99.
Words - Key: FOOTBALL, HORIZONTAL JUMP, FORCE

INTRODUÇÃO

O futebol é um fenômeno mundial que é jogado por 200 milhões de pessoas em 190 países, independente de idade, gênero e nível técnico (Cunha, 2003). Para VIVIANI, CASAGRANDE e TONIUTTO (1993), muitas qualidades são exigidas para uma boa performance de um jogador de futebol: destreza, força, velocidade de mobilidade articular e habilidade. Nosso estudo pretende avaliar a força de membros inferiores através do teste de salto horizontal de Matsudo (1995) em alunos de uma escola de futebol, concordando com este modelo de avaliação, Komi (2000) e Goubel (1997) afirmam que uma forma de avaliar a potência muscular nos membros inferiores, através de um método não-invasivo, é o teste de salto vertical e horizontal, cuja confiabilidade tem sido relatada em vários estudos. Para FARINATTI (1995), o professor de educação física deve obter conhecimentos para saber identificar as necessidades e limitações de seus alunos, para assim adequar um programa de trabalho as necessidades de seus alunos. HAYWOOD & GETCHELL (2004), ressaltam que nas escolas os testes de força são muitas vezes utilizados, onde o peso corporal é utilizado como resistência. GUEDES (1997) citando Glencross (1966), afirma que os testes envolvendo saltos no sentido horizontal exigem uma menor habilidade motora do que os testes envolvendo saltos no sentido vertical, muitos especialistas da área preferiram optar pela utilização do teste de salto em distância "parado" como um indicador da potência direcionada ao desempenho motor.

Segundo Fleck e Kraemer (1999) e Kubo et al. (1999):

"A potência é a velocidade com que se desempenha o trabalho de determinado segmento, ou seja, a potência gerada por um salto vertical, é o produto do peso corporal de um sujeito pela altura de sua saída do chão, dividido pelo tempo que demorou a executar a repetição. Morehouse apud BARBANTI (1979, pg 67) diz que força motora é a capacidade do sistema neuromuscular de vencer resistências, como por exemplo, o peso do próprio corpo, um peso, um objeto, etc."

Na bibliografia pesquisada encontramos divergências sobre a validade de exercícios de força para crianças, como afirma FAIGENBAUM & WESTCOTT (2001):

"A vantagem de serem administrados exercícios que envolvem o próprio peso corporal como resistência, é que não se precisa de nenhum equipamento, portanto não há custo. Porém os mesmos autores salientam que a desvantagem está em se ajustar o peso corporal ao nível de força da criança. Observando-se que algumas crianças podem realizar inúmeras repetições de um exercício enquanto outras crianças podem não ser suficientemente forte para realizar uma única repetição do exercício."

Com a verificação dos índices deste teste podemos adequar um programa de treino para desenvolver esta importante valência física exigida pelo futebol que segundo FLECK & KRAEMER (1999), para que um indivíduo tenha um desenvolvimento necessita de uma interferência de treinamento de força e fortalecimentos apropriados, que só podem ser alcançados em programas planejados de atividade física, corrobora com esta idéia WEINECK (2003) que cita em seu estudo a situação de que o indivíduo necessita sempre estar mantendo sua saúde, e esta depende do grau de aptidão física que a pessoa possui, necessitando em grande parte da força e da resistência muscular, o que para o mesmo, a força é extremamente importante ao desenvolvimento e manutenção do aparelho músculo-esquelético.

TREINAMENTO DE FORÇA ATRAVÉS DA PLIOMETRIA

Um dos meios para se potencializar a força explosiva dos atletas é através do treino da pliometria. O treinamento pliométrico assume-se como um método eficaz para aperfeiçoar a força muscular (KOMI, 1984; LUNDIN, 1985; CAVAGNA 1997), baseado em um conjunto de exercícios que permite o músculo atingirem um nível mais elevado de força explosiva fundamentado no ciclo de alongamento e encurtamento. (FORD et al., 1983; CHIMERA et al., 2004). Esta ação provoca no músculo tendinoso um armazenamento de energia elástica que é liberada durante a contração concêntrica na forma de energia cinética transformando a força pura em força rápida (FORD et al., 1983; CAVAGNA, 1997; CHIMERA et al., 2004, LEES et al., 2004).

METODOLOGIA DO SALTO HORIZONTAL PARADO (SHP)

Atleta em pé, pés ligeiramente afastados e paralelos, ponta dos pés logo atrás da linha. O atleta realizava um movimento de balanceio dos braços - à vontade - como movimento preparatório, semiflexionando os joelhos. O salto era realizado lançando os braços para frente, estendendo o quadril, joelhos e tornozelos - por conseqüência do balanceio permitido, o atleta utilizava-se da energia elástica acumulada após a rápida extensão mecânica dos músculos extensores seguida do movimento descrito acima - O objetivo era alcançar a máxima projeção horizontal. O atleta realizou uma única tentativa. (Matsudo, 1995)

PADRONIZAÇÃO DO TESTE DE SALTO HORIZONTAL

Utilizamos para realizar o teste de salto horizontal, um campo de futebol gramado com as dimensões de 90 metros de comprimento, por 45 metros de largura, localizado no bairro Habitação na cidade de Lages/SC. O teste foi realizado com a padronização dos alunos em alguns critérios, como uniforme padrão, composto de shorts, camiseta e meias da escola de futebol e utilização de chuteiras. O horário de aplicação ocorreu das 14h às 16h, todos no mesmo local e data. Para mensuração da distância utilizou-se trena com 5 metros modelo F201 Mundial , para todos os avaliados. Para o teste foi marcado uma linha no chão onde os avaliados deveriam saltar detrás dela para mensurar as medidas, utilizou-se para as medidas a escala em metros.

PÚBLICO ALVO

Nossa amostra compreende alunos regularmente matriculados em escola de futebol de Lages/SC, com cronograma de aulas 3 (três) períodos semanais com duração de duas horas aproximadamente. Para nosso estudo relacionamos um total de 23 (alunos) praticantes da modalidade de futebol, todos do sexo masculino, compreendidos na faixa etária entre 14 e 17 anos de idade.

RESULTADOS

Os resultados encontrados para a amostra de 23 atletas estão expressos na tabela a seguir:

 

Idade

Shuttle Run com bola

Média

15,3

12,42s

Desvio Padrão

± 0,99

± 0,75

Encontramos para a amostra avaliada a média de 2, 03 metros e desvio padrão ± 0,22, para a maior marca mensurada a distância de 2, 48 metros e a menor distância observada 1,66 metros.

CONCLUSÃO

Concluímos que o teste de salto horizontal além de não invasivo e de baixo custo com a utilização de materiais viáveis a escolas de iniciação desportiva podem orientar um programa de treinos de força para membros inferiores a crianças e adolescentes utilizando somente o peso do corpo como sobrecarga neste tipo de exercício. Necessita de um acompanhamento posterior a aplicação do programa de treinos para se comprovar efetivamente ganho de força de membros inferiores na amostra avaliada.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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