USO DE SOFTWARES DE GEOMETRIA DINÂMICA COMO ALTERNATIVA DIDÁTICA PARA A APRENDIZAGEM DE GEOMETRIA NO 1º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO.

Autor: Jeremias Emílio Móbrica

Mestrando em Educação Matemática pela Universidade Pedagógica de Moçambique. 

1.         INTRODUÇÃO

Este artigo tem como objectivo discutir a construção do conhecimento à luz das diversas teorias sobre a aprendizagem da Matemática, particularmente no estudo da Geometria. Este trabalho surge como resultado de algumas reflexões feitas sobre as dificuldades que os alunos encaram na aprendizagem da Geometria e, nele, pretende-se mostrar a relevância do uso de softwares educacionais na sala de aula como um factor motivador e auxiliar no processo de ensino – aprendizagem da Matemática e da Geometria em particular.

Perante as constantes inovações tecnológicas e as novas opções de ferramentas de ensino, muito se tem discutido sobre a mudança de paradigmas de educação. Nesta nova visão de educação, os alunos devem ser preparados como construtores do seu conhecimento, sujeitos activos do processo de ensino – aprendizagem em que a intuição e a descoberta são elementos privilegiados.

Uma das estratégias definidas para a melhoria da qualidade do ensino secundário geral e torná-lo mais profissionalizante é a introdução de centros de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC´s) em todas as escolas de modo que os alunos e professores possam utilizar de forma interactiva nas suas práticas de ensino – aprendizagem. (MEC: 2007).

Actualmente, têm-se desenvolvido diversos ambientes computacionais que proporcionam uma abordagem dinâmica da Geometria, valorizando assim competências e capacidades que se encontram expressas nos diferentes programas de ensino, trazendo como pano de fundo uma perspectiva construtivista da aprendizagem, que fornecem ao aluno ambientes de trabalho susceptíveis de facilitar, em particular nos níveis de escolaridade mais elementares, abordagens intuitivas de conceitos geométricos.  

Para Perrenoud (2000:139) “as novas tecnologias podem reforçar a contribuição dos trabalhos pedagógicos e didácticos contemporâneos, pois permite que sejam criadas novas situações de aprendizagem ricas, complexas, diversificadas, por meio de uma divisão de trabalho que não faz mais que todo o investimento repouse sobre o professor, uma vez que tanto as informações quanto a dimensão interactiva são assumidas pelos produtores dos instrumentos”.     

Estes programas, permitem a construção de figuras planas e a sua posterior transformação e manipulação dos seus elementos de base para verificação de propriedades, e, vêm valorizar a componente experimental do ensino da geometria convidando o aluno a recorrer a um grande número de exemplos que o induzirão a colocar conjecturas e a verificá-las.

Papert (1985) defende a idéia de que o  uso de computadores pode contribuir para desenvolver processos mentais, auxiliar a escola a lidar com dificuldades em relação à Matemática e geometria; enfim, mudar os meios de acesso ao conhecimento.

Trabalhando com um grupo de pesquisa no MIT - Massachusetts Institute of Technology, nos Estados Unidos, Papert desenvolveu pesquisas sobre computadores e educação. Com base no trabalho desenvolvido, o autor afirmou que o uso do computador poderá auxiliar para que os alunos aprendam o que as escolas tentam ensinar, com menos dificuldades, despesas, menos dolorosamente e com maior sucesso.

Na tentativa de ultrapassar estas e outras dificuldades encontradas em nossas salas de aula e proporcionar uma efectiva aprendizagem nos alunos, torna-se necessário actualizar as técnicas e metodologias de ensino recorrendo ao uso de programas virtuais interactivos. Não se trata, contudo e simplesmente, de considerar como tais tecnologias podem ou não ajudar a didáctica do ensino e na pesquisa académica, mas sobretudo de entender como o próprio sentido da educação matemática e seus métodos estariam sendo transformados em toda a sua complexidade.