Em um século de Umbanda, ainda persistimos na vã tentativa de um padrão ou uma liturgia pré-definida para a religião de Umbanda, onde alguns conceitos se complementam e outros anulam-se completamente.
Sabemos que a Umbanda por tratar-se de uma religião, vai adaptando-se ao seu tempo e amoldando-se em acordo com a necessidade e cultura dos seus fiéis. Esse processo de renovação é continuo, pois caso contrário, a religião cai no ostracismo, pois já não passa a atender a uma grande gama de seus fiéis e suas necessidades intimas outrora sanadas pela sua religião, deixando de estimula-lo a voltar-se a Deus, pois todas as religiões são meios de nos voltarmos a Ele O Criador de Tudo e Todos.
A Umbanda destaca-se como uma religião impar, justamente por agregar em torno de si diversas formas de culto não se apegando assim a uma liturgia ou dogma que restringe e poda o seu crescimento.
Hoje muito já se fala de Umbanda e muito se falara daqui a um milênio de existência de Umbanda, pois naturalmente ela se renova em cada templo vivo de Deus que são os médiuns por qual os oráculos e as vontades dos Orixás manifestam-se.
Médiuns templos vivos de Deus, eis o mistério pelo qual a Umbanda não possui uma liturgia estável ou um dogma fixo.
A Religião de Umbanda pariu varias umbandas todas Sagradas filhas diletas do UM, pois temos : Umbanda Branca, Pura, Traçada, Cruzada, Divina, Esotérica, Iniciática,. Evangelizada, Omolocô, Umbanda Branca de Demanda, Umbanda Cristã, Umbanda de Caboclo, Umbanda de Mesa, Umbanda Mista, etc, A lista é grande e muito se cogitou, muito se falou, muito se digladiou por uma denominação ou modelo que mais falasse ao coração ou a percepção ou ao bom senso dos Umbandistas.
Pois bem, nada conseguimos nesse aspecto, pois é justamente a diversidade que torna a religião mais rica.
O que é a Umbanda?
A Umbanda é paz e amor. É um mundo cheio de luz. É a força que nos dá vida e a grandeza nos conduz. Esta explicito no maravilhoso Hino da Umbanda o que ela é em si mesma. Umbanda é a manifestação do espírito para prática da caridade pura, gratuita e sem que haja o proselitismo. Umbanda é culto aos Orixás da Natureza, pois somos unânimes em dizer que todo templo de Umbanda reúne esses conceitos básicos.
Porem não há uma liturgia pré-definida na Umbanda, pois cada médium é um templo em si e desperta de forma individual as forças sagradas que traz em seu intimo onde imprime a sua própria dinâmica, segundo as Divindades-Orixás que o regem e, assim que assume uma liderança natural de sacerdote e passa a desenvolver seus filhos em seu templo, toda a dinâmica e doutrina será em acordo com as forças espirituais que manifesta-se através do sacerdote dirigente do templo. Então se temos um sacerdote cujas forças são regidas por Oxalá e Iemanjá, esse templo assim como sua dinâmica e doutrina será totalmente passiva onde os trabalhos ocorrem com uma tranqüilidade e paz muito grande. Porem se o sacerdote for regido por Ogum e Iansã, esse templo assim como sua dinâmica e doutrina será totalmente ativa, onde os trabalhos ocorreram com uma agilidade, movimentação e rigidez provenientes desses orixás.
No primeiro exemplo onde o sacerdote é regido por Oxalá e Iemanjá, o trabalho realizado ali pode denominar-se desde que assim seja determinado pelo guia chefe do terreiro, de uma Umbanda com um novo qualificativo ou sobrenome como por exemplo:Umbanda Cristã devido a passividade reinante nos trabalhos.
Porem no segundo exemplo onde o sacerdote é regido por. Ogum e Iansã, o trabalho realizado ali pode denominar-se desde que assim seja determinado pelo guia chefe do terreiro, de uma Umbanda com um novo qualificativo ou sobrenome como por exemplo: Umbanda de Lei e Demanda devido a atividade e a regência direta desse Orixás de Lei reinante nos trabalhos.
É muita pretensão nossa acharmos que esses Sobrenomes ou qualidades agregados na Umbanda foram criados aleatoriamente e não tenha passado pelo crivo ou a ciência de um guia chefe de Umbanda, pois todos esses são detentores de graus de luz e aptos a darem um sobrenome ou uma qualidade à liturgia ali desenvolvida pelos guias chefes de terreiros.
É definitivamente verdadeiro que a Umbanda é Uma religião Brasileira, Fundada por Um espírito chamado Caboclo Das Sete Encruzilhadas através de seu também fundador encarnado Pai Zélio de Morais. É dogma fundamental e inalterável conforme as palavras ditas pelo fundador da Umbanda O senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas que "Todas as Entidades serão ouvidas e nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos àqueles que souberem menos, e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai"
É dogma fundamental e inalterável que "Umbanda é a manifestação do espírito para pratica da caridade pura, gratuita e sem o recurso do proselitismo"
É dogma fundamental e inalterável que "Umbanda é o Culto a Deus, por meio dos Orixás que são manifestadores de Suas Qualidades Divinas"
À parte disso, na Umbanda não há um dogma ou uma liturgia que define uma regra estabelecida para pratica-la, pois, cada médium manifesta uma natureza intima e individual no qual herdamos de Deus nosso Divino Criador, e a Umbanda que é o culto à natureza, manifesta-se a partir dessa natureza ou dna divino que herdamos de Deus individualmente.
Por isso a existência de varias Umbandas na Umbanda, todas sagradas e detentoras de direitos divinos de manifestarem-se com esses nomes, pois é a manifestação de Deus a partir do individual existente no Todo. Assim como Deus nos gerou a sua imagem e semelhança e nos dotou individualmente com uma particularidade única que só existe em nós, assim também é a Umbanda que gerou tantas outras umbandas e as dotou individualmente com uma particularidade única existente somente nessas umbandas.
Minhas reverências as Umbandas: Umbanda Branca, Pura, Traçada, Cruzada, Divina, Esotérica, Iniciática,. Evangelizada, Omolocô, Umbanda Branca de Demanda, Umbanda Cristã, Umbanda de Caboclo, Umbanda de Mesa, Umbanda Mista, Umbanda de Lei, Umbanda Renovada, etc Todas ao meu ver Sagradas, pois todas sem exceção foram a manifestação da vontade das forças espirituais, naturais, divinas, guias e protetores daqueles sacerdotes que assim à denominaram e expandiram seus cultos movidos por uma vontade maior.
Sarava a Umbanda essa parteira divina, que ao gerar suas filhas também denominadas de Umbanda e batizadas pelos guias-chefes com um sobrenome identificador de seu campo de ação, também exercem de forma digna a pratica da caridade pura e gratuita.
Minhas reverências aos Sacerdotes Baluartes que dedicaram suas vidas a expansão do culto e cujo intimo com toda a certeza foi movido pelo amor em tornar a Umbanda uma Grande Via Evolucionista.
Minhas reverências à todos aqueles que na particularidade do seus lares feitos templos de Umbanda em um dia especifico da semana, onde arrastavam o sofá e transformavam a cômoda em conga e no anonimato de suas casas incorporavam seus guias para fazerem a caridade pura e gratuita ajudaram a engrandecer a Umbanda e expandi-la como religião de massa.

Sarava a Umbanda, Sarava as Umbandas.