Autor: José Patrocínio de Souza

Uma visão histórica sobre o dia 14 de julho

O dia 14 de julho é um dia marcante para os franceses, neste dia se comemora a data nacional da França, onde terminou se transformando num símbolo a “Bastilha” numa referencia para todo o mundo ocidental. A prisão parisiense, menos sinistra do que a legenda com a qual entrou para a historia, passou a ser símbolo de absolutismo, de opressão e de tirania.

E a sua tomada no dia 4 de julho, passou a significara vitoria da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Em seu nome, a frança viveu a pior das tiranias a do terror, de que foram símbolos, sucessivamente, Danton, Robespierre e Marat com seu trágico e previsível destino. Mas a bastilha foi o prenuncio de uma triste agonia, período conhecido como o terror significou as dores do parto do mundo contemporâneo.

Num sentido ou noutro, somos todos filhos e herdeiros dessa era em que, em maior ou menor medida, foram plantadas as crenças e as mais arraigadas convicções políticas do mundo atual. Isto, sem duvidas o mundo ocidental deva a França.

Podemos até lamentar que a revolução francesa tenha partido e embalado o Napoleão Bonaparte, que os franceses cultivam com  admiração referencial do maior dos seus mitos, ainda que seu rastro esteja tingido pelo sangue de milhares de vitimas. Mas o que dizer do nosso século que na contabilidade trágica de duas guerras, um holocausto e dezenas de expurgos, acumulou mais de 170 milhões de mortos? Comparado com a ambição napoleônica, é um século de sangue, patrocinado pelas figuras sinistras de Hitler, Mussolini, Stalin, e seus sequazes que, por si só santificam a cruzada do pequeno corso.

Contados os mortos e descontados as vitimas, a revolução que começou com a tomada da bastilha, representou para o mundo a vitoria dos princípios, a superioridade das virtudes e a perenidade das conquistas democráticas contra o abscurantismo, o atraso, o privilegio e a opressão. É por isso que a historia contemporânea, que começou com a revolução francesa , no dia 14 de julho de 1789 , tem exatos dois séculos, pois terminou no dia 9 de novembro de 1989, data da queda de outro odioso símbolo o MURO DE BERLIM.

Triste odisseia, a da humanidade, que constrói, com obstinação, símbolos terríveis, de ódio e repressão, felizmente incapazes de suportar o impacto dos ventos estimulantes da liberdade, que alimentam a alma humana em todos os séculos.

Eu faço votos de que a nova era histórica que estamos vivendo seja marcada exatamente pelo indomável espírito libertário que destruiu, com intervalo de 200 anos, essas fortalezas odiadas da tirania