Autor: José Patrocínio de Souza

Especialista em Docência do Ensino superior.

UMA REFLEXÃO SOBRE O MENOR TRAFICANTE, SOCIEDADE E INSTITUIÇÕES.

O menor traficante.

Há alguns anos atrás, era muito difícil encontrar-se um menor de posse de entorpecente. Com o advento do novo sistema repressivo, a condição antijurídica é representada também pelo fato de portar, simplesmente, o toxico , seja ele para seu uso ou não, em quantidade grande ou pequena. O que importa é a verificação da presença do tóxico com indivíduo.

Com isso, foi cortada a evasiva dos traficantes, que surpreendidos na prática desse delito, assumiam a posição de viciados, escapando assim da sanção penal.

Na impossibilidade de portar tranquilamente os entorpecentes, os traficantes passaram a se utilizar de menores para realizar seu comércio.

É comum hoje em dia ver os menores comercializando drogas nas grandes cidades do nosso Brasil. Na verdade estes menores não são traficantes e sim as mulas do tráfico de drogas que por sua vez não tem o pão de cada dia para comer, e passar-se a sobreviver trabalhando para os traficantes e como a lei brasileira é ultrapassada como estamos cansados de saber, este menor assume o lugar do maior, e até executar homicídios de forma cruel que estão deixando a nossa sociedade apreensiva e nada tem sido feito para tentar frear esta prática que já estar uma epidemia nos dias atuais.

O menor encontra-se em favor da lei brasileira, e serve - se como um instrumento para que o mesmo possa exercer seu comércio sem os riscos de uma punição e até apreensão policial, simplesmente, como caixa, enquanto este menor é o vendedor ou entregador da mercadoria.

Portanto, vivemos em uma sociedade, em que as relações técnicas já substituíram as relações éticas, que ligavam os agrupamentos humanos do passado. De uma sociedade coadjuvante, que passamos a uma sociedade competitiva, onde a técnica substituiu o amor e em seio cada aumento de disponibilidade corresponde a maiores riscos e maior isolamento para o individuo. Sabemos que não é necessário ter cultura e inteligência excepcional para compreendermos que a motivação do nosso progresso não visou o destino pessoal de cada homem, mas a coletividade.     

Entendemos que não é mais a ajuda ao próximo que interessam, porém a necessidade de selecionar os melhores elementos humanos para a gigantesca máquina funcione de forma eficiente e em melhores condições.

Acreditamos que já é tempo de entendermos também ao individual da pessoa, desprezando os modelos padronizados e as falsas aparências, que a única coisa que fazem é manter-nos num mundo ilusório, diariamente oposto á realidade vivida nos dias atuais.

Não podemos obscurecer que a angústia e o desespero estimulados por uma filosofia pessimista da vida, encarregaram-se de frustrar os grandes ideais, individuais e sociais do homem.

Minadas de suas crenças religiosas, morais, sentimentais e políticas, ele foi atingido por uma angústia vital que afeta até mesmo seu espírito de sociabilidade e senso do dever. Assim forçoso é reconhecer que a patogênese do ante – social, estão na própria sociedade. A sociedade é a causadora dessa ante - sociabilidade, quando apresenta um estado contraditório entre o ideal a conseguir (excitante e maravilhoso) e a realidade insegura , repleta de grandes sacrifícios.

O ser humano se desilude, e revoltado, recorre a expedientes absurdos que lhe deem uma perspectiva da auto - realização. Daí o crime, a agressividade, o vício e todos os processos exclusos usados por uma mente conturbada.

Outro fenômeno patológico de ordem geral que atingem nossa época, motivado por esta tal “técnica,” é a alienação psíquica do homem. A superabundância de bens materiais, conseguidos graças à racionalização e mecanização do trabalho, bem como, a implantação da organização em todas as manifestações da vida do homem, trouxe, contudo, em contrapartida, a desumanização, a indiferença e a alienação do ser humano, não só com relação ao produto do seu trabalho, como também com relação à sociedade e a si próprio.

As instituições criadas pelo homem como meios auxiliares para a sua auto- realização e defesa, ao converterem-se em fórmulas fixas, em disposições permanentes e obrigações, terminaram sobrepondo-se e usurpando a posição do homem, transformando - os em escavo.

Desta forma, podemos concluir que garantindo, a priori, que a solução de um problema surgido num estado de crise da sociedade, não pode ser encontrada, senão, por meio de uma nova política que afete toda essa sociedade, sua organização, seus objetivos, sua hierarquia de valores e etc.

 É que, em uma  sociedade voltada para o aperfeiçoamento dos valores humanos e não para a produção e consumo de bens, em uma sociedade digna de ser amada e em que haja segurança, não haverá problemas angustiosos como as drogas e outras práticas, portanto, ninguém quererá fugir desta mesma sociedade, e, muito menos, pelo processo degradante do uso destas e outra drogas.

A solidão e o desamparo do homem contemporâneo fazem dele uma presa certa para aquilo que o ajuda esquecer e a sonhar, pelo menos momentaneamente, ou seja, a droga.