A história da pedagogia é bastante oscilante desde seu surgimento na escola normal, ao passar pela sua efetivação no ensino superior até aos dias atuais, quando muitos ainda se perguntam: O que é a pedagogia? Quem é o pedagogo?

A pedagogia é vista em um primeiro momento como uma disciplina da escola normal voltada para o ensino e para a prática. Depois, no que podemos chamar de segundo momento, a pedagogia surge no ensino superior como uma seção da faculdade de filosofia, ciências e letras. Agora seu caráter é voltado para as ciências. Em primeiro é dividida em pedagogia; a que formava o bacharel e era a didática que fornecia a licenciatura em docência. Após este momento há uma incorporação e o curso de pedagogia passa a formar o professor (com a didática opcional) e o bacharel em pedagogia. E, 1969 há a saída do bacharelado e a introdução das habilitações. Em 1996 existe a passagem definitiva da formação dos professores no nível superior, sendo eles professores da educação básica, coexistindo as escolas normais.

Enquanto na formação dos professores no curso de pedagogia podemos nos remeter que há uma tendência que a sua formação passe pela docência. Apesar da pedagogia no nível superior adquirir um caráter cientifico e uma vasta gama de habilitações ela continua com a necessidade do aluno passar pela docência, mesmo que ele depois não vá exerce - la (há não ser no período em que a didática era opcional no curso). Ao longo do tempo o curso de pedagogia tornou-se responsável por formar além do técnico em educação o professor do ensino fundamental. Sendo em algumas instituições a priorização em formar o técnico e em outras o professor.

Podemos dizer que a construção do curso de pedagogia e a formação dos pedagogos são muito oscilantes. Hoje já existem propostas para a criação de um local e um modo específico para formar professores a nível superior. Desta forma a pedagogia (curso) formaria os especialistas, os técnicos da educação. Porém são propostas e modificações que talvez ocorrerão ao longo do tempo. Como no passado a pedagogia estava relacionada à formação do professor apenas por uma matéria curricular e depois passou a ser o curso que formava o professor. Não podemos dizer se há alguns anos ele ainda terá relação com a docência e a formação dos professores. Por enquanto ainda temos esta estreita relação da docência com a pedagogia.

Uma das dificuldades encontradas na formação dos educadores  é a dissociação que se faz entre a teoria e a prática, ou seja, a separação entre o que se vê nos conteúdos do que se trabalha nas Universidades e o que se trabalha em sala de aula.

Um ponto que merece ser destacado em relação à profissão docente é a desvalorização dos professores e as dificuldades em se constituir uma diretriz que não tenha tantos conflitos que permeiam desde o início podendo serem vistos ainda nos dias atuais.

Na atualidade é exigido do professor que ele pesquise, construa um projeto político pedagógico, teorize as práticas, tornando-as inovadoras; atualize-se permanentemente; e que maneje as instrumentalizações tecnológicas. A formação de professores está ligada à pesquisa, já que é através de uma análise crítica da sua prática que o professor toma consciência de dimensões e questões anteriormente ignoradas.

A formação do professor é fator imprescindível para que a escola ou os outros ambientes que ele virá a trabalhar consiga alcançar melhores resultados, uma vez que o professor pode adotar em sua prática cotidiana uma postura que deverá auxiliar no desenvolvimento de um processo reflexivo.

 

 

 

    Referências:

BISSOLLI DA SILVA, Carmem Silvia. “O lugar da Pedagogia na formação de professores”. In: TIBALLI, Elianda F. Arantes (org.) e CHAVES Sandramara Matias (org.). Concepções e práticas em formação de professores: diferentes olhares. Série endipe.
Coed. Editora Alternativa, 2003. P.249 – 266.

LIBÂNEO, José Carlos; Pimenta, Selma Garrido. ”Formação dos profissionais da educação:Visão Crítica e perspectivas de mudança”. In: PIMENTA, Selma Garrido (org.). Pedagogia e pedagogos: Caminhos e perspectivas. São Paulo:Cortez,2002.P.11 – 57.