Verificamos com muita facilidade desde meados do início da colonização brasileira, que existia a partir daí uma enorme distância entre classes sociais ou raças, que no caso brasileiro já se fazia distinção entre o colono português, os nativos (índios) no recebimento da educação dada pelos Jesuítas, educação essa que era diferenciada de acordo com sua origem; dessa forma, uns tinha uma educação mais complexa e os outros mais fácil.

Além do que foi elencado anteriormente tem-se ainda a ideia que o Estado estaria fazendo um favor a sociedade e não cumprindo uma obrigação devida com seus cidadãos (CURY, 2000). E mais, tem-se ainda a impressão que uma população com pouca educação, é uma sociedade sem conhecimento dos seus direitos, sendo assim uma massa fácil de manipular de acordo com os interesses de seus gestores, “Papagaio Velho não aprende a falar” (PAULO FREIRE, 1983).

Os encarcerados são os que mais sofrem! Mas não são os encarcerados em presídios Estaduais e Federais não, e sim os encarcerados dentro de seus limites de conhecimento, dessa forma, ficando estacionados e presos a um conhecimento limitado e atendendo aos interesses dos seus superiores, que no caso especifico, são os políticos e empresários de grande porte.

A Educação pra Jovens e Adultos é oferecida a população que não teve oportunidade de estudar ou simplesmente desprezou essa chance de evolução intelectual, e foi em 1930 que a educação tem-se uma subida em seus índices de atuação, devido a necessidade de uma mão de obra especifica e minimamente qualificada para os interesses dos grandes executivos de capacitar seus empregados em suas Industrias. Uma espécie de reprodução do que ocorreu em Países de 1º mundo, 100 anos antes, em meados de 1830.

 As aspirações educacionais segundo Celso Beisiegel (1974, p.30-31) mostra como o sistema de relações econômicas, um modo de produzir bens e serviços, influenciou as “aspirações educacionais voltadas para a realização de expectativas de mobilidade social vertical compatíveis com as mudanças observadas na estrutura do mercado de trabalho.” Ou seja, um ensino destinado a uma certa classe, com interesses específicos para se transformarem em elementos de produção, e a outra destinada as elites.

Em 1947 no Brasil as leis educacionais são ampliadas de modo a ampliar o ensino primário no país, visando o ensino básico para crianças e adultos, fruto de movimentos sociais surgidos na década de 50 e 60 do século XX, tais como, LDB nº 4024/61, mas a EJA só aparece oficialmente em uma Lei Federal no ano de 1971 e em 1988 estendeu o direito a educação e sua gratuidade a todos através da Constituição Federal.

Portanto a EJA está em um processo muito lento de modernização, para atender realmente aos maiores interessados, que é o cidadão ainda semianalfabeto ou totalmente analfabeto, dessa forma, o Brasil anda a passos demasiados lentos para atender a real necessidade dos estudantes, pois fica claro que apenas permitir que pessoas galguem um degrau a mais em seu nível escolar, não é proporcionar uma educação de qualidade.

REFERENCIAS:

SAMPAIO, Mariza Narcizo. Educação de Jovens e Adultos, uma história de complexidade e tensões, RN – 2009;

BEISIEGEL, Celso de Rui. Estado e educação popular: um estudo

sobre educação de adultos. São Paulo: Pioneira, 1974. (Biblioteca

Pioneira de Ciências Sociais);