UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA AS EMPRESAS

HERBST, T.[1]

SOUZA, S.¹

CARLOS, R. [2]

NEHLS, C [3]

RESUMO

O desenvolvimento deste trabalho baseia-se na oportunidade de utilizar a SEMAE (Semana do Meio Ambiente na Empresa), programa instituído nas empresas da região, planejando e executando atividades ineren-tes a ocasião, possibilitando a oportunidade para refletir-se e buscar-se soluções para possíveis problemas do cotidiano, nos quais todas as pessoas estão relacionadas e são por isso dependente. Na perspectiva de melhor conscientização e criação de cidadania nas pessoas, são feitas algumas proposições de Educação Ambiental, que podem ser adequadas no cotidiano, na empresa e na interação social dos seus funcionários.

Palavras chave: Educação Ambiental (EA), Semana do meio ambiente na Empresa (SEMAE).

1.INTRODUÇÃO

O atual sistema econômico requer uma constante corrida em busca de superação de índices e produtividade; por essa razão, as pessoas envolvidas nesse processo precisam ser devidamente orientadas que suas performances, em determinados momentos, se não forem adequadas ou próprias para a situação, podem onerar prejuízos para o meio e conseqüentemente para elas próprias.

Apropriando-se da oportunidade de reflexão sobre o comportamento dos seres humanos no meio, para a SEMAE, abordaram-se alguns temas específicos sobre o meio ambiente. Através disso, podem-se desenvolver alguns conceitos de EA, para assim fazer com que as pessoas compreendam um pouco mais dos processos em que estão inseridas, e quando suas atitudes e atos não forem coerentes e sensatos, os danos e as conseqüências podem ser para elas próprias e para o meio ao qual estão inseridas.

2 OBJETIVOS

2.1OBJETIVO GERAL

Desenvolver estratégias de Educação Ambiental aos funcionários da empresa, na busca de reflexões e possíveis mudanças para atitudes positivas com relação ao Meio Ambiente.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Despertar nas pessoas a importância das mudanças no comportamento em relação às questões ambientais;

Alertar dos possíveis riscos das ações e atitudes insensatas no equilíbrio do Ambiente;

Conscientizar os funcionários da empre-sa com questões ambientais;

Inserir na empresa proposições de Educação Ambiental.

3 METODOLOGIA DO DESENVOL-VIMENTO

A SEMAE é desenvolvida na primeira semana do mês de junho, na qual se comemora o dia Nacional do Meio Ambiente: 05/06. Nesse momento, aproveita-se para chamar à atenção de todos, desenvolvendo reflexão, conscientização e mudanças de hábitos, sempre em busca de melhorias contínuas com relação ao Meio Ambiente. A programação dá-se após planejamento de temas específicos que propõem EA, que deverão ser repassados de maneira simples e fácil compreensão. Conforme a proposição, as atividades voltadas à conscientização ambiental foram elaboradas por meio de palestras, as quais se realizarão sendo que data e horários serão devida-mente estipulados a critério da Empresa e serão abordados os seguintes temas: EA, Recursos Hídricos, Reciclagem, Efeito Estufa e Unidades de Conservação.

Também serão elaborados e distri-buídos panfletos aos funcionários contendo informações da programação da SEMAE com os temas referidos acima.

4. EMBASAMENTO DA PESQUISA

4.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Educação Ambiental é uma parte da educação cujo objetivo é a disseminação do conhecimento sobre o ambiente, a fim de ajudar a sua preservação e utilização sustentável dos seus recursos. Na visão de Almeida Jr.(1992) apud Layrargues, (2002:212), a Ed. Ambiental deve ser usada "(...) como instrumento de transformação social. Seu verdadeiro sentido é a promoção de valores fundamentais da sociedade moderna".

É no dia-a-dia que a prática faz-se mais necessária. São pequenos atos que dão início a grandes transformações, uma vez que indivíduo percebe a importância de hábitos e atitudes saudáveis tanto para si quanto para o meio, podendo ser até um exemplo para que mais pessoas tornem-se corretamente ativas em suas ações e interações.

Na visão de (Lewontin, 1983:63)

"os organismos e o meio ambiente não estão determinados em separado...O meio ambiente não é uma estrutura imposta sobre os seres viventes desde o exterior, mas é criação desses seres. O meio ambiente não é um processo autônomo, mas um reflexo da biologia da espécie. Assim como não existem organismos sem meio ambiente, não há meio ambiente sem organismos"

4.2 RECURSOS HÍDRICOS

4.2.1 Água: Um bem Comum Ameaçado

A água é o bem mais precioso da humanidade. Ela recobre ¾ da superfície de nosso globo e constituem igualmente ¾ tecidos vivos. É indispensável haver água potável, a água salgada do mar, mesmo estando próxima não pode ser utilizada, exceto se for dessalinizada a um preço muito alto para a maioria dos usos. (Jacques Vernier, 2006).

A água doce representa apenas 2,5 da água disponível no planeta, mas quase três partes dela esta nas calotas polares, ou em lençóis subterrâneos. A pequena parcela de água doce superficial que sobra, presente nos rios e lagos encontra-se em grande parte poluída por esgotos urbanos, resíduos industriais e agrotóxicos. As atividades humanas que mais contribuem para a escassez da água

são:

Agricultura: é a atividade que mais consome água. Cerca de 69%.

Indústria: os processos industriais consomem grandes quantidades de água tratada, 23%.

Abastecimento doméstico: consumo de água chega a 8%.

4.2.2 O que você pode fazer para evitar o desperdício?

·Reduzir o consumo doméstico de água potável, concertando vazamentos e evitando desperdícios;

·Não jogar lixo nos rios, lagos e mesmos nas ruas;

·Exigir das autoridades que o esgoto seja tratado em estações de tratamento e não jogado diretamente nos rios ou mares;

·Exigir que os municípios adotem um manejo adequado dos resíduos tóxicos.

·Propor, a instalação de sistemas de coleta seletiva e estação para coletas de produtos tóxicos domiciliares;

·Usar com moderação, de acordo com as recomendações dos fabricantes, detergentes (biodegradáveis), água sanitária (que contenha cloro), sabão em pó e demais produtos de limpeza;

·Consumir preferencialmente pro-dutos orgânicos, para estimular o cultivo de alimentos sem aplicação de agro-tóxicos, que poluem os recursos hídricos; Organizar-se.

·Os consumidores organizados pó-dem, por exemplo, pressionar as empresas a fabricar produtos de limpeza que não poluam o meio ambiente, exigir que as indústrias se responsabilizem pelo manejo de seus resíduos tóxicos e publiquem seu Balanço Ambiental, com informações sobre tratamento de resíduos sólidos, efluentes e emissões atmosféricas.

4.3 RECICLAGEM

4.3 1 Resíduos

Resíduo pode ser considerado qualquer material que sobra após uma ação ou processo produtivo. Diversos tipos de resíduos (sólidos, líquidos e gasosos) são gerados nos processos de extração de recursos naturais, transformação, fabri-cação, ou consumo de produtos e serviços. Esses resíduos passam a ser descartados e acumulados no meio ambiente, causando não somente problemas de poluição, como caracterizando desperdício da matéria originalmente utilizada.Ode

Como muitos materiais produzidos pelo homem não são biodegradáveis, levam anos para se decompor. Alguns exemplos são citados no quadro que segue:

Tabela 01: Tipos de resíduos e o tempo de decomposição deles.

(Fonte: www.fec.unicamp.br, folder Seluma}.

Como esta sendo abordado o assunto "reciclagem", seria interessante saber o que pode reciclar e o que não pode reciclar, com a cor padrão de cada recipiente que receberá este resíduo, conforme é demonstrado na próxima tabela.

O que se recicla O que não se recicla Papel: embalagens, jornais, revistas, caixas, etc. Orgânicos: cascas de frutas, legumes e verdura, folhas de podas, bagaço de frutas, erva de chimarrão, borra de café, cascas de ovos, etc Vidro: potes e jarros, vidros de conserva, vidros de produtos de limpeza, copos, cacos de vidro, garrafas, frascos, etc. Inorgânicos: cerâmicas, porcelanas, pontas de cigarro, isopor, acrílico, papel carbono, espelhos, fotografias, fitas, etiquetas adesivas, lâmpadas, baterias de carro e de celular, pilhas, papel higiênico e lenços. Metal: latas em geral, parafusos, arames, tampas, fios, etc.   Plástico: Garrafas em geral, embalagens de produtos de higiene e limpeza, tubos, canos, sacos, sacolas baldes, bacias, copos descartáveis, etc.

Tabela 02: Tipos de resíduos de acordo com as cores específicas da coleta seletiva.

(Fonte: Folder Seluma)

O princípio dos 3R's propõe que as pessoas e as instituições adotem, em todos os seus atos e ações cotidianas, a seguinte ordem de prioridades: Reduzir, Reutilizar e Reciclar, porque na natureza nada se perde nada se cria tudo se transforma.

4.4. Efeito Estufa

Será abordado para os funcionários que o efeito estufa é o aquecimento da Terra, ou seja, é a elevação da temperatura terrestre em virtude da presença de certos gases na atmosfera, que são eles: Dióxido de carbono (CO₂), Metano(CH₄), Clorofluorcabonetos (CFC's) e Óxido nitroso (N₂O).

4.4.1 O que acelera o fenômeno do Efeito Estufa?

Instalações fixas de combustão (aque-cimentos domésticos centrais elétricos ter-micas, caldeiras industriais); Automóveis; Alguns processos da indústria; Queimadas; Desmatamentos; entre outros.

As principais medidas mitigadoras para sanar os danos ambientais e sócio-econômicos causados pelo efeito estufa são:

·A utilização de energias limpas;

·Filtros nas fábricas, empresas e casas;

·Carros movidos a combustíveis não poluentes (hidrogênio e outros);

·Revisar o carro regularmente;

·Optar pelo transporte público, cami-nhadas ou andar de bicicleta; Plantar árvores;

·Outra estratégia viável e útil é desviar o CO₂ emitido para o fundo do mar;

·Créditos de carbono;

·Os governosdeveriam desen-volver uma política energética que contemple a qualidade do ar e o efeito estufa, sem deixar de lado a compe-titividade econômica;

·Os governos poderiam reduzir a emissão de dióxido de carbono por meio da conservação de energia e do apro-veitamento de fontes alternativas;

·Os governos deveriam incentivar e premiar as empresas que diminuam as suas emissões.

O desafio é com certeza reduzir o CO_2, à combustão de combustíveis fós-seis, as queimadas, os desmatamentos, agricultura mal planejada, pecuária expansiva, outras.

4.5 Unidades de Conservação

Unidade de Conservação (UC): espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características natu-rais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial e administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção (Art. 2° item 1, da Lei n° 9.985, de18 julho de 2000, que cria o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC.

As unidades de conservação dividem-se em dois grupos:

a)Unidades de Proteção Integral: tem o objetivo de preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto.

b) Unidades de uso sustentável: têm o objetivo de compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais.

5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

No desenvolver desse tipo de atividade, além de uma interação mais direta com os funcionários (palestras X perguntas X duvidas), é uma possibilidade de dire-cionarem-se assuntos que são inerentes a todos, possibilitando a conscientização deles. Assim, as pessoas terão a oportunidade de refletir sobre seus hábitos do dia-a-dia, vislumbrando até o quanto cada pessoa é responsável pelos sucessos ou fracassos das ocorrências no meio ambiente.

A "ferramenta" SEMAE pode ser de grande efeito quando bem elaborada com assuntos pertinentes a conscientização das pessoas, se esses forem propostos de maneira bem clara e de fácil entendimento, e se ainda o desenvolvimento das palestras abordem o cotidiano das pessoas, com assuntos que eles sintam-se fazendo parte e integrantes.

6.CONSIDERAÇÕES FINAIS

As atividades caracterizadas pela SEMAE devem ser sempre direcionadas ao público alvo, ou seja, de forma simples e objetiva. È no dia-a-dia que a prática faz-se mais necessária são pequenos atos que dão início a grandes transformações. EA deve promover a conscientização por meio de troca de informações entre as pessoas, para que elas possam modificar comportamentos e desenvolvam cidadania.

7.REFERÊNCIAS

LAYRARGUES, P. P. et all (2002). O cinismo da reciclagem: o significado ideológico da lata de alumínio e suas implicações para a Educação Ambiental. In: Educação Ambiental: repensando o espaço da cidadania. São Paulo: Cortez, 179-219.

VIERNER, J. O Meio Ambiente. 8ª edição. ed. São Paulo: Papirus,2006

MEDINA, N. M.; SANTOS, E. C.. Ed. Ambiental: uma metodologia participativa de formação, 3°edição.

apud in Lewontin, R. El organismo Y la evolución histórica del objeto Y sujeto. Traducción, In: Revista Pedagógico, Diciembre, Monte-vide, 1983. Petrópolis: Vozes. 2003

Parceria de: IDEC- Defesa do Consumidor, Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável, Ministério do Meio Ambiente e BRA-SIL- um país de todos, GOVERNO FEDERAL. Folheto: Água: Um Bem Comum Ameaçado.

SELUMA – Serviços LTDA. Folheto Informativo: Separe, Recicle e Preserve.

A Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Ru-ral, Epagri, Governo do Estado de Santa Catarina, Apremavi, Micro Bacias 2.Projeto Gota D' Água, Água: elementoindispensável à vida.

7.1 REFERÊNCIAS ELETRÔ-NICAS

BERENICE, G. A. Projeto APOEMA – EDUCAÇÃO AMBIENTAL, dez 2000. Disponível em http://www.apoema.com.br. Acesso 04 de dez 2007, às 20:10hs.

STARUCK. EFEITO ESTUFA / AQUECIMENTO GLOBAL. Disponível em http://www.paginas.terra.com.br. Acesso 05 de dez, às 2007, às 19:16hs.

Unidades de Conservação. Disponível em http://www.ibama.gov.br/. Acesso 07de dez, às 20:30hs.

Tempo de Degradação dos Resíduos. Disponível em http://www.fec.unicamp.br. Acesso 07de dez, ás 14:27hs.

Resíduo. Disponível em: http:// www.compam.com.br. Acesso 08 de dez, às 19:53.

Reduzir, reaproveitar e reciclar. Disponível em: http://www.redeecologica.wordpress.com. Acesso 23 de dez, às 21:26.