Uma marcha para denunciar o fenômeno das crianças-soldados

Não há  desculpa aceitável para armar as crianças. De fato, temos que denunciar a infâmia, das crianças soldados alistadas nos campos de Tindouf, sudeste da Argélia. São  práticas que fazem fé dos direitos humanos os mais básicos e contra todas as convenções internacionais. É neste espírito que será realizado no dia 12 de fevereiro próximo uma marcha das crianças em protesto contra os crimes cometidos contra seus companheiros nesses campos. Uma iniciativa da Organização Pomba branca, o movimento internacional em prol da integridade territorial do Reino de Marrocos e da Aliança dos saranianos marroquinos na Europa. Os organizadores não hesitam em renovar a experiência, forte do sucesso da operação lançada no Parlamento Europeu, em Estrasburgo e no Parlamento sueco, em Estocolmo.

Através desta manifestação, os organizadores pretendem chamar as forças amorosas da paz, da democracia e da liberdade para intervir e ter mais pressão para pôr um termo ao sofrimento suportado pelas crianças sarauis e suas mães sequestradas há mais de 37 anos nos campos de Tindouf, revelando a comunidade internacional as violações maciças dos direitos humanos em diferentes partes do mundo.

A Organização Pomba Branca decidiu nesta manifestação intervir para celebrar o Dia Mundial do soldado criança, a imagem de muitas outras Organizações da proteção da infança e das Associções civís que apoiam o protesto em solidariedade com as crianças em campos de Tindouf, Cartas serão recolhidas e entregues durante esta marcha silenciosa das crianças e das suas mães junto á representação da ONU, que por sua vez irá encaminhá-las ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas; visando condenar e denunciar os crimes horríveis sofridos por crianças sarauís marroquinas retiradas à força de suas famílias e deportadas para Cuba, na antiga União Soviética, na Argélia ou na Líbia. Estas crianças não são únicas a viver esta situação. Existem hoje mais de 250 mil crianças soldados em todo o mundo, inscritas, muitas vezes à força, em diversos conflitos armados.

Mas a interrogação é por que elas se envolvem? As forças armadas sabem manobrar de forma eficaz para recrutar crianças. Na maioria das vezes, elas foram raptadas nas escolas, nos estádios, nas igrejas, ou nas ruas. A Idade não importa. Alguns têm apenas 7 anos. Chega até mesmo ás vezes que estas crianças se integram voluntariamente às fileiras do exército. Uma maneira para elas garantir uma refeição diária. Elas deixam-se também convencidas pelas promessas que as iludem ou fazem brilhar: sapatos, roupas, belas armas para sua segurança ...

Assim, abusando de sua ingenuidade, inconscientes do perigo iminente. Diante deste perigo, a comunidade internacional não deve ficar inerte. Na África, as Nações Unidas e outras organizações apoiam DDR ( desarmamento , desmobilização, reintegração).

Estes programas são extremamente importantes para a restauração da paz e da estabilidade e do desenvolvimento a longo prazo das sociedades pós-conflitos.

Lahcen EL MOUTAQI

Professor universitáio