Uma luz celestial em minha vida
Publicado em 11 de janeiro de 2013 por Lázaro Justo Jacinto
UMA LUZ CELESTIAL EM MINHA VIDA
“Diante de Deus, que todas as coisas vivifica” (1Tm.6:13), e que “revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com Ele mora a luz.” (Dn.2:22), responsabilizo-me plenamente pelo testemunho que estou exarando neste privilegiado espaço.
No dia 04/AGOSTO/1979, eu liderava uma equipe de Soldados num dos postos de serviços mais importantes da Base Aérea de Anápolis (BAAN), em virtude do plantão para o qual fora escalado naquele sábado. Por motivos óbvios vou omitir o nome do posto dessa Organização Militar precípua da Aeronáutica, sede dos caças supersônicos de interceptação Mirage 2000B/C.
O abençoado plantão transcorria normalmente e, no belo crepúsculo daquele dia, nuvens flamejantes em ouro e escarlate, como enormes línguas de fogo, coroando os cimos dos montes distantes, anunciavam uma noite não menos bela e despertavam em meu coração indefiníveis sentimentos.
Noite em curso, os ponteiros do relógio cravavam 21:00h, quando chegou o nosso tão aguardado farnel, transportado num Jeep por um Soldado assaz desengonçado que, com aspecto de quem havia acabado de atravessar o Saara, cuspia amiúde a poeira tragada durante o percurso, enquanto dava palmadas na pala do seu barrete e vociferava o inculcado jargão diário da Caserna.
Uma hora depois, quando a equipe já havia ceado e se recolhido aos beliches, mergulhei-me na escuridão objetivando apreciar um pouco mais aquela negrejante quietude, aformoseada por um céu recamado de incontáveis estrelas. Grilos, pirilampos e corujas, dentre outras criaturas que compõem o cenário noturno, participavam comigo daquela bênção sem-par.
Foi quando vi surgir, oriunda do oeste, uma forte luz que alumiou todo o chão, cuja intensidade deixou-me sobremodo perplexo...
Quem está habituado a ver aeronaves, como eu (afinal foram dezoito anos servindo à Força Aérea Brasileira), sabe que as mesmas dispõem dos recursos necessários para os voos noturnos. Assim sendo, luzes no trem dianteiro, nas asas, na cauda e noutros lugares, algumas intermitentes, são imprescindíveis a essas engenhocas. Quanto ao barulho, este é mais ou menos intenso, dependendo do tipo de reator que as equipa.
Ocorre que eu vi uma luz única, contínua, que iluminou todo o meu derredor, não me permitindo destarte ver forma alguma. Nenhum som se fez ouvir. Sua altura e velocidade eram, consoante meus cálculos, 40m e 10km/h, respectivamente. Quando eu consegui gritar o nome da sentinela (pois que fora apanhar algo no alojamento), a luz partiu a toda velocidade, na direção leste, de tal modo que o Soldado não conseguiu vê-la.
Então liguei imediatamente para o DTCEA-AN/DECEA/CINDACTA-I/SISCEAB/COMDABRA, que me informou não haver detectado nada naquele momento por qualquer dos recursos utilizáveis, humanos e eletrônicos, mormente no âmbito da BAAN.
Para os ufólogos e pessoas ligadas ao assunto, o que vi naquela noite foi um mero OVNI – Objeto Voador Não Identificado; mas nada me remove da convicção de ter visto uma indescritível luz celestial!
Abro o meu volume das Escrituras Sagradas e leio: “Ora, quanto aos anjos, diz: Quem de seus anjos faz ventos, e de seus ministros labaredas de fogo. (…) Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a Salvação?” (Hb.1:7,14)
Algum tempo depois, morando no Distrito Federal, fui à Faculdade Teológica Batista de Brasília intencionando retornar a pé, via Parque da Cidade, para postar-me sobre a ponte em arco e orar ao Senhor, entregando-lhe o meu completo jejum daquele sábado.
À guisa de informação, o belo Parque da Cidade – um dos maiores parques urbanos do mundo –, é o point predileto dos candangos aficionados em caminhada, corrida e pedalada.
Às 19:00h, concluídas minha meditação e oração, comecei a descer a ponte rumo à minha casa, na direção sul, quando, repentinamente, toda a Asa Sul do Plano Piloto sofreu um apagão. Da metade da ponte para a Asa Norte havia luz; da outra metade para a Asa Sul, trevas.
Decidido a seguir avante adentrei na penumbra, quando cruzou comigo, pedalando em boa velocidade a sua bike, um sujeito descomunal, deveras alto e forte. O tipo que a gente chama de “montanha de músculos”. Um lídimo Maciste.
Vestido de uma sunga apenas, lá estava ele exibindo o seu físico hercúleo...
Dirigiu-me o transeunte uma palavra, que ficou sem a devida correspondência em razão de eu não ter conseguido entendê-la. Então, possesso de raiva ele chegou à cabeceira da ponte e deu meia volta; passou por mim e deu novamente meia volta, e veio exatamente em minha direção, com uma cara de azedar leite...
O meu sangue gelou e, estático, não tive sequer tempo de suplicar a Deus o seu socorro; tampouco tive forças para correr...
E então aconteceu algo simplesmente prodigioso!
O brutamontes parou bruscamente; e, olhando-me fixamente por alguns segundos, esbugalhou os olhos como se estivesse vendo um abantesma, e escafedeu-se. Isto mesmo! Saiu correndo qual um desvairado, como quem foge de um grande perigo. Na fuga, ao olhar para trás ele cambaleou feito um ébrio e por pouco não caiu da bicicleta.
E assim, tresloucadamente, ele subiu a ponte em boa velocidade, e desapareceu...
E ali, ainda imóvel, olhei em todas as direções, principalmente para trás, com o fim de ver se havia alguém próximo de mim, e constatei, estupefato, que não havia ninguém, nem próximo nem longe. Eu estava mesmo sozinho...
Afinal, o que motivou o Hércules de força minguada a fugir covardemente? Eu não sou tão feio assim, a ponto de servir de espantalho aos deuses sáfaros das forças estéreis. Então lembrei-me imediatamente destes Textos bíblicos: “E Eliseu orou, e disse: Ó Senhor, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja. E o Senhor abriu os olhos do moço, e ele viu, e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo em redor de Eliseu.” (2Rs.6:17); “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.” (Sl.34:7); e “Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos.” (id.91:10,11)
Ora, eu e o Golias fugaz não nos vimos antes nem depois, e espero jamais vê-lo novamente, mas certamente ele guardará para sempre na memória o que viu naquela inolvidável noite ao redor de um humilde e amado servo de Deus, o Deus Todo-Poderoso, que lhe conferiu este imarcescível conselho: “Não toqueis nos meus ungidos, e não maltrateis os meus profetas.” (id.105:15). Amém!
Lázaro Justo Jacinto