Félix Maier

Uma lacônica crônica, foi tudo o que consegui escrever neste Natal.

As pessoas se acotovelam nos shoppings, as compras são intermináveis, os cartões de crédito deslizam nas máquinas sem parar.

Faz-se de tudo durante a ceia de Natal: distribuem-se presentes, abre-se uma champanha, come-se um suculento peru. Os cumprimentos são muitos, porém ninguém mais se lembra quem é o aniversariante da festa.

Papai Noel matou o Krist Kindchen (Menino Jesus) que eu conheci quando criança. Naquelas ocasiões tão especiais, minha mãe enfeitava o pinheirinho com estrelas e outros pingentes natalinos feitos semanas antes com as folhas prateadas dos maços de cigarro, que eram catadas nas ruas e guardadas durante o ano, sendo que mingau de farinha servia como cola. E velas eram acesas na árvore, porque não tínhamos luz elétrica.

E cantávamos Stille Nacht (Noite Feliz) e O Tannenbaum (Ó Pinheirinho) em alemão. Uma bola ou um carrinho de madeira era o máximo que um menino pedia, não a Papai Noel, mas ao Menino Jesus. Para as meninas, uma boneca.

Aquilo, sim, era Natal. Hoje é só uma festa pagã, consumista, com um barrigudo ridiculamente rindo hohoho! de todos nós, otários.

Parabéns pelo seu aniversário, Menino Jesus!