"Uma criança feliz"
Publicado em 12 de dezembro de 2009 por Reinaldo Lamenza
Estou feliz, com a sensação do dever cumprido.
Após uma pequena palestra sobre poesia, a convite da Diretora de um Escola da Rede Municipal de Ensinos, com alunos do primeiro e quarto ano, antigo primário. Deixou-me mais confiante pois a Poesia é Cultura e Educação.
Insentivar o ensino para as crianças é tudo em um país, não é obrigação é um dever, pois sabemos que a Educação é a base para o progresso de uma nação.
Preparei os ensinamentos com muito carinho, comprei duas centens de pirulitos, dos bons e quatro daqueles "enormes" para sorteio como brinde. Procurei ilustrar a conversação presenteando educadamente a Diretora com um amostra do meu trabalho, das minhas poesias e outra parte para os professores. Como convém coloquei um CD com músicas tocadas por flautas, para desanuviar o ambiente, mantê-lo mais calmo, perante a algazarra da criançada. Fui apresentado pela Diretora. Ah. Ia esquecendo, coloquei no quadro uma cartolina bem grande com os seguintes dizeres: "Escreva uma Poesia e seja feliz". Dei, também para todas as crianças um pequeno trabalho em folha de papel ofício, no capricho, para que os mesmos escrevessem após a palestra e na sala de aula uma Poesia. Escrevi tópicos para ajudá-los como: Amor, paz, amizade, naruteza, pais professores, sol, lua, estrelas, pássaros, borboletas, mar, namorado.
Olhei bem atento para todas aquelas crianças e senti no fundo da minha alma, o quanto estavam carentes, sedentos de amor, de carinhos. A maioria vinham de classes pobres, sem recursos e muito sofridas, onde aumentou mais a minha responsabilidade. Senti o quanto era importante para eles a minha presença ali. Dei as explicações necessárias, fiz perguntas, deixei-os bem á vontade. O mais interessante é como todos, mesmos os mais levados, participaram deste pequeno, mais relevante evento. Tudo o que eu falava les absorviam. Li algumas poesias bem singelas, líricas e dei como exemplo as flores, como a rosa e representando os animais, a borboleta. Algumas poesias improvisei na hora, outras falei que mesmo nas adversidades poderíamos ser mais felizes. Fiz um comentário: "olhemos para o céu e o que vemos, o sol a iluminar, a lua eas estrelas a brilharem, o canto dos pássaros, as marolas do mar, a chuva caindo molhando as plantas, o cheiro de terra molhada. Este momento afetivo foi muito importante e, num certo momento comecei a falar instintivamente de como é ser belo, bonito por dentro sabendo levar algumas situações negativas para o lado positivo, com um sorriso, brincando, escrevendo uma poesia". Teci alguns comentários sobre o absurdo das guerras, do orgulho humano e eles compreenderam muito bem. O tempo transcorreu rápido, sinal que estava bom, muitas palmas e alegrias. Estavam esfusiantes. Vi como estes pequeninos estavam com sede de amor, de uma palavra amiga, de um olhar bondoso, de carinhos. Fiz entender que todos éramos iguais perante Deus e que o amor é o maior sentimento que existe.
Senti-me bem em poder doar um pouquinho de tudo que falei.
A felicidade neste dia bateu mais forte em meu coração.
Terminada a palestra todos retornaram à sala de aula e, para minha surpreza a maioria escreveram as suas poesias e foram frases, poesias lindíssimas escritas por eles como mostrou-me a professora. Disse às crianças que o mais importante era escrever os seus sentimentos, pois assim é a poesia e que o erros de português e pontuação, a professora corregiria.
Vi o quanto é melhor dar do que receber, o quanto é gratificante ver uma criança feliz, independente do seu poder aquisitivo.
Graças a Deus consegui dar o meu recado.