UMA ANALISE SOBRE O PROCESSO DE ADOECIMENTO DO PROFISSIONAL DO SEXO EM CASA NOTURNA: Na cidade de Imperatriz – MA.

 

Elizeth Freire da Silva[1]

Irenilde Vieira Rocha[2]

Janaine dos Santos Silva[3]

Janilde Gonçalves Dias[4]

Pâmela de Sousa Silva[5]

Rodrigo Santos da Silva[6]

Zilmar Timoteo Soares

 

RESUMO

Este trabalho remete a uma análise sobre o processo de adoecimento do profissional do sexo em casas noturna em Imperatriz – Ma. O mesmo mostra as transformações que ocorreram na vida do profissional até atualidade, além abordar os elementos contribuintes para o ingresso no mercado do trabalho e as consequências da profissão, e ressalta as ações sociais e o aparato da lei. Existem também projeto preventivo que tem contribuindo com a saúde e bem-estar do profissional. Assim, o estudo apresenta que as ações de preservação têm alcançado os objetivos com êxitos, já que, a maioria dos profissionais das casas noturna não são portadores das DST’s.

 Palavras – chave: Adoecimento. Profissional do Sexo. Casa noturna.

ABSTRACT

This study leads to an analysis on the disease process of professional setx at home in nocturnal Empress - Ma. The same shows the changes that have occurred in the life of the professional until today as well tackle the elements contributing to the entrance in the labor market and the consequences of the profession and highlights the social actions and the apparatus of the law. There are also preventive project that is contributing to the health and well-being of the professional.

 Words - key: illness. Professional of sex. Nocturnal House.

1       INTRODUÇÃO               

O profissional do sexo existe desde a idade pré-histórica segundo Rossiaud (1991), no entanto, no início  o ato sexual era visto pela sociedade com algo sagrado, assim sendo, não traria consequência para vida humana, porém, mudanças foram ocorrendo e juntamente veio o desenvolvimento de muitas doenças sexualmente transmissíveis, cujo as prostitutas são consideradas as mais vulneráveis a contrair as doenças, bem como proliferá-las, já que, a prática do sexo é sua profissão.

O presente estudo teve a intenção de fazer uma reflexão sobre o processo de adoecimento dos profissionais do sexo das casas noturno na cidade de Imperatriz - Ma. No decorrer da investigação, o tema chamou atenção por proporcionar uma nova experiência, da qual, forneceu subsídios positivos por possibilita uma visão ampla sobre o contexto social e profissional.

A investigação baseou-se em um questionário de perguntas fechadas direcionadas aos profissionais do sexo de casas noturnas coma finalidade de avaliar o processo de adoecimento inerente da profissão Para a realização da pesquisa e encontrar algumas respostas, foram traçados alguns objetivos: Analisar os fatores que ocasiona adoecimento dos profissionais, constatar o aparato da Lei e as ações governamentais e averiguar o processo de adoecimento dos profissionais do sexo de imperatriz – Ma.

Para melhor compreender o trabalho o mesmo ficou dividido em vários itens. O primeiro faz-se um breve histórico sobre o surgimento do profissional do sexo e as transformações que ocorreram até atualidade, sequêntemente ressaltamos os principais fatores que induziram o ingresso do profissional no mercado do sexo e as consequências da profissão.

O segundo item retrata a ação social da atualidade diante do profissional e o aparato da lei, em seguida vem à metodologia com esclarecimento dos métodos utilizado para pesquisa, o resultado da pesquisa de campo e por último a conclusão.

2       O SURGIMENTO DO PROFISSIONAL DO SEXO

Desde a idade pré-histórica mulheres faziam da relação sexual sua própria profissão, no início dessa prática segundo Rossiaud (1991) a prostituição era respeitada pela sociedade por considera a prática algo sagrado. Ou seja, é um engano acreditar que as prostitutas sempre pertenceram às margens da sociedade.

Como já mencionado o ato sexual era considerado algo sagrado, assim sendo, as prostitutas eram vistas como deusas, dessa forma, cultura, religião e a sexualidade formavam somente um conjunto. Porém, esse episódio foi sendo modificado por intermédio da visão de mundo dos patriarcais, consequentemente tinham a mulher com algo submisso.

Nos dias atuais, não nos parece diferente quando referenciamos os casos de violência contra mulher e a discriminação profissional das mesmas.

Ainda seguindo as ideias de Rossiaud(1991), a partir da submissão atribuída a mulher, ocorreu novos paradigmas sobre o casamento, mas não conseguiram impedir a persistência da prostituição sagrada. E era nas cidades da Mesopotâmia e do Egito que centralizavam - se os templos da prostituição sagrada, a busca pela as prostitutas tratava-se de rituais, cuja os reis acreditavam-se que seria abençoado na gerencia do poder por participar de rituais sexuais religiosos. Ora, percebe-se que até então, as prostitutas encontrava na prática sexual a valorização na sociedade.

Ao passar dos anos mudanças foram ocorrendo nessa época, eis que surgiram no meio da sociedade, prostitutas que não pertenciam ao templo sagrado, conhecida como prostitutas de rua.  Juntamente com a separação de categorias das prostitutas, novas leis adentrou no contexto da sociedade, da qual, estabeleceu novas condutas de comportamento, nesse período a mulher esposa era considerada objeto de direito do marido, consequentemente ocorreu uma separação entre a mulher casada e prostituta, mas até então o sexo ainda não era considerado imoral.

Entretanto, continuamente foram ocorrendo mudanças no modo de ver a profissional, e como ponto partida da transformação o sexo que era considerado sagrado, logo passou ser considerado pecado, por incentivo da religião patriarcais. Argumentava-se que caso não houvesse um controle sobre o mal, a prostituição atingira a sociedade, causando-lhe transtorno, uma vez que, as mulheres submissas poderiam ser influenciadas pela as outras.

Em meio aos impasses, Sólon governador da Grécia do século VI a.C., percebeu que através das prostitutas os setores econômico obtinha acréscimo satisfatório, inicialmente com o apoio do Estado foi fundado os bordéis oficiais, e a mulheres passaram a ser gerenciadas por superiores. É digno destacar que, além do interesse pela economia, Sólon obtivera a preocupação de evitar que os imigrantes que adentrava na região molestassem mulheres gregas.

Após os surgimentos dos primeiros bordéis oficiais, muitas mulheres que não possuíam local apropriado para trabalhar buscavam ingressar nos bordéis privados ou público.  Ainda seguindo as ideias do Rossiaud (1991) foi através da existência dos bordéis público que as prostitutas passaram a serem vista totalmente como mulheres desonrada e imoral, pois os locais público apresentou com sequência brigas, assassinatos e etc., consequentemente passaram a relacionar a prostituta como sustentáculo do perigo. 

Percebe-se com afirmativa acima, que a partir desse momento a prostituta passou a pertencer as margens da sociedade, e caso uma mulher casada ou virgem obtivesse relação sexual fora do casamento eram lançadas fora de sua casa, e os bordéis eram as casas acolhedoras, na qual, trabalhavam como profissional do sexo para manter a sobrevivência, porém, a sociedade e família repudiava sua conduta, entretanto, apesar das mudanças de tempo, atualmente as mulheres profissionais do sexo iniciaram sua profissão por intermédio de fatores semelhantes.

3  Elementos que contribuintes para o profissional ingressar no mercado sexual.

São inúmeros fatores que contribuem para o ingresso da mulher no mercado do sexo, uma vez que, quando a mesma ingressa na prostituição anteriormente passaram por experiências dolorosas que sofrem impactos nos relacionamentos sociais e na saúde física e psíquicas, que serviram de expulso na escolha da profissão ou por encontra na prostituição uma satisfação financeira estável.

Muitos profissionais do sexo por algum motivo foram obrigados a adentrar no mercado sexual e os fatores econômicos e pouca escolaridade é um dos principais cooperadores, assim diz Ceccarelli (2008, p. 5) “os motivos que as levam a se prostituir destacam-se fatores econômicos e a baixa escolaridade. Em primeiro momento, a prostituição é uma solução temporária à espera de um trabalho regular”. Ou seja, o meio social e a falta de oportunidade envolve os aspectos psicológicos de tal modo que interfere na conduta e na escolha da profissão, e independente do motivo da escolha mesmo após o ingresso no mercado, o profissional sexual busca continuamente reverte esse episódio, para encontrar a estabilidade financeira sem usar o próprio corpo como ferramenta de trabalho.

Ainda seguindo as articulações do autor, a pouca escolaridade é um dos fatores que incentiva a prostituição, porém é um engano acreditar que não exista profissionais do sexo com formação acadêmica, de fato são conhecida como prostituta universitária. Portanto, existem duas categorias de prostituta: luxuosa e a popular.  Ambas frequêntam as casas noturna que disponibilizam o mercado do sexo. Entretanto existe uma diferenciação dos clientes, ora, as prostitutas de luxo “universitária” atendem as necessidades do executivo, empresários, etc., assim cobram mais caro por um programa, além de serem solicitadas a participar de eventos sociais sendo acompanhante do cliente.

As prostitutas populares buscam atender as necessidades dos clientes da classe popular, consequentemente o preço dos programas é mais baixo referente à outra categoria. Porém Ceccarelli (2008, p.10) afirma que, a questão financeira é a principal influenciadora do mercado.

 Evidentemente, não se pode negar que, no Brasil, a miséria seja um dos maiores fatores que leva as mulheres à prostituição. Entretanto, atribuir a entrada e a permanência nessa prática unicamente a questões financeiras é um argumento redutor, além de misógino, pois nega, mais uma vez, o direito à mulher de escolher livremente como quer viver sua sexualidade.

 Percebe que, embora que o mercado do sexo disponibiliza o direito de viver a custa do próprio trabalho podem ocasionar aos profissionais consequências agravantes que podem afetar a sociedade, saúde e o psicológico, já que, o corpo é a mercadoria e o parceiro sexual não é escolhido e sim negociado.

 

4   As principais consequências atribuídas ao profissional.

 As consequências são inúmeras por atribuir primeiramente praticar sexo com alguém movida pelo os fatores econômicos, cujo pode prejudicar os fatores psicológicos, uma vez que, atinge a personalidade de maneira brusca e direciona para estresse.

Para Ceccarelli (2008) o profissional não prejudica somente o psicológico, o estado físico também é afetado, pois fazem programas várias vezes por uma noite traz cansaço e fadiga, sem falar que, a sociedade também poderá contribuir com as consequências, por acreditar que o profissional afeta a ética da sociedade, em vista disso, condena – o de imoral, por fazer do próprio corpo a mercadoria.

                        É importante ressaltar que embora que sociedade e os fatores psicológicos atribuem consequências ao profissional, o cliente é o principal fornecedor das implicações, primeiramente quando paga pelo programa, muitos passa a considera a profissional como objeto e desejam fazer uso sem restrições, causando transtorno e mal-estar.

O cliente ao negociar o programa, busca saciar o desejo sexual, no entanto, muitos são portadores de doenças sexualmente transmissíveis e os profissionais que fazem relações sem prevenções são vulneráveis a contrair as doenças.

Quando o profissional encontra-se em estado de compra e venda do corpo, o cliente busca satisfação e qualidade no trabalho, embora que possa prejudicar o fornecedor, nesse caso a prostituta.  Por esse motivo e outros, as prostitutas poderão está mais vulneráveis a desenvolver o processo de adoecimento das DST’S, tais como: tricomoníase, gonorréa, candididase, sífilis, herpes genital, cancro mole, donovanose, vaginose bacteriana e outros, ocasionada pela diversidade dos clientes. (Neisseria gonorrhocal), mais conhecida como gonorreia na maioria das vezes é transmitida através de relação sexual. Nas mulheres a bactéria infecta primeiramente o colo do útero. Os sintomas normalmente podem aparecer entre dois a dez dias após a infecção. O diagnostico é feito pela analise do histórico do paciente e exame da secreção. Ela e tratada através de antibióticos, que o mesmo vai inibir a ação da bactéria de se proliferar.   

Paralelamente, segundo Brasil (1999) com intuito de protege e resolver essas problemáticas, existem atualmente programas de ações sociais desenvolvido pelo Governo Federal para garantir ao profissional sexual melhor qualidade de vida na atuação da profissão.

 

5   AÇÃO SOCIAL DA ATUALIDADE DIANTE DO PROFISSIONAL DO SEXO E O APARATO DA LEI.

Rodrigues (2009) afirma que, desde os meados do século XIX no início do século XX surgiram no Brasil as primeiras manifestações públicas de prostitutas, com intuito de ter direito de ingressar na sociedade de maneira ativa possuidora de direitos e deveres, com reconhecimento da prostituição como profissão.

No entanto, somente a partir da década de 1990 que pequenas mudanças foram ocorrendo no Brasil referente ao assunto, primeiramente modificaram o termo de prostituição para o trabalho do sexo, já que, a partir desse período o profissional do sexo deveria ser amparado pela lei como qualquer outro profissional. Paralelamente mudanças ocorreram nos setores sociais, dando ênfase às ciências jurídicas, saúde pública e bem-estar da sociedade. Exceto que, as maiores preocupações com a classe dos profissionais do sexo veio a surgiu após o surgimento da HIV, assim diz Rodrigues (2009, p.3)

O surgimento da epidemia de HIV/ Aids, no final do século passado, fez com que as prostitutas voltassem ao centro das preocupações da área de saúde. A percepção inicial da epidemia, profundamente transformada ao longo dos anos, repercutiu sobre a prostituição, provocando o recrudescimento da discriminação e do preconceito, e, ao mesmo tempo, oportunizando a organização política do segmento.

Contudo, com a epidemia da HIV, a prostituição transmitia para sociedade uma imagem negativa, e isso trazia consequência para os profissionais, pois a discriminação aumentava descontroladamente e eram violentados por policiais por representar perigo a saúde da sociedade.

Mesmo havendo impasses, as prostitutas persistiram constantemente em obter seus direitos como cidadãos e como resultados dessa buscas no ano de 2000, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) atuou em defesa dos interesses e direitos da classe, fazendo inclusão da profissão do sexo dentro da Classificação Brasileira de Ocupação (CBO). Porém, somente dois anos depois que a prostituição passou ser reconhecida com profissão no território brasileiro.

As ocupações do mercado brasileiro de que tratam a CBO foram organizadas na norma aprovada em 2002, em conjuntos mais amplos que aquele da ocupação – as “famílias”, que abrangem um grupo de ocupações similares. A ocupação de “profissional do sexo” indexada na CBO com o número 5198-05, faz parte da família “prestador de serviço”e inclui também as denominações “garota de programa”, “garoto de programa”, “meretriz”, “messalina”, “michê”, “mulher da vida”, “prostituta”, “quenga”, “rapariga”, “trabalhador do sexo”, “transexual” (“profissionais do sexo”), e “travesti” (“profissionais do sexo”) (RODRIGUES,2009,p.4)

 

Percebe-se que o documento aborda sobre a segurança, competência, experiência, saúde e o direito do abandono da profissão caso o profissional almeje. Convém destacar também que, mesmo havendo registro no CBO não existe uma lei que garante a formalidade do profissional do sexo, o que existe de fato, é um Projeto Lei nº 98/2003 apresentado pelo Deputado Federal Fernando Gabeiro.

Segundo Marques (2004) O Projeto Lei regulamenta a profissão da prostituta, ressalta sobre o pagamento até a contribuição do INSS e aposentadoria, e caso torne-se Lei os profissionais dessa categoria poderá se aposentar com menor tempo de serviço,

Portanto, pode-se concluir que mudanças aconteceram para de fato o profissional do sexo ter reconhecimento de sua profissão. Juntamente com as mudanças veio o aumento de doenças sexualmente transmissíveis, contudo, foi lançado em 2007, um plano a ser aplicado nas organizações de prostituição, objetivo era diminuir o alto percentual das doenças que atingia prostitutas, lésbicas e transexuais.

Corrêa, Maksud e Pimenta (2011) enfatiza que o primeiro plano de ação desencadeou o segundo plano, atendendo a categoria de Gays e Travestis, portanto, existe o Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia de DST e AIDS e Plano Nacional de Enfrentamento da Epidemia de AIDS e DSTs entre Gays, HSH e Travestis.

O Projeto Lei nº 98/2003 como já mencionado enfatiza e regulamenta o profissional do sexo, porém, estipula no Parágrafo II a seguinte solicitação: que todos os profissionais devem ser cadastrados em unidade de saúde e realizem mensalmente exames de controle da DST’s. Controlar as doenças sexualmente transmissíveis é prioridade de acordo com Brasil (1999, p.5) por prejudicar o indivíduo e o país. Em virtude disso, vale ressaltar as principais transcendências.

  • As DST são o principal fator facilitador da transmissão sexual do HIV
  • Quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves e até o óbito
  • Causam grande impacto psicológico em seus portadores.
  • Impacto social, que se traduz em custos indiretos para a economia do País.

Pode-se afirmar que atualmente o Governo Federal tem desenvolvido projeto nacional sobre a questão de doenças sexualmente transmissíveis, e tem trabalhado com enfoque da prevenção, na qual, fornece orientação e recursos aos Estados e municípios com o propósito de controlar as DST’s existente no meio da sociedade.

Brasil (1999) ainda enfatiza que é possível controlar as DST’s com a existência de bom programas preventivos, equipe de profissionais da saúde qualificado disponíveis nas unidades de saúde, medicamentos para realizar o tratamento caso necessário e distribuição de preservativo periodicamente, ora, os programas não devem agir somente no tratamento, o principal foco é evitar que ocorra outras transmissões e desenvolvimento de outras doenças.

 

6   METODOLOGIA

A metodologia é um caminho que apresenta diretrizes para a elaboração sistemática e metódico de uma pesquisa. “Método é o conjunto de etapas e processos a serem vencidos, ordenadamente na investigação dos fatos ou na procura da verdade”. (RUIZ, 1995, p.131). Portanto, os métodos adotados teve o intuito de buscar resposta verídicas para responder lacunas existentes sobre o tema em questão.

Sobre os métodos de classificação de pesquisa, utilizou-se Vergara (2007), que diz que quanto aos fins e quanto aos meios os métodos podem ser da seguinte forma: quanto aos fins, que é classificada como exploratória, porque procura apoiar a observação do local, facilitando o acesso a algumas informações, na qual teve o cunho de descobrir o processo de adoecimento e suas consequências referentes aos profissionais do sexo de casas noturnas.

Para dar melhor embasamento na pesquisa fez-se o estudo descritivo fundamentada nas ideias de Triviños (2006), pois de acordo com autor os estudos descritivos exigem do investigador validade cientifica, um precisa delimitação de técnicas e métodos, modelos e teorias que orientaram a coleta e interpretação dos dados. As amostras devem ser claramente delimitadas, da mesma maneira os objetivos do estudo, os termos e as variáveis, as hipóteses, as questões de pesquisa, etc.

Para Gil (2002), uma das características da pesquisa descritiva está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Quanto aos meios, a pesquisa foi bibliográfica – se tratar de um assunto que parte de princípios desenvolvidos com base em material publicado em livros, redes eletrônicas entre outras. Assim afirma Cortellazzo e Romanowski (2007,p.38)

A pesquisa bibliográfica constitui-se como uma das partes da pesquisa, quando é feita com o intuito de recolher informações e conhecimentos preliminares sobre um problema para o qual se procura resposta ou explicação. Para a realização da pesquisa bibliográfica, publicações devem ser consultadas, isto é, os textos tornados públicos em relação ao tema de estudo, desde notas de autores, boletins, jornais, periódicos, revistas, livros, relatórios de pesquisa [...]

Já quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa foi de levantamento, em que houve a interrogação direta com o público alvo “profissionais do sexo” em medida  de análise quantitativa e qualitativos, na qual foram obtidas as conclusões correspondentes aos dados coletados. A pesquisa campo também fez parte desse contexto investigativo, uma vez que, o contato direto com alvo torna-se fácil compreender as questões indagadas.

Em relação aos métodos de abordagem, foram utilizados os seguintes, segundo Gil (2002): hipotético-dedutivo, porque iniciou - se primeiro pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual se formou as hipóteses, respondendo a ocorrência de fenômenos abordados; Estatístico, porque foi investigado o aspecto quantitativo, utilizando-se técnicas estatísticas, nas quais, os resultados foram expostos em forma de gráficos com os respectivos percentuais e comentários.

Escolheu-se o formulário baseado na definição Cervo e Bervian (1983), os quais definem formulário como uma espécie de questionário destinado a coletar dados, resultantes de observação ou entrevista e cujo preenchimento é feito pelo próprio entrevistado, o que facilitou para a análise final.

A pesquisa campo aconteceu no período de 04 a 25 de outubro de 2012, foi realizada em 5 casas noturna. Obteve-se o universo de 21 entrevistados. E para melhor esclarecer os resultados da pesquisa, foram expostos em forma de gráficos com os respectivos percentuais e comentários.

 

7    Resultados e discussões da pesquisa campo

Com intuito de obter conhecimentos aprofundados sobre o tema em questão, foi realiza uma pesquisa de campo, da qual, foi aplicado um questionário aos profissionais do sexo que residem em Imperatriz, o público encontrado nas casas noturna eram todos do sexo feminino. As entrevistadas tratam - se de 21 amostra e  possuem a faixa etária de 13 a 29 anos e atuam na profissão entre 2 meses há 14 anos. Os resultados mostram que 60% delas tem entre 18 e 24 anos, isso nos mostra que elas entraram muito cedo nesse mercado de trabalho.

                           Faixa etária

Idades

%

13 a 18 anos

7%

18 a 24 anos

60%

24 a 29 anos

33%

Mais de 30 anos

0%

Tabela 1: Faixa etária de idade

Fonte: Profissional do sexo/ 2012  

 Seguindo a investigação, foi abordado qual foi a reação da família ao descobrir a escolha pela profissional do sexo, 100% das entrevistadas argumentaram que, a família decepcionou-se e atualmente possuem um relacionamento conflituoso com os pais. Em meio à pesquisa, surgiu o interesse de questionar sobre as relações anteriores, dessa foi questionado o estado civil e, 60% afirmaram que já foram casadas e por motivo de frustrações durante esse período não desejam casa-se novamente, já 40% asseguram que não foram casadas, porém, desejam passar por essa experiência, por acreditar que formar uma família seria o ponto inicial de uma nova vida. Vale observar um dos elementos que chamou a atenção durante a pesquisa, 90% das entrevistas possuem filhos equivalentes a quantidade de 1 a 3, pertencentes as faixa etária de 0 a 13 anos. Também foi abordado se elas gostam da profissão, sem dúvidas nas respostas 100% afirmaram que não, entretanto, o trabalho é quem lhe fornece o meio de sobrevivência.

                  Dados obtidos na pesquisa de campo

Dados

%

Rejeição da família

100%

Já foram casadas

60%

 Nunca foram casadas

40%

Tem filhos 

90%

Não tem filhos

10%

Não gosta da profissão

100%

Tabela 2: Dados obtidos na pesquisa de campo
Fonte: Profissional do sexo/ 20

                 Mediante a essa afirmativa, que todas elas não gostam do que fazem, surgiu o interesse de descobrir quais os principais fatores que contribui para o ingresso no mercado do sexo, veja o resulta

Gráfico 1: Elementos contribuinte

Fonte: Profissional do sexo/201

Por unanimidade 100% das entrevistadas afirmaram que os fatores econômicos é o principal cooperador do ingresso no mercado, as mesmas ainda ressaltaram que buscaram emprego em outros locais, tais como: doméstica, vendedora, babá e etc., muitas conseguiram o emprego, porém, o salário não atendia as suas necessidades e por incentivo de outras pessoas, resolveram fazer uso do corpo para adquirir melhor condições financeiras.  Essa informação vem afirmar o que diz Ceccarelli (2008, p. 5) “os motivos que as levam a se prostituir destacam-se fatores econômicos e a baixa escolaridade. Em primeiro momento, a prostituição é uma solução temporária à espera de um trabalho regular”.

As profissionais ainda mencionaram que é possível atender suas necessidades depende dos dias da semana, os dias melhores para trabalhar é os finais de semana, mas é no início do mês que aumenta a frequência dos homens nas casas noturna, nesse período fazem mais de 15 programas por semana, e o valor é combinado com o cliente antes da concretização do trabalho.

Ainda no campo de investigação foi indagado se possuem carteira assinada e salário, somente 30% articularam que são assalariadas e possuir carteira assinada, além de receber comissão e serve como incentivo para continuarem conquistados novos clientes, já 70% afirmaram que não tem carteira assinadas, mas são assalariadas.

Ceccarelli (2008) enfatiza que, muitos profissionais do sexo por um motivo ou outro, adentraram no mercado sexual e os fatores econômicos e pouca escolaridade é um dos principais cooperadores. E com interesse de averiguar detalhadamente essa abordagem foi questionado o grau de escolaridade do público investigado, observe o resultado.

  Gráfico 2: Escolaridade

Fonte: Profissional do sexo/2012

 

O gráfico mostra que 80% possuem somente ensino fundamental, e segundo as entrevistadas o pouco conhecimento educacional está relacionado ao desinteresse próprio, gravidez na adolescência, falta de incentivo familiar e exploração do trabalho infantil, uma vez que, deixavam de ir a escola para trabalhar com intuito de complementar a renda da família. Já 15% afirmaram que têm o ensino médio completo e muitas concluíram após ingressar no mercado do sexo, por perceber que a educação poderá modificar sua história, entre as entrevistas 5% proferiram ter ensino superior nas áreas de pedagogia, letras e biologia.

 As prostitutas universitárias segundo Caccerelli (2008) possuem algumas vantagens no mercado do trabalho, por cobrar um valor mais alto que as demais, por atender especialmente os clientes de alto padrão como: doutores, executivo, empresário e outros, além de participar de eventos sociais. Essa afirmativa despertou interesse de averiguar sobre tal, por esse motivo, foi questionado quanto custa um programa, as prostitutas populares mencionaram que despende de inúmeros fatores, mais primeira é calculado a quantidade de horas com o cliente, sendo que cada hora custa em torno de 50 reais, mas existe acordo entre os clientes.

Já as prostitutas universitárias cobram por programas em torno de 150 a 300 reais, as mesmas declararam ainda que o preço caso necessário é combinado com o cliente principalmente quando saem de dentro da casa noturna. E por mencionar que existem programas fora da casa, foi questionado se as profissionais de ambas as categorias sentem medo por sair com alguém que elas não conhecem, por unanimidade 100% afirmaram que sim, pois já ouviram depoimentos de colegas de profissão história de agressão, além dos meios de comunicação mostrar continuamente que muitas prostitutas ao saírem com seus clientes foram  violentas ou assassinadas, sem falar que, muitos clientes  são indelicados e outros chegam sem a higiene do próprio corpo, causando desconforto e mal-estar a profissional.

As prostitutas ainda abordaram que não existe somente cliente desagradável, e isso foi possível perceber ao questionar se as mesmas já se apaixonaram pelo cliente, 50% disseram que sim, pois apesar de serem profissionais do sexo existe uma intimidade entre elas e os clientes, como o mesmo percentual de 50% descreveram que nunca se apaixonaram, pois quando recebem um cliente carrega na consciência que trata-se de um trabalho, assim sendo, não poderá ser interferido por emoções pessoais, ou seja, esse grupo possuem ética como profissional.

Além de averiguar o cotidiano de trabalho da profissional do sexo, partiu o interesse de conhecer o processo de adoecimento dessa categoria, pois segundo, Caccerelli (2008) quando o profissional encontra-se em estado de compra e venda do corpo, o cliente busca satisfação e qualidade no trabalho, embora que possa prejudicar o fornecedor, nesse caso a prostituta.  Por esse motivo e outros, as prostitutas poderão está mais vulneráveis a desenvolver o processo de adoecimento das DST’S, tais como: tricomoníase, gonorréa, candididase, sífilis, herpes genital, cancro mole, donovanose, vaginose bacteriana e outros, ocasionada pela diversidade dos clientes. E com o objetivo de descobrir o percentual de profissionais do sexo que já contraíram doenças, foi questionado se algum momento já contraíram doenças sexualmente transmissíveis.

Gráfico 3: Contraiu DST’s

Fonte: Profissional do sexo/2012

O resultado mostra que os projetos do governo tem ocasionado efeitos positivo, pois  somente 12% afirmaram que já contraíram DST’s,  em torno de 1 a 5 vezes e buscaram sanar a doença nos postos de saúde com acompanhamento dos profissionais de enfermagem, na qual, receberam tratamento imediato sem a espera de agendamento, ora, os profissionais estão fazendo conforme Brasil (1999, p.7) diz:” Os portadores de DST devem receber atendimento e tratamento imediato. A espera em longas filas e a possibilidade de agendamento para outro dia, [...] induzem à busca de atenção com o balconista da farmácia”.

Com o percentual de 88% dos profissionais nunca obtiveram doenças originadas pelo sexo, acredita-se que esse resultado é satisfatório uma vez que, é prioridade controla essa doença fundamentando na prevenção, Brasil (1999) afirma que é possível controlar as DST’s com a existência de bons programas preventivos, equipe de profissionais da saúda qualificado nas unidades públicas, medicamentos para realizar o tratamento caso necessário e distribuição de preservativo periodicamente, ora, os programas não devem agir somente no tratamento, o principal foco é evitar.

Seguindo a linha de investigação surgiu o interesse de averiguar como os profissionais do sexo equivalente aos 12% que adquiram as DSTs, avaliam o atendimento dos profissionais de enfermagem. Observe o resultado:

  Gráfico 4: Atendimento dos profissionais de enfermagem

Fonte: Profissional do sexo/2012

De acordo com as informações dos profissionais investigados, 100% afirmaram que os profissionais de enfermagem realizaram o atendimento com qualidade, atingido a classificação como bom, pois se mostraram empenhados a solucionar o problema de saúde dos mesmos, direcionando-o ao centro complexo de saúde do parque do buriti, na qual, os profissionais do centro citado possuem um conhecimento mais aprofundados sobre as DST’s , além de orienta - la como fazer uso dos medicamento. Dessa forma, pode-se concluir que os profissionais do sexo encontram-se atualmente satisfeitos com o atendimento dos profissionais de enfermagem exposto nas unidades de saúde.

Como já mencionado o principal objetivo dos programas de saúde segundo Brasil (1999) é controlar a transmissão das DSTs, para isso elaboram encontros de aconselhamento, prestam assistência social, distribuição de preservativo e induz a realização de exames preventivos. E para conhecer com qual frequência os profissionais do sexo fazem exames preventivos foi questionado sobre tal.

Gráfico 5: Frequência de exames preventivos

Fonte: Profissional do sexo/2012

 

As medidas preventivas tem despertado interesse dos profissionais do sexo, pois 89% asseguraram que fazem exames no período de 6 meses, ainda citaram que os exames são realizados nas unidades públicas de saúde, já 11% alegaram que fazem exame somente no período anual e acreditam que é suficiente para detectar qualquer doença, porém, os mesmos estão equivocados, pois quanto mais cedo diagnostico, haverá maiores chance de cura.

Em sequência fez-se a investigação com o objetivo de descobrir quais as doenças que mais atinge os profissionais e foram destacadas as seguintes:

  Gráfico 6: Doenças mais frequentes

Fonte: Profissional do sexo/2012

O gráfico mostra que as doenças mais frequênte nos profissionais do sexo são Gonorréa atingindo 50%, sífilis com o percentual de 45% e a vaginose Bacteriana é equivalente há 5%, e em meio as investigação o público investigado mencionou que raramente acontecem a transmissão das doenças citada, devido os incentivos de proteção do Governo Federal, além de algumas casas noturna disponibiliza de atendimento médico particular para as profissionais, portanto, percebe-se que as profissionais encontram-se orientadas e prevenidas das DST’s.

8     CONCLUSÃO

 

O indivíduo que exerce a função de profissional do sexo usa da prática sexual para obter retorno financeiro, e por se trata de algo intimo entre duas pessoas poderá ocasionar transmissão de diversas doenças entre elas as DST’s. Pensando nisso, o Governo Federal implantou projeto e ações preventivas com intuito de promover segurança na saúde durante a ação.

Pode-se afirma que os objetivos do governo tem sido alcançados com êxito, pois através da investigação campo que foi realizada nas casas noturna de Imperatriz, possível perceber que os profissionais estão consciente do perigo caso não utilize os meios preventivos.  A facilitação no atendimento nos postos de saúde é um ponto crucial da transformação, uma vez que, os profissionais qualificado e preparados podem conduzir os profissionais do sexo a realizar as condutas preventivas e obter resultados satisfatório para o mesmo e sociedade.

Entretanto, por outro lado, não se pode deixar de destacar que é fundamental o papel do enfermeiro nesse processo, pois de acordo com a pesquisa os profissionais tem desenvolvido o processo preventivo além de acompanhar ativamente o processo de adoecimento do profissional sexual, essa ação torna-se fundamental, por forma um vinculo de confiança, onde o profissional sente apoio de sanar a doença caso venha contrair.

Contudo, pode-se concluir que as casas noturna de Imperatriz visitadas pela equipe pesquisadora possuem profissionais que atualmente não encontram-se em processo de adoecimento da DST’s, embora que,  já houve um pequeno percentual, cujo optaram em buscar tratamento nos postos de saúde público. A inexistência da DST’s está relacionada com o processo de  prevenção.

 

REFERÊNCIAS

 

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Ceccarelli, Paulo Roberto. Prostituição – Corpo como mercadoria. In: Mente & Cérebro – Sexo, v. 4 (edição especial), dez. 2008

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CORTELAZZO, Iolanda Bueno de Camargo; ROMANOWSKI, Joana Paulin. Pesquisa e Prática profissional: Procedimento de Pesquisa.Curitiba, 2007

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RUIZ, João Álvaro. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. São Paulo: Atlas, 1995.

TRIVELLATO,José, TRIVELLATO,Silvia. MOTOKANE,Marcelo. LISBOA, Júlio Foschini.Ciência, natureza e cotidiano: criatividade, pesquisa conhecimento. – Ed. renovada. São Paulo.2011

VERGARA, Sylvia Constant. Projeto e relatórios de pesquisa em administração. e.ed.São Paulo: Atlas,2007

CERVO,A.L;BERVIAM,P.A. Metodologia cientifica. 3ªedição: McGraw-Hill,1983



[1]Elizeth Freire da Silva. Bacharelado em enfermagem: [email protected]

[2]Irenilde Vieira Rocha. Bacharelado em enfermagem: [email protected]

[3]Janaine Santos silva. Bacharelado em enfermagem: [email protected]

[4]Janilde Gonçalves Dias. Bacharelado em enfermagem: [email protected]

[5]Pâmela de Sousa Silva. Bacharelado em enfermagem: [email protected]

[6]Rodrigo Santos da Silva. Bacharelado em enfermagem: [email protected]

7  Zilmar Timoteo Soares Mestre e Doutor em Educação, [email protected]