O uso de tabaco com finalidade recreativa é muito antigo, estimulado no mundo atual por propagandas e forte pressão econômica e política no setor industrial específico. (WHO, 2007)

WHO (2008) relata que a OMS considera o tabagismo a maior causa evitável de mortes no mundo atual, matando até metade das pessoas que o utilizam.  Cerca de um em cada dez adultos (mais de um bilhão de pessoas) no mundo, atualmente fumam tabaco. O Tabagismo causa mais de cinco milhões de mortes em todo o mundo a cada ano e o seu uso continua crescendo principalmente nos países em desenvolvimento, devido ao crescimento da população e os longos esforços de marketing da indústria do tabaco. Se as tendências atuais continuarem, o tabaco matará mais de oito milhões de pessoas por ano até o ano de 2030. Até o fim deste século, o tabaco poderá matar um bilhão de pessoas. Estima-se que mais de três quartos (3/4) dessas mortes estarão nos países de baixa e média renda.

 A nicotina presente no cigarro é um alcalóide que se liga ao receptor nicotínico específico da Acetilcolina “α4β2” que se expressa amplamente no cérebro e acredita-se que desempenhe um papel na função cognitiva, bem como na área anterior do tegmento. Essa ligação ao receptor nicotínico faz com que a nicotina provoque excitação nos receptores dopaminérgicos no sistema mesolímbico, especificamente no núcleo Accumbens; que desencadeia sensação de prazer, causando dependência. (Cf. HANG & DALE. Farmacologia, p.624-626)

Sendo assim, a nicotina, é a principal substância responsável pela dependência física e psíquica causada pelo cigarro. Se o tabaco não contivesse nicotina, o seu consumo não geraria dependência e fumar não passaria de um hábito que poderia ser abandonado facilmente.

SIU e Tyndale (2007) citam que a nicotina torna o fumante escravo do tabaco. Porém, para que se estabeleça a dependência e seus graus de intensidade, existem fatores associados, características fisiológicas orgânicas, psicológicas, genéticas, comportamentais e outras menos ponderáveis. Para o abandono do Tabagismo, existem estratégias utilizadas como as terapias cognitivo-comportamentais e além dessas, existem também as terapias medicamentosas como a reposição de Nicotina, o uso de antidepressivos, de um bloqueador adrenérgico central, entre outras.