Este artigo apresenta discussão sobre competências e o estudo da implementação de sistemas de gestão, inspirados nesse conceito em organizações brasileiras localizadas em quatro estados brasileiros. Dois aspectos merecem ser destacados quanto às implicações dessa lógica para o ambiente empresarial. Primeiro, o menor consumo de trabalho por unidade de produto, intrínseco às novas formas de produção, leva a uma redução de postos de trabalho e, conseqüentemente, do emprego em um número expressivo de setores. Segundo, como tendência geral, o perfil de capacitações no interior dos processos de trabalho são redimensionados passando a privilegiar aquelas voltadas ao aprendizado, ao trabalho abstrato e a adaptação às mudanças. Considerando as diferentes abordagens que a questão das competências assume e a natureza eminentemente qualitativa do estudo, a estratégia metodológica adotada foi descritiva qualitativa. As empresas estudadas foram inicialmente selecionadas a partir de um levantamento preliminar daquelas situadas nos principais rankings publicados no país acerca de desempenho empresarial. Esta seleção foi o primeiro procedimento formal, visando posterior identificação daquelas que trabalham com modelos de competência. O ponto de partida foi a seleção das trinta maiores dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, procurando ponderar a posição relativa das empresas em função dos diferentes critérios adotados pelas diferentes publicações. Os resultados encontrados evidenciam que, mesmo em se tratando de um conjunto de empresas reduzindo em termos quantitativos, considerando a totalidade das mesmas existentes em cada Estado onde foi feito o levantamento, sua reprentatividade econômica é evidente, pois somente em vendas, as empresas pesquisadas somam aproximadamente 90 bilhões de dólares. Esse valor está associado ao contingente de aproximadamente 220 mil empregados que as empresas mantinham em seus quadros. As empresas por setor demonstram uma maior incidência de siderurgia, vindo a seguir telecomunicações. Outro ponto que pode ser destacado é a transposição de modelos desenvolvidos nas respectivas sedes no exterior, o que reforça a falta de adequação à região onde se encontram instaladas as empresas no Brasil. Os dados apontam ainda que os modelos ou são desenvolvidos pela respectivas sedes ou se utilizam de metodologias de empresas de consultoria. Chama atenção também e merece destaque positivo a presença da área de Recursos Humanos como área de iniciativa da adoção dos modelos, mas essa participação acaba sendo de coadjuvante, cedendo lugar para empresas de consultoria e diretores. Esse ponto, aliás, realça a natureza estratégica que o modelo assume nas organizações, na medida em que toma para si uma discussão que atinge diretamente a gestão de pessoas. De qualquer forma, na execução ou gerenciamento dos modelos novamente a área de recursos humanos assume a dianteira. Uma rápida análise do perfil requerido pelas empresas permite a constatação de que o objetivo maior dos modelos reforça uma dimensão comportamental, mas com um discurso que visa fortalecer a cultura do desempenho e dos resultados. Esta análise do perfil requerido pelas empresas permite a constatação de que o objetivo maior dos modelos reforça uma dimensão comportamental, mas com um discurso que visa fortalecer a cultura do desempenho e dos resultados. Entretanto, o desenvolvimento de competências pode representar a opção por resultados mais duradouros e alcançados de acordo com os valores e cultura organizacional. Um aspecto conclusivo é que, segundo relatos dos entrevistados, as competências representam o “como” em relação aos resultados. Os modelos explicitam a intenção de que os comportamentos adivinhos do desenvolvimento de competências, como autodesenvolvimento e trabalho em equipe, se incorporam à cultura organizacional. Pergunta para Análise: Quais são as principais práticas de competências seguidas pelas bem sucedidas empresas brasileiras.