RESUMO: A proporção de idosos morando sozinhos no Brasil vem aumentando, mas, a realidade desses idosos ainda é pouco conhecida. O objetivo deste estudo é investigar o motivo que leva alguns idosos a morarem sozinhos e que dificuldades/facilidades vivenciam no seu cotidiano e como lidam com estas dificuldades. Tratou-se de um estudo qualitativo, descritivo-exploratório. Teve como local de estudo as residências de idosos cadastrados num Centro de Revitalização da Terceira Idade. A população pesquisada foi composta por 11 idosos acima dos 60 anos, cadastrados no CERTI, que moram sozinhos, no município de Toledo, Estado do Paraná.   Para coleta de dados foi utilizada entrevista gravada, os dados foram analisados, e agrupados através da análise de conteúdo. A análise das entrevistas, resultou em unidades temáticas:  mudança na dinâmica familiar; opção pessoal e a falta do cônjuge como motivo de morar sozinho. Quanto às dificuldades por morarem sozinhos: problemas de saúde; solidão; dificuldade financeira e nenhuma dificuldade e as facilidades: sensação de liberdade e autonomia financeira. Quanto às dificuldades e como os idosos lidam dividimos em Ajuda/Auxilio e Atividades de laser. Podemos verificar que os idosos têm autonomia e decidem a própria vida. A enfermagem deve conhecer esse perfil do idoso para desenvolver um papel inovador, oferecendo novas oportunidades e maneiras de melhorar cada vez mais.

PALAVRAS-CHAVES: Idosos, Moradia, Enfermagem.

 

1 INTRODUÇÃO

 

A proporção de idosos morando sozinhos no Brasil vem aumentando, mas, a realidade desses idosos ainda é pouco conhecida e torna a saúde dos idosos um importante foco.

Do ponto de vista de Roach (2003), a expectativa de vida do idoso aumentou devido aos avanços tecnológicos na medicina, melhoria nutricional e a ênfase na prevenção de doença e promoção da saúde. Além do que foi mencionado, verificaram-se em todo o mundo quedas substanciais na fecundidade e na natalidade, devido principalmente aos modernos métodos contraceptivos. No Brasil, entre 1960 e 1980, houve uma queda de 33% na fecundidade, as taxas caíram de 5,1 em 1970, para 2,2 em 1998 (TEIXEIRA, 2002, p.101).

De acordo com, Bodachne (1998), o envelhecer pode ser entendido como um processo dinâmico contínuo, onde há diversas modificações, o envelhecimento tende a gerar insuficiência funcional e, como consequência, há uma perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente e maior incidência de processos patológicos que terminam por conduzi-lo à morte.

O processo do envelhecimento é marcado por algumas alterações fisiológicas e psicológicas. Nesse sentido, Siqueira (2002), relata que o indivíduo defronta-se com mudanças nas condições físicas, psicológicas e sociais típicas desse período da vida, mas suas necessidades permanecem as mesmas de quando era jovem.

Para Figueiredo e Tonini (2006), a maioria dos idosos se percebe com menos cabelos e cabelos brancos; manchas e rugas na pele; problemas de visão e de audição; déficit na força muscular e outras. 

Segundo Ferreira (1990), à medida que a idade avança, é natural que as pessoas tendem a ficar cada vez mais diminuídas, fisicamente e mentalmente, em consequência a sua dependência familiar ou de serviços da comunidade aumenta, podendo criar dificuldades sociais e problemas complexos de caráter assistencial.

A autora Zimerman (2000), fala que a sociedade estipula que a imagem de uma pessoa idosa é chata, triste, deprimida, no entanto, para ela, o velho é aquele que tem diversas idades: a idade do seu corpo, da sua história, genética, da ligação com sua sociedade.

A população idosa está se vendo com outros olhos na atualidade, Zimerman (2000), relatou que hoje, com o avanço farmacológico, a melhoria nas condições de vida e a maior preocupação de doenças com boa alimentação, exercícios físicos, como caminhadas e outras atividades, o envelhecimento está acontecendo em idade mais avançada.

Pesquisas recentes têm mostrado que a universalização da Seguridade Social, as melhorias nas condições de saúde e outros avanços tecnológicos, tais como nos meios de comunicação, elevadores, automóveis, entre outros, podem estar sugerindo que viver só, para os idosos, represente mais formas inovadoras e bem sucedidas de envelhecimento do que abandono, descaso e/ou solidão (DEBERT, 1999).

De acordo com Lima (2007), o aumento da longevidade propõe ao idoso uma postura de auto-cuidado, uma ação preventiva para que possamos alcançar qualidade de vida e autonomia durante esta fase.

Ao atingir a senilidade percebem-se várias mudanças na dinâmica familiar do idoso. Freitas (2006) expõe que a composição familiar tem sofrido modificações ao longo do tempo e atualmente encontra-se idosos residindo sós. Roach (2003) afirma que a família é muito importante na vida do idoso, ela representa a unidade social básica a qual oferece valores e princípios, oferecendo apoio primário para muitas pessoas idosas.

Na ausência da família, o idoso pode vivenciar experiências da solidão e abandono. Figueiredo e Tonini (2006), afirmam que o medo de sofrer perdas faz com que os idosos iniciem um processo de isolamento, eles optam por ficar sozinhos, evitando relacionar-se emocionalmente para não sofrer novamente perdas.

Acreditamos que solidão e o isolamento são importantes para a maioria dos indivíduos, pois lhes proporciona um tempo para refletir e analisar os eventos da sua vida, ajudando-o a entendê-la, também sendo períodos terapêuticos. Para Freitas (2006), viver só pode ser um estágio temporário do ciclo da vida e a proporção de idosos que vivem sozinhos está cada vez mais elevada.

Figueiredo e Tonini (2006), relatam que as pessoas da terceira idade sentem-se solitárias por diversos motivos: não têm o que fazer e não são estimuladas a fazer algo; têm dificuldade de relacionar-se com pessoas fora de seus antigos trabalhos; falta de comunicação com os outros; têm um modo próprio de viver; não aceitam ser orientadas ou submetidas à decisão de outras pessoas ou familiares.

Nessas condições, entende-se que os idosos tendam a perder sua autonomia, pois na terceira idade alguns conseguem decidir a própria vida e outros dependem de pessoas para tomar decisões.

Evans (1984), chama de autonomia o estado de ser capaz de estabelecer e seguir suas próprias regras, diz que, para um idoso, a autonomia é mais útil que a independência como um objetivo global, pois pode ser restaurada por completo, mesmo quando o individuo continua dependente. O idoso não tem autonomia quando um familiar ou responsável faz por ele a tomada de decisões, assim ele se torna dependente.

Bodachne (1998), diz que a senectude é a idade da dependência econômica, social, psíquica e afetiva.

De modo geral, Freitas (2006), compreende que as pessoas desejam envelhecer com saúde, manter a rede de amigos e familiares, contar com recursos financeiros suficientes, além de vivenciar uma velhice satisfatória do ponto de vista subjetivo e individual.

Campos (1998), cita algumas hipóteses para explicar a tendência à formação de domicílios unipessoais, entre as quais se destacam o aumento da renda real do indivíduo, permitindo arcar com os custos envolvidos na decisão de morar sozinho; inexistência de uma rede de parentesco, dificultando a divisão do domicílio com parentes; mudança nos gostos e preferência por privacidade; redução da privacidade em domicílios mais populosos.

Também é mencionado a diminuição dos serviços domiciliares, com queda na qualidade e na quantidade das atividades domésticas e redução da dependência do indivíduo em relação aos outros para auferir economias de escala no consumo de determinados bens e para obter companhia e entretenimento, devido à modernização tecnológica e ao avanço da urbanização (CAMPOS, 1998).

Diante disso, como estudantes de enfermagem e futuros profissionais de enfermagem, acreditamos que há necessidades de se propor medidas de intervenção que vislumbrem o respeito ao envelhecimento saudável e seguro, seja em casa, na rua ou em instituições próprias para idosos.

Segundo a Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, Capítulo IV, art. 15, é assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos (BRASIL, 2003).

A esse respeito a autora diz que

[...] as enfermeiras gerontológicas têm um papel significativo auxiliando os idosos a conviver com saúde, ocupações e sensações de bem-estar. Além das medidas especificas que podem auxiliar esse indivíduo a enfrentar seus desafios psicossociais” (ELIOPOULOS, 2005, p.46).

Entender as razões que levam os idosos a constituírem ou permanecerem em domicílios unipessoais, causando mudanças significativas na conformação dos arranjos domiciliares e familiares, assim como na sua interação com os demais membros da família e do conjunto da sociedade, tem-se tornado tema de interesse na demografia (CAMARGOS; RODRIGUES; MACHADO, 2011).  Diante disso, o presente estudo tem como objetivo investigar o motivo que leva alguns idosos a morarem sozinhos e que dificuldades/facilidades vivenciam no seu cotidiano e como lidam com estas dificuldades.

2 METODOLOGIA

 

Tratou-se de um estudo de natureza qualitativa descritivo– exploratório. Com relação ao estudo descritivo, procura especificar as propriedades, as características e os perfis importantes de pessoas, grupos, comunidades ou qualquer outro fenômeno que se submeta à análise (DANHKE, 1989 apud HERNÁNDEZ et al., 2006, p.101). Segundo Richardson (1999) a pesquisa exploratória procura conhecer as características de um fenômeno para procurar explicações das causas e consequências do mesmo.

As pesquisas que se utilizam a abordagem qualitativa possuem a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos (OLIVEIRA, 1999).

O estudo foi realizado em um município do oeste do Paraná, nas próprias residências dos idosos participantes. A população pesquisada foi composta por dezesseis idosos com idade acima dos sessenta anos, cadastrados no CERTI, que moram sozinhos, no referido município. A coleta de dados foi realizada através de entrevista gravada, composta por três perguntas abertas. Os sujeitos das pesquisas foram onze idosos que se encontravam em casa no dia da visita, dez idosos do gênero feminino e um do gênero masculino. Dos idosos que não participaram, um recusou-se a ser entrevistado e quatro não se encontrava em sua residência no dia da entrevista.

Os participantes desta pesquisa concordaram em assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. Os entrevistados que participaram desta pesquisa eram idosos moradores do Bairro Jardim Coopagro da cidade de Toledo, PR. Durante a realização desta pesquisa, os que se dispuseram a participar, receberam esclarecimentos sobre o tema e objetivos deste estudo, bem como, que sua participação é voluntária, e que o estudo não causará riscos, à medida que todos os critérios éticos serão respeitados, e que a integridade do participante será mantida. O período de coleta dos dados foi em setembro 2009.

Com as entrevistas gravadas e transcritas na íntegra, os dados foram analisados e agrupados em unidades temáticas, considerando a similaridade de sentido entre as respostas. Após, foi realizado um paralelo entre a literatura e os dados obtidos pela pesquisa.

Vale ressaltar que, todos os aspectos éticos e legais relacionados à pesquisa com seres humanos foram respeitados, conforme a Resolução 196/96.

 

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

       

CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO PESQUISADA

 

Os participantes desta pesquisa apresentavam idade mínima de 60 anos e máxima de 82 anos, a maioria dos sujeitos eram mulheres, pois no conjunto da população de idosos brasileiros, destaca-se a maior proporção às mulheres, devido à mortalidade masculina (FREITAS, 2006,)

No que diz respeito à escolaridade dos entrevistados 6 possuíam primeiro grau incompleto, 3 com o primeiro grau completo, 1 com segundo grau incompleto e apenas 1 participante nunca freqüentou a escola. Em relação ao estado civil, 2 eram casados, 7 eram viúvos e 2 divorciados.

A análise das entrevistas, após a transcrição na íntegra, resultou em unidades temáticas, que expressam a fala dos idosos. Cada unidade temática é ilustrada com as falas dos idosos participantes do estudo, os quais são identificados com a letra S. (sujeito) em seguida de um algarismo (S.1, S.2, S.3...).

Com relação à primeira pergunta, quando questionados sobre os motivos que os levaram a morar sozinhos, surgiram as seguintes unidades: mudança na dinâmica familiar, opção pessoal e falta do cônjuge.

 

MUDANÇA NA DINÂMICA FAMILIAR

 

A dinâmica familiar vem mudando constantemente, cita Zimerman (2000), que a família de antigamente tinha papéis mais rígidos, mais demarcados, mais estáveis e definidos, com um maior grau de hierarquização, enquanto que a família de hoje é mais dinâmica e flexível, com uma hierarquia menor e papeis que mudam com mais facilidade.

Diante da tendência recente de redução do número de filhos, aumento do número de divórcios, mudança de estilo de vida, melhora nas condições de saúde da população idosa e aumento da longevidade, com destaque à maior sobrevivência feminina, é de se esperar que, ao longo dos anos, haja um crescimento do número de idosos vivendo sozinhos (CAMARGOS; RODRIGUES 2008).

As mudanças na composição e na estrutura da família é uma situação normal vivenciada pelo idoso. Entendemos que a família está sempre enfrentando mudanças próprias do ciclo vital, principalmente quando os filhos saem de casa e o idoso acaba residindo sozinho. Nesta fase, ocorre uma alteração na dinâmica familiar que podemos chamar de síndrome do ninho vazio. Sartori; Zilberman (2009), descreveu o termo, ninho vazio, como o período compreendido entre o momento em que o último filho que deixa a casa, e aquele em que ocorre a morte de um dos parceiros.

A esse respeito destacam-se os depoimentos a seguir:

 “... minha filha... foi morar por conta própria e os restos dos filhos... eu tenho 7 filhos ao todo, tenho 1 que mora aqui na cidade... e os outros estão longe...” S. 4

“... foram casando os filhos, ai eu fiquei sozinha no sitio... daí eu resolvi e vim morar na cidade...” S.9

“... filhos não quiseram morar comigo... S.10

O período da síndrome do ninho vazio acontece junto com diversas mudanças, como a aposentadoria e a menopausa, o que pode agravar sentimentos de depressão e baixa autoestima. Além disso, fatores sociais e culturais influenciam no aparecimento e na intensidade da síndrome (SARTORI; ZILBERMAN, 2009).

Os sujeitos da pesquisa expõem:

“... os filhos tiveram que estudar, sair pra longe, viajam muito e casaram ...” S.2

“... o filho casou e eu fiquei sozinha...” S. 6

“... morava com filho, daí ele casou...” S. 8

De acordo com Ramos (2007), a vida continua fazendo sentindo, mesmo com a saída dos filhos, pois entende que o ciclo da vida não se fecha, a vida terá sua continuidade na nova dinâmica familiar.

 

OPÇÃO PESSOAL

 

Muitos idosos ao perceberem que em função de suas necessidades e dificuldades, tornam-se fardos para familiares, alguns optam espontaneamente por morar sozinhos. Outros têm autonomia nas suas próprias decisões e gostam de viver sozinhos.

Os dados coletados ilustram a afirmação:

 “... porque se eu morasse com filho, eu ia ter que desfazer porque a mudança não ia cabê junto...” S. 7

“Eu achei melhor morar sozinho...” S. 3

O desenvolvimento individual vem ocorrendo e fazendo com que os indivíduos construam seu próprio curso de vida pelas escolhas e ações que assumem, de acordo com as oportunidades e as restrições da história e das circunstâncias sociais (FREITAS, 2006).

Entramos a seguinte fala referente ao parágrafo:

“... vou dormir a hora que eu quero, vou levantar a hora que eu quero...” S. 5

Quando o indivíduo tem auto-estima, é mais confiante, tem opinião própria de si mesmo e baseia-se em vários indicadores, tais quais, o valor como pessoa, as conquistas, o trabalho, a percepção de como os outros os vê, o propósito da vida, as fraquezas e forças pessoais, o status social, a relação com outras pessoas, e o grau de independência (FREITAS, 2006).

De acordo com Grundy (2001), para que o idoso exerça sua preferência por viver sozinho, são necessárias boas condições de saúde e um bom sistema de suporte.

 

 FALTA DO CÔNJUGE

 

Um evento comum que altera a vida familiar dos idosos é a morte do cônjuge, e o outro, o abandono. O idoso que dividiu a vida inteira junto a um companheiro e acaba perdendo seu parceiro com quem compartilhou seu amor, experiência de vida, alegrias e tristezas pode ser intolerável. A adaptação a essa perda significativa é somada à necessidade de aprender uma nova tarefa: viver só. (ELIOPOULOS, 2005).

Vale ressaltar as seguintes falas:

“... minha esposa abandonou o lar...” S.1

O campo das relações afetivas pode ser restringido pela perda de companheiro, o que provoca a sensação de abandono, mesmo que transitória, por não ter com quem partilhar a vida (HÉREDIA; CORTELLETTI; CASARA, 2005).

“Por ser viúva” S. 10

A morte de um dos cônjuges é a principal razão que pode levar o idoso a morar sozinho, o que é mais provável de ocorrer em idades mais avançadas, e o que, por conseguinte, pode explicar a maior proporção das condições “não casado” e “morar só” entre os mais velhos.

Algumas viúvas podem descobrir que a perda de certas responsabilidades associadas com a morte de seu companheiro como cozinhar, lavar e limpar trará uma sensação de liberdade.

A enfermeira pode ajudar identificando as fontes de amizades e os locais para atividades, como clubes, organizações voluntárias ou grupos de viúvas na comunidade, assim como, ajudar a viúva a entender e obter todos os benefícios aos quais tem direito. Isso requer que esse retorno seja seguro para desfrutar a nova liberdade, e ela precisará de apoio tanto para ajustar-se à perda de seu marido como para assumir seu novo papel de viúva e não se sentir-se culpada se desejar viver relações com outros homens. (ELIOPOUOLOS, 2005).

Na segunda pergunta, os idosos foram questionados sobre as dificuldades e facilidades vivenciadas por morarem sozinhos. Esta questão resultou em quatro unidades, em se tratando das dificuldades, as quais são: problemas de saúde, solidão, dificuldade financeira e nenhuma dificuldade. Com relação às facilidades, surgiram duas unidades: sensação de liberdade e  autonomia financeira.

 

PROBLEMAS DE SAÚDE

 

Para Figueredo e Tonini (2006) os idosos frequentemente têm mais de um problema de saúde, com intensidade e apresentações atípicas, o que aumenta a complexidade e a necessidade de detalhadas avaliações prescrição de enfermagem personalizada.

Quanto aos problemas de saúde, é expressado:

“...só os problemas né, trata as doenças...” S.3

“... a única dificuldade minha, pra mim morar sozinha assim, é quando eu tenho esse problema de coluna que me ataca...” S. 7

No que diz respeito à saúde, o que se observa é a existência de dois aspectos relacionados à condição morar sozinho: os problemas de saúde e o tratamento dessas doenças.  Por um lado, seria esperado, que idosos que vivem sós apresentassem melhores condições de saúde, número menor de doenças, bem como, melhor desempenho funcional, aspectos importantes para que consigam se manter sozinho.

 Um outro argumento seria válido e implicaria que idosos que vivem sozinhos teriam uma pior condição de saúde, por não terem alguém para ajudar nas atividades rotineiras, para servir de companhia e para cuidar em casos de necessidade.

Quanto às atividades rotineiras encontramos:

“...tanto na hora do serviço...” S. 9

“... é, eu sai de casa pro centro com o ônibus porque eu tenho problema no joelho... não tenho coragem de viajar pra longe. Eu tenho 3 filhos morando em Santa Catarina e ainda não fui visitar eles, tenho medo né, no ônibus né, incha o pé...”  S. 10

O idoso tem algumas limitações geradas por problemas de saúde. Assim, não se sabe ao certo como estaria a saúde dos idosos que vivem sozinhos. Estes estariam mais vulneráveis diante de problemas de saúde. (CAMARGOS; RODRIGUES, 2008).

Porém, segundo Grundy (2001), as evidências empíricas têm demonstrado que os idosos, que vivem sozinhos, tendem a relatar melhores condições de saúde. Como profissionais na área de saúde devemos encorajá-los a incorporar práticas de saúde.

 

SOLIDÃO

 

Bodachne (1995), diz que quando o idoso goza de boa saúde, a situação fica mais fácil, podendo ocupar o tempo com atividades ou reunindo-se com os amigos, evitando a solidão e o isolamento tão maléficos.

As falas que expressam solidão como dificuldade:

“... um pouquinho a solidão...” S. 8

“...a solidão também sozinha em casa...” S. 9

Segundo Roach (2003) a auto-estima é ameaçada quando a saúde física declina, quando a capacidade funcional é danificada, quando há uma falta de um sistema de apoio sólido ou quando os mecanismos de enfrentamento não são adequados para manter a saúde psicológica.

Com o envelhecimento, vão ocorrendo mudanças no organismo e no corpo, assim, com alguns declínios, a população idosa vai perdendo a auto-estima, se tornando infeliz e tende a não se cuidar, se alimentando incorretamente e mantendo a sua residência um lugar inadequado para se viver, também ocorrem o afastamento da população, criando um sentimento de solidão.

A solidão traz como efetividade riscos a saúde do idoso, Zimerman (2000), expõe que as pessoas mais saudáveis e otimistas têm mais condições de se adaptarem às transformações trazidas pelo envelhecimento. Elas estão mais propensas a verem a velhice como um tempo de experiência acumulada, da maturidade, de liberdade para assumir novas ocupações e até mesmo de liberação de certas responsabilidades.

Em outra fala, encontramos o abandono dos filhos como causa da solidão:

“... é de ficar sozinha e meus filhos me abandonarem assim de não quase, não me visitam...”S. 11

A falta dos filhos faz com que os idosos se sintam sozinhos, isso pode conduzir à solidão por sentirem o abandono. A solidão e o abandono constituem pesados fardos para os idosos, pois as famílias tendem, não raro, a excluir aqueles tidos como incômodos demais. Também há pessoas que, por suas vivências e experiências, possuem o sentimento de abandono ao longo da vida, não somente na velhice (HÈREDIA; CORTELLETTI; CASARA 2005).

 

DIFICULDADE FINANCEIRA

 

Isto é comprovado a partir de resposta dada pelos entrevistados:

 “Eu pago aluguel, não sobra quase nada. É um pouquinho difícil...” S. 10

A maior parte da renda dos idosos, no Brasil é oriunda dos recursos da previdência, que responde pelos rendimentos de 60,3% para homens e 79,3% para mulheres urbanas. (FREITAS, 2006,).

Embora os valores de pensões e aposentadorias sejam, em geral, reduzidos, esses benefícios têm se mostrando importantes na renda do idoso, à universalização da Seguridade Social, resulta em melhoria das condições de vida (CAMARANO, 2003).

 

NENHUMA DIFICULDADE

 

Em geral, os idosos avaliavam positivamente sua condição por morarem sozinhos. Obtivemos as seguintes afirmações:

 “... não tenho dificuldade nenhuma. S.1

“ ... eu não tenho nenhuma” S. 4

“ Eu por enquanto eu não acho...” S. 5

“...Eu acho pra mim é fácil, assim morar sozinha eu não acho difícil não.” S. 6

Acreditamos que a saúde dos entrevistados que relatam não ter dificuldades, têm estreita relação com a autonomia para a realização das principais atividades da vida diária, sejam estas de domínio físico, mental, social ou econômico. A Enfermagem deve ressaltar a importância do desenvolvimento do autocuidado durante todas as etapas do ciclo vital, objetivando garantir uma velhice saudável, através das mudanças de hábito e adoção de novos padrões de comportamento (MARTINS et al., 2007).

 

SENSAÇÃO DE LIBERDADE

 

Podemos identificar idosos que gostam de viverem sós:

“...gosto de morar sozinha, gosto do meu sossego, dos meus trabalhinho.” S. 4

“...ninguém me incomoda tão eu vivo tranqüila eu saio na hora que eu quero...” S. 6

“... eu sinto mais liberdade...” s.8

“ As facilidades assim é que eu vou para todo lugar...” S. 11

Para Bakker (2000), a qualidade de vida é uma dimensão subjetiva, uma vez que cada pessoa é quem pode determinar sua condição, sendo ela mesma quem estabelece o peso de cada um dos fatores ou dimensões que a compõem. Pode-se inclusive aceitar que cada sujeito estabeleça um campo de qualidade de vida com diferentes fatores em relação a outras pessoas.

Entendemos que para os idosos sentirem esta sensação de liberdade, devem ter uma estimável qualidade de vida, assim cada qual podendo determinar suas condições.

De modo geral, a conquista da liberdade é vista como um apanágio de uma velhice bem sucedida, geradora de satisfação. A satisfação com a vida como medida de bem-estar envolve determinados aspectos, como os seguintes: entusiasmo, determinação e fortaleza, congruência entre os objetivos desejados e os alcançados, o conceito positivo de si mesmo e o bom humor. Tudo isso torna mais agradável a vida da pessoa idosa (D’ALENCAR et al., 2006).

 

AUTONOMIA FINANCEIRA

 

Quando chegamos perto da fase da aposentadoria, tentamos nos suprir de todas as coisas que com o tempo de trabalho não puderam ser realizadas, quando atingimos a velhice com um rendimento financeiramente estável, é possível realizar e facilitar a vida, pagando o que queremos.

“... gente é aposentado, pensionista, então a gente acaba pagando, então se torna mais fácil as coisas, né.” S. 9

Para Eliopoulos (2005), prosseguindo a aposentadoria, surgem alguns períodos de entusiasmo, nos quais são testadas as fantasias da fase de pré-aposentadoria. Os aposentados tentam fazer de tudo que nunca tiveram tempo de realizar. Uma variedade de fatores (por exemplo, finanças, saúde) os limitam e assim, desenvolvem um estilo de vida estável.

Foi perguntado como lidam com as dificuldades. Segundo as falas dos entrevistados que relataram ter alguma dificuldade, encontramos duas unidades temáticas onde agrupamos as similaridades dos relatos:

                                                                                                                                          

Auxilio/Ajuda

 

Em alguns casos, a aposentadoria não cobre todos os gastos, os filhos prestam assistência financeira aos idosos.

O sujeito expõem:

“...se eu passo necessidade, meu filho me ajud,a e eu trabalho um pouco, né...” S. 10

Roach (2003), relata que muitos casais idosos que moram em casa, requerem uma assistência mínima da família. Os filhos geralmente ajudam o cuidado, se necessário. Outros parentes podem dar apoio, cuidado e assistência se os filhos não estiverem disponíveis.

Quando estamos envelhecendo, deixamos de fazer algumas atividades ou serviços em nosso domicílio, assim, precisamos do auxílio de parentes financeiramente ou de profissionais para serviços específicos.

Relata o idoso:

“... e você tendo dinheiro pra paga, que hoje em dia tudo, ninguém te faz mais nada de graça, né. Então se torna mais fácil nesse ponto, se você tem dinheiro, você paga, é você auxiliada nesse ponto.” S. 9

Com o passar da vida, os indivíduos vão envelhecendo, assim como o seu sistema sofre alterações, criando limitações dia após dia. A família do idoso deve conhecer suas limitações e auxiliá-lo quando necessário.

Assim relatados nas falas dos entrevistados:

“... se tem tempo meu filho me leva...” S. 10

 

 Atividades de lazer

 

Assimilamos que a população idosa está crescendo, assim havendo uma maior preocupação global em relação às atividades físicas na terceira idade. O organismo varia de pessoa para pessoa, mas se compararmos um jovem e um idoso, a velocidade para voltar à normalidade, após as atividades físicas, no organismo do idoso, pode causar perigos para a saúde.

Compreendemos que o aprender a conviver com as limitações, aceitar e lutar para que os problemas do envelhecimento sejam diminuídos, os exercícios físicos, como caminhadas, natação, dança e passeios são uma boa orientação para os idosos.

Constatamos que é necessário que cada pessoa saiba seus limites para não causar danos à saúde, sendo um jovem ou um idoso.

Os idosos dizem:

“... eu vou passear bastante, faço ginástica, academia, né, e danço, jogo baralho, tomo chimarrão com as amigas, ai quando chega a noite ta cansada, né, não dá tempo de sentir solidão...” S.8

 “... ligo o rádio, danço... ligo a televisão e saio muito... para fazer atividades, faço exercício, faço ginástica, faço grupo de dança ...hidroginástica ...rezo bastante...” S. 11

“... não faço serviço pesado... vou fazendo caminhada... por causa da coluna e saio todo dia fazendo caminhada...” S.7

Segundo Bakker (2000), com o envelhecimento da população, parece haver maior preocupação quanto à importância da atividade física na promoção global de saúde do idoso, principalmente quanto à dimensão do bem-estar, do prazer de viver e do sentimento de satisfação com elevada auto-estima, assim, os idosos estão buscando uma qualidade de vida para se sentirem melhores.

A qualidade de vida é trazida por meio de estímulos, é o que diz Zimerman (2000), a maneira mais eficaz de fazer com que o velho tenha a qualidade de vida, a aceitação e a inserção na família e na sociedade que proponho é a estimulação.

 

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A partir da transição demográfica, uma tendência decorrente do envelhecimento populacional é o crescimento das famílias unipessoais, ou seja, de idosos morando sozinhos. O estudo buscou o motivo que leva alguns idosos a morarem sozinhos e que dificuldades/facilidades vivenciam no seu cotidiano e como lidam com estas dificuldades.

Os resultados desta pesquisa apontaram os motivos que os idosos que moram sozinhos, sendo, por opção, mudanças na dinâmica familiar e a falta do cônjuge. Sobre as dificuldades e facilidades vivenciadas por morarem sozinhos, das dificuldades, os problemas de saúde, solidão, dificuldade financeira e nenhuma dificuldade. Com relação às facilidades, a sensação de liberdade e autonomia financeira. Para lidar com as dificuldades os idosos recebem algum auxilio/ajuda da família e realizam a atividades de lazer.

Sejam por opção ou por necessidade, muitos idosos acabam morando sozinhos e cabe a nós, profissionais de enfermagem prestar auxílio e orientar, juntamente com a família, dando o suporte necessário para que estes indivíduos não corram riscos e mesmo de maneira solitária os idosos possam ter uma boa qualidade de vida. Assim sendo, ações educativas e de promoção necessitam ser aprimoradas para essa população devido a fragilidade e ao alto grau de vulnerabilidade a que estão expostos. Este estudo possibilitou conhecer essa realidade e desenvolver reflexões e discussões, que possam resultar em ações concretas que contribuam para os serviços de saúde que prestam atendimento ao idoso.

 

REFERÊNCIAS

 

BAKKER F.JP. É permitido colher flores?: reflexões sobre o envelhecer. Curitiba: Champagnat; 2000.

 

BODACHNE L. Como envelhecer com saúde. Curitiba: Champagnat, 1995. 113 p.

 

BODACHNE L. Princípios básicos de geriatria e gerontologia. Curitiba: Champagnat, 1998. 160 p.

 

BRASIL. Estatuto do Idoso: dispositivos constitucionais pertinentes. Lei n.10.741, de 1. de outubro de 2003. Normas correlatas. Índice temático. Brasília: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicação, 2003. 66 p.

 

CAMARANO, A. A. Mulher idosa: suporte familiar ou agente de mudança?. Estudos avançados São Paulo, v. 17, n. 49, dez. 2003 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142003000300004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 30 jun. 2011.

 

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