O campo dos “saberes” da psicologia contempla diferentes “fazeres”, se contextualizados na complexidade em que se inserem as emoções humanas da contemporaneidade. Depara-se frente a novas intersecções entre vias múltiplas e específicas desenhando a face da pluralidade das relações do(s) sujeito(s) e entre o(s) sujeito(s). O paradoxo se torna frutífero, pois das abordagens semeadas pela singularidade da ciência da Psicologia, renasce como possibilidade(s), construídas, desconstruídas e reconstruídas a partir dos processos da energia interna e, portanto processos criativos - Artes. Ainda, reconduzem imaginários e remonta novos olhares recriando diferentes sensações pela arte de re-significar a própria vida, esta como expressão máxima da criatividade, da diversidade e da re-ligação com o mundo. No espetáculo da Vida, entretanto, são os modos preestabelecidos que direcionam os comportamentos e instituem normas de conduta que colocam a margem aqueles que infringem as regras legitimadas no campo da interação com a sociedade. O processo de reinserção ao contexto social após a exclusão pelos diferentes atos que se constituem em “conflito com a lei”, tem sido ao longo dos anos um desafio para a Psicologia e para as instituições “cuidadoras”. Aí que se insere o presente trabalho, quando nós, como estudantes de psicologia, unidos pelo mesmo nome Brunos e pela mesma proposta - a arte, decidimos pela efetivação de um projeto de intervenção terapêutica junto a um grupo de adolescentes cumprindo medidas sócio-educativas, no Centro de Atendimento Sócio-Educativo Juarez Paulo Zílio Regional Passo Fundo (CASE-PF), Rio Grande do Sul em programa ICPAE (Internação com possibilidade de atividade externa). A proposta de intervenção norteia os momentos, em grupo, através dos dois fomentadores e propõe-se o contato com a linguagem simbólica das Artes, em especial malabares, poesia, música e dança, estas como um olhar de saúde aos adolescentes. Os momentos grupais, vividos no Teatro Múcio de Castro, contexto público, proporcionaram novos olhares para si e na relação com o outro, podendo ser este modo de intervenção ou olhar de saúde, uma possibilidade de emersão social, e até mesmo de reinserção psicossocial. Para tal, pensa-se no fazer “PSI” preventivo como um processo de ações flexíveis frente ao novo e a diversidade, unindo Artes e Saúde Mental. Portanto, entende-se que a subjetividade coletiva do grupo, pode ser a soma para as mudanças sociais e que a criatividade dos adolescentes seja a fertilização de uma semente de sentimentaliza-ação do elenco, e o processo da arte, o toque de mágica para a saúde neste múltiplo “Circo da Vida”.